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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Em SP, a conversa dos hipócritas e a marca dos violentos. Ou: O endosso à ética e à estética da violência. Ou ainda: Muita gente brincou com fogo. Eis aí…




Por Reinaldo Azevedo

Tão nefastos como os black blocs são os hipócritas. Os invasores da Reitoria da USP — também eles pertencem, na maioria dos casos, ao PSOL e ao PSTU, os mesmos que comandam a patuscada no Rio — marcaram um protesto em São Paulo. Pedem eleições diretas para o comando das universidades paulistas e se dizem solidários com os professores do Rio. O dito protesto reuniu umas 400 pessoas, que decidiram marchar para o Palácio dos Bandeirantes. Gritam ainda palavras de ordem contra Geraldo Alckmin e Sérgio Cabral…

Muito bem. Um grupo acabou se desgarrando. Vi há pouco pela TV uma verdadeira invasão de uma loja da Tok & Stok, na esquina da Eusébio Matoso com a Marginal Pinheiros. Clientes correram apavorados. Sim, são os mascarados de sempre, aquela gente que o doutor Wadih Damous, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, se nega a condenar com a veemência com que critica a Polícia Militar. A condescendência de setores importantes da imprensa com esses marginais produziu esse estado de coisas. Houve depredação também da estão Butantã do Metrô.

Por que me referi aos hipócritas no início deste post? Leiam pequenas notas publicadas no Estadão online. Volto em seguida.

19h36 – Mascarados tentam se esconder no estacionamento de uma unidade da rede de lojas Tok & Stok, na esquina da Avenida Eusébio Matoso com a Marginal do Pinheiros. Uma grande quantidade de policiais tentam cercar quem se desprendeu do bloco central. Há focos de incêndio na pista e rojões estão sendo lançados por parte dos manifestantes.

19h31 – Mascarados entram em confronto com a policia, jogando coquetéis molotov. A PM responde com bombas de gás e persegue os black blocs, que entraram em um posto de gasolina na Marginal do Pinheiros para se defender.

19h12 – Tumulto na Avenida Eusébio Matoso: manifestantes destruíram os vidros de uma concessionária na altura do Shopping Eldorado. O policiamento foi reforçado no local, e a marcha parou momentaneamente. Logo foi retomada e se encontra na Ponte Eusébio Matoso, totalmente interditada no sentido da Avenida Francisco Morato.

19h05- Manifestantes deixam pichações na Avenida Eusébio Matoso enquanto seguem no sentido Marginal do Pinheiros: “Mais escolas”; “Escolas padrão Fifa” e “Fogo na PM” foram algumas das mensagens escritas.

19h01 – Manifestantes e um grupo de mascarados tiveram um pequeno atrito. Os mascarados jogavam sacos de lixo na rua e tentavam tirar as bandeiras presentes na passeata, atitude repudiada pelo restante dos participantes do ato. Membros do Diretório Central de Estudantes da USP chegaram a repreender os mascarados usando o megafone.




Black Blocs foram às ruas em São Paulo. Foto: Reuters

Voltei

Atenção! Estes que aparecem aí supostamente repreendendo a ação de vândalos invadiram a Reitoria da USP com marreta e pé de cabra. Muitos deles estavam também mascarados. Acham, portanto, que a depredação e a violência são caminhos eficazes para a luta política. Não reconhecem o estado de direito. Há um arcabouço legal para a eleição do reitor da USP. Eles têm todo o direito de querer mudar a lei, mas não pode ser de marreta na mão. Ou pode? Segundo a Justiça de São Paulo, sim! Foi negada uma liminar de reintegração de posse. O juiz preferiu acusar a intransigência da Reitoria — vale dizer: da vítima.

Ataque a uma equipe da Globo
Uma equipe da Rede Globo foi atacada por black blocs, e a lente de uma câmera foi pichada. Os black blocs só aceitam o acompanhamento da chamada “Mídia Ninja”, que os trata como verdadeiros poetas da democracia. Na expressão de Bruno Torturra, ligado ao grupo — que é financiado pelo Fora do Eixo, aquela turma acusada de explorar trabalho similar à escravidão —, o black blocs são, antes de mais nada, “uma estética”.

Deve ser assim mesmo, não é? Li em algum lugar que Torturra foi um dos convidados do encontro promovido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo. Pelo visto se considera que ele tem muito a ensinar, nem que seja no campo ético, não é mesmo? Acompanho a cobertura na Globo News. Há quebra-quebra e confronto em São Paulo e no Rio. A emissora chama bandidos de “manifestantes” e pauleira de “manifestação”. O que aconteceu com o sentido das palavras? Não sei. Esse vocabulário ajuda a explicar por que chegamos aqui. Ainda voltarei a esse tema. Muita gente decidiu brincar com fogo. Eis aí. Alguns equivocados acharam que se podia abrir impunemente a caixa de Pandora. Não é possível. Nem no mito nem na vida.


15/10/2013

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