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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

PF investiga Rose e irmãos Vieira por suspeita de lavagem


Investigação
Bens adquiridos por meio de corrupção teriam sido ocultados pela quadrilha
PF afirma que Paulo Vieira colocou bens em nome de familiares e funcionários
(Raylton Alves/Banco de imagens ANA)

A Polícia Federal vai abrir inquérito para investigar por lavagem de dinheiro a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary de Noronha, e outras pessoas investigadas pela Operação Porto Seguro – que desarticulou um esquema de compra de pareceres técnicos de órgãos públicos para beneficiar empresas.

A PF suspeita que bens adquiridos de forma ilícita, a partir de atos de corrupção, teriam sido ocultados ou dissimulados pela organização integrada por Rose e Paulo Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) apontado como chefe do grupo.

Em ofício enviado à Justiça Federal, o delegado Ricardo Hiroshi, que preside o inquérito da Porto Seguro, pediu e obteve autorização para abrir uma apuração específica sobre lavagem de dinheiro.

Rose já foi indiciada por outros quatro crimes: corrupção passiva, tráfico de influência, falsidade ideológica e formação de quadrilha.

A PF enquadrou Paulo Vieira nos crimes de corrupção ativa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e formação de quadrilha.

Laranjas – Nos relatórios da operação, os investigadores anotaram que Vieira registrou carros e imóveis em nome de parentes e funcionários.

Rosemary usava um Mitsubishi Pajero TR4 que pertencia à suposta quadrilha. Hoje, o veículo é avaliado em 55 000 reias. Vieira também seria o dono de um apartamento em Brasília registrado no nome de seu irmão Marcelo e de outro, em Ubatuba (SP), no nome de sua mulher.

"Alguns dos bens apontados não estão registrados em nome do investigado, mas foram reunidos indícios de que poderiam ter sido pagos por ele (ou por sua ordem) ou registrados em nomes de pessoas próximas a ele, por sua determinação", anotaram os policiais.

O delegado responsável pela investigação pediu que a Justiça autorize o uso policial dos carros apreendidos na operação e de um apartamento em São Paulo. Segundo o inquérito, há "claras evidências de que tais bens foram adquiridos como produtos dos crimes praticados e apurados."

O inquérito pede especificamente o sequestro de um flat adquirido por Vieira na Alameda Lorena, nos Jardins, bairro nobre da capital paulista.

E-mails interceptados durante a operação revelam que o apartamento foi comprado em abril de 2010 por 192 000.

Vieira pediu à corretora que a escritura fosse passada em seu nome e que fosse informado no documento o valor de 80 000 reais.

Paulo também registrou um Land Rover, comprado por 300 000 reais, no nome de Patricia Baptistella, diretora da faculdade de sua família.

Um telefonema gravado pela operação indica que Vieira tentava evitar que o acúmulo de bens levantasse suspeitas sobre ele.

A PF apura o enriquecimento ilícito de Vieira e seus irmãos. Um e-mail interceptado em junho revela que Paulo é sócio da P1 Serviços Gerais, que teve um faturamento de 1,1 milhão de reais de agosto de 2011 a maio de 2012.

Defesa
– O advogado Celso Vilardi, que defende Rosemary Noronha, foi enfático: "Não vejo nenhuma base para se cogitar de lavagem de dinheiro no que toca à minha cliente".
Pierpaolo Bottini, que defende Paulo Vieira, informou que vai requisitar judicialmente averiguação das contas do analista do TCU Cyonil Borges e da mulher dele.
(Com Estadão Conteúdo)

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