Há poucos dias comentei aqui neste blog que ao contrário do que supõe o consenso medíocre, nem tudo termina em pizza.
É claro que há uma tendência natural para que os escândalos consecutivos, como camadas de um bolo, vão encobrindo uns aos outros.
E os políticos, via de regra, se fiam nisso.
Mas há algo que eu chamaria de comoção popular que desmancha a regra tida como geral. Citei, no artigo anterior, o escândalo provocado pelo atentado contra Carlos Lacerda, que culminou com o suicídio do Getúlio. Houve, também, a campanha das Diretas Já, o Fora Collor, etc. O fato é que dá-se um certo momento em que a população efetivamente se choca e se mobiliza.
O Caso Cachoeira pode vir a ser é um desses fenômenos, quando ocorre um furor popular misto de curiosidade, indignação e até alguma admiração.
É impressionante a vastidão do império que vinha sendo montado pelo marginal.
Fica escancarada a vulnerabilidade do Estado, a desfaçatez de políticos e empresários importantes, todos tratados pelo bicheiro como elementos subordinados, à sua disposição.
Podem até fazer uma analogia com o caso Al Capone ou com a Operação Mãos Limpas contra a Máfia, na Itália.
Mas Cachoeira e peculiar.
A começar pelo fato de não ser bandido, até onde se sabe.
É apenas um contraventor.
E é isso que dá um toque brasileiro ao processo.
Sei não, se Cachoeira e Thomaz Bastos imaginam que podem ir protelando a coisa, até que apareça um escândalo maior, podem esperar sentados.
Eles estão se comportando mais como otários do que como malandros.
22-05-12
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