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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Alexandre, Alexandre, quae te dementia cepit?


Alexandre Vidal Porto



Alexandre Vidal Porto é um diplomata atualmente lotado, é assim que se diz?, na Secretaria Nacional de Direitos Humanos.

É aquela pasta de Maria do Rosário.

Maria do Rosário é aquela ministra que considera descabido debater direitos humanos em Cuba.

A sua frase, que entra para o lixo da história é esta:


“A marca de Cuba não é a violação de direitos humanos, e sim ter sofrido uma violação histórica, o embargo americano”.


Vidal Porto é, portanto, um funcionário público, que exerce um cargo de governo — o que, entendo, lhe impõe algumas restrições ditadas pelo decoro quando participa do debate público. Também é militante gay — mas contra “a caricatura”. Sei. E isso, claro!, é um direito seu. Pois bem. Esse senhor me envia o seguinte comentário:


“Quanto mais leio o que você escreve, mais apelativo e oportunista o acho. Seus raciocínios são distorcidos e simplórios. Como não quero crer que você seja burro, acho que se trata mesmo de má-fé, que você utiliza para manipular a cambada de — estes sim — ignorantes que elogiam em comentário as tolices virulentas que você escreve.”

Volto

Alexandre, Alexandre, quae te dementia cepit?, para repetir aquele pastor que resolveu se engraçar com um efebo… Comigo, não, violão!

Nesse tipo de coisa, rapaz, é preciso ter a vara mais longa na hora de cutucar. Pois eu acho que você, apesar da pose de pensador alternativo, é burro e de má-fé. Logo, o meu juízo a seu respeito é pior do que o seu a meu.

Entendeu?

Vamos ver por que ele está bravo comigo. Reproduzi no clipping, anteontem, trecho de reportagem da Folha que trata do encontro do petista Fernando Haddad, candidato à Prefeitura de São Paulo, com a militância gay do PT. A reportagem informa:

“o grupo propõe uma campanha de incentivo a professores transgêneros nas salas de aula, além da adoção do kit gay (…)”
Dei o seguinte título para o post:

“Haddad se encontra hoje com militância gay do PT: ela quer ‘kit gay’ nas escolas e travestis dando aula”

Vidal Porto resolveu saltar das tamancas. Ele poderia dizer o que há de errado com o título, mas não diz. O texto, por óbvio e como se informa, não é meu. Mas, suponho, ele acha que eu deveria aderir à mesma linguagem militante a que ele aderiu e chamar “travesti” de “transgênero”.

Não vou!

A palavra não foi incluída na mais recente edição do “Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa”.

Ele ficou irritado porque puxei para o título o que é a essência da notícia. Desde que Haddad se fez candidato, tenta driblar esse tema.

Autorizou o kit gay quando ministro, começou a distribuí-lo e agora nega a responsabilidade.

A dita “comunidade gay”, da qual Vidal faz parte, nunca se conformou com isso. O que este senhor não suporta é a clareza.
Mas volto a seu comentário malcriado. “Quanto mais leio o que você escreve…” Então me lê? É uma obsessão? Fá-lo por algum prazer mórbido? Procure o texto de um outro já que a obra deste escriba não o satisfaz, ora essa! Como naquele bolero de Jair Amorim e Evaldo Gouveia, cantarolo pra você, Vidal:

Que queres tu de mim
Que fazes junto a mim
Se tudo está perdido amor

Que mais me podes dar
Se nada tens a dar
Que a marca de uma nova dor


Eu nunca o li, por exemplo. A gente pode manter uma relação que, no Itamaraty, chamariam de “reciprocidade”.

Que tal, hein?

Você faz comigo o que eu faço com você.

Huuummm?

Eu não o leio, você não me lê?


Meus raciocínios são “distorcidos e simplórios”?

É mesmo?

E os seus são os de um militante, que acredita que os que não comungam de suas teses ou não pensaram o suficiente ou são movidos a má-fé — o que é um juízo tipicamente totalitário.

Quanto a chamar os leitores deste blog de “cambada”…

Eles terão com você a elegância que você não teve com eles.


Deixe que lhe diga algumas coisas, rapaz: eu e meus leitores, pouco importa o que pensemos (e cada um pensa por si mesmo), não o fazemos patrocinados pelo dinheiro público.

Faltam-lhe, para ser um servidor do estado, moderação, isenção, equilíbrio e vergonha na cara.

Eu sou um dos milhões de brasileiros que pagam o seu salário, seu bobalhão!

Dobre a sua língua!


Na sua função, é uma obrigação respeitar o ponto de vista de todos os brasileiros, guardados os parâmetros da legalidade.

Numa república verdadeiramente democrática, esse seu comentário deveria lhe render demissão sumária. Mas não na Repúbica dos Companheiros, que abriga a boçalidade militante, a sua inclusive.

De fato, não sou burro.

Mas você é.


Por que não usa a sua fúria contra a sua chefe, essa grande defensora de Cuba, aquele país que perseguiu e persegue os homossexuais, como você?

Esqueça este Reinaldo e vá ler outro, o Arenas.

Eu vou lhe dizer por que você não o faz: porque é covarde; porque não tem coragem de ir à luta; porque prefere ser um militante de uma causa abrigado no conforto que lhe confere o estado.

Sei bem qual é a sua. Você tem uma agenda. E prefere que ela vá sendo aplicada à socapa, na base de eufemismos.

O fato é que um grupo do partido ao qual você presta vassalagem quer o kit gay nas escolas — com todos os seus absurdos, dos morais aos pedagógicos, passando pelos matemáticos — e travestis (sim!) dando aula.

É a palavra que está disponível no “Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa”.

Ou, em breve, assistiremos a uma edição extra, revisada por Vidal Porto?


Não posso obrigá-lo a não me ler, é claro!

Mas fica aqui o convite, com sugestão de trilha sonora.

E convido-o também a ler o Código de Conduta dos servidores públicos. Aprenda a ser mais decoroso com o dinheiro público, rapaz!

E melhor fará se me tirar do seu radar.

Até porque nem me assusto nem me intimido com militância organizada.

Na verdade, isso até me anima.

Comentários — Atenção, minha querida “cambada”. Nada de chutar os países baixos de Vidal Porto. Vamos incentivá-lo a procurar páginas na Internet que satisfaçam seus anseios.



25/05/2012


* Que loucura o tomou, senhor?




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