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domingo, 1 de abril de 2012

"A palavra está com Demóstenes", diz Agripino


Presidente do DEM cobra resposta do senador sobre ligação com Carlinhos Cachoeira e diz que o caso precisa ser resolvido de forma rápida
Gabriel Castro
Com Demóstenes sangrando, torna-se mais evidente a falta de quadros de peso no DEM para reerguer o partido (AE)

A situação de Demóstenes Torres (DEM-GO) dentro de seu partido se agrava a cada dia.

O silêncio do senador e a enxurrada de novas denúncias têm minado o apoio ao parlamentar.

O presidente da legenda, José Agripino Maia, ainda espera a resposta que o colega prometeu dar na tribuna assim que tivesse acesso ao inquérito, o que já foi garantido: a defesa do senador terá o material em mãos nesta sexta-feira.

"Agora, a palavra está com ele, para cumprir aquilo que disse",
afirma Agripino.

Demóstenes, que tem se mantido em silêncio, havia prometido subir à tribuna para se defender assim que fosse informado das acusações.

De acordo com o comandante do DEM, as novas revelações tornam mais grave a situação do senador: "São fatos pesados que exigem esclarecimentos".

Agripino espera que Demóstenes apresente, já na semana que vem, sua versão dos fatos. A expectativa é de que, logo depois, a executiva da legenda se reúna para discutir o caso.

O encontro estava marcado para a próxima terça-feira, mas foi cancelado porque, com o feriado de Páscoa, muitos parlamentares estarão fora de Brasília.

Agripino diz que o veredito sobre Demóstenes deve ser dado nas próximas semanas. "É preciso que haja uma decisão rápida", afirmou.

Ele acredita que, dessa forma, não haja reflexos do caso sobre a imagem do partido nas eleições municipais – o primeiro passo da legenda na tentativa de se reerguer depois de sucessivos revezes nos últimos anos.

Ainda segundo o presidente do partido, o DEM não vai titubear se for preciso expulsar da sigla o senador, um dos nomes mais promissores do partido antes do surgimento do escândalo.
Acusações

Demóstenes Torres foi atingido em cheio pela operação Monte Carlo, da Polícia Federal. As autoridades desmontaram uma extensa rede criminosa comandada por Carlinhos Cachoeira, empresário e controlador da máfia dos caça-níqueis no estado de Goiás.

Foram presos policiais militares, civis e federais que tinham participação no esquema. Mas a maior surpresa veio de conversas entre Demóstenes Torres e Cachoeira, interceptadas pelos policiais.
 

Além de ter recebido do criminoso um presente de casamento no valor de 30 000 dólares, o senador foi flagrado pedindo auxílio financeiro e negociando o uso de um jatinho de Cachoeira.

O parlamentar também usou sua influência para facilitar negócios do chefe de quadrilha, que está preso.

Conversas reveladas pelo Jornal Nacional nesta quinta-feira tornaram a situação do senador ainda mais complicada.

Cachoeira aparece negociando recursos com comparsas e, em vários trechos, cita o nome do parlamentar. Carlinhos Cachoeira chega a falar em "um milhão do Demóstenes".

Horas antes, o PSOL entregou ao Conselho de Ética do Senado um pedido de abertura de processo por quebra de decoro parlamentar.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito contra o parlamentar.

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