"a corrupção é a Aids da nossa sociedade. Protejam-se"
Ingrid discursa no Congresso, em Bogotá
Ingrid Betancourt estava em poder das Farc desde 23 de fevereiro de 2002, época em que fazia campanha para as eleições presidenciais da Colômbia. Tem 46 anos, seis dos quais vividos no cativeiro. Fazia parte de um grupo de 40 prisioneiros políticos "passíveis de troca", e era considerada uma das reféns de maior importância política para as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.
Filha do ex-senador e diplomata Gabriel Betancourt e da ex-miss Colômbia Yolanda Pulecio, viveu em Paris durante a juventude, onde o pai era embaixador da Unesco. Nascida em Bogotá, Ingrid tinha nacionalidade franco-colombiana. Estudou Ciências Políticas no Instituto de Estudos Políticos de Paris e teve dois filhos - Melanie e Lorenzo Delloye-Betancourt - durante o primeiro casamento.
Começou sua carreira política na Câmara dos Representantes, depois de distribuir camisinhas nas ruas de Bogotá com o slogan: "a corrupção é a Aids da nossa sociedade. Protejam-se".
Na década de 90, trabalhou no Ministério das Finanças e foi eleita deputada pelo Partido Liberal. Em 1996, por causa de ameaças de morte, seu marido - Fabrice Delloye - e os filhos tiveram que se mudar para a Nova Zelândia. Em 1998, tornou-se senadora com 160 mil votos, o maior número entre os candidatos daquela eleição.
Ingrid foi seqüestrada pelas Farc durante campanha para a Presidência da Colômbia pelo Partido Oxigênio. Ela visitava a zona delimitada de São Vicente del Caguán mesmo com o pedido de autoridades para que não fosse à região. Depois de ter sua solicitação de transporte com um helicóptero militar negada, decidiu ir pela estrada. Ela e sua comitiva foram então seqüestradas pelas Farc.
O primeiro vídeo de Ingrid no cativeiro foi divulgado em julho de 2002. Em 2003, a França enviou um avião para tentar resgatá-la, mas a libertação não aconteceu . No vídeo de novembro de 2007, Ingrid apareceu visivelmente abatida. Mais tarde, em fevereiro de 2008, foi revelado que a ex-senadora está com hepatite B, desnutrição e saúde severamente debilitada. Segundo informações divulgadas pela mídia nos últimos meses, teria também leishmaniose, malária, problemas de insuficiência cardíaca e estaria psicologicamente abalada.
Relatos de ex-reféns e uma carta de sua mãe, Yolanda Pulecio, escrita em novembro de 2007, mostravam que Ingrid era exposta a constantes humilhações e punições no cativeiro.
No início de 2008, lideranças mundiais voltaram a se mobilizar por sua libertação.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, e sua esposa, Carla Bruni, participaram de uma marcha solidária em abril de 2008 em Paris pedindo sua libertação.
Em entrevista à revista GLOSS, a filha de Ingrid Betancourt, Melanie, de 22 anos, falou sobre a luta por sua libertação. "Às vezes, choro sozinha em meu quarto. Mas quando lembro dos momentos legais que passei com ela levanto a cabeça. Sigo adiante lutando por ela e, conseqüentemente, por mim...".
Da Redação* com informações de agências e de VEJA
1 comentários:
mulher de garra, estou lendo seu livro e indico a todos como exemplo de força, paciência entre outras qualidades para enfrentar qualquer barreira.
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