Ministro pede demissão uma semana após vir à tona polêmica envolvendo obra de edifício em Salvador onde ele teria apartamento; confira a carta de demissão
Tânia Monteiro e Carla Araújo
Estadão
Uma semana após o ministro da Cultura Marcelo Calero deixar o cargo, o ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima (PMDB) encaminhou nesta sexta-feira, 25, ao presidente Michel Temer (PMDB) sua carta de demissão, no intuito de tentar estancar a mais recente crise do governo do peemedebista.Com isso, já é o sexto ministro a deixar o governo Temer.
A Coluna do Estadão antecipou mais cedo que a carta de demissão já estava pronta e seria entregue hoje.
Calero deixou o cargo na sexta passada acusando Geddel de pressioná-lo para que o Iphan – submetido à Cultura – liberasse um empreendimento em Salvador onde ele possuiria um apartamento. No sábado, o ex-titular da Cultura chegou a depor na Polícia Federal alegando que até Temer teria o pressionado para ajudar Geddel no caso. O ex-ministro ainda gravou os diálogos que manteve com o presidente e outros ministros, como Eliseu Padilha, sobre o caso.
O agora ex-ministro volta para Salvador (BA) e, apesar de ter admitido possuir um apartamento no edifício e ter conversado com Calero, ele vem negando qualquer irregularidade. Na carta a Temer, ele chega a falar em “dimensão das interpretações dadas” e pede desculpas “aos que estão sendo por elas alcançados, mas o Brasil é maior do que tudo isso.”
Geddel explica que fez uma “profunda reflexão” sobre o quadro e decidiu, por isso, pedir exoneração “do honroso cargo que com dedicação venho exercendo.”
O material atualmente está sob análise da Procuradoria-Geral da República, que pode decidir abrir um inquérito contra Geddel.
Antes de Geddel e Calero, deixaram o governo Temer em meio polêmicas relacionadas, direta ou indiretamente, à Operação Lava Jato o senador Romero Jucá (PMDB), do Planejamento, e atualmente líder do governo no Senado; Fabiano Silveira, da Transparência; Henrique Alves (PMDB), do Turismo e Fábio Osório, da Advocacia-Geral da União.
O DEPOIMENTO DE CALERO QUE DERRUBOU GEDDEL:
25 Novembro 2016
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