O procurador da República Deltan Dallagnol.
Foto: Mateus Coutinho/Estadão
Foto: Mateus Coutinho/Estadão
Por Mateus Coutinho,
enviado especial a Curitiba
Estadão
Além do marqueteiro das campanhas de Lula e Dilma, força-tarefa acusa mais 16 investigados, entre eles o empreiteiro Marcelo Odebrecht, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari e a mulher de João Santana, Mônica Moura, que está fazendo delação premiada
A força-tarefa da Lava Jato apresentou nesta quinta-feira, 28, duas denúncias contra o casal de marqueteiros que atuou nas campanhas de Dilma Rousseff (2010 e 2014) e Lula (2006), João Santana e Mônica Moura. Uma das denúncias tem como alvo, além do casal, os funcionários do chamado “departamento da propina” da Odebrecht, revelado pelas operações Acarajé e Xepa e o empreiteiro Marcelo Odebrecht. Ao todo, são 17 denunciados nesta quinta, ainda não há detalhes sobre as acusações.
O empreiteiro Marcelo Odebrecht, preso desde 19 de junho de 2015, também é alvo de uma das denúncias, a terceira contra ele que já foi condenado em uma delas a 19 anos e quatro meses de prisão. O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, condenado a 15 anos de prisão na operação é outro alvo das duas denúncias. Também é alvo de uma das denúncias Maria Lúcia Tavares, secretária que atuava no “departamento da propina” da Odebrecht e fez delação premiada revelando como funcionava os repasses de propinas da maior empreiteira do País por meio de apelidos com referências a alimentos e até um software específico. é alvo de uma das denúncias.VEJA A LISTA DOS DENUNCIADOS:
denunciados
Os procuradores da República em Curitiba, responsáveis pela investigação na primeira instância, concluíram nesta manhã as acusações que devem ser protocoladas à tarde na 13ª Vara Federal de Curitiba, do juiz Sérgio Moro. Uma das denúncias chegou a ser oferecida em março, mas como o juiz Sérgio Moro teve de remeter as investigações para o Supremo, a acusação não chegou a ser analisada. Agora, por decisão do STF, o caso voltou para a primeira instância e será avaliado por Moro.
Até o momento ainda não há informações sobre as denúncias. São as primeiras acusações formais desde que a Lava Jato avançou sobre o “departamento de propinas” da Odebrecht e sobre o ex-senador Gim Argello (PTB), preso preventivamente sob suspeita de receber R$ 5,3 milhões para evitar a convocação de empreiteiros nas CPIs que investigaram a Petrobrás no Senado e no Congresso em 2014.
Com as denúncias de hoje, chegam a 39 as acusações da Lava Jato contra investigados acusados de crimes como corrupção, lavagem de dinheiro, formação de organização criminosa, tráfico de drogas, crimes contra o sistema financeiro, dentre outros. Das 39 acusações, o juiz Sérgio Moro já proferiu sentença em 18 ações penais, contabilizando 93 condenações cujas penas somadas chegam a 990 anos e sete meses de prisão.
Os investigadores apontaram o pagamento de R$ 6,4 bilhões em propinas, dos quais ao menos R$ 2,9 bilhões já foram recuperados por meio de acordos de colaboração premiada. Ao todo, segundo o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, já são 65 acordos de colaboração firmados no âmbito da operação, a maior do País.
28 de abril de 2016
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