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terça-feira, 20 de outubro de 2015

Acusação de propina para nora de Lula é enviada a Moro


PF e MPF investigarão suspeitas sobre pecuarista amigo do ex-presidente

Por Jailton de Carvalho
O Globo

O ministro do STF, Teori Zavascki
André Coelho / 10-02-2015 / Agência O Globo

BRASÍLIA - O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), enviou para o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, trechos da delação premiada em que o lobista Fernando Soares, o Baiano, acusa o empresário José Carlos Bumlai de pedir propina de R$ 2 milhões em nome de uma das noras do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A partir de agora as acusações do lobista serão investigadas pela Polícia Federal e pela força-tarefa do Ministério Público Federal em Curitiba. Até recentemente um dos mais ricos pecuaristas do país, Bumlai tinha acesso livre ao Palácio do Planalto no período em que Lula era presidente.

Em um dos depoimentos que prestou a uma equipe da Procuradoria-Geral da República após acordo de delação premiada, Baiano disse que pagou comissão de R$ 2 milhões para Bumlai ajudar na intermediação de um contrato entre a OSX, do empresário Eike Batista, com a Sete Brasil e a Petrobras. A OSX tinha interesse em atuar como parceira da Sete Brasil em alguns dos contratos com a Petrobras. O negócio não se concretizou, mas ainda assim Baiano teria repassado o dinheiro a Bumlai.

TRÁFICO DE INFLUÊNCIA

Segundo Baiano, Bumlai teria dito que precisava do dinheiro para pagar despesas com um imóvel de uma das noras do ex-presidente. Segundo a edição de quinta-feira do “Jornal Nacional”, da Rede Globo, Baiano disse que, durante as tratativas de interesse da OSX, Lula teria se reunido três vezes com o presidente da Sete Brasil. O lobista contou ainda que, no começo das conversas com Bumlai, o pecuarista cobrou R$ 3 milhões, mas depois houve um acerto em torno de R$ 2 milhões.

De acordo com uma fonte que acompanha o caso de perto, o pagamento da propina teria sido disfarçado numa transação vinculada à usina São Fernando, que à época pertencia a Bumlai. O MP e a PF querem saber agora se Bumlai praticou tráfico de influência para tentar favorecer a OSX ou se “vendeu fumaça”, ou seja, ofereceu ao lobista um prestígio que não tinha. Na delação, Baiano cita o nome da nora do ex-presidente mencionada por Bumlai. Lula tem quatro noras.

Quando o caso veio a público, o ex-presidente disse que não autorizou Bumlai a falar em nome dele em nenhum momento.

20/10/2015


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