Por Reinaldo Azevedo
O
petista José Dirceu, que se preparava — já chego lá — para disputar
novas posições de poder no PT, é um dos investigados da Operação Lava
Jato. Vai ver está aí o motivo que o levou a procurar Lula não faz
tempo, sem sucesso, conforme revelou a revista VEJA. O Poderoso Chefão
pôs o faz-tudo Paulo Okamotto para falar com o Zé. Nunca foi do tipo que
se jogou no mar para salvar um amigo ou aliado. Eh, Zé Dirceu! O homem
que nunca teve um trabalho formal, ora vejam!, tornou-se um dos
consultores mais bem-sucedidos do país assim que deixou a chefia da Casa
Civil, onde ficou de 1º de janeiro de 2003 a 21 de junho de 2005. Ele
próprio revelou, certa feita, a razão de seu sucesso como “consultor”.
Em entrevista à
revista Playboy em julho de 2007, o repórter quis saber se o fato de
ele ter passado pelo governo facilitava o seu trabalho. A resposta foi
espantosa. Disse ele:
“O Fernando Henrique pode cobrar R$ 85
mil por palestra, e eu não posso fazer consultoria? No fundo, o que eu
faço é isso: analiso a situação, aconselho. Se eu fizesse lobby, o
presidente saberia no outro dia. Porque, no governo, quando eu dou um
telefonema, modéstia à parte, é um telefonema! As empresas que trabalham
comigo estão satisfeitas. E eu procuro trabalhar mais com empresas
privadas do que com empresas que têm relações com o governo.”
Vamos ver.
FHC deixou a Presidência em 2002. Todos os que o convidavam e convidam
para palestras — e palestra não é consultoria — sabem que ele não tem
nenhuma influência no Planalto. Será que alguém faz um convite ao tucano
esperando que ele dê “um telefonema” ao governo, como o petista
admitiu, então, fazer? Em agosto de 2011, reportagem da VEJA revelou
que, mesmo processado pelo STF, Dirceu mantinha em Brasília uma espécie
de governo paralelo.
O centro
clandestino de poder ocupava um quarto no hotel Naoum. O nome do Zé não
contava da lista de hóspedes. Quem pagava as diárias (R$ 500) era um
escritório de advocacia chamado Tessele & Madalena. Um dos sócios da
empresa, Hélio Madalena, já foi assessor de Dirceu. O seu trabalho mais
notável foi fazer lobby para que o Brasil desse asilo ao mafioso russo
Boris Berenzovski. Tudo gente fina!
A revista
revelou, então, que, em apenas três dias, entre 6 e 8 de julho de 2011, o
homem recebeu uma penca de poderosos. Prestem atenção a alguns nomes
da lista de notáveis que foram beijar a mão do Zé, com os cargos que
exerciam então: Fernando Pimentel, ministro da Indústria e Comércio;
José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras; e os senadores Walter
Pinheiro (PT-BA); Lindbergh Farias (PT-RJ); Delcídio Amaral (PT-MS) e
Eduardo Braga (PMDB-AM).
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