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sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Começou a derrocada da Louca de Buenos Aires – 700 mil nas ruas contra Cristina



Por Reinaldo Azevedo
VEJA.com

Cerca de 700.000 pessoas, segundo cálculo do governo provincial de Buenos Aires, lotaram as ruas centrais da capital argentina na noite desta quinta-feira para protestar contra o governo Cristina Kirchner. Houve ainda concentrações populares em Córdoba, Mendoza, Rosário e Bariloche. Convocada pelas redes sociais, a mobilização tem o mesmo espírito do protesto realizado em 13 de setembro, último grande “panelaço” contra as políticas do governo argentino.


A manifestação desta quinta foi apelidada de 8N, uma referência ao dia 8 de novembro – e uma ironia ao 7D, sigla escolhida pela presidente para se referir a 7 de dezembro, data que ela impôs para que as empresas de comunicação se adaptassem à nova legislação do setor, a chamada “Lei de Meios”.

Os protestos interromperam o trânsito em uma das principais avenidas da capital, a 9 de Julho, onde fica o Obelisco, informou o jornal La Nación. Os cartazes exibiam críticas à alta inflação, situação da economia, falta de segurança, aos casos de corrupção e à proposta de permitir que a presidente se candidate mais uma vez à reeleição, o que daria a ela a possibilidade de um terceiro mandato, atualmente vedado pela Constituição.


Oposição Antes da data marcada para o protesto, grupos ligados ao governo acusaram a imprensa e a oposição, que governa a província de Buenos Aires, de incentivar a marcha. A maior parte dos políticos opositores deu seu aval à manifestação, mas resolveu não participar para não tirar a legitimidade popular do movimento, segundo o jornal Clarín.

Citando fontes do governo, o jornal informou que a segurança foi reforçada na Praça de Maio, onde fica a Casa Rosada, sede do poder Executivo, e na residência presidencial de Olivos, na província de Buenos Aires, de onde Cristina Kirchner acompanhou o movimento. Milhares de manifestantes também se concentraram em frente à residência oficial em Olivos.

“Piores momentos” A presidente, que participou de dois eventos nesta quinta, evitou falar especificamente sobre o “panelaço”. Durante o dia, o mais perto que chegou de mencionar a manifestação foi ao inaugurar um espaço cultural que leva o nome do seu marido Néstor Kirchner, morto em 2010. Ela disse que Néstor lhe deixou a lição de que é preciso lutar sempre, mesmo nos “piores momentos”.




“É nos piores momentos que se conhecem os verdadeiros dirigentes de um país”, declarou a presidente, que ainda ressaltou o fato da Argentina viver uma “democracia total” e “uma liberdade de expressão nunca vista antes” – uma conclusão contrariada pelas atitudes de seu governo, que persegue a imprensa independente.

Além dos protestos em Buenos Aires e outras grandes cidades, argentinos residentes em outros países também realizaram manifestações nesta quinta-feira em lugares como Itália, França, Austrália, Holanda, Chile, Colômbia, Estados Unidos, Azerbaijão, Canadá e Áustria.


09/11/2012


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