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sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A tragédia do PT em três atos. Ou: A máfia e seus cúmplices


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Por Rodrigo Constantino

No começo, o Partido dos Trabalhadores foi fundado com base em utopias, uma bandeira ética e um foco no social. Muito ali já era passível de críticas por pessoas mais esclarecidas. Afinal, o PT bebia na fonte esquerdista, com alas bem radicais que pregavam até o fracassado socialismo.

Mas é inegável que pode ter atraído – e atraiu – muita gente séria, com boas intenções, apenas equivocadas do ponto de vista ideológico. Nascia, então, um novo partido político, com muitos simpatizantes voluntários, com adesão orgânica, com intelectuais dando suporte acadêmico para suas bandeiras (erradas).

Após muitas tentativas, o PT finalmente chegou ao poder. Vale notar aqui que sua bandeira da ética já era apenas retórica, estava esgarçada, como ocorre hoje com o PSOL. A simbiose com o jogo do bicho, por exemplo, veio desde o começo. Lula não foi corrompido pelo poder como alguns alegam; ele chegou lá corrompido.

À cúpula partidária interessava somente o poder, mas uma enorme massa de simpatizantes ainda depositava esperança em seus ideais. Desconheciam o que se passava por baixo dos panos, como hoje os seguidores do PSOL mais inocentes.

À medida em que os podres foram vindo à tona e que ficou claro não ser o PT um partido diferente do ponto de vista ético, uma debandada ocorreu. Os simpatizantes do começo saíram. Restaram os mais fanáticos de esquerda e a cúpula oportunista. O PT se transformava em uma seita religiosa, com fieis cegos.

Ao longo de doze anos no poder, as máscaras que restaram foram todas caindo, uma a uma. Um grande escândalo de corrupção por ano, ao menos. A alta cúpula julgada, condenada e presa. Velhos inimigos se tornaram os novos aliados: Maluf, Collor, Sarney, Renan Calheiros, Jader Barbalho. Lula estava disposto a se unir a Judas para “governar”.

Mas até os fieis foram abrindo os olhos. Para tudo há limite. Não dava mais para acreditar que toda essa podridão era apenas um meio sujo para um fim nobre. Não havia fim nobre algum! Era o poder pelo poder, a corrupção pelo enriquecimento ilícito. O próprio Lula se tornou uma espécie de nababo, criando gosto pelo luxo, pelo estilo de vida dos reis e faraós.

O PT deixava de ser uma seita, e passava a ser apenas uma máfia, um ajuntamento criminoso. Perdia seus fieis, e conseguia reter apenas cúmplices, sócios interessados no butim, na pilhagem da coisa pública, nada mais. É o triste quadro atual daquilo que outrora alimentou a esperança de tanta gente inocente.

Fundadores do partido, que se elegeram por ele, como a ex-deputada federal Sandra Starling, chegaram a declarar voto em Aécio Neves, cansados da podridão no PT. Sandra diz que o PT se perdeu quando Lula resolveu ser o dono do partido. Chico de Olveira, outro fundador do PT, afirmou categoricamente: “Lula não tem caráter, Lula é um oportunista”. Vejam:
                 


O PT começou com presos políticos, e vai acabar com vários políticos presos. Alguns já foram, faltam muitos outros. O partido dos trabalhadores que não gostam de trabalhar, dos estudantes que não gostam de estudar, e dos intelectuais que não gostam de pensar chega a um momento crítico de sua trajetória.

É uma tragédia para todos aqueles que acreditaram em seus ideais um dia, e se dedicaram na construção do partido. Deve ser muito triste ver no que o PT se transformou. Que sirva de lição para todos aqueles que sonham com as mudanças por meio do PSOL, o PT de ontem…

24/10/2014

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