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segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Oposição quer ouvir Tuma Jr. sobre 'livro-bomba'


Ex-secretário nacional de Justiça afirmou em entrevista a VEJA que recebia ordens do governo Lula para produzir dossiês contra adversários políticos

Veja.com
 
APARELHO CLANDESTINO - Romeu Tuma Junior: "Recebi ordens para produzir e esquentar dossiês contra uma lista inteira de adversários do governo" (Paulo Vitale)

Os partidos de oposição – PSDB, DEM e PPS – no Congresso tentarão convocar o ex-secretário nacional de Justiça Romeu Tuma Junior para dar mais detalhes das revelações feitas no livro "Assassinato de Reputações – Um Crime de Estado", que chegará às livrarias nesta semana. Conforme revelou VEJA, o autor afirmou que recebeu ordens enquanto esteve no cargo para "produzir e esquentar" dossiês contra adversários do governo Lula.

Durante três anos, Tuma Junior comandou a Secretaria Nacional de Justiça, cuja mais delicada tarefa era coordenar as equipes para rastrear e recuperar no exterior dinheiro desviado por políticos e empresários corruptos. Pela natureza de suas atividades, Tuma ouviu confidências e teve contato com alguns dos segredos mais bem guardados do país, mas também experimentou um outro lado do poder — um lado sem escrúpulos, sem lei, no qual o governo é usado para proteger os amigos e triturar aqueles que são considerados inimigos. Entre 2007 e 2010, período em que comandou a secretaria, o delegado testemunhou o funcionamento desse aparelho clandestino que usava as engrenagens oficiais do Estado para fustigar os adversários.

"É importante aprofundar questões colocadas por Tuma Junior no livro. Ele retirou do armário alguns esqueletos que ainda não foram totalmente retirados", disse o senador Alvaro Dias (PSDB-PR). Para o tucano, o ideal é que Tuma Júnior preste depoimento à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. "É preciso ver se ele tem documentos que possam dar credibilidade às denúncias. Ele é um policial experiente, não faria isso (denunciar) sem ter algum material (que comprove as acusações)", disse. "Ouvindo o Tuma oficialmente, teremos subsídios para protocolar a denúncia na Procuradoria Geral da República (PGR) e instaurar inquéritos."

O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), afirmou que o partido apresentará requerimento na Comissão de Segurança Pública para ouvir o delegado. “As denúncias apresentadas, se confirmadas, tem um caráter explosivo que pode superar até o mensalão. O uso do aparelho do Estado para perseguir e investigar ilegalmente adversário políticos é uma prática inescrupulosa típica de ditaduras. Não podemos admitir isso e pretendemos trazer Tuma até a Câmara para ouvir todo o seu relato”, afirmou Bueno. “O primeiro passo é ouvir Tuma. E, diante de denúncias desse tipo, acredito que uma CPI precisa ser aprovada imediatamente."

Nesta segunda-feira, o líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), também apresentará requerimento convidando Tuma Júnior para comparecer à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle.
(Com Estadão Conteúdo)

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