Gênio do mal
Foi um ato de muita irresponsabilidade e precipitação a divulgação de conclusões preliminares sobre o crime ocorrido na Zona Norte da capital paulista, em que um casal de policiais militares, um menor e dois parentes foram encontrados mortos na última segunda-feira (5).
Passadas algumas horas do crime, autoridades passaram a creditar o feito ao menor Marcelo Pesseghini, de 13 anos, filho do casal Luiz Marcelo e Andréia Pesseghini, sargento e cabo da Polícia Militar de São Paulo, respectivamente.
A polícia paulista afirma que Marcelo Pesseghini agiu de forma premeditada e com frieza ao executar os pais e duas mulheres da família que moravam no mesmo imóvel.
Enquanto as autoridades insistem na tese de que Marcelo usou uma pistola automática (.40) para eliminar a família e horas mais tarde cometer suicídio, exames preliminares realizados no local do crime não constataram resíduos de pólvora nas mãos do garoto, que era canhoto.
Fora isso, a polícia encontrou no carro da família um par de luvas, que será submetido a análise pericial.
A arma, que pertencia à policial militar Andréia Pesseghini, foi encontrada sob o corpo de Marcelo, o que não permite concluir que ele tenha sido o autor dos disparos.
Uma criança de 13 anos que atira contra a própria cabeça não morre com a arma em punho e o dedo no gatilho, como revela a polícia ao apontar Marcelo como culpado.
Muito interessado em jogos eletrônicos, com predileção pelos de violência, Marcelo Pesseghini era um garoto calmo e de físico nada avantajado, o que reforça a suspeita de que outra pessoa possa ter cometido o crime, pois a arma utilizada pelo assassino exige conhecimento para manuseá-la e estrutura corporal mais desenvolvida para suportar o tranco provocado no momento do disparo.
Com o avanço da última segunda-feira, dia em que os corpos foram encontrados, a polícia informou que durante a madrugada Marcelo saiu com o carro da família, que foi deixado próximo à escola onde o jovem estudava.
Na quarta-feira (7), a polícia mudou o discurso e informou que não há imagens que comprovem que Marcelo saiu com o carro da família Pesseghini naquela noite.
Um detalhe importante, não considerado logo de início, dá conta que a cabo Andréia Pesseghini, que atuava em setor administrativo da PM, investigava casos de corrupção envolvendo policiais militares, acusados de participação na exploração de máquinas caça-níquel.
Andréia chegou a denunciar os colegas de corporação após o término das investigações, ingrediente que não pode ser desconsiderado no decorrer da apuração.
É natural que a PM queira desviar o foco de um crime que tem todos os ingredientes para um filme de suspense e pode colocar a corporação na berlinda, mas é preciso reconhecer que há algo estranho e muito grave nessa tragédia.
A PM de chofre descartou a possibilidade de uma ação com a chancela de alguma facção criminosa, mas essa hipótese deve ser mantida no cenário da investigação até a sua conclusão.
Por certo o desfecho do crime será coberto por mistério e afirmações inverossímeis, até porque é preciso manter a cortina de fumaça, mas para o editor do ucho.info, que há muito dedica-se também ao jornalismo investigativo, não pode ser ignorada a possibilidade de envolvimento de gente grande e poderosa no crime.
O autor da tragédia, ou até mesmo o mandante, possivelmente é dono de extenso e camuflado histórico de crimes e transgressões, que ao ser descoberto decidiu eliminar pessoas que atrapalhavam seu caminho.
Acreditar que um garoto de 13 anos seria capaz de agir dessa maneira é estar com a imaginação nos mais altos índices de fertilidade.
Se de fato Marcelo Pesseghini foi o autor dos crimes, a psicose livrou a população de um serial killer com todas as letras.
Mesmo assim, o ucho.info insiste em afirmar que no mínimo a história é muitíssimo mal contada e que o enredo do crime, se não for de encomenda, é obra de profissional.08/08/2013
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
Caso de assassinato de policiais, em SP, é marcado por suspense e ficção para proteger o autor
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