Candido Vaccarezza (PT-SP) não é mais o líder do governo na Câmara
Foi defenestrado junto com seu congênere no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), substituído pelo também peemedebista Eduardo Braga (AM)
Não se sabe ainda que petista ocupará o lugar de Vaccarezza. Leiam trecho da reportagem de Maria Clara Cabral, na Folha Online. Volto em seguida.
Apesar de claramente emocionado, o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) afirmou nesta terça-feira (13) que deixa a liderança do governo na Câmara sem ressentimentos e que continuará sendo um soldado da presidente Dilma Rousseff.
“Encaro isso sem ressentimento, sem mágoas e com naturalidade”, disse. Para o deputado, sua saída acontece por motivação política, não por derrotas pessoais, já que, segundo ele, o governo só “teve vitórias” na Câmara.
O petista admite, porém, não saber onde a presidente “quer chegar” ao dizer que vai fazer um rodízio nas lideranças.
Vaccarezza admitiu ainda que sua substituição pode causar um estremecimento na Câmara, sem votações importantes nesta semana. “Eu era amigo pessoal dos líderes, até mesmo da oposição, por isso [um estremecimento] é natural. Mas a partir da semana que vem já vai ser tranquilo”, justificou.
O petista demonstrou mágoa ainda ao admitir que soube da sua substituição pela imprensa.
Ele foi chamado ontem para uma conversa de uma hora e meia com Dilma na manhã de hoje. “Não acho que foi uma boa conduta dessas pessoas [que vazaram sobre a sua demissão], mas tenho certeza que isso não contou com o apoio de Dilma”, afirmou.
(…)
Voltei
Como se vê, Vaccarezza não está nem “com ressentimento nem com mágoa”, mas não sabe aonde Dilma quer chegar. Vale dizer: está ressentido e magoado. Se ele, líder do governo na Câmara não sabe — e, a rigor, foi o último a saber da própria demissão —, imaginem os outros. Reparem: existe um mal-estar, um malaise, na relação de Dilma com o Congresso sem que os partidos consigam dizer exatamente o que está pegando. O dilmismo, vocês já notaram, tenta nos fazer crer que a governanta é ética e durona demais para o Congresso que está aí — leia-se: base aliada.
Afinal, não é a oposição que cria problemas à Soberana, certo?
Ocorre que o busílis é outro: o governo é inoperante, e o que tentam passar por “seriedade” da mandatária, vênia máxima, é outra coisa: ela é, isto sim, centralizadora, porém paralisante. O governo não deslancha, e até os petistas ficam um pouco aflitos.
Não estou entre aqueles que consideram Vaccarezza um exemplo de eficiência e habilidade.
A declaração feita por ele ontem, incitando um confronto com o Supremo — e ainda era líder do governo —, fala por si mesma.
Mas também não vislumbro ninguém com talento para fazer algo muito melhor.
13/03/2012
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