O regresso ao picadeiro foi ainda mais bisonho que o numerito de estreia.
Parlamentares oposicionistas escancararam a fábrica de mentiras e ampliaram o acervo de bandalheiras.
Os companheiros do PT nem deram as caras, os parceiros da base alugada resolveram antecipar o fim de semana.
Dos três senadores do PDT, um desejou boa sorte ao presidente licenciado e dois recomendaram que caia fora do primeiro escalão federal.
Nesta quinta-feira, durante o depoimento no Senado, Carlos Lupi só foi consolado pela solidariedade silenciosa do ex-suplente Wellington Salgado, o Rapunzel de Bordel, e pela estridência velhaca do representante do PCdoB, Inácio Arruda.
O Clube dos Cafajestes e a Irmandade dos Órfãos da Albânia.
Tudo a ver.
Morto insepulto em adiantado estado de decomposição, o que anima o ainda ministro do Trabalho a apodrecer em público, perseguindo pateticamente a ressurreição impossível?
“Ela quer que eu fique”, disse no meio da discurseira.
Ela.
Dilma Rousseff.
O que ouviu exatamente?, quis saber um senador. “Só posso me limitar a dizer que ela pediu que eu continuasse”, fez mistério o depoente, caprichando na pose de quem parou de tratar de assuntos íntimos na frente dos outros.
Há uma semana, na Câmara, o galã de bolerão acusou-se de amar a presidente da República.
Nesta quinta-feira, no Senado, o rufião de botequim acusou-a de querer que fique onde está.
A segunda revelação é mais constrangedora que a primeira.
Até agora, imaginava-se que a vassoura da faxineira de araque só saía do armário na hora de varrer sujeiras para baixo do tapete.
Graças a Lupi, descobriu-se uma segunda serventia: em situações de alto risco, é transformada na muleta que mantém de pé um entulho apaixonado.
17/11/2011
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