Assim que Temer chegar a Brasília, Dilma vai sacramentar a demissão do ministro do Turismo
Gabriel Castro e Adriana Caitano
O ministro do Turismo, Pedro Novais:
fim da linha
( Roberto Stuckert Filho/PR)
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( Roberto Stuckert Filho/PR)
O ministro do Turismo, Pedro Novais, já prepara sua carta de demissão, que será entregue ao Planalto nesta quarta-feira. Sem o apoio do PMDB, Novais sucumbe um mês depois de o ministério ter sido atingido por uma enxurrada de denúncias. Em uma conversa na manhã desta quarta, líderes do PMDB decidiram retirar o apoio à permanência de Pedro Novais e passaram a articular nomes para substituir o ministro.
O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves, esteve por volta do meio dia com Pedro Novais, na sede do Ministério do Turismo. Oficialmente, Alves diz ter ido levar a "solidariedade" da bancada do PMDB na Câmara ao correligionário. Nos bastidores, sabe-se que os dois ajustaram os detalhes para a saída de Novais.
"Nós o deixamos à vontade. Ele é um homem vivido, experiente e sabe julgar a hora de tomar uma decisão", disse Alves ao retornar para o Congresso. "Pedimos que ele analisasse a situação e ouvisse os amigos. Apoiaremos Novais na decisão que ele tomar. Ele sabe que não nasceu ministro. Esse é um momento da vida dele."
Conforme noticiou a coluna Radar on-line, o vice-presidente Michel Temer chega a Brasília por volta de 16 horas e Dilma já avisou que vai conversar com Novais nesta tarde. Temer esteve internado em São Paulo por causa de uma infecção intestinal. Mais, cedo, ao participar de um seminário em Brasília, Dilma disse que cobraria explicações do ministro.
"Primeiro a gente pede as explicações. Vamos encaminhar isso hoje, avaliar qual a situação e tomar as medidas cabíveis de forma muito tranquila”, afirmou a presidente.
Entre os nomes cotados para a sucessão de Pedro Novais estão o capixaba Lelo Coimbra e o mineiro Leonardo Quintão. Se o PMDB não apresentar logo um nome de consenso, Dilma deve optar pelo senador Eduardo Braga. Novais está à deriva no cargo há mais de um mês por denúncias de irregularidades e corrupção. Nesta quarta-feira veio à tona mais um caso claro de má aplicação do dinheiro público pelo ministro: a mulher dele usou um funcionário da Câmara dos Deputados como motorista particular.
Novais não parece tão afeito ao cargo. Na terça à noite, procurado por Henrique Eduardo Alves para explicar as irregularidades na contratação de seus funcionários, saiu-se com a seguinte justificativa, conforme informou o Radar on-line: "Não pedi para ser ministro."
O presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp, esteve com a presidente Dilma Rousseff no final da manhã.
Ele acompanhou a reunião de Dilma com o governador de Rondônia, Confúcio Moura. Na saída, evitou entrar em detalhes sobre a situação de Pedro Novais.
"Vamos falar com as lideranças na Câmara e com o vice-presidente Michel Temer. Aguardamos esclarecimentos."
Questionado se não se preocupava com a imagem do PMDB após o afastamento de dois ministros por corrupção e irregularidades,
Raupp respondeu: "Não se pode comprometer uma legenda por causa de uma pessoa."
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