O CapitÓlio mAIS lONGE da ESQUERDA SUL-AMERICANA
Os republicanos têm posições mais duras quanto aos países sul-americanos governados pela esquerda antiamericanista
Por FRANCISCO VIANNA,
com base no noticiario internacional.
com base no noticiario internacional.
Com a vitória significativa dos Republicanos nas eleições legislativas intermediárias do início desse mês e mesmo antes de assumir o controle e a direção da Câmara dos Representantes (espécie de ‘deputados federais’) do Congresso Americano (Capitólio) e de suas comissões mais importantes, a oposição a Obama começa a ensaiar a exigência de uma política externa mais contundente com os governos de esquerda da América latina, principalmente os que têm adotado uma conduta antiamericanista, a ser posta em prática a partir de janeiro próximo.
É o que se infere das declarações da Representante Republicana Ileana Ros-Lehtinen, que em janeiro próximo deverá presidir a Comissão de Relações Exteriores do Congresso em substituição a atual Democrata Howard Berman.
Segundo ela, “é necessário reformular a política externa para a região e enfrentar eficazmente os governos de esquerda hostis aos EUA, como o da Venezuela, do Equador, da Bolívia, de Cuba e da Nicarágua".
Ao que parece, o endurecimento das relações com tais países poderá ser apenas o início da reviravolta estratégica dos legisladores americanos.
A conduta de países como a Argentina, o Brasil, o Uruguai, e o Paraguai irá determinar também o endurecimento ou o favorecimento das novas políticas externas norte-americanas, principalmente pela maneira como se envolverem em eventual apoio aos países ostensivamente antiamericanos.
Esperam-se, sem dúvida, maiores dificuldades de “sintonia” entre o Congresso dos EUA e os países latino-americanos que cerrarem fileiras com aqueles países.
Os congressistas parecem ter perdido a paciência com Venezuela, Cuba e Bolívia, principalmente, e poderão engrossar esse ‘bloco’ com os governos de esquerda que se mostrarem inamistosos com relação a Washington e poderão desatar consequências ruins na área militar e comercial.
Os cientistas políticos de plantão já consideram provável que o Congresso americano adote legislações restritivas ao comércio internacional daqueles países, que poderão ser estendidas aos demais que os vierem a apoiar, como é o caso do Brasil e de outros governados pela esquerda no cone sul.
Fora dessa possível “lista negra”, estão: Chile, Honduras e Colômbia, que deverão, por isso mesmo, merecer uma atenção especial dos legisladores de Washington.
Brasília e Buenos Aires, certamente, sofrerão com tais mudanças no Congresso Americano, a não ser que adotem posturas favoráveis e amistosas que os congressistas esperam deva existir de parte a parte.
“Não se trata de se ‘alinharem’ ou não com Washington, mas se não houver reciprocidade, esses países não poderão contar com a ajuda norte-americana para nada”, declarou um alto funcionário da ‘House’ (Câmara dos Representantes do Capitólio.
As mudanças previstas só começarão no início do próximo ano, mas o tom já começou a mudar no fim da última semana, quando Ros-Lehtinen atacou a política de Obama – ou a falta de uma política – para a região, e conclamou seus colegas congressistas a adotarem posições ‘mais rígidas’ para os países hostis e ‘mais vantajosas’ para os amigáveis.
"É preciso ser duro com quem – como Hugo Chávez – manipula o sistema democrático de seu país para servir a seus propósitos autocráticos.
Na verdade, Chávez não tem sido o único", disse a Representante Republicana, numa referencia indireta à Bolívia, Equador, Nicarágua, e Cuba.
“Atitudes de governos de esquerda com relação ao Irã, por exemplo, são irresponsáveis e inaceitáveis e esses governos não devem esperar qualquer favorecimento por parte dos EUA e sim, inversamente, medidas que poderão até limitar as importações americanas de seus produtos”, acrescentou.
Já o especialista em relações internacionais, Steve Clemons, da New America Foundation, relativiza o impacto regional desta nova realidade parlamentar americana dizendo que é o Departamento de Estado que executa a política externa.
"A chave das relações bilaterais está no Poder Executivo, e não no Congresso", disse Clemons, embora admitindo que, de fato, poderá haver uma "pressão" considerável sobre a Casa Branca por parte do Capitólio.
Una pressão que pode custar caro aos países que se mostrarem hostis aos EUA.
Saudações,
Francisco Vianna
21 de novembro de 2010
21 de novembro de 2010
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