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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O CAPITÓLIO MAIS LONGE DA ESQUERDA SUL-AMERICANA


O CapitÓlio mAIS lONGE da ESQUERDA SUL-AMERICANA

Os republicanos têm posições mais duras quanto aos países sul-americanos governados pela esquerda antiamericanista


Por FRANCISCO VIANNA,
com base no noticiario internacional.

Com a vitória significativa dos Republicanos nas eleições legislativas intermediárias do início desse mês e mesmo antes de assumir o controle e a direção da Câmara dos Representantes (espécie de ‘deputados federais’) do Congresso Americano (Capitólio) e de suas comissões mais importantes, a oposição a Obama começa a ensaiar a exigência de uma política externa mais contundente com os governos de esquerda da América latina, principalmente os que têm adotado uma conduta antiamericanista, a ser posta em prática a partir de janeiro próximo.

É o que se infere das declarações da Representante Republicana Ileana Ros-Lehtinen, que em janeiro próximo deverá presidir a Comissão de Relações Exteriores do Congresso em substituição a atual Democrata Howard Berman.

Segundo ela, “é necessário reformular a política externa para a região e enfrentar eficazmente os governos de esquerda hostis aos EUA, como o da Venezuela, do Equador, da Bolívia, de Cuba e da Nicarágua".
Ao que parece, o endurecimento das relações com tais países poderá ser apenas o início da reviravolta estratégica dos legisladores americanos.

A conduta de países como a Argentina, o Brasil, o Uruguai, e o Paraguai irá determinar também o endurecimento ou o favorecimento das novas políticas externas norte-americanas, principalmente pela maneira como se envolverem em eventual apoio aos países ostensivamente antiamericanos.

Esperam-se, sem dúvida, maiores dificuldades de “sintonia” entre o Congresso dos EUA e os países latino-americanos que cerrarem fileiras com aqueles países.

Os congressistas parecem ter perdido a paciência com Venezuela, Cuba e Bolívia, principalmente, e poderão engrossar esse ‘bloco’ com os governos de esquerda que se mostrarem inamistosos com relação a Washington e poderão desatar consequências ruins na área militar e comercial.

Os cientistas políticos de plantão já consideram provável que o Congresso americano adote legislações restritivas ao comércio internacional daqueles países, que poderão ser estendidas aos demais que os vierem a apoiar, como é o caso do Brasil e de outros governados pela esquerda no cone sul.

Fora dessa possível “lista negra”, estão: Chile, Honduras e Colômbia, que deverão, por isso mesmo, merecer uma atenção especial dos legisladores de Washington.

Brasília e Buenos Aires, certamente, sofrerão com tais mudanças no Congresso Americano, a não ser que adotem posturas favoráveis e amistosas que os congressistas esperam deva existir de parte a parte.
“Não se trata de se ‘alinharem’ ou não com Washington, mas se não houver reciprocidade, esses países não poderão contar com a ajuda norte-americana para nada”, declarou um alto funcionário da ‘House’ (Câmara dos Representantes do Capitólio.

As mudanças previstas só começarão no início do próximo ano, mas o tom já começou a mudar no fim da última semana, quando Ros-Lehtinen atacou a política de Obama – ou a falta de uma política – para a região, e conclamou seus colegas congressistas a adotarem posições ‘mais rígidas’ para os países hostis e ‘mais vantajosas’ para os amigáveis.

"É preciso ser duro com quem – como Hugo Chávez – manipula o sistema democrático de seu país para servir a seus propósitos autocráticos.

Na verdade, Chávez não tem sido o único", disse a Representante Republicana, numa referencia indireta à Bolívia, Equador, Nicarágua, e Cuba.

“Atitudes de governos de esquerda com relação ao Irã, por exemplo, são irresponsáveis e inaceitáveis e esses governos não devem esperar qualquer favorecimento por parte dos EUA e sim, inversamente, medidas que poderão até limitar as importações americanas de seus produtos”, acrescentou.

Já o especialista em relações internacionais, Steve Clemons, da New America Foundation, relativiza o impacto regional desta nova realidade parlamentar americana dizendo que é o Departamento de Estado que executa a política externa.

"A chave das relações bilaterais está no Poder Executivo, e não no Congresso", disse Clemons, embora admitindo que, de fato, poderá haver uma "pressão" considerável sobre a Casa Branca por parte do Capitólio.

Una pressão que pode custar caro aos países que se mostrarem hostis aos EUA. 


Saudações,

Francisco Vianna

21 de novembro de 2010

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