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quarta-feira, 3 de junho de 2009

O " inconcebível"

O inconcebível SAFADO E MENTIROSO
Resposta a uma petralha chamada Amargarete


O ilustre sociólogo Francisco Oliveira, que em 2003 escandalizou o PT com veementes críticas ao governo iniciante, prova agora que é muito bom de marketing ao produzir um fato político de estrondosas dimensões.

Ao afirmar, do alto da cátedra, que Lula se situa à direita de Fernando Henrique Cardoso no espectro ideológico, o sociólogo eriça a antiga e desativada pele esquerdista do partido e ofende, profundamente, os preconceitos arraigados da “cumpanherada” do presidente, que opera o gigantesco aparelho gramscista construído dentro do governo.
Nada mais infamante do que sentenciar que Lula é um cara de direita, na prática. Talvez o seja, mesmo, um presidente adepto da ortodoxia econômica planejada e implementada pelo antecessor e potencializada exponencialmente em seu mandato; talvez seja de direita um mandatário que convive com a podre escória patrimonialista que sempre criticou durante a vida e que hoje se locupleta em total estado de felicidade no governo aparelhado.

Deve mesmo ser de direita o dirigente mais estimado, na América Latina, pelas oligarquias financeiras transnacionais e pela banca rentista nacional, que jamais viveu, como agora, tantos anos de glória e lucros magníficos.

E de direita deve ser o metalúrgico e torneiro mecânico que concede ao povo algumas pequenas compensações, como dádivas, desde que lhe devolva popularidade fácil e votos à vontade, com os quais possa exercitar a inclinação quase explícita e africana de se perpetuar no poder.

Lula, de fato, é um falso esquerdista, ora pendurado por um dedo nos benefícios do INSS, ora um turista ensandecido por viagens inúteis, em que expõe toda a ignorância olímpica acumulada e carimba o Brasil no cartório universal do ridículo.

Rodeado de ex-guerrilheiros aculturados e corruptos socialistas de mercado, vai promovendo o culto à personalidade típico dos ditadores de lorota, enganando e mentindo a custa de metáforas futebolísticas que o povo ignorante e imbecilizado – mantido assim, de propósito – consegue realmente entender.
O presidente de direita concede esmolas e ninguém mais quer trabalhar na horda de miseráveis do Nordeste. No Congresso, por sua vez, continua tentando cooptar as bancadas, sempre aberto às negociações noturnas e remetendo medidas provisórias com o objetivo de impedir as votações diurnas...

Sorri, satisfeito, o líder de direita ao ver agachado o poder Judiciário, cuja honra enxovalhada é motivo de piadas nas ruas, e cercado o poder militar, com seus representantes emudecidos e condenados à técnica neutra, pedindo eternas desculpas à Nação por ainda existirem. Aliás, escuta-se ao longe as tropas cantarolando a medo a canção “Apesar de Você” do Chico Buarque...

Como está tudo dominado, o grande condutor de direita fala ao povo sozinho, sem precisar de intermediários. Os áulicos até procuram copiá-lo, mas não têm a competência do dono do país. Porém “há uma peninha” – como diria o grande Juca Chaves: o presidente entende, lá no íntimo, que um terceiro mandato no Brasil realmente não dá.

O cara de direita é muito esperto e sabe que o pedacinho sério do país poderá se levantar contra ele e o homem não quer confronto. Seu sonho é curtir os louros dos dois mandatos e tentar ser o primeiro prêmio Nobel do Brasil.

Lula tem consciência de que os donos das centrais sindicais e movimentos sociais, bem como os intelectuais orgânicos e professores universitários que o apoiaram até agora e se desmoralizaram no trajeto não têm força moral para sustentar o continuísmo.

Mas se o próprio desejo de fazer o sucessor está sendo torpedeado por Deus ou pela realidade, imaginem o presidente pondo em risco a própria imagem a favor da máquina que constituiu para companheiros e entusiastas de malfeitos? Seria um suicídio político, que um homem esperto e avarento de si mesmo não poderia suportar...

Embora os adesistas comandem o país e os covardes tenham se multiplicado geometricamente pelo silêncio explícito de quem deveria realmente defender a Nação, nem assim a história pode ser vergada por tanta resiliência.

Aquele “basta” genérico pode surgir não sei de onde, apesar de a corrupção brasileira ter sido avantajada como monstro de cinema, e Lula ser sempre apresentado pela direita-companheira como um grande negócio.

Quantos são os banqueiros, empreiteiros, empresários, comerciantes, deputados, senadores e lobistas que o querem ainda? Será que com a crise econômica pretendem sacrificar os investimentos de forma tão desprendida, a ponto de contrariar juntos a realidade dinâmica da história?

E de onde viria a dinheirama necessária para sustentar a nova caminhada presidencial? Se Lula é de direita, “o caixa dois” (que é o que determina a vitória eleitoral) viria da Europa, onde estão os paraísos fiscais preferidos pelos conservadores, ou do Caribe e das ilhas Caiman, redutos das operações do dinheiro de esquerda escondido no exterior?

E quem seria o operador-tesoureiro, um empresário de direita ou um corrupto socialista de mercado, se, afinal, tanto faz? Qual a cor ideológica de dinheiro escondido no exterior?

É verdade: se FHC decidiu acolher o neoliberalismo, com privatizações muito discutidas e que não foram auditadas pelo sucessor, Lula tornou-se um grande discípulo que superou em muito o mestre. Lula fundou o “hiper-neoliberalismo” e agora parece, a medo, querer realizar o maior sonho da direita: o quinto mandato do Collor.

É por isso que o Fernandinho, não o Beira-Mar, mas o outro, deseja tão fervorosamente que “elle” continue...

Portanto, deve estar certo, do alto de seus 75 anos, o nosso Francisco Oliveira...

Por Waldo Luís Viana

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