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sexta-feira, 21 de abril de 2017

Lava-Jato: depois dos polêmicos casos do sítio e do triplex, Lula agora está preocupado com Palocci





Os escândalos do sítio em Atibaia e do apartamento triplex em Guarujá já não preocupam tanto a defesa de Luiz Inácio da Silva, que até agora não conseguiu provar a aludida inocência do dramaturgo do Petrolão. Por enquanto, o advogado Cristiano Zanin Martins, porta-voz dos defensores do petista, tem se limitado a negar o inegável.

A preocupação dos criminalistas que tentam salvar Lula de inevitável condenação migrou para a possibilidade cada vez mais real de o “companheiro” Antonio Palocci Filho aderir à colaboração premiada. Preso desde 26 de setembro, no rastro da Operação Omertà (35ª fase da Operação Lava-Jato), Palocci já percebeu que a saída para deixar o cárcere é revelar o que sabe sobre o maior esquema de corrupção de todos os tempos, o Petrolão.

Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, responsável na primeira instância da Justiça Federal pelos processos decorrentes da Lava-Jato, na quinta-feira (20), em Curitiba, o ex-ministro disse que está disposto a colaborar e que tem informações em quantidade suficiente para que o magistrado trabalhe pelo menos mais um ano. Palocci afirmou que tem documentos, nomes e endereços de pessoas que realizaram operações que violam a legislação.

Alegando que jamais cobrou propina enquanto ministro de Estado, Antonio Palocci Filho afirmou serem mentirosas as declarações de políticos e partidos de que doações de campanha foram recebidas de forma legal e de acordo com o que determina a legislação eleitoral. O petista declarou que caixa 2 sempre existiu e que ninguém pode negar esse fato.

Com o Partido dos Trabalhadores na alça de mira de Palocci, que foi abandonado pelos “companheiros”, a cúpula da legenda já trabalha com o pior cenário: a abertura da cortina que esconde detalhes sobre o esquema de corrupção que sempre moveu a política nacional, mas que alcançou seu ápice na era petista.

A chance de Antonio Palocci avançar nas negociações de acordo de colaboração premiada ganhou reforço extra nesta semana, pois o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou pedido de habeas corpus protocolado pela defesa do ex-ministro da Fazenda. De tal modo, a delação é o que sobrou ao petista.

No caso de Palocci chegar a bom termo com os integrantes da força-tarefa da Lava-Jato, as investigações deverão abrir uma nova frente, já que o ex-ministro prestou serviços de consultoria (sic) a bancos e instituições financeiras, como antecipou o UCHO.INFO há anos.

A declaração de Antonio Palocci no depoimento ao juiz da Lava-Jato, de que está disposto a colaborar, foi um claro e derradeiro recado ao Partido dos Trabalhadores. Quem conhece a política nacional em suas entranhas sabe que as principais legendas aproximam-se de forma célere da implosão. Isso porque apenas um contingente pequeno de políticos escapará das garras da Lava-Jato.

21 de Abril de 2017

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