PSDB, DEM, PPS e Solidariedade estão à espera de decisão de Cunha sobre impeachment
Por Maria Lima e Cristiane Jungblut
O Globo

O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse que a oposição está à espera a decisão a ser anunciada por Cunha
Gustavo Lima/Agência Câmara/18-9-2013
BRASÍLIA - Numa reação às reuniões de emergência convocada pela presidente Dilma Rousseff nos últimos três dias, a oposição iniciou na noite nesta segunda-feira os encontros para fechar a estratégia desta terça-feira em relação ao pedido de impeachment elaborado pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior. Líderes da oposição marcaram um jantar para esta segunda-feira, em Brasília, mas já avisaram que passarão o dia de amanhã em reuniões.
A avaliação da oposição é que tudo dependerá do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que anunciará na tarde de terça-feira sua posição sobre o futuro do pedido de impeachment.
A oposição vai cobrar, segundo um dos líderes, que Cunha aceite o aditamento proposto pelos juristas, que quer incluir no pedido parecer do que aponta pedaladas fiscais de Dilma também em 2015. Líderes do PSDB, DEM, PPS e Solidariedade reforçarão o pedido para incluir na tipificação da petição, relatório do Ministério Público indicando que o governo repete , em 2015, as chamadas pedaladas fiscais.
Apesar do tom da nota de sábado, onde pediram o afastamento de Cunha do cargo para se defender das denúncias de que têm contas no exterior, a oposição espera a "cooperação" de Cunha no processo de impeachment. Nos bastidores, eles mantém contato com o peemedebista, e, no próprio governo, há a avaliação de que a nota foi mais uma resposta à opinião pública, que cobrava sobre o "silêncio" da oposição, em especial do PSDB, quanto às denúncias contra o presidente da Câmara.
Antes do jantar, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse que a oposição está à espera a decisão a ser anunciada por Cunha.
- Ele vai cumprir o que já disse publicamente, ou seja, vai decidir sobre o pedido. O que ele vai decidir ainda não se sabe - disse Rodrigo Maia, antes de embarcar para Brasília.
Já no domingo, o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), disse que é preciso que Cunha decida a questão.
- Que o presidente da Câmara decida (sobre o impeachment). A partir daí, as coisas andam - disse Rubens Bueno.
O aditamento seria o fato novo que pode levar o presidente da Câmara a deferir o pedido para abertura de processo, agilizando a tramitação na Comissão Especial. Em conversas reservadas, Cunha explica que “em tese”, é preciso ter a tipificação correta no pedido de impeachment.
A estratégia está sendo traçada desde sábado.
- Vamos fazer isso já na terça-feira, quando retornarmos do feriado. Agora que o TCU já rejeitou as pedaladas e o Ministério Público pede ao TCU investigação da repetição dessa prática também esse ano, cai o argumento da anterioridade, de que a presidente não pode ser impedida por fatos anteriores ao mandato. Agora não tem mais jeito. Apresentamos o aditamento na terça-feira e em seguida o Eduardo Cunha pode decidir encaminhar - disse Rubens Bueno.
A oposição tenta desvincular a questão do impeachment e o afastamento de Cunha por conta das denúncias.
- Nesse campo (das denúncias), ele tem que se defender, mas que ele decida (sobre o impeachment) - afirmou o líder do PPS no domingo.12/10/2015
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