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terça-feira, 15 de setembro de 2015

Acusado de receber R$ 11,8 milhões em propina, José Dirceu vira réu na Lava-Jato


Juiz Sérgio Moro também aceitou denúncia contra ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e outras 13 pessoas
Por Cleide Carvalho, Renato Onofre
e Tiago Dantas
O Globo
José Dirceu e João Vaccari Neto, acusados de serem os responsáveis por receber propina em esquema de corrupção na Petrobras
O Globo

SÃO PAULO - O ex-ministro José Dirceu virou réu da Operação Lava-Jato nesta terça-feira. O juiz federal Sérgio Moro aceitou denúncia por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa feita pelo Ministério Público Federal (MPF) em 4 de setembro. Dirceu é acusado de receber R$ 11,8 milhões em propinas de empresas que tiveram contrato com a Petrobras. Além do ex-ministro, viraram réus nesta terça-feira outras 14 pessoas que teriam participado do esquema.

Moro aceitou denúncia também contra o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que já responde a duas outras ações penais na Lava-Jato, e Fernando Moura, apontado como responsável pela indicação e manutenção de Renato Duque como diretor de Serviços da Petrobras, ao lado de Dirceu. Segundo Moro, “das propinas, metade ficava para os agentes da Petrobras e a outra metade ficava para o Partido dos Trabalhadores, sendo ainda parcela desta destinada a agentes políticos específicos, entre eles José Dirceu e Fernando Moura.”

Os pagamentos de propina a Dirceu, segundo a denúncia, eram intermediados pelo operador Milton Pascowitch, que assinou acordo de delação premiada. O ex-ministro recebeu o dinheiro de várias formas, de acordo com o MPF: por meio de contratos firmados com sua empresa, a JD Assessoria, por pagamento de reformas em imóveis, compra de apartamento e aluguel de aeronaves.

Também viraram réus: Julio Camargo, Olavo Moura, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, Roberto Marques, Renato Duque, Pedro Barusco, Milton Pascowitch, José Adolfo Pascowitch, Cristiano Kok, José Antunes Sobrinho, Gerson Almada e Julio César Santos.

Em setembro, o MPF havia denunciado 17 pessoas, mas o juiz Sérgio Moro entendeu que faltam “justa causa” para iniciar processos criminais contra duas delas. Foram liberadas da acusação pelo juiz a filha de José Dirceu, Camila Ramos de Oliveira e Silva, e a arquiteta Daniela Facchini. Camila tinha sido denunciada porque recebeu um imóvel pago por Pascowitch. Já Daniela foi contratada pelo delator para fazer a reforma em um imóvel de Dirceu em Vinhedo (SP).


15/09/2015


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