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segunda-feira, 25 de maio de 2015

Moro e Janot abrem mochila de Vaccari. Tremei, Lula e Dilma!


O atual ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, o tesoureiro petista João Vaccari Neto e Lula: “os bons companheiros”


Felipe Moura Brasil


Parabéns ao juiz Sérgio Moro e ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pela inclusão oportuna de João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, e Fernando Baiano, operador do PMDB, além do ex-ministro da Fazenda petista Antônio Palocci, na lista de investigados da Operação Lava Jato enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF).

O peso de “Moch” - apelido que identifica o mochileiro Vaccari na planilha de propinas do ex-gerente Pedro Barusco - redobra a carga nas costas de Lula e Dilma Rousseff.

Este blog aguarda a transmissão em horário nobre do interrogatório implacável de Moro com Vaccari diretamente de Curitiba, no Paraná, com a certeza de que a quebra de seus sigilos telefônico, fiscal e bancário pela Justiça também renderá um grande “show do intervalo” com tira-teimas espetaculares.

Palocci e Dilma: dinheiro sujo para a campanha
Na preliminar, Moro interroga Antônio Palocci, acusado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa de ter-lhe solicitado por meio do doleiro Alberto Youssef uma propina de 2 milhões de reais para a campanha presidencial de Dilma em 2010.

Destaque para o caminho do dinheiro em versão 3-D (com hologramas) até chegar aos mandantes da roubalheira na estatal.

Um golaço que certamente merecerá replay.

O “Moch”

Veja algumas curiosidades sobre o “Moch”:
1) Era presidente da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo) quando ela quebrou em 2006, deixando 32 obras inacabadas e mais de 3.500 famílias na rua da amargura.

2) A Bancoop quebrou, segundo o Ministério Público, com um rombo de pelo menos 100 milhões de reais, porque seus dirigentes desviaram dinheiro pago pelos mutuários para “fins escusos”.

3) Parte do dinheiro, segundo o promotor José Carlos Blat, foi para financiar campanhas eleitorais do PT.

4) Vaccari é um dos cinco réus que respondem na Justiça por estelionato, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

5) Lula comprou um tríplex no edifício Solaris, no Guarujá (SP), em uma das oito obras assumidas pela OAS depois da quebra da Bancoop.


6) Vaccari pagou por um apartamento nesse mesmo prédio de Lula, como mostra o documento de 2006 abaixo.


7) O fato de o edifício onde o ex-presidente tem apartamento ter sido um dos poucos que ficaram prontos irritou cooperados que continuam até hoje sem ver a cor dos imóveis pelos quais passaram anos pagando.

8) No início da gestão petista, Vaccari era presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo e secretário de finanças da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o exército de Lula prestes a sair às ruas no dia 13 contra a tosse da vaca do governo Dilma.

9) Em 2003, Vaccari foi nomeado por Dilma para o Conselho de Administração da usina hidrelétrica Itaipu Binacional.

10) A nomeação foi uma espécie de prêmio de consolação, já que Vaccari havia sido preterido na disputa da presidência da Caixa Econômica Federal.

11) No mesmo dia, foi nomeada para o cargo de diretora financeira executiva de Itaipu a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), “companheira” também presente agora na lista do petrolão.

12) No cargo de Itaipu, Vaccari recebia R$ 21 mil por mês para comparecer a seis reuniões por ano. Sim: você leu direito.

13) Dilma o manteve no cargo mesmo após Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa o acusarem de intermediar negócios entre fundos de pensão de estatais e empresas ligadas ao doleiro. Costa disse que da propina recolhida em sua diretoria (de 3% sobre os contratos), dois terços ficavam com o PT, arrecadados justamente pelo tesoureiro do partido.

14) Vaccari teve seu nome citado por Aécio Neves em vários debates presidenciais por conta disso.

15) No do SBT, o tucano questionou: “Se a senhora não tem receio e diz aqui que quer apuração, por que o seu partido essa semana impediu que o senhor Vaccari fosse à CPI depor? E vou lhe dizer mais, candidata, ele ainda é o tesoureiro do seu partido e é responsável por transferir recursos para a sua campanha. Terá sido por isso que ele não foi afastado? Porque pelo menos quatro milhões de reais foram transferidos, com a assinatura do senhor Vaccari nessa campanha eleitoral para sua conta de campanha. De onde veio esse recurso, candidata? Vamos investigar logo.”

16) Curiosamente, Vaccari só perdeu a boquinha depois das eleições, em janeiro de 2015, um dia após o vice-presidente da construtora Engevix, Gerson de Mello Almada, preso na sétima fase da Operação Lava Jato, denunciar “a arrecadação desenfreada de dinheiro para as tesourarias dos partidos políticos”.

17) Dos 200 milhões de dólares roubados pelo PT na Petrobras, segundo Barusco, pelo menos 50 milhões teriam passado pelas mãos do “Moch”. (Entenda o esquema – AQUI.)

18) Em fevereiro, agentes da PF tiveram de pular o muro de sua casa para levá-lo à delegacia.

19) Eles apreenderam documentos, aparelhos de telefone celular e arquivos eletrônicos, nos quais nada encontraram de relevante. Vaccari, concluíram os agentes, já limpara o terreno.

20) José Dirceu recebeu quase 4 milhões de reais de três construtoras ligadas ao petrolão por servicinhos de “consultoria”, aquele velho eufemismo para “tráfico de influência” no Brasil. E o dono de uma delas revelou à VEJA que os contratos foram assinados a pedido de Vaccari.

21) Um laranja de Youssef depositou em 2008 400 mil reais na conta da mulher de Vaccari, Giselda Rousie de Lima. Quem pagou, na verdade, foi a Toshiba, depois de assinar um contrato com a Petrobras para as obras do Comperj.

22) A cópia do extrato bancário é uma das provas que favoreceram a sua inclusão na lista da Lava Jato.



Em suma: Moro e Janot abriram a mochila de Vaccari. Lula e Dilma já não conseguem mais dormir.


07/03/2015

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