Por Enio Mainardi
O PT, hoje, ganhou as eleições. As manifestações previstas para o “dia da pátria” foram um fracasso cívico. Na tv, as imagens mostravam só os vândalos quebrando coisas. E policiais baixando o páu, jogando gás lacrimogênio e correrias pelas ruas quase desertas.
Os comentaristas, na posição privilegiada de poder falar, abusaram do lugar comum e das irrelevâncias de opinião.
Povo, gente normal - quase não se via nas ruas. Por que? Quais as razões desse desânimo monumental? Medo de virar vítima de uma pedrada, um tiro de bala de borracha, o que? Medo dos vândalos?
Ou só um estado de estupor, quase que um tácito reconhecimento de que “eles” - o lado do Mal - já apagou as esperanças de mudança, que nosso país é mesmo uma merda sem chance? Um pouco de tudo? Talvez a maior razão seja o reconhecimento dolorido de que com o “bolsa família”, o voto do povo miserabilizado está garantido para o PT.
O “povão” vota para quem lhe paga as contas, com o dinheiro dos outros. Não tem ética neste jogo, aqui o estômago vale mais do que um cérebro pensante. Me lembra de uma experiência profissional (nunca falei aqui de propaganda, antes) que tive.
Eu ia lançar o Old Eight. O tema da campanha dizia “o bom whisky você conhece no dia seguinte”. Mas minha dúvida era: será que a classe média, gente comum, vai aceitar um whisky “brasileiro” em lugar dos “escoceses” que se anunciavam, então?
Mandei dai fazer um “blind test”, que colocava um scotch e o Old Eight brasileiro para serem provados, lado a lado, sem o consumidor saber qual era um ou outro.
Pois o whisky brasileiro foi o preferido, ganhando de lavada do legítimo scotch 12 anos que foi oferecido para a comparação. Uma das conclusões que tiramos disso foi: o consumidor-alvo podia até ter uma garrafa de scotch legítimo para mostrar na cristaleira. Mas tomava o whisky brasileiro barato no dia a dia.
Logo ele escolheu o sabor que conhecia, recusando o scotch por não saber distinguir a diferença entre o nacional e um escocês classe A. Me aliviou saber disso. E a campanha do Old Eight deu certo. Será que esse exemplo vale para o povo brasileiro?
É reconhecido o fato de que somos um país sem educação, que não valoriza a cultura, o conhecimento. O povão digere qualquer lixo demagógico que lhes é apresentado na tv, seja nos shows ou no discurso dos políticos.
Como então esperar que as pessoas consigam discernir que o bolsa família é só um band-aid em cima de uma terrível ferida, que nada está realmente acrescentando às suas vidas para salvar o seu próprio futuro, incentivando-as à busca da independência que só a educação pode trazer?
Que eles estão sendo manipulados, que seus votos vendidos não trará nem para eles - nem para o país – qualquer melhora real? A bolsa os acomoda à escravidão, gerando a passividade que os políticos-bandidos precisam para continuar a corromper a sociedade. A ideia vendida pelas tvs gira toda em torno da alienação e falsos valores, nem vou esticar o assunto.
O povão aceita isso, sem mugir. Ele não conhece o que é um bom para ele mesmo. Não conhece, figurativamente falando, o whisky escocês. Então se repete em gostar a que está acostumado. Ninguém está a lhes propor uma alternativa que mude suas prioridades. Por isso, talvez, nossa quase desistência de resistir às imundices da política brasileira.
Quem vai decidir o rumo do país são os mesmos Lula, Dilma et caterva, que criaram esse paraíso artificial de bolsa família, viciando o povo na cocaina de sua indolência e ignorância.
Os que os “bolsa” querem mesmo é que tudo continue igualzinho como está. No fundo, sabemos disso – e eles são a maioria.
Daí que deveriamos, talvez, mudar o Dia de Finados para o Sete de Setembro. A tal da 'pátria brasileira", se já não morreu, está agonizando.
domingo, 8 de setembro de 2013
7 DE SETEMBRO, DIA DE FINADOS?
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