Dia da Democracia - Turma do Chapéu
Dia D
Do que é feita uma democracia?
Poderíamos afirmar que uma democracia é feita da observância das leis, todavia há governos que se dizem democráticos, mas esmagam o cidadão com legislações que não respeitam a individualidade.
Poderíamos afirmar que uma democracia é feita da vontade da maioria, todavia há governos regimes violentos que contam com apelo popular, embora suas práticas sejam condenáveis.
Poderíamos afirmar que uma democracia é feita da divisão e independência entre os três poderes, todavia, eu insisto, isso mais uma vez não basta. Colabora muito, mas se esses mesmos poderes estiverem submetidos a uma só tese, ficamos à mercê do valor que ela defende.
E aí, é possível identificar a coluna principal da democracia. Valor. Valores. Uma democracia tem de estar assentada no estado de direito, na vontade da maioria, na separação e independência entre os Poderes e nos VALORES.
Por isso, antes que digam que estamos disputando com alguém, é necessário dizer que estamos defendendo o que temos de mais precioso. Nós não estamos em guerra com ninguém. Nós somos, isto sim, defensores radicais, intransigentes mesmo, desses valores.
Porque o regime de liberdades pode tolerar quase tudo — só não pode tolerar os intolerantes.
Nossa constituição não foi redigida em vão. Não é letra morta num livro. Não é papel para ser amassado e atirado em quem quer se seja.
Acima de todos estão as instituições. Abaixo do Estado, o partido. Qualquer partido. Sem violações, sem tergiversações.
Qualquer cidadão pode optar por militar por uma causa. E nenhuma causa pode se sobrepor a esse direito.
O Presidente deve servir ao país antes de servir à legenda, antes de servir a si próprio, ainda que diga aos correligionários estar servindo ao partido.
Eu não participei da luta pela democracia no Brasil, mas houve que lutasse. E não faz sentido deixar de aprimorá-la para passar a se preocupar com sua manutenção.
É justamente a democracia que garante a disputa eleitoral entre lados que não devem buscar se eliminar, afinal é o contraste entre eles que garante nossa evolução.
Respeitemos a história. Não é apagando o passado em benefício do presente que vamos construir um futuro. Precisamos de democracia. É por ela que vamos lutar. Sempre.
Sejam sete anos, sete meses ou sete dias. Não é a vitória que vai definir essa luta. É a forma como lutamos. Sem desrespeitar os demais, sem desrespeitar as regras, sem desrespeitar a nós mesmos.
O maior erro que podemos cometer é achar que as coisas estão definidas.
A própria democracia exige nossa determinação sem limites.
Cada momento e cada pessoa faz a diferença.
Desperdício não é nosso expediente.
Perguntemo-nos a todo instante, o que estamos fazendo para defender os nossos valores?
Os nossos receios são o sustento das pretensões alheias. Não devemos recuar. Devemos lutar sempre.
Eu, pessoalmente, tenho plena confiança de que se todos cumprirem o seu dever, se nada for negligenciado e se os melhores arranjos forem feitos, como eles estão sendo feitos, vamos provar a nós mesmos, uma vez mais, que somos capazes de defender a nossa idéia.
De qualquer forma, é isso que vamos tentar fazer.
Vamos em frente, até o fim.
Nós lutaremos na Brasil, devemos lutar nos lares e praças, lutaremos com crescente confiança e crescente força nas ruas, nós devemos defender nossa causa, qualquer que seja o custo.
Nós lutaremos nas praias, devemos lutar nos locais de cruzamento, devemos lutar nos campos e nas ruas, nós lutaremos nas montanhas; nunca devemos nos render e, mesmo, o que eu não acredito por um momento, que este país ou parte dele pense diferente de nós, ainda que fossemos um, continuaríamos a luta, até que, em boa hora, prevaleça o valor que garante todos os demais.
Até a vitória, pela democracia.
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