A capacidade de Lula de falar besteira é um troço inesgotável. Leiam o que vai abaixo, que está no Globo Online. Volto depois: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira, em Foz do Iguaçu, onde se reuniu pela manhã com governadores do Mercosul, que a eleição de Barack Obama nos Estados Unidos, "começou na América do Sul". - Eu sempre tomei cuidado para não opiniar sobre as eleições em outros países, mas no caso dos Estados Unidos eu não me contive e fiz questão de dizer que gostaria que Obama ganhasse. E tudo isso começou na América do Sul. Obama é mais um passo disso - explicou Lula. O presidente citou os casos da eleição do Evo Morales (na Bolívia), Fernando Lugo (no Paraguai), de Tabaré Vazquez (no Uruguai) e a eleição dele próprio no Brasil, mostrando que todos são lideres emergentes e representando os mais pobres, como acontece com Obama nos Estados Unidos. Todos vieram do meio popular, como ele dos metalúrgicos e Evo, dos indígenas. - A eleição do Obama é mais do que o resultado eleitoral, representa a mudança de consciência - disse Lula, mostrando que Obama tem agora responsabilidade de resolver a crise antes mesmo de assumir a presidência americana no dia 20 de janeiro. Lula defendeu que o presidente eleito já tome medidas econômicas já no governo de transição. - Temos que acreditar que o presidente Obama tem que tomar atitudes agora, ainda enquanto não é presidente, eu diria que até no grupo de transição, já tem que começar a tomar medidas. O líder brasileiro acrescentou: - Se o Obama levar mais de um ano para resolver a crise americana, poderá perder todo o capital político que obteve agora com sua grande vitória - disse Lula, durante discurso em Foz do Iguaçu na abertura da "Rodada de Integração Produtiva de Governadores e Prefeitos do Foro Consultivo de Munícpios, Estados Federados, Províncias e Departamentos do Mercosul: Eixo Sul". A reunião está sendo promovida pela Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, com apoio da Itaipu Binacional e do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul), que está sendo realizado no Parque Tecnológicos de Itaipu, em Foz do Iguaçu. Lula chegou à cidade ontem à noite. Participou da abertura hoje cedo e vai está retornando a Brasilia. Amanhã cedo participa da reunião dos ministros da Fazenda e dos Bancos Centrais do G20, em São Paulo. Comento Pergunte a americanos comuns onde fica o Brasil. Eles não sabem. Mas isso não quer dizer que sejam ignorantes. Quer dizer que o Brasil não tem, para eles, a importância que eles têm para o Brasil. É simples assim. Diga de bate-pronto, leitor: Angola fica na costa ocidental ou oriental da África? E Moçambique? Qual é capital da Guiné-Bissau? Entendeu ou quer que eu desenhe? E, no que diz respeito aos americanos, o mesmo vale para Uruguai, Paraguai ou Bolívia. Daqui a pouco, o petista Valter Pomar convida o presidente eleito dos EUA para uma reunião do Foro de São Paulo. Observem que Lula excluiu Chávez de sua linha evolutiva. O processo de mudanças que resultou na eleição de Obama teria tido seu marco inicial em 2002, no Brasil. Os Estados Unidos, que vêm sempre atrás, copiando o Brasil, só aderiram em 2008... Lula não conseguiu “eleger” prefeito em São Paulo. Lula não conseguiu eleger a prefeita em Natal. Lula não conseguiu eleger a prefeita de Porto Alegre. Mas Lula se sente co-responsável pela eleição de Obama nos EUA. Sim, eu já escrevi que, de algum modo, Obama “é o Lula deles”. Reitero: referia-me apenas, e sustento, ao aparato de confiança irracional na figura do demiurgo. Só isso. De resto, para um país como o Brasil, Obama já é pior do que seria John McCain — pesquise o voto de cada um dos senadores sobre a taxação do etanol brasileiro nos EUA: o democrata votou a favor; o repubicano, contra. Resolver crise em um ano Quanto ao prazo para resolver a crise, por que Lula não se cala também nesse particular? No primeiro ano de seu governo, ele teve de elevar o superávit primário, a taxa de juros e produziu um crescimento próximo de zero. E usou o capital político acumulado para pedir paciência. É óbvio que Obama não vai “resolver a crise” em um ano. Acontece que Apedeutakoba, agora transformado no verdadeiro pai da eleição de Obama, sente-se na condição de dar conselho àquele jovem... | |
sábado, 8 de novembro de 2008
Lula acredita que chegada de Obama ao poder começou com a sua própria eleição, em 2002
Parece um detalhe minúsculo diante da grandiosidade do fato histórico que acabamos de presenciar, mas eu começo meu texto falando em quem?
Nele, no Presidente Lula. Para ressaltar o que acho ser o vale profundo que separa nossos países.
Lula descasca uma bala, Obama a desembrulha. Lula joga o papel no chão e acha isso perfeitamente natural; insiste que no mundo todo isso nem seria notado. Obama, caso aceitasse comer uma bala durante solenidade oficial, poria o papel no bolso até poder jogá-lo numa lixeira. É um detalhe? É, mas daqueles fundamentais, como o sorriso da Mona Lisa: em toda a tela de da Vinci, quanta beleza, quanto talento, quantos simbolismos. Mas o que mais chama atenção? O pequeno detalhe do sorriso.
Obama foi eleito presidente dos EUA e não do mundo. Seu interesse primeiro é seu país e o povo americano. Problemas internos, muito sérios, não lhe vão faltar. Mas, pela primeira vez na história daquele país, foi eleito um homem mestiço, filho de um queniano e de uma jovem do Kansas, que passou parte da infância entre o Havaí e a Indonésia, teve oportunidade de conviver com crianças e jovens de outras nacionalidades, de conhecer outras religiões e filosofias, e que por mérito e esforço próprios cursou boas universidades na Costa Leste. Isso o diferencia de todos os outros presidentes americanos.
Sobretudo o diferencia de George W. Bush, rapaz muito rico, mas que até ser presidente da República nunca tinha ido além do México. E assim mesmo porque era muito perto de sua casa, talvez até considerasse aquele país a continuação de seu quintal.
A eleição foi uma festa, uma linda festa que congregou, e aí está sua maior beleza, a grande maioria dos americanos e não somente os brancos, anglo-saxões e protestantes. Os EUA celebraram aquilo que já deveria ter sido celebrado desde o fim da Guerra Civil, desde que imigrantes começaram a desembarcar de navios abarrotados de gente no porto de Nova York. Finalmente ouviram a voz da Estátua da Liberdade e responderam aos agourentos que achavam aquela grande nação à beira do desaparecimento. Como disse o presidente-eleito na noite de sua vitória: “Foi a resposta dada pelos jovens e velhos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, latinos, asiáticos, índios, homos, heteros, inválidos e não inválidos – somos e sempre seremos, os Estados Unidos da América”.
Barack Obama viu mais longe que os outros; não podemos desmerecer a luta e o sacrifício pessoal de Lincoln, de Martin Luther King, de Rosa Parks, dos meninos de Little Rock. Mas Obama viu que o que uniria o país era a força de seu “melting pot” em potencial, e não o ódio, não a vingança, não o punho cerrado, mas o abraço.
Pode ser que ele não consiga realizar o sonho das multidões que vibravam e choravam na noite de 4 para 5 de novembro. Seja como for, ele abriu a porta, derrubou barreiras, rasgou a picada, deu os primeiros passos. Torcida não lhe vai faltar.
Enquanto isso, no Brasil, o Chefe da Nação não diz duas palavras sem atiçar o fogo, sem jogar brancos contra negros, pobres contra ricos, instruídos contra iletrados, nordestinos contra sulistas, partidos contra partidos, povo contra a Imprensa, todos contra todos. Não fala, grita, berra. Esfalfado, ouve os uivos da platéia, acha que está sendo adorado, e parte para outro palanque.
Criou um Ministério da Integração Racial que é tudo que nós menos precisamos. Seu titular teve a idéia de criar a Delegacia do Negro! Se um negro é assaltado, ele vai procurar a delegacia dele, não uma delegacia qualquer. Breve, delegacias para japoneses, coreanos, chineses... e o nome disso é Integração Racial.
“Espero que Obama (...) não vá gastar um ano sem resolver imediatamente a crise. Agora a crise pode ser debitada ao atual governo, mas um ano depois de ele tomar posse é dele também”, disse Lula. Quer dizer, o Obama não pode apelar para a herança maldita do Bush! E ainda: “Acho que ele é suficientemente inteligente para tomar as medidas para evitar que a crise continue”.
Pode deixar, Lula, Obama é brilhante. Peça ao Amorim para ler consigo o site que ele inaugurou logo no dia 5, Change.gov. Vá direto à política externa. É de chorar de emoção. Depois, leia todo o site e aprenda como se faz política respeitando o povo, o eleitor, o cidadão. O dado concreto, Lula, é que Change.gov é extraordinário!
"Jovem, bonito e bronzeado"
As declarações foram feitas em entrevista no Kremlin, quando lhe perguntaram sobre como como o futuro presidente dos EUA se entenderá com o homólogo russo, Dmitri Medvedev.
Silvio Berlusconi recebe críticas por ter dito que Barack Obama é jovem, bonito e bronzeado
"Acho que haverá uma boa cooperação entre os dois, que são da mesma geração", completou Berlusconi, um aliado próximo do presidente dos EUA, o republicano George W. Bush.
O chefe do governo italiano espera que as relações entre Rússia e Estados Unidos melhorem durante o mandato do democrata Barack Obama.
Efe
O SUPOSTO PERDÃO DE FIDEL
SOBRE A MENSAGEM ESCRITA SUPOSTAMENTE POR FREI BETTO, UM AMIGO ESCREVEU:
El comandante en jefe – convicto de suas idéias para salvar a humanidade – jamais pediria perdão pelo democídio (assassinato dos próprios cidadãos do país) que praticou em Cuba.
O que o vigário escreveu é uma sátira em razão dele acreditar que o capitalismo vai acabar como profetizou Karl Marx por 25 vezes há quase dois séculos e piedosamente todos os militantes vem apostando no fim do capitalismo.
O revolucionário comunista acometido pela síndrome da psicopatologia esquizofrênica e criminosa age conscientemente não para construir o mundo, mas para destruir o existente, certo de que o sucesso absolve o crime ao fundar uma nova realidade.
a síndrome da psicopatologia esquizofrênica e criminosa que auto justifica a extrema violência e o terror revolucionário – histórica e filosoficamente - pela convicção messiânica dos ditadores e seus adeptos que acreditam terem compreendido o sentido do dogma do processo histórico mundial (materialismo histórico) que lhes conferiria uma consciência tranqüila e o sono dos justos, após as maiores barbáries, pelo simples credo da absolvição pela dogmática da história de todas as ponderações de ordem moral. Nas próprias palavras do ditador elevadas ao máximo da torpeza, do cinismo e da hipocrisia:
"La historia nos absolverá". Fidel Castro.
POR SUA VEZ QUEM VIVEU O EXPERIMENTO SOCIALISTA-COMUNIST
“A ideologia! Ela fornece a desejada justificação para a maldade, para a firmeza necessária e constante do malfeitor. Ela constitui a teoria social que o ajuda, perante si mesmo e perante os outros, a desculpar os seus atos e não escutar censuras ou maldições, mas sim elogios e testemunhos de respeito. Era assim que os inquisidores se apoiavam no cristianismo, os conquistadores no enfraquecimento da pátria, os colonizadores na civilização, os nazis na raça, os jacobinos (de ontem e de hoje) na igualdade, na fraternidade e na felicidade das gerações futuras. - Alexandre Soljenítsen, in ARQUIPÉLAGO GULAG (1918-1956). São Paulo: Círculo do Livro S.A. p. 176.
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
TRANSIÇÃO? OU FRUSTRAÇÕES?
2. Esse ano de 2009 traz uma concentração muito mais que proporcional de expectativas políticas, a começar pela vitória de Obama. O simbolismo de sua cor e o contraponto com Bush exponenciam as expectativas em relação à política externa dos EUA e as compensações sociais internas.
3. Certamente as declarações e primeiras viagens de Obama extrapolarão essas expectativas. O discurso vai mudar, mas os soldados continuarão no Iraque e no Afeganistão e os falcões do pentágono continuarão comandando o jogo.
4. A crise financeira internacional -que já se transformou em econômica com a recessão generalizada no mundo desenvolvido- já está impactando o mundo pobre e em desenvolvimento. No Brasil, qualquer taxa de crescimento igual ou menor que 4% aportará desemprego na margem, criando um clima de insegurança entre os empregados.
5. No Brasil, os prefeitos eleitos extravasam seu otimismo. E os governadores torcem para que seu penúltimo ano não iniba a altura do vôo que esperavam com vistas a 2007. Lula terá que explicar porque seu otimismo não vingou.
6. Há tempo para a moderação. As receitas não repetirão 2008. Os protestos e greves crescerão. Afinal se podem dar tanto dinheiro para os banqueiros por que não para os trabalhadores, perguntarão estes?
7. É bom para todos -daqui e dalhures- recolherem a impulsão retórica dos vôos que pretendem, antes que os manetes fora de lugar não produzam desastres.
Os que entenderem 2009 como um ano de transição, que pode entrar por dentro de 2010, terão vigor político e fiscal para avançar depois.
Os que se entusiasmarem muito poderão ser empurrados para fora do tabuleiro do xadrez econômico e político.
Eita...!
O texto dos malvados internautas – certamente com inveja de não terem uma vovozinha tão zelosa para cuidar do futuro deles – indica que tais recursos teriam sido originados da movimentação secreta de cartões corporativos. Pura malvadeza, pois se a vovó Marisa investiu tanto dinheiro, certamente, os recursos são das suadas economias da família Da Silva. Aqui.
Faz sentido...
O Noblat, o Lula, o Arnaldo Jabor, o Willian Wack, entre outros, são "bobamas".
Segundo o articulista, cada um tem visto em Obama o que quer ver, o que sem dúvida é um enorme mal-entendido, porque ninguém pode ser o ídolo dos radicais, dos esquerdistas, dos moderados, dos sonhadores, dos pacifistas e dos condenados à pena de morte, ao mesmo tempo.
Leia mais aqui, em espanhol.
Discurso do OBAMA
O dia em que o mundo parou para ouvir, com respeito, um negro que se tornava politicamente o homem mais poderoso do mundo
Fonte: Garimpado do Blog do Noblat
"Olá, Chicago! Se alguém aí ainda dúvida de que os Estados Unidos são um lugar onde tudo é possível, que ainda se pergunta se o sonho de nossos fundadores continua vivo em nossos tempos, que ainda questiona a força de nossa democracia, esta noite é sua resposta.
É a resposta dada pelas filas que se estenderam ao redor de escolas e igrejas em um número como esta nação jamais viu, pelas pessoas que esperaram três ou quatro horas, muitas delas pela primeira vez em suas vidas, porque achavam que desta vez tinha que ser diferente e que suas vozes poderiam fazer esta diferença.
É a resposta pronunciada por jovens e idosos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, hispânicos, indígenas, homossexuais, heterossexuais, incapacitados ou não-incapacitados.
Americanos que transmitiram ao mundo a mensagem de que nunca fomos simplesmente um conjunto de indivíduos ou um conjunto de Estados vermelhos e Estados azuis.
Somos, e sempre seremos, os Estados Unidos da América. É a resposta que conduziu aqueles que durante tanto tempo foram aconselhados por tantos a serem céticos, temerosos e duvidosos sobre o que podemos conseguir para colocar as mãos no arco da História e torcê-lo mais uma vez em direção à esperança de um dia melhor.
Demorou um tempo para chegar, mas esta noite, pelo que fizemos nesta data, nestas eleições, neste momento decisivo, a mudança chegou aos EUA. Esta noite, recebi um telefonema extraordinariamente cortês do senador McCain.
O senador McCain lutou longa e duramente nesta campanha. E lutou ainda mais longa e duramente pelo país que ama. Agüentou sacrifícios pelos EUA que sequer podemos imaginar. Todos nos beneficiamos do serviço prestado por este líder valente e abnegado.
Parabenizo a ele e à governadora Palin por tudo o que conseguiram e desejo colaborar com eles para renovar a promessa desta nação durante os próximos meses.
Quero agradecer a meu parceiro nesta viagem, um homem que fez campanha com o coração e que foi o porta-voz de homens e mulheres com os quais cresceu nas ruas de Scranton e com os quais viajava de trem de volta para sua casa em Delaware, o vice-presidente eleito dos EUA, Joe Biden.
E não estaria aqui esta noite sem o apoio incansável de minha melhor amiga durante os últimos 16 anos, a rocha de nossa família, o amor da minha vida, a próxima primeira-dama da nação, Michelle Obama.
Sasha e Malia amo vocês duas mais do que podem imaginar. E vocês ganharam o novo cachorrinho que está indo conosco para a Casa Branca.
Apesar de não estar mais conosco, sei que minha avó está nos vendo, junto com a família que fez de mim o que sou. Sinto falta deles esta noite. Sei que minha dívida com eles é incalculável.
A minha irmã Maya, minha irmã Auma, meus outros irmãos e irmãs, muitíssimo obrigado por todo o apoio que me deram. Sou grato a todos vocês. E a meu diretor de campanha, David Plouffe, o herói não reconhecido desta campanha, que construiu a melhor campanha política, creio eu, da história dos EUA da América.
A meu estrategista chefe, David Axelrod, que foi um parceiro meu a cada passo do caminho. À melhor equipe de campanha formada na história da Vocês tornaram isto realidade e estou eternamente grato pelo que sacrificaram para conseguir. Mas, sobretudo, não esquecerei a quem realmente pertence esta vitória. Ela pertence a vocês. Ela pertence a vocês.
Nunca pareci o candidato com mais chances. Não começamos com muito dinheiro nem com muitos apoios. Nossa campanha não foi idealizada nos corredores de Washington. Começou nos quintais de Des Moines e nas salas de Concord e nas varandas de Charleston.
Foi construída pelos trabalhadores e trabalhadoras que recorreram às parcas economias que tinham para doar US$ 5, ou US$ 10 ou US$ 20 à causa.
Ganhou força dos jovens que negaram o mito da apatia de sua geração, que deixaram para trás suas casas e seus familiares por empregos que os trouxeram pouco dinheiro e menos sono.
Ganhou força das pessoas não tão jovens que enfrentaram o frio gelado e o ardente calor para bater nas portas de desconhecidos, e dos milhões de americanos que se ofereceram como voluntários e organizaram e demonstraram que, mais de dois séculos depois, um governo do povo, pelo povo e para o povo não desapareceu da Terra.
Esta é a vitória de vocês. Além disso, sei que não fizeram isto só para vencerem as eleições. Sei que não fizeram por mim.
Fizeram porque entenderam a magnitude da tarefa que há pela frente. Enquanto comemoramos esta noite, sabemos que os desafios que nos trará o dia de amanhã são os maiores de nossas vidas - duas guerras, um planeta em perigo, a pior crise financeira em um século.
Enquanto estamos aqui esta noite, sabemos que há americanos valentes que acordam nos desertos do Iraque e nas montanhas do Afeganistão para dar a vida por nós.
Há mães e pais que passarão noites em claro depois que as crianças dormirem e se perguntarão como pagarão a hipoteca ou as faturas médicas ou como economizarão o suficiente para a educação universitária de seus filhos.
Há novas fontes de energia para serem aproveitadas, novos postos de trabalho para serem criados, novas escolas para serem construídas e ameaças para serem enfrentadas, alianças para serem reparadas.
O caminho pela frente será longo. A subida será íngreme. Pode ser que não consigamos em um ano nem em um mandato. No entanto, EUA, nunca estive tão esperançoso como estou esta noite de que chegaremos.
Prometo a vocês que nós, como povo, conseguiremos. Haverá percalços e passos em falso. Muitos não estarão de acordo com cada decisão ou política minha quando assumir a presidência. E sabemos que o Governo não pode resolver todos os problemas.
Mas, sempre serei sincero com vocês sobre os desafios que nos afrontam. Ouvirei a vocês, principalmente quando discordarmos. E, sobretudo, pedirei a vocês que participem do trabalho de reconstruir esta nação, da única forma como foi feita nos EUA durante 221 anos, bloco por bloco, tijolo por tijolo, mão calejada sobre mão calejada.
O que começou há 21 meses em pleno inverno não pode acabar nesta noite de outonopolítica.
Esta vitória em si não é a mudança que buscamos. É só a oportunidade para que façamos esta mudança. E isto não pode acontecer se voltarmos a como era antes. Não pode acontecer sem vocês, sem um novo espírito de sacrifício.
Portanto façamos um pedido a um novo espírito do patriotismo, de responsabilidade, em que cada um se ajuda e trabalha mais e se preocupa não só com si próprio, mas um com o outro.
Lembremos que, se esta crise financeira nos ensinou algo, é que não pode haver uma Wall Street (setor financeiro) próspera enquanto a Main Street (comércio ambulante) sofre.
Neste país, avançamos ou fracassamos como uma só nação, como um só povo. Resistamos à tentação de recair no partidarismo, na mesquinharia e na imaturidade que intoxicaram nossa vida política há tanto tempo.
Lembremos que foi um homem deste estado que levou pela primeira vez a bandeira do Partido Republicano à Casa Branca, um partido fundado sobre os valores da auto-suficiência e da liberdade do indivíduo e da união nacional.
Estes são valores que todos compartilhamos. E enquanto o Partido Democrata conquistou uma grande vitória esta noite, fazemos com certa humildade e a determinação para curar as divisões que impediram nosso progresso.
Como disse Lincoln a uma nação muito mais dividida que a nossa, não somos inimigos, mas amigos. Embora as paixões os tenham colocado sob tensão, não devem romper nossos laços de afeto.
E àqueles americanos cujo apoio eu ainda devo conquistar, pode ser que eu não tenha conquistado seu voto hoje, mas ouço suas vozes. Preciso de sua ajuda e também serei seu presidente.
E a todos aqueles que nos vêem esta noite além de nossas fronteiras, em Parlamentos e palácios, a aqueles que se reúnem ao redor dos rádios nos cantos esquecidos do mundo, nossas histórias são diferentes, mas nosso destino é comum e começa um novo amanhecer de liderança americana.
A aqueles que pretendem destruir o mundo: vamos vencê-los. A aqueles que buscam a paz e a segurança: apoiamo-nos.
E a aqueles que se perguntam se o farol dos EUA ainda ilumina tão fortemente: esta noite demonstramos mais uma vez que a força autêntica de nossa nação vem não do poderio de nossas armas nem da magnitude de nossa riqueza, mas do poder duradouro de nossos ideais: democracia, liberdade, oportunidade e firme esperança.
Lá está a verdadeira genialidade dos EUA: que o país pode mudar. Nossa união pode ser aperfeiçoada. O que já conseguimos nos dá esperança sobre o que podemos e temos que conseguir amanhã.
Estas eleições contaram com muitos inícios e muitas histórias que serão contadas durante séculos. Mas uma que tenho em mente esta noite é a de uma mulher que votou em Atlanta.
Ela se parece muito com outros que fizeram fila para fazer com que sua voz seja ouvida nestas eleições, exceto por uma coisa: Ann Nixon Cooper tem 106 anos.
Nasceu apenas uma geração depois da escravidão, em uma era em que não havia automóveis nas estradas nem aviões nos céus, quando alguém como ela não podia votar por dois motivos - por ser mulher e pela cor de sua pele. Esta noite penso em tudo o que ela viu durante seu século nos EUA - a desolação e a esperança, a luta e o progresso, às vezes em que nos disseram que não podíamos e as pessoas que se esforçaram para continuar em frente com esta crença americana: Podemos.
Em uma época em que as vozes das mulheres foram silenciadas e suas esperanças descartadas, ela sobreviveu para vê-las serem erguidas, expressarem-se e estenderem a mão para votar. Podemos. Quando havia desespero e uma depressão ao longo do país, ela viu como uma nação conquistou o próprio medo com uma nova proposta, novos empregos e um novo sentido de propósitos comuns. Podemos.
Quando as bombas caíram sobre nosso porto e a tirania ameaçou ao mundo, ela estava ali para testemunhar como uma geração respondeu com grandeza e a democracia foi salva. Podemos.
Ela estava lá pelos ônibus de Montgomery, pelas mangueiras de irrigação em Birmingham, por uma ponte em Selma e por um pregador de Atlanta que disse a um povo: "Superaremos". Podemos.
O homem chegou à lua, um muro caiu em Berlim e um mundo se interligou através de nossa ciência e imaginação. E este ano, nestas eleições, ela tocou uma tela com o dedo e votou, porque após 106 anos nos EUA, durante os melhores e piores tempos, ela sabe como os EUA podem mudar. Podemos.
EUA avançamos muito. Vimos muito. Mas há muito mais por fazer.
Portanto, esta noite vamos nos perguntar se nossos filhos viverão para ver o próximo século, se minhas filhas terão tanta sorte para viver tanto tempo quanto Ann Nixon Cooper, que mudança virá? Que progresso faremos?
Esta é nossa oportunidade de responder a esta chamada. Este é o nosso momento. Esta é nossa vez.
Para dar emprego a nosso povo e abrir as portas da oportunidade para nossas crianças, para restaurar a prosperidade e fomentar a causa da paz, para recuperar o sonho americano e reafirmar esta verdade fundamental, que, de muitos, somos um, que enquanto respirarmos, temos esperança.
E quando nos encontrarmos com o ceticismo e as dúvidas, e com aqueles que nos dizem que não podemos, responderemos com esta crença eterna que resume o espírito de um povo: Podemos.
Obrigado. Que Deus os abençoe. E que Deus abençoe os EUA da América
A propósito a Casa Branca - mudará de nome?
Uma imensa produção midiática movida a milhões de dólares - criou, embalou e vendeu o político Obama - de sucesso mundial, a ponto de a imprensa britânica anunciar um novo mundo (seria ' um outro mundo é possível?).
É o velho mundo sempre vislumbrando algo novo.
A propósito a Casa Branca - mudará de nome?
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
E OBAMA, DEMASIADAMENTE HUMANO, NÃO MUDOU OS MERCADOS..
Bem de leve, com todo respeito, como quem pisa em solo sagrado neste que está sendo vendido como o primeiro dia do resto de nossas vidas, como a quarta-feira inaugural de uma nova era (aguardem um novo livro de Hobsbawm), observem o que aconteceu com os mercados mundiais: despencaram de novo. O noticiário a respeito não deixa de ter a sua graça: “Mesmo com a eleição de Obama, mercados...” Que coisa, não? Quer dizer que a simples eleição de Obama não basta para resolver a crise? “Oh, não seja simplista, Reinaldo; você sabe que essas coisas não são assim, não é?” Ora, claro que eu sei. Eu sei. Um monte de gente sabe. Quantos sabiam? Há o fato em si e há o fato jornalístico. Os títulos e a abordagem deixam claro que a expectativa era a de que os mercados reagissem com euforia, como se pudessem abrir mão, por alguns momentos, de sua lógica e necessidades internas para ceder, também, ao clima de otimismo. É como se cada área da vida e da experiência devesse reagir de modo particular ao evento inaugural. E, no entanto, isso não aconteceu com os mercados nesta quarta. E não vai acontecer em nenhuma outra área nos dias vindouros. Escrevi aqui ontem ou anteontem, sei lá, que Barack Obama dava início a sua trajetória entre os homens. Os mercados foram os primeiros a evidenciar a sua precária humanidade. Sim, claro, ele não tem nada a ver com as bolsas. Mas o noticiário deixa claro deveria ter. E isso só traduz a metafísica influente nesses dias. Por Reinaldo Azevedo |
Na política, só existe um amigo verdadeiramente sincero: o amigo do alheio. No mais, não há senão inimigos cordiais.
Por um desses caprichos do protocolo, os mandachuvas dos três Poderes viram-se compelidos a estreitar suas inimizades nesta quarta (5).
Deu-se na sala de visitas do gabinete da presidência do Senado, nos instantes que antecederam uma sessão convocada para marcar os 20 anos da Constituição de 88.
Por sorte, o aperto vitimou políticos e um assemelhado.
É gente que, tendo inimigos, trata-os de maneira tal como se em breve tivesse de ser amigo deles.
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Visão milenarista
Nas épocas de crise generalizada como a que vivemos – parece que a ordem, a
inteligência ou consciência que se encontra por trás da infinita matriz da
realidade – se obscure e, muitos ficam esperando pelo salvador, da pátria
ou das almas (perdidas).
SURGEM OS PLANOS, as conspirações de dominação mundial ou as profecias
apocalípticas de fim do mundo – como se houvesse um determinismo, um
propósito deliberado – um planejamento dos eventos, dos fenômenos, do mundo
socioeconômico e político para a escravização/libertação do homem. Nesse
ponto de vista – tudo o que ocorre seria resultado de uma causa teleológica
que seria inexorável.
A ESSÊNCIA do milenarismo, assim como dos movimentos revolucionários,
inclusive de alguns que se dizem sociais é a esperança de uma transformação
completa e radical do mundo, pela mão de Deus, ou pela mão do homem,
respectivamente. Assim operam os movimentos messiânicos na história, todos
preconizando o advento de um mundo (para uns possível) – de justiça,
liberdade, igualdade, paz, fraternidade, solidariedade, em que todos
seríamos felizes, depois de excluídos, é claro os injustos, pecadores ou
capitalistas, burgueses ....
ESSA É A IDÉIA tipicamente paternalista – tanto do lado profano, quanto do
religioso, com um deus (Deus, do gênesis – com qualidades tipicamente
humanas) – que daria atenção pessoal, proporcionaria o bem-estar geral,
eliminando os sofrimentos, as atribulações, especialmente daqueles que têm
que trabalhar no dia a dia para ganhar o pão com o ‘suor de seu rosto’ – que
então não teriam mais desculpas para seus infortúnios pessoais.
PORÉM - A ORDEM, A INTELIGÊNCIA, energia, mente ou consciência cósmica
universal, tem suas LEIS fixas que permitem a vida em constante renovação,
assim como a persistência e a regularidade dos fenômenos; o propósito,
acredito é um atributo humano – ou seja - o definição de um fim ou objetivo
a ser alcançado individualmente e que nada tem com o divino.
O HOMEM EM SUA IMPERFEIÇÃO – não pode ser reformado e, nenhum homem pode
fazê-lo; a obra pronta e acabada foi entregue ao mundo e talvez até tenha
esgotado seu prazo de validade, mas ainda é possível difundir preceitos
cosmicamente inspirados e exemplificá-los em sua própria vida (e nem todos
os pastores de alma tem esse dom); o resto deve necessariamente resultar dos
esforços pessoais dos indivíduos e da comunidade, em seus interesses comuns.
JESUS CRISTO e outros grandes líderes religiosos, em corpo, alma, espírito e
sangue – trouxeram ao mundo filosofias espirituais que indicam o caminho
seguro - pelas quais se poderia alcançar a paz, apenas seguindo esses
ensinamentos espirituais.
ENFIM CADA UM COM SUA VISÃO e as ideologias, inclusive o ateísmo quando
dominados por dogmas produzem cegueira mental e ideológica nos seus
seguidores/devotos, pois cada um pré julga através do caleidoscópio que
adotou. Por isso Pilatos, cético, formulou a pergunta a Jesus: "o que é a
verdade?"
ENQUANTO ISSO – o capitalismo, sob a mão invisível do mercado e, com alguns
percalços com sua gênese efetivamente revolucionária – promove a educação, a
ciência e o progresso e, isso é inexorável, independente das resistências de
viés primitivistas.
alguém que sofre as consequências das perseguições efectuadas aos cristãos
pelos romanos, encontrando-se por isso exilado na ilha de Patmos, situada no
mar Egeu.
Dirige o Apocalipse às sete igrejas da Ásia Menor, ficando estas situadas na
actual Turquia.
"Apocalipse" significa revelação e revelação é o acto de tirar o véu. Assim,
o autor tem como objectivo pôr a descoberto o plano de Deus em pleno
ambiente de perseguições.
À aflição das comunidades cristãs, que se questionavam sobre a duração dos actos que sobre si recaiam, o Apocalipse respondia que o tempo da libertação estava próximo.
Deus iria mudar a situação, na medida em que só ele e não o Imperador, era senhor da História.
João apresenta a sua mensagem em forma de apocalipse, maneira muito própria
de anunciar a Boa Nova em épocas de perseguições. Qualquer apocalipse
caracteriza-se como sendo composto por imagens relativas a sonhos e visões,
carregados de símbolos e cor que necessitam, para o entendimento da
mensagem, ser decifrados.
A história do passado é vista numa perspectiva de profecia e a do presente,
imbuída de dificuldades, recebe a luz da profecia do passado em função da
libertação futura e próxima. Deus entregou o seu poder a Jesus e este levará
o seu povo à vitória final.
O Apocalipse tem, pois, como fim, incutir confiança aos cristãos em tempo de
perseguição. No entanto, e indo para além do seu tempo, teve reflexos
poderosíssimos em tempos posteriores, influenciando profundamente a
religiosidade popular medieval, mas também indivíduos pertencentes à Igreja
e outros que se dedicavam ao registro de fotos e acontecimentos, através de
crônicas, anais, entre outros. Importa aqui registrar, para que fique claro,
que à medida que a Igreja se foi organizando, as autoridades eclesiásticas
empenharam-se em reduzir o milenarismo a uma expressão simbólica, tendo
adoptado como seu representante Santo Agostinho (354-430), na medida em que a doutrina deste sobre a matéria foi transformada em doutrina oficial.
No entanto, apesar dos esforços da Igreja e da teoria agostiniana, a
continuidade das especulações sobre o caminho da História para o "fim dos
tempos", foi um constatação.
Os anos de 1000, 1033, 1186, 1229, 1250, 1260,1290, 1300, 1310, 1325, 1335, 1345, 1360, 1367, 1375, 1348, 1360, 1367,1375, 1378, 1387, 1395, 1396, 1400, 1417, 1429 e 1490 foram anunciados como sendo os da concretização do fim do mundo.
Sendo que a eles coincidem situações como fomes, pestes, inundações ou outros fenómenos tidos como sobrenaturais, caso de eclipses ou cometas, então percebe-se que tudo isto era interpretado como sinais apocalípticos.
Antes de avançarmos com mais com conjunto de registos atentemos, então, em
alguns excertos do Apocalipse:
"Introdução
1. Este livro contém a revelação que Jesus Cristo recebeu de Deus, para a
dar a conhecer àqueles que o seguem. Trata-se de coisas que hão-de acontecer
brevemente e que Cristo deu a conhecer ao seu discípulo João, por um anjo
que lhe enviou.
João é testemunha daquilo que Deus disse e que Jesus Cristo confirmou.
Foi isto que ele viu. Feliz daquele que lê este livro, e felizes os que ouvem
estas palavras proféticas e as guardam no seu coração. Pois tudo há-de
acontecer em breve.
(...)
A grande prostituta e a fera [corresponde à destruição da cidade de Roma - a
Grande Prostituta-]
Aproximou-se depois um dos sete anjos que tinham as sete taças e falou-me
assim:
"Vem cá! Vou mostrar-te a sentença de condenação da grande prostituta que
vive junto das águas abundantes. Os reis da terra cometeram pecado com ela e
os habitantes da terra embriagaram-se com o vinho da sua imortalidade. (...)
Depois o anjo continuou a explicar-me: "As águas que viste, onde vive a
prostituta, são povos, multidões, nações e línguas. Os dez chifres e a outra
fera que viste vão odiar a prostituta. Vão despojá-la de tudo e deixá-la
nua. Vão comer-lhe as carnes e queimá-la no fogo. Foi Deus quem lhes meteu
isto na cabeça, para assim realizarem o seu plano. (...)
A queda da grande cidade
Depois disto, vi outro anjo que descia do céu, com grande poder. E o seu
esplendor iluminou a terra. Gritou com voz forte:
A grande Babilónia caiu por terra!
Tornou-se habitação dos demónios, refúgio de todos os espíritos maus, e de
todas as aves selvagens e repelentes.
É que ela embriagou todas as nações com o vinho da sua imoralidade
desenfreada.
Os reis da terra cometeram imoralidades com ela, e os comerciantes da terra
tornaram-se ricos com o seu luxo desmedido. (...)
As bodas do Cordeiro [=Jesus]
E do trono saiu uma voz que dizia.
"Louvem o nosso Deus
todos os que o servem,
todos os seus fiéis,
pequenos e grandes!"
Depois ouvi como que a voz duma grande multidão semelhante ao ruído duma
grande cascata e de fortes trovões que dizia:
"Aleluia!
Quem reina é o Senhor,
o nosso Deus, todo-poderoso!
Alegremo-nos, regozijemo-nos
e dêmos-lhe glória.
Chegou o tempo das bodas do
Cordeiro
A sua noiva já se preparou.
Foi-lhe dado um vestido de linho
fino e resplandecente."(...)
Os mil anos
A seguir vi um anjo que descia do céu e na sua mão tinha a chave do abismo e
uma grande corrente. Agarrou o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo ou
Satanás, e prendeu-o por mil anos. Lançou-o pelo abismo, fechou a porta á
chave e selou-a para que não enganasse mais as nações, até que se cumpram os
mil anos. Depois deste período, deve ser solto durante algum tempo.
Vi também alguns tronos. Os que se sentaram neles receberam o poder de
julgar.
Vi ainda as almas daqueles a quem tinham cortado a cabeça por terem
dado testemunho de Jesus e proclamado a mensagem de Deus. São os que não
adoraram a fera, nem a sua estátua, nem trouxeram na fronte ou na mão a sua
marca. Estes vivem novamente com Jesus e reinam com ele durante mil anos.
Os outros mortos não voltaram à vida a não ser depois dos mil anos. Esta é a
primeira ressureição. Ditosos e santos os que tomam parte na primeira
ressureição. Sobre eles a segunda morte não tem qualquer poder. Eles serão
sacerdotes de Deus e de Cristo e hão-de reinar com ele durante mil anos.
Derrota de Satanás
Passados mil anos, Satanás será solto da prisão. (...)
Juizo final
(...)
A morte e o abismo foram lançados no lago do fogo. Este lago de fogo é a
segunda morte. E quem não tinha o seu nome escrito no livro da vida foi
lançado no lago do fogo.
Novos céus e nova terra
Vi, então, um novo céu e uma nova terra. O primeiro céu e a primeira terra
tinham desaparecido e o mar desapareceu.
E vi descer do céu, de junto de Deus, a cidade Santa, a nova Jerusalém.
(...)
E o que estava sentado no trono disse:
"Agora faço tudo de novo" (...) E disse-me ainda: "É um facto. Eu sou o Alfa
e o Ómega, o princípio e o fim. (...)
A nova Jerusalém
(...)
A cidade não tinha qualquer templo. O Senhor Deus todo-poderoso e o Cordeiro
é que são o seu templo. (...) As nações hão-de caminhar à luz daquela
cidade. Os reis da terra hão-de levar-lhe as suas riquezas (...) E na
cidade,estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos hão-de
adorá-lo (...). O Senhor Deus será a sua luz e hão-de reinar para todo o
sempre. (...)".
Para além do Apocalipse existiram outros 4 textos que contribuiram
igualmente para a difusão das ideias milenaristas. Foram eles os apócalipses
apócrifos de:
- Baruc: relacionava a vinda de Cristo a uma fartura nunca vista, ao termo
das doenças e à instalação da paz;
- Edras: descrevia as várias catástrofes que anunciariam o fim dos tempos,
até que o Messias retornaria revelando a Jerusalém Celeste e o Paraíso;
- Henoc: afirmava que os seriam recompensados com paz, fartura e justiça.
Temos ainda os Oráculos Sibilinos, um conjunto de textos gregos escritos
entre os séculos II a.c e IV d.c, profetizando a instalação de uma era de
abundância e de justiça, cujo governo seria levado a cabo pelo denominado
Último Imperador do Mundo.
Publicado por sandra em agosto 22, 2003 04:50 PM
http://historiaeciencia.weblog.com.pt/arquivo/006814.html
Luís Afonso A. Assumpção
As nações que ainda se autodenominam comunistas – têm recorrido a incipientes medidas capitalistas: Vietnã, Coréia do Norte, China, Cuba, assim como alguns países latino americanos por força do Consenso de Washington e que, justamente por isso estão enfrentando a crise global - em nível razóavel.
assim se manifestou o presidente chinês Jiang Zemin, num discurso em homenagem ao 80º aniversário do Partido Comunista chinês, na Grande Ala do Povo na Praça da Paz Celestial em Pequim:
“No passado, nosso entendimento dessa questão era muito superficial e simplista”, ... a sociedade humana rumará inevitavelmente ao comunismo..., acrescentando – não é possível nem necessário divisar ou descrever em grandes detalhes”, com ou quando a sociedade humana chegara lá. (Craig S. Smith – in Trabalhadores do Mundo, invistam – OESP 26/08/2001).
Esse raciocínio – segue a linha de pensamento/profecia de Karl Marx: “se as condições materiais que necessariamente resultarem no desaparecimento do modo capitalista de produção e, com ele, na derrubada da classe dominante capitalista, não tiverem ainda desaparecido no processo histórico, mas, não obstante, isso aconteça antes que a história o exija, então a vitória do proletariado na subversão do domínio da classe capitalista pode ser apenas temporária.” ( in Deutsche-Bruesseler-Zeitung, 11/11/1847).
Lênin (Vladimir Ilitch) – adotou a Nova Política Econômica (NEP) – não só como ‘recuo estratégico’ mas também para, um dia, alcançar melhor o objetivo final do comunismo, cujo caminho só os bolcheviques entendiam que podiam dominar. A NEP, por mais indispensável que fosse, permaneceu suspeita dentro do partido; seria tão só um mero recuo tático, imposto pela realidade, sem uma real dignidade ideológica, apesar dos esforços de Bukharin; mas como concessão à sociedade real ameaçou ao mesmo tempo o poder da ideologia e o de Joseph Stalin.
A NEP implantada em 1921 – passou a permitir as atividades de um grande número de empresas privadas, em especial as ligadas à agricultura e aos pequenos negócios, além de estimular os camponeses a ganharem o máximo possível. Em 1924, como ocorreu em outras partes do Ocidente, a economia já havia renascido.
A União Soviética permaneceu ilhada – em parte por opção, em parte pela hostilidade dos países capitalistas que a rodeavam -, mas gradualmente reconstruiu os laços econômicos com o restante do mundo.” (FRIEDEN, Jeffry A. Capitalismo Global – História econômica e política do século XX. Rio de Janeiro: Zahar, 2006, p. 154-155)
PORÉM assim que as condições objetivas permitiram – Stalin por forço da ideologia, erigida a religião e ao culto à personalidade (Lênin, o próprio Stalin, Mao, Fidel, Che Guevara, até o novíssimo santo assassino Manuel Marulanda, vulgo Tirofijo das FARC) - impôs sua mão totalitária num culto/praxis irracional, violento, criminoso, baseado no catecismo do terror - promovendo a maior tragédia humanitária do século passado.
Este é o artigo publicado no Mídia Sem Máscara como concebido no original...
"A única mão invisível que existe hoje em dia não é do mercado mas do neo-comunismo que sufoca silenciosamente democracia, o capitalismo e a liberdade sem ser notado". (eu mesmo)
A única mão invisível que existe hoje em dia não é do mercado mas do neo-comunismo que sufoca silenciosamente democracia, o capitalismo e a liberdade sem ser notado. (eu mesmo)
Há muito a humanidade persegue alguns objetos mágicos: o santo graal, a pedra filosofal, a arca da aliança. Nos tempos modernos, embalados pela revolução industrial e a "science fiction", novos objetivos são adicionados à lista: viagens espaciais, as viagens no tempo e o dom da invisibilidade.
Dessas novas utopias, muitas acabaram em realidade: viagens espaciais a partir dos anos cinqüenta com o russo Yuri Gagarin; Viagem no tempo nos três episódios de "De Volta Para o Futuro" e finalmente a invisibilidade, em uso pelos soviéticos (principalmente) desde 1991. Afinal para onde vocês acham que foram todos os comunistas desde então?
Desculpem pela introdução "bizantina" ao assunto, mas considero que nos dias que correm, não podemos mais falar da realidade exatamente como ela é. Se assim fizermos, seremos descartados imediatamente como mais um "paranóico delirante" a acreditar em comunistas. "Só falta acreditar que eles comam criancinhas" era uma frase típica destes céticos em resposta aos meus argumentos.
E não estou falando aqui de socialistas, neo-comunistas ou simpatizantes das teses da esquerda não. Falo de pessoas que, pelo contrário, apóiam o sistema capitalista democrático e a liberdade econômica como chaves para a geração de riqueza no mundo.
Então este artigo, antes de qualquer mal entendido, tem uma finalidade objetiva: tentar explicar de maneira lúdica - já que a realidade definitivamente virou "demodée" no Brasil de hoje - o que significou realmente a "queda do muro de Berlim" e a conseqüente dissolução do partido comunista soviético após a tentativa de "golpe" ao governo "democrático" de Yeltsin na URSS em 1991.
Meu público alvo são todos aqueles que não conseguiram entender a real dimensão do que acontece no mundo de hoje. Nada de novo em essência. São fatos, insights e teorias que são discutidas há décadas, e com alto grau de contra-provas positivas .
Falo das excepcionais obras de Anatolyi Golitsyn ("True Lies for Old" e "Perestroika Deception"). Falo dos artigos de Nyquist, de outros aqui no Brasil mesmo, no Mídia Sem Máscara.
Qual é o resumo da ópera: a estratégia do mundo comunista mudou radicalmente desde os anos cinqüenta. Motivo: os comunistas reconheceram o fracasso da economia planificada. Diagnóstico: somente com a eliminação/neutralização dos Estados Unidos – e seus aliados – é que o socialismo ou comunismo poderia voltar ao rumo de dominação mundial a que estavam acostumados. Esta guinada no curso estratégico foi muito baseada nos ensinamentos de Lenin ( "New Economic Policy" ou NEP) e foi iniciada nos anos cinqüenta com Kruchev.
Pelo cronograma, estamos no que se previu como a "fase final" em que o próprio comunismo se mimetizaria ao ambiente capitalista para destruí-lo por dentro. A estratégia era demonstrar ao mundo uma falsa "derrocada" do comunismo enquanto que, fora do campo visível dos seus oponentes, criava condições para uma vitória inconteste da visão socialista sobre o mundo, até a vitória final.
Agora vamos ao que significa:
Esta submersão dos comunistas até seu aparente "desaparecimento" foi na verdade uma simulação. Foi como se os comunistas tivessem descoberto a fórmula da "tinta evanescente". Se tens mais de quarenta (e menos de 10) deves lembrar de vários episódios de "Tom e Jerry" protagonizados pelo uso da tal tinta evanescente. Esta permite ao seu usuário a obtenção da invisibilidade total. Jerry faz uso dela para atormentar Tom de tal maneira que ele fica completamente maluco.
Como isso acontece? Jerry – invisível – incita o grande buldogue contra Tom. Este sem saber de onde partem os ataques acredita ser Tom o responsável e parte para cima do velho Thomas. É exatamente isso que nossa turma de comunistas-invisíveis executam incansavelmente sob o manto produtor da invisibilidade.
O paralelo é esse mesmo: nossos comunistas, usando os poderes da tinta evanescente, estão criando caos nas sociedades democráticas. E o fazem exatamente como Jerry fazia para atormentar o Tom: eles avançam sobre cada um dos componentes da sociedade de um determinado país e incitam uns contra os outros.
O negro, por exemplo, recebe sorrateiramente um sopapo na orelha. Nosso afro-descendente então sem achar o verdadeiro agente provocador, acaba denunciando os "culpados" de sempre – os brancos. Isso acontece também com mulheres, homossexuais, índios e muitos outros que acabam entrando nesta mesma confusão . Até os muçulmanos são chamados para participar dos "rounds" nesta luta.
Então , quando toda a sociedade estiver imersa num ambiente de confronto na busca de seus "direitos" obrigatórios nossos invisíveis comunistas estarão celebrando às gargalhadas os seus feitos.
Esta é a realidade que tentamos explicitar. A recusa em considerar estes fatos faz com que nossos heróis, imaginando debater proposições coerentes com a realidade, acabem desperdiçando energia em assuntos laterais, enquanto estas as forças invisíveis agem livremente no seio da sociedade. Distraídos em seus assuntos, há de chegar um dia em que o barulho ensurdecedor desta sociedade agora em conflito mortal não mais permita a continuidade dos debates.
Muito tarde perceberão nossos heróis que ao invés de um mundo livre onde a realização do ser humano dentro de uma sociedade democrática e capitalista é possível, quem estará batendo à porta finalmente não é aquela "mão invisível do mercado" que tanto falava Adam Smith, mas a "mão invisível" dos comunistas, que depois de enfeitiçar toda a sociedade com suas palavras de ordens politicamente corretas, a encaminha para eliminar os seus inimigos imaginários: os defensores do mercado, do capitalismo e de democracia. Exatamente os liberais.
Tudo por culpa da "tinta evanescente".
PORQUE OS EUA
Num primeiro momento a ralé jurássica do socialismo mundial - proclamava alto e bom som que a crise era dos EUA (e era, teoricamente ...) e ainda apostaram no caos - a partir do primeiro-ministro da Rússia Putin, do emperador criollo da Venezuela Chávez Frías, o carcereiro de Cuba Fidel Castro, a presidenta da Argentina Cristina Kirchner, o presidente do Irã, e até nosso primeiro e único apedeuta presidente - tripudiou do presidente dos EUA.
Buenos - agora como incêndio se alastrou - lamentavelmente - todos estão com as calças na mão. O certo é que a Europa que SEMPRE foi socorrida pelos EUA acordou a tempo e está unida com os EUA, porém nossa América Latina - auto suficiente em tudo - apostando no racismo criollo - novamente ficará na contra mão da história, salvo talvez o Uruguai e o Chile.
Eu tenho aqui uma modesta opinião pessoal baseada em meus parcos conhecimentos sobre o assunto e, sobretudo, em minha intuição: o mundo civilizado vai se unir em torno dos Estados Unidos para a superaçao desta crise. E isto por uma razão muito simples: se os Estados Unidos afundarem, o resto afundará junto.
Se o mundo, com os Estados Unidos, não é uma maravilha, sem ele ficará muito pior. Acho mesmo que a grande lição a ser tirada desta crise será a de que a união dos povos em torno de objetivos comuns de progresso, desenvolvimento e fraternidade constitui a única saída a ser buscada.
E os caminhos para isto são a democracia, que dá ao homem a liberdade política, e o capitalismo, que lhe dá a liberdade material. São estes os caminhos que dizem ao homem: faça da sua vida o que você quiser, de acordo com os seus interesses e com suas qualidades individuais.
O outro caminho oferecido pelos adeptos do caos só tem a nos oferecer a escravidão, miséria, o sofrimento e a dor, e isto já está provado porque já foi experimentado e deixou um saldo de cerca de cem milhões de mortos e uma destruição sem igual na história da humanidade.
E os que não aderirem na busca destes objetivos comuns irão pagar as consequências, pode crer.
Os inúteis sindicatos
" Um sindicato ou associação de classe — comercial, industrial, ou de outra qualquer espécie — nasce aparentemente de uma congregação livre dos indivíduos que compõem essa classe; como, porém, quem não entrar para esse sindicato fica sujeito a desvantagens de diversa ordem, a sindicação é realmente obrigatória.
Uma vez constituído o sindicato, passam a dominar nele — parte mínima que se substitui ao todo — não os profissionais (comerciantes, industriais, ou o que quer que sejam), mais hábeis e representativos, mas os indivíduos simplesmente mais aptos e competentes para a vida sindical, isto é, para a política eleitoral dessas agremiações.
Todo o sindicato é, social e profissionalmente, um mito."
Atenção povo brasileiro!
LIBERALISMO E AMERICA LATINA
A POSIÇÃO do articulista me parece bastante razoável – mas enveredou pelo que o esquerdismo denomina de neoliberalismo – uma espécie de demônio que ninguém sabe o que é (será que a intelligensia esquerdista sabe?) – mas é uma palavra reiterada em prosa e sem verso à exaustão como responsável pelo fracasso das economias latino americanas e, assim todos esquecem ou ocultam que as reais mazelas de nosso rincão – ricos em recursos naturais – mas paradoxalmente miserável em ações efetivamente de interesse público, e extremamente eficiente em dilapidar o patrimônio nacional pela corrupção.
Observe como as imensas riquezas petrolíferas estão sendo dilapidadas na Venezuela e a festança proporcionada pelo boom do crescimento econômico na América Latina, em que o Brasil cresceu em níveis pífios – mas apostou no espetáculo do crescimento interminável ....
A PATOLOGIA ESTATISTA - a fé no Estado como protagonista econômico – é que faz com que nosso rincão – apesar de seu imenso potencial em termos de riquezas e recursos naturais renováveis – paradoxalmente - continue com os flagelos da pobreza, exclusão/desigualdade social iníquas, alimentada pela corrupção, ineficiência e ineficácia de seus governos, no que tange ao interesse da sociedade, porque em termos pessoais auferem-se surpreendentes fortunas, impossível de se obter legalmente em qualquer cargo público.
É o paradoxo estatista – a riqueza produzindo miséria.
PORÉM DIANTE DA CRISE (SUBPRIME)- ALGUNS PROPALAM A FALÊNCIA DO MERCADO E DO CAPITALISMO – profetizada por Karl Marx (por 25 vezes) - esquecendo que a mão invisível - são todas as mãos que operam espontaneamente no mercado – e o que distorce as atividades econômico-financeiras são justamente a ausência de marcos regulatórios (LEIS) e sua efetiva aplicação, assim como a intervenção indevida do Estado, muitas vezes monitorado por interesses corporativos espúrios, típico do Estado macrófago que com a mão esperta, retira dos pobres que diz defender e privilegia os amigos do rei, desestimulando a livre concorrência, a competitividade e os negócios lícitos.
na atividade econômica abaixo da linha do Equador - quando o Estado não faz ou não quer fazer – impõe condições tão restritivas que impede que qualquer empreendedor tenha um negócio viável, a não ser sob o guarda-chuva protetor do Estado; em qualquer empreendimento privado além da burocracia excessiva e demorada o empreendedor paga um custo elevado e até impostos antes de obter qualquer lucro, de modo a favorecer um verdadeiro socialismo selvagem (distribuição forçada de renda); no caso da proteção estatal (capitalismo macrófago) se o negócio vai bem o lucro e do empreendedor, se vai mal o prejuízo é da sociedade. Mas criticam a ganância dos empresários e ainda falam em capitalismo, liberalismo, mercado, coisas absolutamente inexistentes na América Latina.
REITERANDO - NO BRASIL E NA AMÉRICA LATINA – nunca operou o capitalismo, o livre mercado – ou seja, o capitalismo liberal. São entidades subversivas.
O LIBERALISMO deve – preconizar o Estado de Direito – com distinção entre sociedade civil e Estado, com uma arquitetura constitucional (constitucionalismo) que garanta o princípio da separação e equilíbrio dos poderes – sistema de pesos e contrapesos que limitem os abusos de poder (cheks and balances); adotar - os princípios da participação (pluralismo político, social e axiológico) de todos os cidadãos nas questões públicas, mediante eleições livres, honestas e eqüitativas que assegurem a circulação das elites e a mudança periódica dos governantes, o princípio das liberdades públicas e privadas – que assegure os direitos individuais e proteja o indivíduo do arbítrio ou abusos da Polícia (da Justiça) ou da burocracia e das minorias culturais, religiosas ou de opinião contra a perseguição da maioria (tolerância), assim como o princípio da igualdade de todos perante a lei, valorizando o mérito e a capacidade individual, assim como reconhecer a legitimidade dos conflitos sociais regulares, que atuam dentro do marco regulatório do Estado de Direito constitucional.
ENFIM - O ESTADO DE DIREITO LIBERAL – elimina por si só qualquer concepção totalitária de poder, política ou no âmbito econômico, tampouco apela a recursos patológicos, digo, pedagógicos consistentes em técnicas de doutrinação e propaganda, que procura instituir o monopólio não só no campo dos discursos políticos e históricos, mas também das experimentações artísticas, filosófica, científicas e culturais, o que implica por fim, a impossibilidade dos indivíduos pensarem, distinguirem os fatos de suas representações, de confirmar as fontes de informação, de se engajarem em um trabalho de experimentação, do real e da disputa com o outro.
A ENTÃO UNIÃO SOVIÉTICA – forte na doutrina marxista - tentou superar o CAPITALISMO LIBERAL – com a economia planificada – mas não passou de uma tentativa de dominação indefinida da sociedade, do mercado e até da revogação das leis econômicas.
O experimento da ditadura do proletariado: nas palavras de JEFFRY A. FRIEDEN (Capitalismo Global):
A revolução bolchevique extinguiu a classe de investidores da sociedade russa, deixando o país composto por operários e gerentes, funcionários do governo, pequenos empresários e camponeses – principalmente camponeses. O apoio aos comunistas vinha das cidades. O proletariado era fortemente favorecido pelas políticas soviéticas, assim como os gerentes das fábricas, muitos dos quais comunistas promovidos da linha de produção para tomarem o lugar dos engenheiros da Rússia pré-revolucionária. Na administração pública, os bolcheviques substituíram gradualmente os burocratas pouco confiáveis por militantes leais ao partido. No entanto, os camponeses ou pequenos comerciantes não eram muito úteis para a teoria ou prática comunista – o que não seria um problema irrelevante para o país, já que os dois grupos formavam 90% da população.
Durante a década de 1920, o regime soviético promoveu uma economia híbrida público-privada que aceitava as fazendas e os pequenos negócios. A indústria e as finanças e os serviços modernos eram controlados pelo governo, que também dominava o comércio e as finanças internacionais do país. Entretanto, quase toda a agricultura permanecia privada – afinal, 80% da população era camponesa -, assim como o comércio doméstico e a indústria de pequena escala. O setor público abrigava uma pequena parcela da força de trabalho. Esse hibridismo produziu um crescimento relativamente rápido e até 1926 ou 1927 devolveu os índices pré-revolucionários à maioria dos setores econômicos. O comércio exterior também ressuscitou, embora agora atingisse níveis bem inferiores aos de 1914. a União Soviética não era uma economia de mercado, mas a planificação também não se apresentava de forma intensa; as estatais se autogerenciavam, como ilhas de modernidade em um mar de atraso rural.
ESSE SUCESSO inicial formidável – precisava, é claro – ser controlado e cada vez mais pelo Estado, principalmente levando-se em conta a complexidade da economia e com os bons resultados da Nova Política Econômica instituída por Lênin, nada mais natural do que um órgão de controle – o GOSPLAN, cujo objetivo realizado com eficiência foi substituir o mercado pelo plano, o lucro pela disciplina/centralismo democrático e o risco pela segurança igualitária, burocratizando e emperrando toda a atividade produtiva.
Gosplan (Госпла́н) era o nome coloquial da política de economia planejada da União Soviética. A palavra "Gosplan" é uma aglutinação de Gossudarstvênnîi Komitet po Planirovâniu (Государственный комитет по планированию, Comitê Estatal de Planejamento), órgão cuja principal função era o estabelecimento dos Planos Qüinqüenais soviéticos. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Gosplan)
NOS PRIMEIROS PLANOS qüinqüenais, entre 1928 e 1937 – foi imposta uma estrutura organizacional de planificação que durou décadas, até sua implosão. O comando do GOSPLAN controlava então uma série de ministérios industriais responsáveis por alguns setores específicos (ferro, aço e químicos). A cada cinco anos, ditava as diretrizes gerais da economia, sendo exigido dos gerentes das estatais o cumprimento de metas anuais de produção, de acordo com o plano. Aqueles que não atingiam as metas eram acusados de conspiradores contra o povo e premiados com o Gulag ou os hospitais psiquiátricos – para o merecido repouso.
Os planificadores estabeleciam preços e metas de produção de forma centralizada, sem deixar muitas vezes de levar em consideração o simples desejo de equilibrar oferta e a demanda, mas o objeto de desejo maior era favorecer as cidades em detrimento do campo e a indústria pesada em prejuízo da leve.
Os resultados foram inusitados, aponta JEFFRY FFIEDEN: em 1932, o quilo da farinha de centeio custa 12,6 copeques; ao passo que o pão de centeio valia 10,5 copeques o quilo; dando a entender que, na verdade, a farinha perdia o valor ao ser transformada em pão. A explicação não era a qualidade do pão soviético, mas os programas de preços motivados por aspectos políticos, em vez de mercadológicos – nesse caso, a vontade de manter baixo o preço da comida dos trabalhadores urbanos. Os gerentes das empresas utilizavam os preços quase integralmente para fins contábeis. Os trabalhadores e gerentes das firmas podiam ser recompensados por bom desempenho, embora os indicadores usuais dos mercados capitalistas – preços, lucros, perdas – fossem irrelevantes. Não poderia ser diferente, uma vez que os preços eram definidos por questões não-econômicas. Como um padeiro poderia ganhar dinheiro se não podia cobrar pelo pão o suficiente para cobrir os custos da farinha?
A economia era gerenciada por um sistema de equilíbrios materiais. Cada ministério deveria produzir e entregar um determinado número de produtos, por exemplo, tratores ou camisas, e também responder pelas metas das empresas que controlava. Os planificadores ficavam responsáveis por supervisionar se as fábricas estavam sendo abastecidas com os produtos que necessitavam: fábricas de tratores precisavam de aço, as de vestimentas necessitavam tecidos. O Gosplan precisava garantir que o país produziria a quantidade de aço necessária para as fábricas de tratores, a quantidade necessária de tecidos para as fábricas de vestimentas e assim por diante. Os planificadores eram os encarregados da garantia de que no final tudo estaria em relativo equilíbrio.
As metas dos planficadores eram definidas em termos de produção quantitativa das fábricas, usinas elétricas e fazendas. Isso gerava problemas de qualidade – um milhão de pares de sapatos malfeitos continuavam a ser um milhão de pares -, que deveriam ser monitorados pelo Gosplan e pelos ministérios. O Partido Comunista, que contava com militantes em quase todas as empresas, atuava como um sistema paralelo garantindo tudo, do comprometimento por parte dos gerentes à disciplina dos trabalhadores.
BUENAS E AÍ? – como também profetizou e acertou na mosca o militante político MARX – “tudo o que é sólido desmancha no ar”, implodiu – mas as viúvas inconsoláveis continuam de plantão – acreditando na profecia do mesmo MARX de que o capitalismo seguirá esse caminho, mas ocultando o que o economista MARX constatou, viu e afirmou - o capitalismo é essencialmente revolucionário. E continua, apesar das crises.
A LIÇÃO DO PROFETA:
“A grande indústria criou o mercado mundial preparado pela descoberta da América. O mercado mundial acelerou prodigiosamente o desenvolvimento do comércio, da navegação, dos meios de comunicação....”
Cada etapa da evolução percorrida pela burguesia era acompanhada de um progresso político correspondente....
A burguesia desempenhou na história um papel eminentemente revolucionário....
A burguesia só pode existir com a condição de revolucionar incessantemente os instrumentos de produção, por conseguinte, as relações de produção e, com isso, todas as relações sociais.
Pela exploração do mercado mundial, a burguesia imprime um caráter cosmopolita à produção e ao consumo em todos os países. Para desespero dos reacionários, ela retirou da indústria sua base nacional.
Devido ao rápido aperfeiçoamento dos instrumentos de produção e ao constante progresso dos meios de comunicação, a burguesia arrasta para a torrente de civilização mesmo as nações mais bárbaras.
A burguesia, durante seu domínio de classe, apenas secular, criou forças produtivas mais numerosas e mais colossais que todas as gerações passadas em conjunto.” (MARX, Karl e ENGELS, Friedrich, in Manifesto do Partido Comunista - 1848).
ACRESCENTO RAYMOND ARON: “A indústria moderna nunca considera e trata como definitivo o modo atual de um processo. Sua base é revolucionária, enquanto a de todos os modos de produção anteriores era essencialmente conservadora.”- O Marxismo de Marx. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007, p. 313.
O ULTERIOR DESENVOLVIMENTO DO CAPITALISMO e das próprias condições sociais do operariado – contradiz toda a fraseologia falaciosa socialista fundada na história da luta de classes do proletariado contra a burguesia, mas parece que eles piedosamente esperam o caos – para a vinda do paraíso terrestre, que atualmente parece que só é possível para alguns aposentados dos países desenvolvidos (capitalistas) e numa ilha que não tenha carcereiro:
“… nas sociedades comunista, em que cada um não está em um círculo exclusivo de atividade, mas pode se aperfeiçoar em qualquer ramo, a sociedade regula a produção geral e assim me dá a possibilidade de fazer isto hoje, aquilo amanhã, de caçar pela manhã, pescar à tarde, cuidar do rebanho no fim do dia, inclusive criticar a alimentação, sem no entanto me tornar caçador, pescador, pastor ou crítico, apenas seguindo meu prazer” ( Karl Marx - In “A ideologia Alemã – 1.ª parte). Observe bem a sociedade regula a produção, ou seja, o senhor mercado.
ENTRETANTO - O SOCIALISMO somente inspirou e promoveu, na prática tragédias socioeconômicas – através de revoluções delirantes e tresloucadas – perseguiu, torturou e assassinou os dissidentes, aniquilou as liberdades públicas, criou campos de concentração, os Gulags, prisões de trabalho forçado, estimulou e organizou o terrorismo de Estado, impôs o regime totalitário onde chegou ao poder. Estima-se que desde a Revolução Bolchevique de Outubro de 1917 foram assassinados cerca de 120 milhões de homens, mulheres e crianças inocentes, pela ação (des) humana.
contudo - A União Soviética demorou sete décadas na maior barbárie do século passado (1917-1991) para abandonar a ilusão do estatismo e seus subprodutos como a luta de classes, a ditadura do proletariado, o centralismo democrático, o regime do partido único (ESTADO-PARTIDO), a censura, a ausência de liberdade, a repressão do Gulag, para redescobrir a via do CAPITALISMO, ou seja, o óbvio: QUE TODOS OS PAÍSES DESENVOLVIDOS O FORAM COM O CONCURSO DECISIVO DO CAPITAL PRIVADO, ECONOMIA DE MERCADO, LIBERDADE, PLURALISMO, RESPEITO À PROPRIEDADE PRIVADA, AOS CONTRATOS E OS NECESSÁRIOS LIMITES AO GOVERNO.
O CAPITALISMO – queiramos ou não – além de ser o – maior agente revolucionário da história é a única forma de promover o bem-estar humano, posto que baseado na propriedade individual que é a única que gera prosperidade; gerado e gerador da revolução produtiva e tecnológica – triplicou a expectativa de vida entre 1700 – 2000; reduziu a pobreza nos países efetivamente capitalistas e continuará fazê-lo se for contido o Estado macrófago, promovendo a vida e o bem-estar para todos.
A ECONOMIA DE MERCADO – essência do capitalismo - é baseada singelamente na liberdade - liberdade contratual e efetivamente não há outro modelo mais eficiente para ordenar otimamente os fatores de produção (capital, trabalho, terra e tecnologia) para produzir mercadorias, bens e serviços necessários para o bem estar humano, o crescimento e o desenvolvimento socioeconômico.
A ANÁLISE DA EXPERIÊNCIA GLOBAL – que a viseira ideológica não permite ver ou finge que não vê - indica que a propriedade privada individual – fundamento do sistema econômico capitalista liberal – é a única maneira de gerar prosperidade e riqueza, para todos os que trabalham.
nesse momento da História – mesmo com a crise imobiliária (subprime) norte americana – que como as anteriores será superada - não há outra opção. Depois da derrubada do Muro de Berlim seguido do colapso do totalitarismo soviético e seus países satélites, e até que não se invente outro sistema de produção e geração de riqueza – a opção é o sistema capitalista porque é o único que pela sua natureza revolucionaria obteve êxito e tem proporcionado prosperidades quando seguido de forma correta.
O homem é livre enquanto dono de si mesmo - dono de seu corpo e sua alma, de seus projetos e ilusões e do fruto de seu esforço físico e mental. A liberdade individual é a que mais assemelha o homem ao Criador, assim como a que mais o diferencia de todos os outros seres vivos.
A restrição da liberdade é não só nociva para o bem-estar do homem, mas também contra a lei natural, a ordem divina, a harmonia e o desenvolvimento da humanidade.
A ESCOLHA entre ditadura do proletariado e liberalismo - é pessoal e o devoto Eric Hobsbawm sabe muito bem disso, especialmente pelos seus quase cem anos de existência em que nada sabe, nada ouviu e nada viu do socialismo real. É a historiografia co cinismo.
ENFIM - LIBERDADE e PROPRIEDADE instituídas pelo capitalismo liberal auto complementam-se – e o homem que não é dono de sua pessoa ou não pode dispor do fruto de seu trabalho é um escravo, como apontou Aristóteles (350 a.C.).