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quinta-feira, 25 de julho de 2019

Rodrigo Maia e presidente do STJ também foram alvo de hackers

Ministro João Otávio Noronha, do Superior Tribunal de Justiça, e o presidente da Câmara, estão entre os alvos de ataques hacker; procuradora-geral, Raquel Dodge, também integra a vasta lista de 'Vermelho'

Camila Turtelli/BRASÍLIA e
Fausto Macedo/SÃO PAULO
Estadão
Rodrigo Maia.
Foto: FABIO MOTTA/ESTADÃO


BRASÍLIA – O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também foi alvo de ataques virtuais do grupo preso sob suspeita de hackear de autoridades. O nome do deputado está em entre os citados pelos investigados durante depoimentos à Polícia Federal. A informação foi divulgada pela GloboNews e confirmada pelo Estadão/Broadcast. Questionado sobre a invasão, Maia afirmou que não utiliza o aplicativo Telegram, meio usado para invadir as contas das vítimas.


Na lista das vítimas, também consta o presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro João Otávio de Noronha. ‘Não tenho nada a esconder’, diz presidente do STJ

“Vermelho”, preso na terça-feira, 23, sob suspeita de invadir celulares de autoridades, pode ter acessado o aparelho de pelo menos um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com pessoas que tiveram acesso ao seu depoimento, Vermelho relatou aos policiais a sua vasta lista de vítimas. O Estado não conseguiu confirmar o nome do ministro.

O celular da procuradora-geral da República, Raquel Dogde, sofreu uma tentativa de invasão do grupo preso sob suspeita de hackear de autoridades. A informação foi confirmada pela Procuradoria Geral da República (PGR). Diferentemente de outras autoridades, no caso da Dogde, os invasores não conseguiram ter acesso aos dados. O fato já era sabido na PGR desde maio, e foi identificado pela área de tecnologia de informação do órgão, que vistoriou vários aparelhos depois que integrantes do MPF do Paraná denunciaram as invasões.

Conforme revelou o Estado na edição desta quarta-feira, entre os alvos do suposto hacker está até mesmo o presidente Jair Bolsonaro. Ele foi informado pelo Ministério da Justiça, que confirmou a informação em nota oficial na manhã de hoje. Um dos suspeitos, Walter Delgatti Neto, o Vermelho, também afirmou à PF que um ministro do Supremo está entre as vítimas, de acordo com pessoas que tiveram acesso ao seu depoimento. O Estado não conseguiu confirmar o nome do ministro.

Ministro João Otávio de Noronha.
FOTO: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO


Além de Walter, outras três pessoas estão presas em Brasília suspeitas de participarem da invasão a celulares de autoridades dos Três Poderes, entre elas o ministro da Justiça, Sérgio Moro; procuradores da Lava Jato; o ministro da Economia, Paulo Guedes; e a líder do governo Bolsonaro no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP). As provas foram encontradas em perícias, buscas e apreensões e baseadas em depoimentos dos presos realizados nesta terça. De acordo com a PF, o número de vítimas pode passar de mil.


‘Vermelho’, afirmou, segundo pessoas que tiveram acesso ao seu depoimento, que não pediu nenhuma contrapartida financeira ao dar acesso ao material hackeado ao jornalista Glenn Greenwald – conforme antecipou o Estado.

No Twitter, Greenwald voltou a reafirmar que não comenta sobre a fonte, mas publicou reportagem em que ‘Vermelho’ afirma ter entregue o material de forma anônima e não remunerada. “Como sempre falamos: ‘Em depoimento, Delgatti, um dos quatro presos pela PF, disse que encaminhou as mensagens ao jornalista Glenn Greenwald, fundador do site, de forma anônima, voluntária e sem cobrança financeira’”.
A defesa de Glenn, fundador do site The Intercept Brasil, disse, em nota, que “não comenta assuntos relacionados à identidade de suas fontes anônimas”.

25 de julho de 2019




quarta-feira, 24 de julho de 2019

PF investiga ‘patrocinadores’ de hackers de Moro


Ao verificar incompatibilidade entre as movimentações financeiras e a renda mensal de dois suspeitos de invadir Telegram do ministro da Justiça, juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10º Vara Federal de Brasília, apontou necessidade de ‘averiguar eventuais patrocinadores das invasões ilegais’


Breno Pires e Patrick Camporez/BRASÍLIA
e Julia Affonso
e Pepita Ortega/SÃO PAULO
Estadão

Deltan Dallagnol e Sérgio Moro.
FOTO: HELVIO ROMERO/ESTADÃO





A Polícia Federal investiga supostos patrocinadores do grupo preso sob suspeita de hackear os celulares do ministro da Justiça Sérgio Moro, de delegados da PF e de juízes. Ao decretar a prisão temporária de quatro investigados, o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10.º Vara Federal de Brasília, apontou para a incompatibilidade entre as movimentações financeiras e a renda mensal de casal Gustavo Henrique Elias Santos e Suellen Priscila de Oliveira, que em dois períodos de dois meses – abril a junho de 2018 e março a maio de 2019 – movimentou R$ 627 mil com renda mensal de R$ 5.058.

“Diante da incompatibilidade entre as movimentações financeiras e a renda mensal de Gustavo e Suelen, faz-se necessário realizar o rastreamento dos recursos recebidos ou movimentados pelos investigados e de averiguar eventuais patrocinadores das invasões ilegais dos dispositivos informáticos (smartphones)”, registrou.

Documento
DECISÃO PDF

Além do casal, também foram presos Walter Delgatti Neto e Danilo Cristiano Marques.

Entenda a investigação

Os presos foram transferidos para Brasília. Segundo a PF, por questão de espaço, dois deles permaneceram na carceragem da superintendência e os outros dois, levados por volta das 23h desta terça para local não informado.

Um dos endereços alvo de buscas nesta terça foi a residência da mãe de Gustavo Henrique Elias Santos, em Araraquara. Santos, no entanto, foi preso na capital paulista. Ele trabalha com shows e eventos, segundo investigadores.

Além do casal, detido em São Paulo, a PF prendeu em Araraquara Walter Delgatti Neto, que já responde a processos por estelionato. Segundo informações da Justiça Eleitoral, ele foi filiado ao DEM. A defesa de Delgatti Neto não foi localizada.

Há, ainda, um quarto preso, em Ribeirão Preto, Danilo Cristiano Marques.

O inquérito está sendo conduzido pelo delegado Luiz Flávio Zampronha, que, em 2005 e 2006, presidiu o inquérito do Mensalão.
Autoridades

Além de Moro, procuradores da força-tarefa da Lava Jato no Paraná e outras autoridades teriam sido alvo de hackers – no mandado de buscas, há menção ao desembargador federal Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal da 2.ª Região, no Rio, ao juiz Flávio Lucas, da 18.ª Vara Federal do Rio e aos delegados da PF Rafael Fernandes, em São Paulo, e Flávio Vieitez Reis, em Campinas.

A PF informou também nesta terça que vai investigar a suspeita de invasão nos aparelhos celulares do ministro da Economia, Paulo Guedes, e da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP).

Desde 9 de junho, o site The Intercept Brasil divulga supostas mensagens trocadas pelo então juiz federal titular da Lava Jato em Curitiba com integrantes do Ministério Público Federal, principalmente com Dallagnol. Foram divulgadas pelo The Intercept e outros veículos conversas atribuídas ao ex-juiz e a procuradores no aplicativo Telegram. O site afirmou que recebeu de fonte anônima o material, mas não revelou a origem. Moro nega conluio – ele e Dallagnol afirmam não reconhecer a autenticidade das conversas.

O ministro da Justiça já afirmou que a invasão virtual foi realizada por um grupo criminoso organizado. Para ele, o objetivo seria invalidar condenações por corrupção e lavagem de dinheiro, interromper investigações em andamento ou “simplesmente atacar instituições”.

Em 19 de junho, Moro passou oito horas e meia respondendo a questionamentos de senadores na Comissão de Constituição e Justiça da Casa sobre supostas mensagens que sugerem atuação conjunta com os procuradores quando ele era juiz.
Falsificação

Spoofing, segundo a PF, é um tipo de falsificação tecnológica que tenta enganar uma rede ou pessoa fazendo-a acreditar que a fonte de uma informação é confiável. “As investigações seguem para que sejam apuradas todas as circunstâncias dos crimes praticados”, informou a PF. A operação mira “organização criminosa que praticava crimes cibernéticos”.

O celular de Moro foi desativado em 4 de junho. O aparelho foi invadido por volta das 18h. Ele percebeu após receber três telefonemas do seu próprio número. O ex-juiz acionou então investigadores da PF. O último acesso de Moro ao aparelho foi registrado no WhatsApp às 18h23 daquele dia. O suposto hacker teria tentado se passar pelo ministro no Telegram.

24 de julho de 2019

Para PF, os quatro presos são os responsáveis por cerca de mil hackeamentos, incluindo os de Deltan e Moro


Edilson Dantas | Agência O Globo


Por Lauro Jardim
O Globo

A PF já trabalha com a certeza de que os quatro presos ontem em São Paulo sob a suspeita de terem invadido o telefone de diversas autoridades são os responsáveis pelo hackeamento de todas as vítimas que aparecerem até agora neste caso.

Isso significa que o quarteto está envolvido nas invasões (e tentativas) dos celulares de Deltan Dallagnol e Sérgio Moro a procuradores da força-tarefa da Lava-Jato de Curitiba e do Rio de Janeiro, passando por Joice Hasselmann e Paulo Guedes, entre outros.

A PF já tem a confirmação também de que os quatro hackearam cerca de mil pessoas, entre autoridades do Executivo, Legislativo, Judiciário e jornalistas.


24/07/2019


Exclusivo: Líder dos hackers confessou crimes



Por Claudio Dantas
O Antagonista


Walter Delgatti Neto, considerado o líder do grupo preso ontem, confirmou à Polícia Federal ter sido responsável pela invasão dos celulares de Sergio Moro, Deltan Dallagnol e outras centenas de autoridades dos três poderes.


Delgatti está colaborando com as investigações.

Ele permitiu que a PF tivesse acesso a todos os seus arquivos armazenados em nuvem e confirmou aos investigadores que o material divulgado pelo Intercept é fruto do ataque cibernético.

Segundo Delgatti, houve casos apenas de invasões a celulares, outros de roubo de dados e ainda de sequestro da linha para simular conversas com terceiros.


24.07.19


PF investiga participação de mais seis pessoas em ataque a Moro


Resultado de imagem para Líder dos hackers

O Antagonista

Após as prisões dos quatro suspeitos de invadir o Telegram de Sergio Moro e outras autoridades, a PF investiga o possível envolvimento de mais seis pessoas no caso, informam Aguirre Talento e Leandro Prazeres em O Globo.


De acordo com o jornal carioca, “os nomes deles apareceram vinculados às contas utilizadas nos ataques ao ministro, porém em um primeiro momento a PF não identificou participação direta deles nos fatos”.

O juiz Vallisney de Oliveira, que ordenou a prisão dos quatro acusados de hacking, recebeu um relatório da PF e autorizou a quebra do sigilo dos e-mails dessas outras seis pessoas.


24.07.19