PEC faz do Senado instância de recurso ao STF
Um grupo de senadores ligados ao ex-presidente Lula articula discretamente uma Proposta de Emenda Constitucional baseada em um princípio explosivo: estabelecer o próprio Senado Federal como instância recursal ou revisora de decisões adotadas pelo Supremo Tribunal Federal que envolvam matérias constitucionais.
Na prática, o Senado teria mais poderes que o próprio STF em decisões judiciais.
A vida como ela é
Inspiram a futura “PEC do STF” a insatisfação com decisões da Corte e o suposto arrependimento de Lula com algumas indicações de ministro.
Maior moita
A PEC do Supremo recebe tratamento secreto. Senadores que articulam a mudança constitucional pediram para não serem citados.
Nada a ver’
Os articuladores da PEC do Supremo negam que a intenção seja rever no futuro decisões como a eventual condenação dos réus do Mensalão.
16/06/2012
sábado, 16 de junho de 2012
Acorda, Brasil!!
Grupo de deputados e senadores atua para blindar Delta na CPI
Folha de S. Paulo
À frente da ação está o PMDB do governador do Rio, Sérgio Cabral
A votação que adiou por tempo indeterminado o depoimento do empreiteiro Fernando Cavendish expôs as articulações de uma "bancada" na CPI do Cachoeira que atua para blindar o dono da Delta.
As orientações partem do PMDB nacional, do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ambos amigos de Cavendish. A Delta tem vários contratos com o governo fluminense.
Fazem parte do grupo os deputados Leonardo Picciani e Filipe Pereira, do PSC-RJ, João Magalhães (PMDB-MG) e Cândido Vaccarezza (PT-SP), este por razões partidárias em virtude de acordos feitos entre o partido e o PMDB.
O grupo pró-Cavendish conta também com o senador Ciro Nogueira e sua mulher, Iracema Portella, do PP-PI e amigos do empreiteiro.
O casal Nogueira estava em Paris na Semana Santa, às vésperas da criação da CPI, quando diz ter encontrado casualmente Cavendish.
Em dezembro de 2009, Ciro postou em sua conta no microblog Twitter: "Hoje vou ao casamento do meu amigo Fernando Cavendish".
Na sessão da última quinta-feira que bloqueou o depoimento de Cavendish, Ciro defendeu que o empreiteiro não fosse convocado.
"Nós ficamos apenas numa guerra de convocar fulano [...]. Nós não quebramos o sigilo da Delta? Vamos analisar", discursou o senador.
Além de Nogueira, o deputado Picciani também se manifestou ao microfone contra a convocação. "Nós não precisamos ter a ânsia de convocar [Cavendish] sem ter o que perguntar, apenas para fazer um espetáculo que seja."
"Não tenho convívio social com Cavendish", disse Picciani, por meio da assessoria. "Sou independente."
Filipe Pereira também negou integrar a "bancada da Delta". Vaccarezza afirmou que não é da "tropa de cheque nem da tropa de choque" de empresas. "Quer dizer que todos os amigos do Cabral são bandidos?"
Eduardo Cunha disse que "ninguém manda em mandato de ninguém" e que não participa de CPI.
Cabral disse, via assessoria, que não influencia o PMDB na CPI.
16 de junho de 2012Foto: Edição/247
Cavendish ameaça levar outras empreiteiras à CPI
Corrupção
No mesmo dia em que a Delta foi punida pela CGU, empresário mandou recado a um parlamentar: a maioria das grandes empreiteiras paga propina a servidores públicos e políticos – e usa os mesmos laranjas
Fernando Cavendish, dono da Delta: o recado foi entendido(Eduardo Knapp/Folhapress)
Na terça-feira, a Controladoria-Geral da União (CGU) declarou inidônea a Delta Construções, a empreiteira de Fernando Cavendish que está no centro do caso Cachoeira.
Dois dias depois, a CPI que investiga o escândalo negou-se a ouvir o empresário.
Pareceu um tremendo contrassenso.
E é.
Mas tem explicação.
Reportagem de VEJA desta semana revela que Cavendish tem ameaçado revelar segredos que comprometem outras empreiteiras.
No mesmo dia em que a CGU anunciou a punição à Delta, Cavendish esteve em Brasília.
Numa conversa com um parlamentar de quem é amigo, disse que não apenas a Delta, mas a maioria das grandes empreiteiras paga propina a servidores públicos e políticos em troca de obras e aditivos contratuais.
Conforme Cavendish, a Delta adotou o mesmo sistema: para dificultar o rastreamento da propina, repassava os recursos a empresas-laranja, que, posteriormente, entregavam o pedágio a quem de direito.
Sentindo-se injustiçado por ser o único a expiar os pecados em público, Cavendish apresentou ao parlamentar um conjunto de empresas-laranja que serviriam à Delta e às concorrentes.
Deu nome de sete empresas das áreas de engenharia e terraplanagem.
Todas funcionam em São Paulo e têm como proprietário o empresário Adir Assad, apesar de estarem em nome do técnico em refrigeração Jucilei Lima dos Santos e de Honorina Lopes, sua mulher, ambos no papel de laranjas.
Cavendish conhece como poucos Adir Assad – e os serviços prestados por ele.
Há duas semanas, VEJA revelou que a Delta repassou 115 milhões de reais a empresas-laranja.
Do total, 47,8 milhões abasteceram as contas da Legend Engenheiros Associados, da Rock Star Marketing e da SM Terraplanagem, que também são de propriedade de Adir Assad.
As sete novas empresas de engenharia e de terraplanagem, segundo Cavendish, fariam parte do mesmo laranjal.
O parlamentar que conversou com Cavendish passou o relato adiante.
Foi como se acendesse um rastilho de pólvora que percorreu as bancadas do PMDB, PP, PR e PT.
O recado foi entendido como um pedido de solidariedade e, claro, como uma ameaça velada, destinada a trazer novas empresas e parlamentares para o centro da investigação. “Está claro que convocar o Cavendish é trazer para a CPI todas as empreiteiras”, diz um graduado petista, que votou contra a convocação do empreiteiro.
Só uma investigação acurada sobre a movimentação financeira das empresas-laranja revelará se Cavendish blefa ou fala a verdade.
O fato é que, na semana passada, o empresário foi blindado, apesar da fartura de indícios que pesam contra ele.
Planilha – A própria CPI já detectou que houve grande quantidade de saques em dinheiro, às vésperas das eleições, nas tais empresas-laranja abastecidas pela Delta.
Uma planilha em poder da comissão também revela que contas da empreiteira que recebiam os recursos federais foram as mesmas que transferiram dinheiro para uma empresa-laranja sediada em Brasília, agraciada com 29 milhões de reais.
Os parlamentares de oposição acreditam que encontraram o caixa usado para subornar funcionários do governo federal.
A CPI desistiu de votar a convocação de Cavendish por 16 votos a 13.
Prevaleceu a maioria formada por aquilo que o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) chamou de “tropa do cheque” – expressão cunhada um dia antes, num ato falho, pelo deputado Ronaldo Fonseca (PR-DF).
A tropa pró-Cavendish foi integrada pelos parlamentares do PT e da base aliada.
Para a definição do placar, foram decisivos dois parlamentares: o senador Ciro Nogueira (PP-PI), que se alinhou à maioria, e o deputado Maurício Quintella Lessa (PR-TO), que não participou da sessão.
Soube-se depois que Nogueira e Lessa haviam se encontrado na Semana Santa com Cavendish num restaurante em Paris.
Os parlamentares alegam que o encontro foi casual e não teria influenciado sua posição dos dois na comissão.
16.06.2012
Fala, Cavendish!
CPI do Cachoeira
Segredos de Cavendish preocupam PT e seus aliados
Acusada de irregularidades e pagamento de propina, a construtora Delta, uma das maiores do país, agoniza.
Nos bastidores, seu dono ameaça revelar segredos que comprometeriam políticos e outras grandes empreiteiras
Acusada de irregularidades e pagamento de propina, a construtora Delta, uma das maiores do país, agoniza.
Nos bastidores, seu dono ameaça revelar segredos que comprometeriam políticos e outras grandes empreiteiras
Otávio cabral e Daniel Pereira
Blefe? - Fernando Cavendish, proprietário(Cristiano Mariz e Oscar Cabral)
da Delta, tem enviado recados a grandes empreiteiros e políticos sobre o risco de surgirem revelações envolvendo caixa dois
e dinheiro para campanhas eleitorais
É absolutamente previsível a explosão que pode emergir de uma apuração minuciosa envolvendo as relações de uma grande construtora, no caso a Delta Construções, e seus laços financeiros com políticos influentes. A empreiteira assumiu o posto de líder entre as fornecedoras da União depois de contratar como consultor o deputado cassado José Dirceu, petista que responde a processo no Supremo Tribunal Federal (STF) no papel de "chefe da organização criminosa" do mensalão. Além disso, consolidou-se como a principal parceira do Ministério dos Transportes na esteira de uma amizade entre seu controlador, Fernando Cavendish, e o deputado Valdemar Costa Neto, réu no mesmo processo do mensalão e mandachuva do PR, partido que comandou um esquema de cobrança de propina que floresceu na gestão Lula e só foi desmantelado no ano passado pela presidente Dilma Rousseff. A empreiteira de Cavendish é dona da maior fatia das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e tem contratos avaliados em cerca de 4 bilhões de reais com 23 dos 27 governos estaduais. Todo esse império começou a ruir desde que a Delta foi pilhada no epicentro do escândalo envolvendo o contraventor Carlos Cachoeira. Se os segredos de Cachoeira são dinamite pura, os de Cavendish equivalem a uma bomba atômica.
Fala, Cavendish!
Na semana passada, a CPI do Cachoeira aprovou a convocação de 51 pessoas e 36 quebras de sigilo bancário, fiscal e telefônico. Os números foram festejados pela cúpula da comissão como prova inconteste da disposição dos parlamentares para investigar os tentáculos da máfia da jogatina nos partidos políticos, na seara das empreiteiras e na administração pública. Sob essas dezenas de votações, no entanto, esconde-se a operação patrocinada pelo ex-presidente Lula e alguns políticos para impedir que a bomba atômica de Cavendish seja detonada. A estratégia é enaltecer as convocações e quebras de sigilo relativas a empresas e personagens já fartamente investigados pela Polícia Federal. Assim fica mais fácil despistar as manobras para evitar que Cavendish conte tudo — mas tudo mesmo — o que sabe sobre como obter obras públicas pagando propinas a pessoas com poder de decisão nos governos. Investigar a Delta, aliás, foi considerada a tarefa prioritária pelos próprios delegados da Polícia Federal que prestaram depoimento à CPI. Eles disseram que desvendar os mecanismos subterrâneos de concessão de obras públicas no Brasil seria o maior legado da CPI.
Fala, Cavendish!
Deflagradas pela Polícia Federal, as operações Vegas e Monte Carlo revelaram o envolvimento do contraventor Carlos Cachoeira com políticos como o senador Demóstenes Torres (ex-DEM) e Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta na Região Centro-Oeste. Entre outras atividades, o trio agia para abrir os cofres dos governos estaduais e federal à empresa. Para tanto, ofereceria propina em troca de contratos. A PF colheu indícios desse tipo de oferta criminosa, por exemplo, em Goiás e no Distrito Federal. Foi com base nessa delimitação geográfica que os petistas defenderam uma investigação sobre a atuação da empreiteira apenas na Região Centro-Oeste — tese que saiu vitoriosa na semana passada. "Não há conversa gravada do Cachoeira com o Fernando Cavendish. A CPI não pode se transformar numa casa de espetáculo", bradou o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). "A generalização beira a uma devassa", reforçou Paulo Teixeira (PT-SP). Os petistas cumpriram à risca as ordens dadas por Lula um dia antes, quando ele esteve em Brasília para a cerimônia de instalação da Comissão da Verdade. A ordem foi calar Cavendish. Mas o correto é o contrário.
Fala, Cavendish!
O ex-presidente sabe do potencial de dano ao PT e a seus aliados caso Fernando Cavendish conte como a sua Delta conseguia seus contratos de obras e, em troca, pagava políticos. Numa conversa gravada com ex-sócios, Cavendish os incentivou a cortar caminho para o sucesso comprando políticos. Na tabela da corrupção da Delta, um senador, por exemplo, custaria 6 milhões de reais. A Delta tem obras contratadas por governadores pertencentes aos maiores partidos do país — PT, PSDB e PMDB. Será que essa onipresença da Delta explica as razões pelas quais a CPI decidiu não chamar para depor os governadores Agnelo Queiroz (PT-DF), Marconi Perillo (PSDB-GO) e Sérgio Cabral (PMDB-RJ)? O deputado Vaccarezza deu a resposta. "A relação do PMDB com o PT vai azedar na CPI. Mas não se preocupe, você é nosso e nós somos teu", escreveu em idioma parecido com o português o deputado Vaccarezza numa mensagem de celular destinada ao governador Sérgio Cabral. Captada pelas câmeras de televisão do SBT, a mensagem revela de forma inequívoca o grande arranjo para calar o dono da Delta, amigo íntimo de Cabral. Portanto, é bom repetir a palavra de ordem que pode salvar a CPI do fracasso.
Fala, Cavendish!
Nos bastidores, Cavendish tem falado. E muito. Ele usou interlocutores de sua confiança para divulgar suas mensagens. Uma delas foi endereçada aos políticos. Seus soldados espalharam a versão de que a empreiteira destinou cerca de 100 milhões de reais nos últimos anos para o financiamento de campanhas eleitorais — e que o dinheiro, obviamente, percorreu o bom e velho escaninho dos "recursos não contabilizados". Uma informação preciosa dessas deveria excitar o ânimo investigativo da CPI do Cachoeira. Os mensageiros de Cavendish também procuraram solidariedade na iniciativa privada. A arma foi ressaltar que o caixa dois da Delta, que serviu para financiar campanhas, segue um modelo idêntico ao de outras empreiteiras, inclusive usando os mesmos parceiros para forjar serviços e notas fiscais frias. A mensagem é: se atingida de morte, a Delta reagiria alvejando gente graúda. Como o navio nazista Bismarck, a Delta afundaria atirando. Faria, assim, um bem enorme ao interesse coletivo, mas seria mortal aos interesses privados. Os mensageiros de Cavendish têm espalhado que a mesma empresa fornecedora de notas frias da qual sua construtora se servia abastecia outras duas grandes empreiteiras. São essas ameaças, somadas à coloração suprapartidária dos contratos firmados, que azeitam a blindagem da Delta. Como saber se Cavendish está apenas blefando em uma clássica operação de controle de danos? Levando-o à CPI.
Fala, Cavendish!
Desde a eclosão do escândalo, a Delta foi forçada a deixar as obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), encomendadas pela Petrobras, e da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), sob responsabilidade do Ministério dos Transportes. A polêmica sobre o destino da empreiteira pôs a presidente e o antecessor em rota de colisão pela segunda vez em menos de dois meses. Lula patrocinou a criação da CPI do Cachoeira ao considerá-la uma oportunidade de desqualificar instituições que descobriram, divulgaram e investigaram o esquema do mensalão, como a imprensa, o Ministério Público, o Judiciário e a oposição. Logo após a abertura da CPI, Fernando Cavendish passou a negociar a empresa com o grupo J&F, cujos donos eram parceiros preferenciais do governo Lula. A venda foi orquestrada pelo ex-presidente. O papel de Henrique Meirelles, presidente do Banco Central nos oito anos de mandato do petista e atual CEO do J&F, na manobra ainda não está claro. Meirelles não comenta, mas sabe-se que ele, desde os tempos de BC, não assina nada que não tenha a chancela de seus advogados particulares.
Cristiano Mariz
Vergonha nacional - Collor e o petista Cândido Vaccarezza: constrangimento à imprensa e troca de gentilezas com o governador Sérgio Cabral
O J&F tem 35% de suas ações nas mãos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Mais que isso. Tomou emprestados mais de 6 bilhões de reais no banco. É, portanto, uma empresa semiestatal. Por meio de assessores, a presidente Dilma Rousseff deixou claro que seu governo não apoia a encampação da Delta pelo grupo J&F. A contrariedade de Dilma foi explicitada pela decisão das estatais de tirar a Delta de obras do Dnit e da Petrobras. Dilma determinou à Controladoria-Geral da União (CGU) que declare a empreiteira inidônea e, portanto, proibida de fechar contratos com a União. "O governo fará tudo o que estiver a seu alcance para esse negócio não sair", diz um auxiliar da presidente. Quem conhece Fernando Cavendish mais de perto garante que ele nem de longe vestiria o traje de homem-bomba. Mas como ter certeza de que tem potencial explosivo ou apenas quer minimizar os ataques a ele e a sua empresa? Levando-o à CPI. Vamos lá, coragem.
Fala, Cavendish!
sexta-feira, 15 de junho de 2012
A cara de palerma apaixonado confirma que a CPI é uma Confraria de Pilantras e Idiotas
Por Augusto Nunes
Confraria de Pilantras
e Idiotas
e Idiotas
O que será que ele está vendo?, intrigaram-se nesta quinta-feira incontáveis leitores da Folha confrontados com a foto na primeira página.
A expressão superlativamente embevecida do deputado federal Jilmar Tatto grita que o líder da bancada do PT está cruzando, a bordo de um floco de nuvens multicoloridas, a difusa fronteira que separa o deslumbramento do êxtase.
O que faz bater em descompasso o coração do companheiro?
Os olhos rútilos e os lábios trêmulos, na grande imagem de Nelson Rodrigues, avisam que Jilmar está grávido de admiração, orgulho e felicidade.
O que estará acontecendo?
O grupo de candidatas a miss em visita a seu gabinete resolveu homenageá-lo com um striptease coletivo?
A ex-primeira dama Carla Bruni irrompeu no plenário para sussurrar-lhe que topa trocar Paris por Brasília?
Andressa Mendonça, mulher de Carlinhos Cachoeira, apareceu de repente para comunicar que só aceitará depor na CPI se tiver a seu lado, e de mãos dadas, aquele parlamentar tão sensível?
Nada disso.
Jilmar ficou assim sem que fosse apresentado a alguma singularidade assombrosa.
Para exibir essa cara de palerma apaixonado, bastou-lhe testemunhar, sentado na fila do gargarejo da CPI, o momento em que o governador Agnelo Queiroz propôs a quebra do sigilo telefônico, bancário e fiscal já quebrado pelo Supremo Tribunal Federal.
“Você é nosso e nós somos teu”, parece murmurar a fisionomia do líder do PT.
O recado endereçado a Sérgio Cabral pelo torturador gramatical Cândido Vaccarezza é a mais perfeita tradução da CPI de araque.
Reveja a foto no alto da página. Contemple sem pressa a imagem que levou Jilmar Tatto a flutuar na estratosfera.
Fica mais fácil entender por que a CPI do Cachoeira virou uma chanchada pornopolítica que finge investigar coadjuvantes para manter longe da cadeia os protagonistas de outro escândalo calculado em bilhões de reais.
O deputado Miro Teixeira tem razão: abstraídos os raríssimos homens honrados, o que se vê é um duelo travado por tropas do cheque tão patéticas e desprezíveis quanto as velhas tropas de choque.
Governistas e oposicionistas aplaudem os bandidos de estimação e fazem de conta que estão bravos com os meliantes do lado de lá.
A simulação ficou perigosa depois que a cachoeira desaguou na Delta.
Nesta quinta-feira, o PT e a base alugada se juntaram para conjurar o perigo e excluíram Fernando Cavendish da lista de depoentes.
Melhor encerrar os trabalhos antes que o Brasil inteiro enxergue na CPI o que ela é:
uma Confraria de Pilantras e Idiotas.15/06/2012
Maluf disfarçado de Jesus…
Por Reinaldo Azevedo
Dilma deu a Paulo Maluf o cargo que ele queria no Ministério das Cidades (já trato do assunto) na esperança de que o PP apoie Fernando Haddad em São Paulo.
Os petistas, claro!, estão doidos para chamar Maluf de “companheiro”.
Já lavaram a reputação de gente até pior.
“Arbustus”, no Twitter, saiu-se com esta:
“As vezes, Jesus se disfarça de Maluf só para testar a fé da militância.”
É uma excelente sacada!
O diabo faz a mesma coisa!
Finge-se de anjo só para ver se o petismo é tentado mudar de vida.
Mas jamais se decepcionou, se é que vocês me entendem.15/06/2012
Marcadores:
Eleição em SP,
Paulo Maluf
Probos da corte!
Se o Brasil fosse um país sério, o próximo passo da CPI do Cachoeira seria uma acareação entre Marconi Perillo e Agnelo Queiroz para ver quem é mais honesto
Esse empate técnico de honradez inatacável estabelecido nos depoimentos em separado dos governadores cria na sociedade uma certa desconfiança sobre tudo que foi dito em defesa própria sem grandes contestações dos inquiridores.
O povo não é bobo! Como é que, com tanto safado por aí, a Polícia Federal e o Ministério Público foram pegar no pé logo dos dois maiores probos da corte?
Aí tem!
Se a base parlamentar do governo e a oposição não derem um jeito de ao menos disfarçar melhor o esquema de proteção aos governadores de Goiás e do DF, cada um com seu cada qual, a política vai se desmoralizar de vez junto com eles.
Só dizer “não me meça pela sua régua”, como está na moda em Brasília para mostrar indignação, é pouco.
A opinião pública quer saber: entre Marconi e Agnelo, qual deles é mais honesto?
Não precisa nem quebrar os sigilos bancário, fiscal e telefônico dos dois, se um deles quebrar a cara, já está ótimo, né não?
Desembargador manda libertar bicheiro Carlinhos Cachoeira
Apesar da revogação da prisão, relativa à Operação Monte Carlo, Cachoeira não será solto imediatamente
Fabiano CostaDo G1, em Brasília
O desembargador Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, concedeu nesta sexta-feira habeas corpus para a soltura do bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso no complexo penitenciário da Papuda, em Brasília.
O alvará de soltura deverá ser enviado ao presídio da Papuda ainda nesta sexta.
O habeas corpus foi impetrado pela defesa de José Olímpio de Queiroga Neto, do grupo de Cachoeira, libertado na última quarta.
Os advogados de Cachoeira pediram a extensão do benefício para o bicheiro, e o desembargador concedeu.
O advogado Augusto Botelho, que trabalha no escritorio contratado para a defesa de Cachoeira, afirmou que, apesar da revogação da prisão, relativa à Operação Monte Carlo, Cachoeira não será solto imediatamente.
Isso porque uma juíza da 5a Vara da Justiça Estadual de Goiás indeferiu nesta sexta pedido da defesa de revogação da prisão de Cachoeira referente à Operação Saint-Michel.
Botelho informou que a defesa de Cachoeira pretende ingressar com novo pedido de habeas corpus no plantão judicial em Goiás.15/06/2012
PT e PMDB escancaram a face da corrupção na CPI do Cachoeira
Ontem, na CPI do Cachoeira, o Congresso escancarou a cara da corrupção que tomou conta do governo deste país das construtoras, loteado entre PT e PMDB, com alguns coadjuvantes do PP, PTB e outros partidos da base dos corruptos
Por O EDITOR
A Delta Construções tem um dono, Fernando Cavendish, que declarou que compra políticos a um preço que varia entre R$ 6 e 30 milhões.
Há fotos destes políticos comprados em festas nababescas em Paris, um espetáculo deprimente.
Ontem, foi denunciado que dois parlamentares que tem direito a voto na CPI estiveram, em abril último, com Cavendish, na mesma Paris onde ele fazia o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), de bobo da corte, dançando bêbado na boquinha da garrafa.
A Delta Construções possui conexões escancaradas com o esquema de corrupção montado pelo bandido Carlinhos Cachoeira.
Pilhas de gravações.
Depoimentos.Testemunhas.
No entanto, ontem, o diretor da Delta, a grande construtora do PAC, não foi convocado para depor na CPI.
Os petistas Odair Cunha e Paulo Teixeira, esta face nojenta do pior momento da política em nossa país, em mesa presidida pelo senador peemedebista Vital do Rego, comandaram a votação que derrubou o requerimento.
Votou contra a convocação de Cavendish o senador do PP, Ciro Nogueira, que esbaldou-se em festança em abril passado, em Paris, ao lado do empresário.
A denúncia de que parlamentares, membros da CPI, haviam estado com Cavendish, foi feita pelo deputado Miro Teixeira, do PDT, que chamou este grupo, a quem não nominou, como a "Tropa de Cheque".
Isto causou indignação no deputado do PT, Cândido Vaccarezza, justamente aquele que mandou o torpedo para Sérgio Cabral, envolvido até o pescoço com as falcatruas da Delta. Ontem, na CPI, o torpedo de semanas atrás virou realidade.
Cinicamente, apesar da sua idade, Pedro Simon, do PMDB, jogou toda a responsabilidade nas costas do aliado: - Nós estamos vivendo nesta comissão, um momento muito ruim na vida do PT.
Talvez o PT marque essa data na sua história. Foi naquele dia 14 de junho, na reunião da CPI que o PT realmente mudou, assumindo posição que ele nunca tomaria.
Um partido como o PT, com a história, com a biografia do PT, votar contra a vinda do Sr. Pagot e do Sr. Cavendish?, declarou.
Não, senador Simon.
O PT é do PMDB.
O PMDB é do PT.
E o senhor, por conseguinte, mesmo sendo do PMDB também é do PT, porque ambos são esta coisa só.
Estava mal escrito no SMS, agora está comprovado nos anais do Congresso.
15 de junho de 2012
CPI excluirá provas anuladas pela Justiça, diz Vital do Rêgo
Documentos anulados serão usados de modo acessório e não entrarão no relatório final, disse presidente da comissão.
Íntegra da entrevista, 41 min
‘Pagot deve ir à CPI’, diz Vital do Rêgo
Mesmo sem fazer denúncia formal, ex-diretor do Dnit pode ser ouvido pelos congressistas, disse presidente da CPI.
Ele falou ao UOL e à Folha em 14 de junho de 2012.
Convocação de Cavendish é irreversível, diz Vital do Rêgo
Senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) disse que colocará em votação novamente requerimento de oitiva do dono da Delta.
Ele falou ao UOL e à Folha em 14 de junho de 2012.
Sobral Pinto ensina ao defensor de Cachoeira que um advogado é o juiz inicial da causa. Não pode agir como comparsa
"sempre que Márcio Thomaz Bastos triunfa num tribunal, a Justiça é derrotada e a verdade morre outra vez"
Direto ao Ponto
Direto ao Ponto
Por Augusto Nunes
“Serei eu o juiz do meu cliente?”, pergunta Márcio Thomaz Bastos no título do artigo publicado na Folha desta quinta-feira.
O cliente em questão é, segundo o doutor, “Carlos Augusto Ramos, chamado Cachoeira”, que contratou em março os serviços do ex-ministro da Justiça capaz de enxergar inocentes até em serial killers americanos.
“Não o conhecia, embora tivesse ouvido falar dele”, informa no quinto parágrafo. Ouvira o suficiente para cobrar R$15 milhões pela missão de garantir que envelheça em liberdade.
Depois de consumir dezenas de linhas na descrição do calvário imposto a um cidadão sem culpas por policiais perversos, promotores desalmados e juízes sem coração, o doutor enfim se anima a responder à pergunta do título.
“Serei eu então juiz de meu cliente?”, repete.
“Por princípio, creio que não.
Sou advogado constituído num processo criminal.
Como tantos, procuro defender com lealdade e vigor quem confiou a mim tal responsabilidade”.
Conversa fiada, demonstrou o grande Heráclito Fontoura Sobral Pinto num trecho de numa carta escrita em outubro de 1944 (veja post na seção Vale Reprise):
“O primeiro e mais fundamental dever do advogado é ser o juiz inicial da causa que lhe levam para patrocinar.
Incumbe-lhe, antes de tudo, examinar minuciosamente a hipótese para ver se ela é realmente defensável em face dos preceitos da justiça.
Só depois de que eu me convenço de que a justiça está com a parte que me procura é que me ponho à sua disposição”.
No artigo, Márcio Thomaz Bastos sustenta que todos os clientes e causas merecem o mesmo tratamento.
Assim, vale tudo para absolver tanto um ladrocida compulsivo quanto de um sacristão engaiolado por ter bebido o vinho do padre.
“Não há exagero na velha máxima: o acusado é sempre um oprimido”, afirma.
“Ao zelar pela independência da defesa técnica, cumprimos não só um dever de consciência, mas princípios que garantem a dignidade do ser humano no processo.
Assim nos mantemos fiéis aos valores que, ao longo da vida, professamos defender.
Cremos ser a melhor maneira de servir ao povo brasileiro e à Constituição livre e democrática de nosso país”.
Quem colocou o gabinete de ministro da Justiça a serviço da quadrilha do mensalão não pode disfarçar-se de guardião do Estado de Direito.
Quem procura enterrar em cova rasa as provas contra Cachoeira, colhidas pela Polícia Federal que chefiou, está convidado a dispensar-se de declarações de amor à democracia.
Sem imaginar como seria o Brasil da segunda década do século seguinte, Sobral Pinto desmoralizou as falácias desfiadas por Márcio:
“A advocacia não se destina à defesa de quaisquer interesses.
Não basta a amizade ou honorários de vulto para que um advogado se sinta justificado diante de sua consciência pelo patrocínio de uma causa.
O advogado não é, assim, um técnico às ordens desta ou daquela pessoa que se dispõe a comparecer à Justiça.
O advogado é, necessariamente, uma consciência escrupulosa ao serviço tão só dos interesses da justiça, incumbindo-lhe, por isto, aconselhar àquelas partes que o procuram a que não discutam aqueles casos nos quais não lhes assiste nenhuma razão”.
Na Folha, o advogado de Cachoeira tortura a verdade: “Aconteceu o mais amplo e sistemático vazamento de escutas confidenciais”, fantasia.
“A pródiga história brasileira dos abusos de poder jamais conheceu publicidade tão opressiva.
Estranhamente, a violação de sigilo não causou indignação.
Dia após dia, apareceram diálogos descontextualizados, compondo um quadro que lançou Carlos Augusto na fogueira do ódio generalizado.
Trocou-se o valor constitucional da presunção de inocência pela intolerância do apedrejamento moral”.
Tradução da discurseira em juridiquês: a culpa é da imprensa, responsável pelo que o articulista define como “publicidade opressiva”.
A expressão foi inaugurada na entrevista à Band em que o doutor acusou a imprensa de ter tomado partido no caso do mensalão.
O bando liderado por José Dirceu nada fez de errado, explicou o entrevistado. Só será punida se os ministros do STF cederem à “publicidade opressiva” produzida por jornalistas que insistem em ver as coisas como as coisas são.
Na carta, o jurista admirável coloca em frangalhos, com quase 70 anos de antecedência, a tese forjada para justificar a parceria entre márcios e cachoeiras:
“É indispensável que os clientes procurem o advogado de suas preferências como um homem de bem a quem se vai pedir conselho.
Orientada neste sentido, a advocacia é, nos países moralizados, um elemento de ordem e um dos mais eficientes instrumentos de realização do bem comum da sociedade”.
Desde 2005, quando o mensalão o induziu a excluir valores éticos dos critérios que determinam a aceitação de uma causa, o espetáculo tristonho se repete: sempre que Márcio Thomaz Bastos triunfa num tribunal, a Justiça é derrotada e a verdade morre outra vez.
Gente com culpa no cartório escapa da cadeia, cresce a multidão de brasileiros convencidos de que aqui o crime compensa e ganha consistência a suspeita de que lutar pela aplicação rigorosa da lei é a luta mais vã.
É o que ocorrerá, por exemplo, se os argumentos invocados pelo ex-ministro forem acolhidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que designou três desembargadores para julgarem o pedido de habeas corpus impetrado em favor de Cachoeira.
O relator Tourinho Neto já encampou as reivindicações de Márcio.
Votou pela soltura do meliante, preso desde 29 de fevereiro, e considerou ilegal a escuta telefônica feita por agentes da Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo.
Falta apenas um voto para a consumação da ignomínia.
Todo acusado, insista-se, tem direito a um advogado de defesa.
Mas doutor nenhum tem o direito de mentir para livrar de punições o acusado de crimes que comprovadamente cometeu.
O advogado, resumiu Sobral Pinto, é o juiz inicial da causa.
Não pode agir como comparsa.
15/06/2012
Marcadores:
advocacia,
Carlinhos Cachoeira,
julgamento,
justiça,
Márcio Thomaz Bastos,
Sobral Pinto
Miro denuncia ‘tropa do cheque’ e encontro secreto com Cavendish
Parlamentares teriam se encontrado em Paris com o ex-presidente da Delta
André Coelho - O Globo
BRASÍLIA - Dois dos integrantes da CPI do Cachoeira estiveram em um restaurante em Paris, na Semana Santa, com Fernando Cavendish, então presidente da Delta.
O encontro reuniu o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e o deputado Maurício Quintella Lessa (PR-AL). Estava com os dois o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), que não faz parte da comissão de inquérito.
Nesta quinta-feira, por 16 votos a 13, a CPI barrou a convocação de Cavendish numa sessão tumultuada.
Ciro Nogueira fez discurso e votou contra a convocação.Maurício Quintella Lessa não estava presente.
O encontro do empreiteiro com parlamentares foi denunciado pelo deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) e publicado em 1ª mão pelo site do GLOBO.
Indignado com o adiamento da convocação do ex-presidente da Delta, Miro, sem citar nomes, pediu que a CPI investigasse se algum parlamentar tinha se encontrado com Cavendish na França.
E alertou que poderia haver uma “tropa do cheque” em ação.
O encontro em Paris ocorreu na volta dos três parlamentares da 126ª Assembleia Geral da União Interparlamentar, realizada entre 30 de março e 5 de abril, em Kampala, Uganda.
Hugo Napoleão (PSD-PI), Átila Lins (PSD-AM) e Alexandre Santos (PMDB-RJ) também integravam a comitiva para a África.
A viagem foi uma missão oficial e cada um dos parlamentares recebeu US$ 350 de diária, para cinco dias, num total de US$ 1.750 cada.
O dinheiro serve para refeições e pagamento de hotel. A despesa aérea, em classe executiva, foi paga à parte pelo Congresso.
Depois da Assembleia, Ciro Nogueira, Maurício Lessa e Eduardo da Fonte voaram para Paris para passar a Semana Santa. As mulheres já os aguardavam lá. À época, a CPI não havia sido criada, mas o escândalo envolvendo o bicheiro Carlinhos Cachoeira e a Delta já tinha vindo à tona.
Ao GLOBO, Nogueira confirmou o encontro, mas disse que foi casual:
— Conheço Cavendish, tenho relação com ele há uns cinco anos. Mas nada que envolva doação de campanha. (Em Paris) Nós só o cumprimentamos. Foi um encontro totalmente casual.Encontro foi em restaurante famoso
Ele afirmou não recordar o nome do restaurante, mas lembra que ficava na Avenue Montaigne.
Essa avenida, junto com a Champs Elysées e a George V, é um dos endereços mais chiques — e caros — de Paris, conhecidos como Triangle D’Or (Triângulo de Ouro).
Embora a Champs Elysées seja mais conhecida dos turistas, é na Montaigne que estão as lojas e restaurantes mais exclusivos.
Segundo Nogueira, os três parlamentares e as mulheres apenas cumprimentaram Cavendish, que, recorda o senador, estava com uma namorada nova, “muito bonita”.
Ciro Nogueira confirmou a amizade com o ex-presidente da Delta. Em 12 de dezembro de 2009, ele postou no Twitter: “hoje vou ao casamento do meu amigo Fernando Cavendish”.
A Delta Construções negou nesta quinta-feira qualquer pagamento a parlamentares no Congresso, bem como eventual encontro de parlamentares com Cavendish “em qualquer lugar que seja”.
Outra viagem de Cavendish a Paris já causou polêmica: a que ele apareceu em fotos num jantar ao lado do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e secretários do governo do estado.
O GLOBO procurou falar com Maurício Lessa, mas não o localizou. De acordo com o atendente do gabinete, o parlamentar estava em audiência. O GLOBO telefonou para o gabinete do deputado Eduardo da Fonte, mas sua assessoria informou que ele estava voando para Pernambuco e que não seria possível localizá-lo.
Na sessão da CPI, Ciro Nogueira afirmou que não adiantava trazer Cavendish porque ele nada acrescentaria ao trabalho de investigação.
— Será que o doutor Fernando Cavendish vai chegar aqui e vai falar, vai entregar qualquer tipo? Não vai. Ou nos preparamos para a arguição dessas pessoas, ou nós vamos ser desmoralizados, como nós fomos ontem e anteontem — argumentou.
Miro disse que era necessário levar Cavendish à CPI porque a CGU declarou a Delta inidônea:
— Essa comissão se recusa a convocar o presidente da companhia que o governo declarou inidônea. Isso é incompreensível. Isso revela uma tropa do cheque — afirmou Miro.
Ciro Nogueira mostrou-se contrariado com Miro:
— Achei uma maldade extrema. Fiquei surpreso com Miro, porque ele podia ter identificado publicamente as pessoas.
Cândido Vaccarezza (PT-SP), ex-líder do governo na Câmara, reagiu:
— Quero me dirigir ao deputado Miro Teixeira. Vou ficar em pé como ele costuma fazer. Não assaque acusações genéricas. Se Vossa Excelência acha que tem um deputado que é da bancada do cheque, vire para o deputado e diga: “É fulano”. Eu não sou da bancada do cheque.
Ao site do GLOBO, Miro disse que a “luta contra a blindagem do senhor Cavendish, nós vamos ganhar”:
— É injustificável não convocar uma pessoa que diz que compra político. E que varia de R$ 6 milhões a R$ 30 milhões. Isto é injustificável.14/06/12
Demóstenes tenta suspender no STF processo de cassação
Conselho de Ética
Senador quer impedir a votação na próxima segunda do relatório elaborado por Humberto Costa que pede a sua cassação por quebra de decoro parlamentar
veja.abril
Laryssa Borges
O senador Demóstenes Torres não responde às perguntas feitas pelos parlamentares em que prestaria depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira
(Wilson Dias/Abr)
Dias antes do julgamento de seu processo de perda de mandato no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) recorreu nesta quinta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar suspender temporariamente a votação do relatório final do senador Humberto Costa (PT-PE), que é favorável a sua cassação.
A reunião do Conselho de Ética que confirmará a quebra de decoro de Demóstenes está agendada para a próxima segunda-feira. Para a perda de mandato, o plenário do Senado terá de confirmar em seguida, em votação secreta, a recomendação do parlamentar petista.
No mandado de segurança encaminhado hoje ao Supremo, a defesa de Demóstenes Torres argumenta que o senador tem o direito de produzir provas técnicas para confrontar os grampos telefônicos que o colocam como amigo próximo do contraventor Carlinhos Cachoeira.
A defesa do senador já havia tentado protelar a tramitação do processo no Conselho de Ética.
Sem sucesso na investida, os advogados do político goiano observam que a limitação à produção de provas representa cerceamento de defesa.
Desde a descoberta de sua proximidade com o bicheiro Cachoeira, o parlamentar tem questionado a legalidade dos grampos das operações Vegas e Monte Carlo.
Por ter direito a foro privilegiado, ele defende que apenas o Supremo tem a prerrogativa de autorizar o monitoramento de suas conversas telefônicas.
Provas ilícitas - Nesta terça-feira, o desembargador Tourinho Neto disse, durante julgamento no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, serem ilegais as provas colhidas na operação Monte Carlo, que desarticulou o esquema de Cachoeira.
Para o magistrado, viola a lei conduzir uma investigação policial a partir de denúncias anônimas, ainda que as informações possam levar ao combate direto do esquema de contravenção em Goiás e no entorno do Distrito Federal.
Sem interesse na investigação, base nem indica suplentes na CPI
Com falta de engajamento de aliados, PT fica com tarefa de conduzir apuração
Ailton de Freitas
Blairo Maggi: senador é um dos que não se interessa pela comissão
BRASÍLIA - Diante da falta de engajamento dos partidos aliados na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, principalmente do PMDB, o PT está cobrando que eles façam pelo menos o mínimo: preencham seis vagas de suplentes da cota do Senado que estão vagas — quatro do bloco PMDB, PP, PV e duas do bloco PTB, PR, PSC.
Os petistas querem, sobretudo, o apoio dos aliados na guerra contra o PSDB na CPMI.
Mas os aliados não parecem dispostos a ir para a comissão defender o governo e o partido da presidente Dilma Rousseff.
Leia mais sobre esse assunto em oglobo14/06/12
VENDE TUDO, SÓ NA ORLA!
CABRAL E A ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA DESENFREADA: VENDE TUDO, SÓ NA ORLA!Ex-Blog do Cesar Maia
1. (Globo, 14) A intenção do governo do estado de se desfazer de imóveis de sua propriedade vai muito além do Quartel-General da Polícia Militar.
O Poder Executivo enviará, nas próximas semanas, mensagem à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) pedindo autorização para vender 27 bens públicos.
Além do QG da Rua Evaristo da Veiga, o 2º BPM (Botafogo) e o 6º BPM (Tijuca) estão na lista, assim como o terreno no Leblon que abriga a 14º DP (Leblon), a Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat), a Delegacia Antissequestro (DAS) e o Juizado Especial Criminal.
Há imóveis considerados desnecessários em outras áreas, como Flamengo, Lagoa, Centro, Lapa, Saúde e Icaraí (Niterói).
2. (Ex-Blog) Curiosamente, a lista inclui basicamente imóveis em áreas de alta valorização imobiliária.
Curiosamente, a tal “racionalização” no uso de imóveis da Polícia não ocorre nas Zonas Norte e Oeste da Capital, na Baixada, no Interior, em São Gonçalo...
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Por que Thomaz Bastos acusa a imprensa e Dirceu tenta insuflar os jovens?
O comentarista José Guilherme Schossland chama atenção para a entrevista do ex-ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos ao programa “Ponto a Ponto”, da BandNews, canal por assinatura da TV Bandeirantes, acusando a imprensa de ter tomado partido contra os réus do processo do mensalão para influenciar o resultado do julgamento no Supremo Tribunal Federal, ao fazer “publicidade opressiva” do caso.
Bastos reclamou que a imprensa “elevou a um ponto muito forte o mensalão que vai ser julgado, deixando de lado os outros mensalões”. Como se sabe, ele era ministro da Justiça quando o escândalo veio à tona e hoje é advogado de um dos réus do processo, o ex-diretor do Banco Rural José Roberto Salgado, acusado de colaborar na montagem do esquema de financiamento político que beneficiou o PT e seus aliados.
Bastos já tentou adiar o julgamento, alegando que seu cliente tem de ser julgado pela Justiça comum, por não ser parlamentar. Mas o Supremo não aceitou a tese e depois decidiu marcar para agosto o início do julgamento do escândalo que sacudiu o governo Lula em 2005 e atirou no banco dos réus políticos do PT e de outros partidos que ajudaram os petistas a chegar ao poder.
CASO NARDONI?
Ao defender seu cliente, Bastos não mede esforços e adota posições verdadeiramente extremadas. Na entrevista, conduzida pela jornalista Mônica Bergamo e pelo sociólogo Antonio Lavareda, o advogado chegou ao cúmulo de comparar o mensalão com o caso de Alexandre Nardoni e sua segunda mulher, Anna Carolina Jatobá, condenados em 2010 pela morte da filha dele, Isabela Nardoni, de 5 anos.
“É um exemplo típico de um julgamento que não houve”, disse. “Foi um justiçamento”, disse Bastos, assinalando que o advogado do casal Nardoni, Roberto Podval, foi agredido na rua durante o julgamento, “de tal maneira aquilo foi insuflado pelos meios de comunicação”, e afirmou que “o julgamento se torna uma farsa” em situações como essa.
O ex-ministro disse ver com preocupação a capacidade da imprensa de influenciar os juízes. “A vigilância da imprensa é fundamental”, afirmou. “Mas algumas vezes ela erra.”
Questionado se queria dizer que isso também estaria ocorrendo no processo do mensalão, o advogado respondeu: “Não estou querendo dizer, mas tenho medo que ocorra. Será possível fazer um julgamento com uma publicidade opressiva em cima?”
Bastos, que é amigo do ex-presidente Lula e participou da seleção de 8 dos 11 ministros que integram a corte atualmente, depois amainou as declarações e disse acreditar que a pressão da imprensa chegará “muito esbatida [atenuada]” ao Supremo desta vez.
“Os ministros são homens experimentados, preparados, probos e capazes de fazer um julgamento técnico que se aproxime o mais possível da justiça”, disse o advogado, refreando seu “jus sperniandi”, como se dizia em linguagem jurídica de quem não tem argumentos sólidos.
Ao mesmo tempo, José Dirceu decide insuflar os jovens contra o Supremo.
Será mera coincidência?
Ou uma ação orquestrada pelo próprio Thomaz Bastos, para tumultuar o processo?
Logo, logo saberemos.
Deputado quer ‘CPI paralela’ com Pagot
O ex-diretor do Dnit, Luiz Antônio Pagot
Depois que a CPI do Cachoeira rejeitou a convocação de Luiz Antônio Pagot, ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) teve uma ideia: como Pagot demonstra disposição de contar o que sabe, o parlamentar pretende realizar uma audiência pública aberta com os deputados e senadores que quiserem participar para ouvir o ex-diretor.
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) já aceitou comandar os trabalhos.
A ideia é arranjar um escrivão para registrar o depoimento de Pagot e dar um caráter oficial às declarações dele.
Mas, mesmo dentro da oposição, que queria a vinda de Pagot ao Congresso, há ceticismo sobre a viabilidade do projeto de Miro.
(Gabriel Castro, de Brasília)
14/06/2012
Marcadores:
Dnit,
luiz antonio pagot,
Pedro Simon,
Roberto Requião
Senador do Psol critica adiamento da convocação de Pagot e Cavendish
O senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) fez duras críticas ao adiamento da convocação do dono da Delta, Fernando Cavendish, e do ex-diretor do Dnit, Luiz Antonio Pagot, pela CPMI do Cachoeira.
"Aqueles que querem atropelar a verdade e acabar com as investigações, que o façam, mas passarão por cima de todos aqueles que resistem nesta comissão parlamentar".
"Não existe nenhuma razão para que se aceite essa decisão, de impedir a convocação de Cavendish e Luiz Pagot. Perdemos um tempo enorme trazendo pessoas que utilizaram o direito do silêncio. Perdemos um tempo enorme em depoimentos dos governadores. Quem quer falar, nós nos omitimos por medo", disse Randolfe.
"É uma vergonha o que foi feito hoje nesta CPI. Foi a votação contra o país e contra os integrantes de uma comissão de inquérito. Hoje a CPI se acovardou," concluiu o senador.
Após liberar Cavendish, CPI fecha o cerco sobre Perillo
Mulher de Cachoeira será ouvida por parlamentares.
Comissão quebrou sigilos de empresas e pessoas envolvidas na compra da casa do governador
Parlamentares quebram sigilos de empresas e pessoas relacionadas a Cachoeira que tiveram participação na compra da casa do governador de Goiás
Em votação simbólica, a CPI do Cachoeira aprovou nesta quinta-feira a convocação da mulher do contraventor Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça.
Na mesma sessão plenária, os parlamentares ainda deram aval para a quebra de sigilo de empresas que, ligadas ao bando do bicheiro, podem esclarecer a real origem do dinheiro utilizado na compra da mansão do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).
Após ter evitado as convocações do ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, e do ex-presidente da Delta, Fernando Cavendish, a CPI autorizou a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico da Excitant Confecções, cuja dona é a cunhada do contraventor Carlinhos Cachoeira.
A empresa é a titular dos três cheques no valor total de 1 400 000 reais recebidos por Marconi Perillo na venda de uma mansão sua em Goiânia.
No bojo do episódio sobre a venda da casa do governador goiano, a Comissão Parlamentar de Inquérito também aprovou o fim da confidencialidade de informações da Faculdade Padrão e da Mestra.
A mansão que foi de Marconi Perillo foi registrada em nome da Mestra, apesar de o dinheiro utilizado na aquisição da casa não ter saído dos caixas da empresa. (Veja on line)
Só pedem a convocação de Pagot e Cavendish os parlamentares sem rabos presos , poucos, muito poucos.
Pobre povo brasileiro.
Opuscki @sulains
Assinar:
Postagens (Atom)