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sexta-feira, 8 de maio de 2009

Protógenes denunciado pelo MPF


O Ministério Público Federal ofereceu denúncia nesta sexta-feira contra o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz por quebra de sigilo funcional e fraude processual durante a condução da Operação Satiagraha.

Por outro lado, o MPF considerou que não houve ilegalidade na participação de agentes da Agência Brasileira de Informação (Abin) na operação.

Segundo a denúncia oferecida pelos procuradores da República, Protógenes cometeu fraude ao editar o vídeo em que o professor universitário Hugo Chicaroni e o ex-presidente da Brasil Telecom Humberto Braz ofereceram suborno de R$ 1 milhão ao delegado Victor Hugo Rodrigues Alves para que o banqueiro Daniel Dantas e sua irmã, Verônica, fossem excluídos da investigação.

Ronaldo campeão 2009 - sem mudança do Hábito (I Will Follow Ronaldo)

Um clip bem engraçado que mostra a superação do ídolo Ronaldo, e seu coral (Os Melhores do Mundo), numa forma bem humorada de prestigiar o fenômeno do futebol, que encanta, ensina e agora canta para todos.

Parabens Ronaldo por mais uma conquista no seu curriculum e que Deus permita aos amantes do bom futebol ver muitas jogadas de mestre e muitos de seus Gols por muito tempo, o resto é Piada.

Participacao de:
Romário, George Weah, Zidane, Luís Figo, David Beckham, Cristiano Ronaldo, Roberto Carlos, Thierry Henry
Maradona, Cannavaro, Ronaldinho, Lionel Messi, Rivaldo, kaká, Roberto Baggio, Lula, Felipão (Big Phil), Jô Soares (viva o Gordo), Zagallo, Pelé, Berlusconi

Direção de arte, Adaptacão: Carlos Fernandes
Mudança de Hábito (Sister Act - I will Follow Him)
Marcelo D2 - sou Ronaldo

Lula e Lugo

Nem minhas mulheres dão a luz de graça!

Por Silsaboia

Brasil e Paraguai não chegam a acordo em relação a Itaipu

Fernando Lugo quer vender livremente a cota de energia a que seu país tem direito Melina Fernandes

Os presidentes do Brasil e do Paraguai não chegaram a um acordo sobre os impasses em relação à usina hidrelétrica de Itaipu. O país vizinho insiste em vender livremente a cota de energia a que tem direito.

Segundo Luiz Inácio Lula da Silva, os ministros dos dois países vão continuar negociando.

CANAL RURAL

Delúbio retira pedido para voltar ao PT - Do que me acusam?

Do que me acusam?

Quantos são os políticos brasileiros que realizaram campanhas eleitorais sem que alguma soma,por menor que fosse, não tenha sido contabilizada?

por Isabel Braga

Pressionado, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares retirou o pedido para voltar ao partido em discurso durante a reunião do Diretório Nacional nesta sexta-feira.

No discurso, logo no início da reunião , Delúbio ressaltou os 30 anos de fidelidade e disciplina ao partido, disse que não queria causar "embaraço aos companheiros" e também criticou os que são contra seu retorno.

Delúbio disse que não é e nem será vítima.

- Não pretendo ser motivo de qualquer divisão interna, muito menos causar discórdia por conta de uma postulação política que muitos dizem ser pessoal, a de voltar ao PT - disse o ex-tesoureiro.

-São 38 anos de luta, 30 no PT.

Esse é o meu DNA.
O Globo

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Que a opinião pública questione a origem e a forma de como se produz o que comem...

O que não se discute da gripe suína
por Altacir Bunde

É impressionante que mais uma vez a imprensa burguesa não traga os elementos e as causas da origem do problema, nem mesmo o nome da empresa que cria porcos na região de Veracruz, no México.

Aqui nos jornais dos Estados Unidos nada se fala sobre as empresas, até porque grande parte das que estão instaladas em Veracruz são americanas – sendo que esta forma de criação de porcos também é praticada aqui nos Estados Unidos.


Tenho ouvido relatos, aqui nos EUA, de que há regiões aonde a população de porcos chega a cinco para cada habitante. Daí se pode ter uma idéia de como está a região, com todos os restos fecais que são expostos em grandes tanques, nos quais são colocadas as fezes e jogados os porcos que morrem e demais dejetos orgânicos. 

A empresa Smithfield Foods, uma gigante norte americana, a maior do mundo em produção, embalagem e exportação de carne de porco, pode estar diretamente ligada ao surto da gripe suína. A Smithfield opera de forma maciça na compra de porcos no México, no estado de Veracruz, onde o surto foi originado. As operações e criações se dão através de uma filial denominada Granjas Carroll, que mexe com cerca de 950.000 suínos por ano, de acordo com o site da empresa. Por aí se pode ter uma idéia da quantidade de dejetos produzidos...

Os residentes próximos à região onde há a criação de porcos afirmam que o surto da gripe suína foi causado por contaminações originárias das fazendas localizadas na área e de propriedade das Granjas Carroll. Foram estas grandes empresas criadoras de porcos na região e produtoras de imensas quantidades de dejetos fecais e orgânicos colocados ao ar livre que produziram as moscas que dali espalharam o vírus da gripe suína.

Algumas pessoas aqui nos Estados Unidos dizem ser praticamente impossível viver próximo a tais locais, inclusive nos Estado Unidos, tamanha a contaminação do ar e das águas com seus grandes depósitos de restos fecais e outros, e que a quantidade de moscas nestas áreas é tão enorme que é praticamente impossível de se viver por perto.

De acordo com um dos moradores da comunidade no estado de Veracruz, Eli Ferrer Cortes, os resíduos orgânicos e fecais produzidos pela Carroll Farms não são tratados adequadamente, levando à contaminação da água e do vento na região, da qual nasceu o surto.

Diante disso, podemos mais uma vez assistir as façanhas de um modelo de produção perverso. Esperamos que ao menos a opinião pública – claro, se tiver acesso à informação, o que será muito difícil - possa ao menos questionar a origem e a forma de como se produz o que comem...

Altacir Bunde é diretor nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores.


Ministério da Saúde confirma quatro caso de Influenza A no país


O Ministério da Saúde acaba de confirmar quatro casos de Influenza A (H1N1) no país, um no Rio, dois em SP e um em Minas Gerais.

Todos contraíram o vírus no exterior.

Outros 15 casos estão sendo analisados
Globo on

Seria bom demais para ser verdade...

Ahmadinejad poderia ter sido preso no Brasil

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, poderia ter sido preso por crime de racismo durante sua visita ao Brasil, hoje, caso reiterasse a negação do holocausto que matou 6 milhões de judeus.

A senha para a prisão foi a advertência do ministro Flavio Bierrenbach, no Superior Tribunal Militar, recomendando prender em flagrante "qualquer marginal que cometa no Brasil crimes de racismo e de incitação ao genocídio."

Voz de prisão

Com apoio da tropa, um oficial do Exército, cuja identidade é preservada, de alta patente, decidira fazer História, dando voz de prisão ao maluco.

Leia mais aqui: Claudio Humberto

Dono de castelo será réu no STF em ação de crimes tributários

Deputado teria deixado de repassar ao INSS as contribuições descontadas dos salários de seus empregados

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram nesta quinta-feira, 7, por unanimidade, abrir ação penal contra o deputado federal Edmar Moreira (Sem Partido-MG) pela suposta autoria de crimes contra a ordem tributária e de apropriação indébita de contribuições previdenciárias dos funcionários de uma de suas empresas.

Os crimes teriam sido cometidos na gestão da F. Moreira Empresa de Segurança e Vigilância Ltda., quando o deputado deixou de repassar ao INSS as contribuições descontadas dos salários de seus empregados.
O Mona Lisa foi construído na Fazenda Luzitana, no distrito de Carlos Alves, que fica a 18 quilômetros de São João Nepomuceno.

Quando edificou o castelo, Edmar Moreira logo quis mudar o nome do povoado de Carlos Alves para Santa Bárbara, a santa de sua devoção.

No passado, o lugar tivera o nome da santa. Mas prefeitos adversários o trocaram para Carlos Alves só para espicaçar o deputado.

Nos últimos tempos, a família de Edmar Moreira voltou a ter poderes em São João Nepomuceno. A atual prefeita é Edmea Moreira, irmã dele, reeleita em novembro.

Ela foi eleita pelo PSDB, numa chapa pouco comum, que teve como candidato a vice o petista José Maria Sampaio. Um grande cassino.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Faz sentido...

"A gente se qualifica pelos amigos que tem e também pelos inimigos que cria."

Gilmar Mendes

Apareceu a quarta.


Foto

Lugo, o insaciável, teria filha de 22 anos

Eram apenas três as mães de filhos de Lugo; apareceu a quarta.

Uma nova denúncia de paternidade envolve o presidente ex-bispo do Paraguai Fernando Lugo: uma moça de 22 anos que teria nascido de um relacionamento com uma procuradora do departamento de San Pedro e que não teria sido reconhecida, como informamos no começo da tarde desta terça-feira.

Quem garante é Benigna Leguizamón, que pede na Justiça o reconhecimento do filho de 6 anos que teria tido com o então bispo paraguaio.

Benigna não quis dar mais detalhes, "com medo de represálias, já que é filha de uma procuradora". Seria o quarto caso de paternidade de Lugo em menos de um mês.

Ele reconheceu um menino de dois anos com Viviana Cariilo, de 26 - o caso teria começado quando Viviana tinha 16 anos.

Lugo, 58, acusa Benigna de fazer campanha para desmoralizá-lo politicamente, mas aceitou fazer teste de DNA.

No Paraguai.

LULA: A NOVA TRADIÇÃO

Por Reinaldo Azevedo

O ciclo de escândalos do Congresso parece que ainda não terminou, e o foco agora se desloca, uma vez mais, para o Senado. E assim caminhamos, ora numa concha, ora na outra, mas sempre com o Legislativo à beira da desmoralização, enquanto o Executivo governa como quer. Quem retratou bem o espírito do tempo, como não poderia deixar de ser, foi ele, “O Cara”, o Apedeuta da Silva.

Resumiu a onda de críticas de que vem sendo alvo o Congresso como “hipocrisia”. E disse que assim se faz há mais de 40 anos. E admitiu que deu passagens para sindicalistas quando era deputado. Nem era necessário tal rasgo de sinceridade tão pretérita. Teria bastado ser sincero no presente: dá um avião inteiro de presente para um filho levar os amigos para o Palácio — coisa que Maria Victoria Benevides (aquela que fica nervosa quando lê a palavra “ditabranda”) julgou estar fora do alcance da Comissão de Ética Pública, que ela presidia — e vê a empresa do outro rebento receber uma injeção de R$ 10 milhões de uma concessionária de serviço público, de que o BNDES é sócio.

Uma geração — na verdade, duas — de sociólogos das universidades brasileiras se perdeu tentando explicar a “novidade” que o PT representaria na política brasileira. Lula foi mais sintético e exato do que todos eles — sejamos francos: ele nunca foi com a cara dos intelectuais e sempre os desprezou solenemente. No mais das vezes, fez um bem a si mesmo e ao país, diga-se.

Aquele discurso ideológico que tanto encantava os doutores do radicalismo, Lula o definiu como “bravata”. O discurso “denuncista”, que fez do PT suposto porta-voz da “ética na política”, tornou-se agora “hipocrisia”. O que mudou de um tempo para o outro? Simples: Lula passou a ser beneficiário dos usos e costumes aos quais supostamente se opunha. Mas também inaugurou a sua própria tradição de desmandos. Por razões que jamais suspeitaram, os talebans uspianos estava certos: o PT realmente inovou.

Ah, quantos tratados se escreveram e ainda se escrevem nas universidades brasileiras demonstrando que a “direita” e os “conservadores” tornaram “naturais” as diferenças “sociais”. Essa suposta “naturalização” da desigualdade seria um dos truques mais visíveis da Dona Zelite para conservar o poder. A patronesse dessa acusação, entre nós, é Marilena Chaui, mas a fala está em toda parte — no jornalismo, então, é mais freqüente do que errar a conjugação do verbo “ver” no futuro do subjuntivo. Lula, o “intelectual orgânico” — e reciclável — de sua classe não agiu como as antigas elites, não. Ele “naturalizou” a lambança e, por extensão, a corrupção. Pronto! Agora é traço do nosso caráter. Para Lula — o homem que viria mudar “tudo isso que está aí” —, a lambança no Congresso (e no Brasil) sempre foi e sempre será assim.

Muitos criticaram a fala presidencial. Mas, com efeito, nem todos criticam o lulo-petismo da mesma forma. Remanescentes ou herdeiros de certo pensamento de esquerda, sobretudo no jornalismo — eu disse “pensamento”; tirem o PSOL daqui, por favor —, pretendem que este Lula que aí está representa uma espécie de traição ou de variação teratológica do pensamento “progressista” — nem me perguntem o que eles acham que o Apedeuta deveria estar fazendo para não ser, então, um traidor. Lula teria, em suma, se acomodado ao velho patrimonialismo.

A acomodação aconteceu, claro. Mas é injusto não reconhecer que ele inovou a tradição e encarna, também, uma ruptura. De fato, expressões daquela tal “Zelite” continuam a capturar o estado, mas a mediação que importa é outra. Se, no velho modelo, os intermediários da transferência do público para o privado eram os políticos da “burguesia” ou da classe média, os novos mascates que negociam a coisa pública vêm dos sindicatos e das corporações. De fato, reformar a sociedade naquele velho modelo não era tarefa fácil. Na sociedade estamental-petista, a tarefa se mostra quase impossível. Porque esse modelo lulo-petista aniquilou também a crítica.

A imprensa é um bom exemplo de rendição — com as exceções de sempre. De fato, há certa fúria seletiva com o Legislativo (o “Velho Brasil) na exata medida em que há condescendência com o Executivo (o novo Brasil de Lula). A severidade, num caso, não é necessariamente evidência de severidade com a coisa pública. Imaginem um governo tucano ou democrata que retomasse um licitação da década de 80 para tocar Angra 3. E imaginem o dono da construtora como o maior financiador individual da campanha do presidente. Haveria um escarcéu. Seria um pandemônio. Por aqui, tudo está sendo encarado com, lá vai a palavra, “naturalidade”.

Lula inovou: ele funda uma nova dinastia patrimonialista: a sindical. E é ela que está no centro do poder agora — daí eu me incomodar com essa tese de que o Apedeuta da Silva apenas reciclou o antigo. Ele representa, de fato, uma inovação. Os velhos atores, como vocês notam, são apenas base de apoio do lulismo e nem mesmo ambicionam um vôo próprio. Lula inaugura uma tradição. E esse novo patrimonialismo, que permite à máquina sindical assenhorear-se do que é público e tratá-lo como coisa privada, conta com a simpatia de amplos setores da imprensa e do pensamento no Brasil.

Suplicy cede cota aérea à namorada e diz que vai restituir valor

Foram gastos R$ 5.521 em viagens de jornalista pelo país entre 2007 e 2008; senador também pagou viagem dela a Paris, mas afirma que já restituiu dinheiro

ANDRÉA MICHAEL

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) usou sua cota pessoal de passagens aéreas para custear viagens, em território nacional, de sua namorada, a jornalista Mônica Dallari.

Ontem Suplicy disse que devolveria R$ 5.521 referentes aos gastos, ocorridos entre 2007 e 2008.

Ele também pagou, com a cota do Senado, uma viagem da namorada a Paris, em janeiro de 2007, mas afirma que restituiu o valor.

“O que vocês acham disso?”

Sarney e Temer vão a Lula sobre 3º mandato
Os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, José Sarney e Michel Temer, tiveram uma importante conversa a sós com o presidente Lula, consultando-o sobre eventual terceiro mandato.

O presidente não respondeu diretamente, devolvendo a pergunta a eles:

“O que vocês acham disso?”

A mudança significativa é que, até agora, o presidente Lula vinha negando a hipótese, em público e em conversa privadas.

Tô fora

O governador paulista José Serra já avisou aos aliados mais íntimos que não trocará o Palácio dos Bandeirantes por nova disputa contra Lula.

Gastos públicos na internet

Câmara aprova liberação de informações
sobre gastos públicos na internet

O Plenário da Câmara aprovou, por 389 votos, projeto que torna obrigatória a divulgação de informações, em tempo real, sobre a execução de despesas e receitas dos governos nos meios eletrônicos de acesso público. A regra vale para a União, o Distrito Federal, os estados e os municípios.

Como não sofreu mudanças, o projeto, que teve como relator Beto Albuquerque (PSB-RS), seguirá agora para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A proposta determina ainda que partidos políticos, sindicatos, associações e pessoas físicas terão o direito de denunciar aos tribunais de contas a não-disponibilização dos dados do orçamento.

A votação do texto sem emendas ocorreu nesta terça-feira em função de um acordo entre as lideranças do governo e da oposição.

O acerto transferiu para amanhã a votação do projeto que estabelece regras para a criação de fundação pública.
Zero Hora

Eis o Plano B que eles dizem que não existe...

"Congresso aprovaria de maneira entusiástica o 3º mandato", diz Collor

por Raquel Ulhôa e Daniel Rittner

Para o senador Fernando Collor (PTB-AL), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva só não terá um terceiro mandato consecutivo se não quiser. Com empresariado satisfeito, banqueiros lucrando como nunca, popularidade alta e uma base parlamentar ampla e acomodada na generosa máquina administrativa montada pelo petista, Collor afirma que o Congresso aprovaria de "forma entusiástica" a mudança no arcabouço legal, para permitir que Lula dispute uma segunda reeleição em 2010. Afronta à democracia só vê na Venezuela, onde o governo Hugo Chavez lhe lhe leva a opinar pelo veto à entrada da Venezuela no Mercosul.

Aliado de Lula, o ex-presidente da República elogia os governadores Aécio Neves (MG) e José Serra (SP), que disputam a vaga de candidato do PSDB, e a ministra Dilma Rousseff, pré-candidata de Lula, e acha cedo para que seu partido, o PTB - do ministro José Múcio (Relações Institucionais) -, escolha apoiar a chapa do governo ou a da oposição em 2010. A seguir, entrevista de Collor ao Valor.

Valor: O sr. Será candidato ao governo de Alagoas em 2010?

Fernando Collor: Não. Pretendo continuar no Senado. Agora que estou tomando pé do Legislativo.

Valor: Continua gostando mais do Executivo, como já manifestou?

Collor: Continuo tendo temperamento mais para o Executivo que para o Legislativo. O que estou tentando é dar tônus executivo ao processo legislativo. Na Comissão de Infraestrutura a gente tem conseguido. Por exemplo, o horário. As reuniões começam impreterivelmente às 8h30. Só teve uma em que atrasamos seis minutos. Às 10h, 10h30 no máximo, teremos terminado. Depois de uma hora e meia a reunião já perde o foco.

Valor: O senhor pretende disputar a Presidência novamente?

Collor: Acho que já é tarde. A idade vai chegando e aquele ímpeto vai diminuindo. Falta motivação. A minha vontade e disposição é de terminar o mandato no Senado para o qual fui eleito em 2006. Além disso, como me disse o senador Antonio Carlos Magalhães uma vez, ser presidente é destino.

Valor: O senhor acha que desperdiçou uma oportunidade ?

Collor: Na economia, por exemplo, hoje estaria trabalhado numa outra fórmula menos simplista e agressiva do que o bloqueio dos ativos. As pessoas falam muito da poupança, mas foi além disso, estendendo-se às contas correntes. Foi uma intervenção drástica e dramática do Estado na vida dos cidadãos. Criou enorme desassossego.

Valor: Foi um erro?

Collor: Foi um erro. Involuntário, mas erro. Outra coisa foi a falta de atenção com o Congresso.

Valor: O senhor subestimou os partidos políticos?

Collor: Demais. Como prefeito, governador e, inclusive, nos dois anos e meio de Presidência, eu sempre governei apoiado numa ligação direta com o povo, que passava por cima das Casas Legislativas. A despeito de inúmeras recomendações de líderes da nossa base, como Luiz Eduardo Magalhães, Ricardo Fiúza e Marco Maciel, que me alertaram seguidamente. No sistema presidencialista de coalizão, o presidente tem que dedicar, por obrigação, 90% de seu tempo à política. Foi um erro meu, causado por uma grande autossuficiência.

Valor: O termo que muitas vezes usam quando falam de sua atitude é arrogância mesmo...

Collor: Também...isso vem com a autossuficiência. Há uma expressão francesa que simboliza bem isso: "rempli de soi même". Ou seja, uma pessoa preenchida por si própria, que não precisa de nada e toma as atitudes que achar convenientes, enquanto todos têm que se render às suas vontades. Foi por aí que cometemos nossos erros.

Valor: Como o senhor se sentiu com o escândalo do mensalão? Considera que a CPI dos Correios trouxe denúncias mais graves do que aquelas contra seu governo?

Collor: Essa análise eu deixo para a sociedade fazer. Na questão do apoio, o problema era exatamente esse: da construção da base parlamentar. Eu fiz um governo com nove ministérios, mais os três militares. Eu queria reunir todos os meus ministros numa só mesa, um olhando para o outro. Agora são quantos ministérios, 37? Veja, eu não abri mão de nenhuma estatal para indicação política. Precisava prepará-las para a privatização. Os cargos foram preenchidos por técnicos. Então havia uma insatisfação parlamentar muito grande.

Valor: Foi isso que lhe causou o impeachment?

Collor: Ali, naquele momento, vários fatores se somaram. Primeiro, a insatisfação do Congresso. Havia um caldo de cultura muito propício na sociedade, em função do bloqueio da poupança. No meio empresarial, havia insatisfação por causa da quebra das reservas de mercado, de automóveis e de informática. Na época, tínhamos quatro montadoras e 25 modelos. Hoje temos 35 fábricas e quase 500 modelos de veículos diferentes. Eu me dava muito bem com o Matias Machline (dono da Sharp), ele depois ficou muito ressentido comigo. Ninguém acreditava que eu acabaria com as reservas de mercado. Foram quebrados muitos interesses.

Valor: Mas havia também o PC Farias...

Collor: Basta procurarmos o que foi publicado na época para encontrar as coisas mais fantasiosas do mundo. O Paulo César não fazia parte do governo, não era ministro nem filiado a partido político. Era uma pessoa que se engajou na minha campanha para a Presidência da República, foi uma das primeiras pessoas que acreditaram na sua viabilidade e ajudou muito. Com isso, ele criou uma série de amizades, porque as pessoas o procuravam para ajudar na campanha. Realmente, aqui e acolá, o Paulo César se utilizou das amizades que mantinha com essas pessoas, o empresariado, e tentava influenciar nas solicitações feitas. Um forte lobby, que redundou nesse sentimento. Mas tudo o que falavam dele, a fortuna incalculável, que tinha isso e aquilo, onde está isso? Os filhos dele têm uma vida normal, de classe média.

Valor: Saindo do passado, o senhor acredita que o presidente Lula elege o sucessor em 2010? No que a doença da ministra Dilma Rousseff pode interferir os planos?

Collor: Eu tenho uma opinião, que já expressei antes, muito antes imaginar que o presidente lançaria a ministra Dilma. Já acreditava, e continuo acreditando, que o presidente Lula terá um terceiro mandato consecutivo. Ainda acho isso.

Valor: É o que o senhor defende?

Collor: Não defendo nem critico, mas é politicamente viável. Se perguntarmos à população se ela está de acordo com um terceiro mandato, pelo menos metade aprovará. Dos 17 partidos com representação no Congresso, 13 ou 14 fazem parte da base de sustentação do governo. Estão todos atendidos pelo governo nas suas reivindicações. Uma mudança de governo significaria quebrar toda essa construção, que custou muito esforço para ser erguida. Mesmo que saia vitorioso um candidato apoiado pelo presidente, mudanças vão acontecer e desagradam. Temos indicadores econômicos satisfatórios, programas sociais avançando e um índice de popularidade elevadíssimo. O empresariado todo está muito feliz, com alguma exceção do setor exportador. O setor financeiro nunca teve lucros tão altos. Então, quem é contra?

Valor: O próprio presidente?

Collor: Esse é o xis da questão. A única pessoa capaz de vetar uma nova reeleição seria o próprio Lula. Ele só não terá o terceiro mandato se não quiser.

Valor: E o Congresso aprovaria?

Collor: Ah, eu não tenho a menor dúvida. Aprova, e aprova de uma forma entusiástica.


Valor: O que o governo Lula tem de melhor e pior?

Collor: Se formos olhar todos os indicadores que nos são apresentados, eu não vejo como apontar nenhum ponto fraco. Nada que mereça uma crítica contundente. Ele só tem pontos positivos na agenda político-administrativa. Não estou falando da agenda policial.

Valor: Para mencionar uma diferença básica, o governo Lula tem reforçado continuamente o aparato estatal, enquanto o senhor apregoava um Estado enxuto...

Collor: É verdade, isso merece reparo. O governo não deu a atenção devida à questão fiscal. Como a arrecadação cresceu bastante , seja por meio da maior carga tributária ou da expansão econômica, deixou-se frouxa a política fiscal. Houve lassidão e relaxamento quanto ao inchaço da máquina.

Valor: Um dos debates suscitados pela queda da taxa de juros é a remuneração da poupança. Como o sr. vê essa discussão hoje?

Collor: Isso é o governo que vai decidir. Já dei minha cota (risos) e paguei por ela. Mas a discussão sobre a poupança é tecnicamente aceitável. Rola-se a dívida pública em função dos atrativos da remuneração de seus títulos. Hoje essa é a aplicação mais rentável. Se a poupança render mais, como é que o governo vai rolar a dívida?

Comentário da Net

Essa foi muito boa!
Agora o Collor transformou-se em porta-voz do Lula.
Quem diria...!
Seria um fato tão absurdo quanto as prorrogações de mandato do Chávez.
Seria o início do fim da frágil democaracia brasileira


terça-feira, 5 de maio de 2009

O ministro Eros Grau renunciou nesta terça-feira ao cargo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral)

Grau comunicou sua decisão em carta encaminhada ao presidente do tribunal, Carlos Ayres Britto, mas não explicou os motivos do afastamento.

Nos bastidores, ministros do TSE afirmam que Grau alegou motivos de cansaço para deixar o cargo.


Eros Grau não explicou os motivos do afastamento do cargo de ministro do TSE
Ele permanece como ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) até o ano que vem, quando completa 70 anos e se aposenta.

Grau deve ser substituído temporariamente no cargo pela ministra Carmen Lucia, do STF.


Além da ausência de Grau, o TSE também tem o desfalque do ministro Joaquim Barbosa --que se afastou do tribunal para realizar tratamento de saúde.

Barbosa foi substituído temporariamente pelo ministro Ricardo Lewandowski, do STF --que deve assumir em definitivo uma vaga no TSE com a renúncia de Grau.

A expectativa é que Lewandowski seja efetivado no tribunal dia 18 de maio, quando está previsto o retorno de Barbosa às suas atividades.

GABRIELA GUERREIRO
Folha Online

Comentários

Tenho lá minhas suspeitas. Naturalmente ele e o pupilo do pt devem ter se bicado. Ayres Britto é um porre com aquele seu jeitinho delicado (contraste do homem nordestino) de ser.

É daqueles que sacaneia na calada, maciotamente falando e eros grau que antes se considerava um pupilo se sentiu preterido, pois o outro além de ser petista puxa saco, é amigo íntimo do governador de SERGIPE, compadre do presimentiroso


por Sueli Guerra

A minha suspeita é diferente da sua. Agora está entrando na fila governador do PT... quem vai
pôr o guizo no pescoço do gato?

Determinar afastamento de governador para ceder o lugar para a Princesinha Sarney é uma coisa, votar pelo afastamento de governador amiguinho do presidente?

Aí o buraco é mais embaixo.
por Cida

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Go to hell Ahmadinejad!


Itamaraty confirma adiamento de visita de
Ahmadinejad ao Brasil

FORAAAAAAAAAAAA


TEERÃ - O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, cancelou nesta segunda-feira a viagem que faria nos próximos dias ao Brasil, Venezuela e Equador, informou a agência de notícias local Irna. Os motivos não foram divulgados e o Itamaraty ainda não confirma a informação.

Por essa razão, ainda não se sabe se a entrevista coletiva prevista para esta segunda-feira, às 16h, no Itamaraty, com o embaixador Roberto Jaguaribe, subsecretario-geral de Assuntos Políticos, realmente acontecerá.

Jaguaribe falaria sobre a agenda de trabalho a ser tratada pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Mahmoud Ahmadinejad.

No domingo, centenas de pessoas protestaram no Rio de Janeiro e em São Paulo contra a visita do líder .

A chegada do mandatário ao Brasil, primeira escala de sua viagem pela América Latina, estava prevista para esta quarta-feira. No país, conforme havia informado o chanceler Manouchehr Mottaki, o Irã buscaria aprofundar a estrutura para uma relação baseada no respeito mútuo de interesses.

( Vídeo: Diplomatas deixam reunião durante discurso de Ahmadinejad )

Globo on

O São Jorge do Planalto

Coluna do
Antes da revolução dos costumes desencadeada nos anos 60, as moças se casavam virgens, motel só aparecia em filme americano, drive-in era coisa da capital. Mas havia a zona do meretrício. Todo município com mais de 10 mil habitantes tinha pelo menos um bordel, camuflado em casas com uma luz vermelha na varanda, construídas no difuso território onde a cidade já acabou sem que tenha começado a zona rural. E havia na parede da sala o retrato de São Jorge.


Bonito, aquilo. Os trajes de guerreiro, o corcel colérico, a lança em riste, o dragão subjugado, as imagens beligerantes eram completadas pela expressão beatífica. Todo santo de retrato é sereno, mas nenhum se mete com monstros que soltam fogo pelas ventas. Só um São Jorge de bordel poderia arrostar tamanho perigo com aquela placidez no rosto que sublinhava o espetáculo da coragem.

Concentrado no duelo tremendo, o exterminador de dragões não prestava a menor atenção no que acontecia fora do retrato. Na sala, prostitutas e clientes negociavam o acerto que os levaria a algum dos quartos escurecidos pela meia-luz que eternizava o crepúsculo.

Deles não paravam de chegar sons muito suspeitos, mas o santo guerreiro nada ouvia. Estava na parede para proteger a zona do meretrício, não para vigiá-la. Quem luta com dragões não perde tempo com batalhas de alcova.

São Jorge de bordel era chamado naquele tempo todo homem que mantinha a cara de paisagem enquanto desfilavam a um palmo do nariz iniqüidades, bandalheiras e delinqüências. O filho abandonara os estudos, a filha se apaixonara pelo cafajeste do bairro, a mulher vivia arrastando vizinhos para o quarto do casal, o sobrinho furtara as economias da avó — e a tudo seguia indiferente o chefe de família.

Como um São Jorge de bordel.

Como um São Jorge de bordel continua agindo o presidente Lula, informou neste começo de maio a discurseira sobre a farra das passagens aéreas. A tunga escandalosa do dinheiro público teria feito até o santo do retrato esquecer o dragão para botar ordem na zona.

Pois o padroeiro dos pecadores federais não viu nada de errado. “Isso é mais velho que a descoberta do Brasil”, desdenhou ao quebrar o silêncio obsequioso que vinha observando desde o primeiro estrondo no Congresso.

Para Lula, a imprensa dá “um tratamento desproporcional” a ocorrências irrelevantes. “Guardar passagens para viajar à França é delicadíssimo, mas o cara levar a mulher para Brasília, dar passagem para sindicalista ir a Brasília, não vejo onde está o tamanho do crime”, espancou o idioma e a ética o São Jorge do Planalto.

O que não pode é viajar para o Exterior. Em território nacional, vale tudo.

Que continuem viajando por conta da Câmara e do Senado parentes, vizinhos, jogadores de futebol, namoradas ou transeuntes com título de eleitor.

“Eu, quando era deputado, muitas vezes convoquei dirigentes da CUT, dirigentes de outras centrais para se reunirem com passagens do meu gabinete”,
confessou.

Para combater essa má vontade dos jornalistas com os pais da pátria companheiros, Lula anda prometendo criar o Dia da Hipocrisia.
A data do novo feriado deveria cair no dia e no mês de 1993 em que Lula, ao explicar por que não tentara reeleger-se deputado, deixou claro que não via maiores diferenças entre o Congresso e uma casa de tolerância.

Há uma maioria de 300 picaretas que defendem seus próprios interesses”,

discursou.

Pelo menos 301, corrige o falatório irresponsável.
Que outros santos nos protejam.

Fora Ahmadinejad

Manifestação contra a visita de Ahmadinejad ao Brasil

Contaminações progridem de forma mais lenta, mas organismo alerta para não haver descuido nem pânico diante de nova gripe

Propagação de vírus está no início, diz OMS

Para órgão mundial, é muito possível que pico já tenha passado, mas ainda é cedo para se descartar risco de pandemia ou surto abrupto

MARCELO NINIO
DE GENEBRA

Dez dias após emitir o primeiro alerta sobre o surto do vírus A(H1N1), causador da gripe que vinha sendo chamada de "gripe suína", a Organização Mundial da Saúde disse ontem que a propagação da doença está "só no começo" e que seu impacto ainda é imprevisível.

A organização confirmou que o vírus continua a se espalhar e manteve o alerta no nível 5, que indica a iminência de pandemia. O número de casos confirmados pela OMS pulou ontem de 658 para 898 em 18 países, com 20 mortes (19 no México e uma nos EUA) -a maioria dos doentes, no entanto, é afetada de forma branda.

Um caso de contágio anunciado pelo governo da Colômbia, que seria o primeiro na América do Sul, ainda não havia sido confirmado pela OMS até a noite de ontem

Ante avaliações otimistas de autoridades do México e dos EUA, que minimizaram a letalidade do vírus e sua capacidade de se espalhar, a organização insiste em advertir que é cedo para dizer que o pior já passou.

"Ainda estamos nos primeiros 200 metros", disse Keiji Fukuda, vice-diretor da OMS, comparando a propagação do novo vírus a uma maratona (prova atlética de 42,1 km).

Segundo Fukuda, uma das maiores preocupações da OMS é que a conclusão precipitada de que o vírus não oferece perigo desarticule ações de precaução contra uma pandemia.

México anuncia declínio de surto

México anuncia declínio de surto
FLÁVIA MARREIRO
ENVIADA ESPECIAL À CIDADE DO MÉXICO

Segundo governo, dados preliminares apontam diminuição de casos suspeitos e de procura por hospitais

Brennan Linsley/Associated Press


Sacerdotes utilizam máscaras cirúrgicas para evitar contaminação da gripe,
em missa na Catedral Metropolitana da Cidade do México

Secretário da Saúde defende ações de combate à doença, mas pede para que país "não baixe a guarda'; jovens até 19 anos são mais atingidos

O México anunciou ontem que o surto de gripe A(H1N1), que vinha sendo chamada de gripe suína, entrou em declínio no país, de acordo com estatísticas preliminares que demonstram menos casos suspeitos e menos procura pelos hospitais.
Ainda assim, o governo mexicano pediu à população "não baixar a guarda" para evitar novo surto da doença.


"É muito difícil afirmar [que o perigo já passou].

O México e o mundo estão aprendendo a partir do que está acontecendo.
É algo inédito", afirmou o secretário da Saúde, José Córdova, que voltou a dizer que o vírus da doença tem se mostrado menos letal do que o projetado inicialmente.

A democracia americana - Ives Gandra Martins

A democracia americana
Ives Gandra Martins
Jornal do Brasil

O presidente da Venezuela, nos seus costumeiros arroubos e manifestações histriônicas, no mês passado, fez afirmação antológica:

“Há mais democracia em Cuba do que nos Estados Unidos”.

Creio que o aspirante a ditador não sabe o que é democracia. Talvez, por insuficiência cultural, pense ser democracia sinônimo de ditadura, razão pela qual considera a mais antiga e sangrenta ditadura das Américas uma democracia.

É bem verdade que, no seu país, os dois poderes (Legislativo e Judiciário) são poderes acólitos, vicários, secundários, pois, apesar de a Constituição – que estudei – de centenas de artigos, ter aparência de democrática, a previsão da Lei Habilitante, que permite ao Poder Executivo ser Poder Legislativo sem prestar contas, todos os bons dispositivos daquele texto de 1999 perdem força, outorgando-se ao Poder Executivo verdadeiros poderes ditatoriais. Não sem razão, persegue todos os seus opositores, utilizando-se do Judiciário, da polícia e das Forças Armadas, além da mídia e de prisões manifestamente políticas, para eliminá-los.

Na sua visão ditatorial, por ser ele o único mandatário, não pode ter oposição, a qual deve ser destruída por força de seu poder absoluto, não diferente de Fidel Castro, que fuzilou, sem julgamento, todos os seus adversários no início da Revolução Cubana, ao ponto de nós, estudantes de direito à época, apelidá-lo de Fidel Paredón Castro.

Só não chegou ainda aos excessos do seu particular amigo cubano, pois os tempos são outros e a Constituição venezuelana, neste ponto, não hospeda a pena de morte.

A afirmação, portanto, de que a ditadura cubana é uma democracia melhor que a democracia americana só pode ser atribuída à sua ignorância sobre ciência política e à sua ambição em tornar-se um tiranete semelhante a Fidel Castro.

Todas estas considerações, a meu ver, deveriam ser sopesadas pelos senadores brasileiros, que deverão decidir se a Venezuela deve ou não ingressar no Mercosul.

Ora, o Tratado de Assunção impõe que apenas países democráticos podem ingressar no espaço regional, ainda em formato de União Aduaneira. A Venezuela, entretanto, com sua Lei Habilitante e com o presidente que tem – que confunde a ditadura cubana com democracia e critica a democracia americana, como se democracia não fosse – não é, de rigor, uma democracia. Naquela nação as oposições são perseguidas e dela são tirados todos os recursos e meios, inclusive para realização de comícios, que as democracias devem ter.

Admitir o ingresso da Venezuela no espaço regional representa aceitar um aspirante a ditador, que vai conformando seu democrático país numa ditadura aos moldes da cubana, e coloca em risco a própria estabilidade do Mercosul, que restringe a participação em seu quadro de membros exclusivamente democráticos.

Enquanto Chávez for o único mandatário da Venezuela e continuar a expor as suas idéias de déspota subdesenvolvido, seu país não deve ingressar no Mercosul.

O Senado brasileiro, que foi duramente criticado pelo amolecado presidente, que o considerou “capacho” dos Estados Unidos, a bem do Brasil e do Mercosul, não deve permitir que uma semiditadura participe do concerto regional, até agora integrado apenas por democracias.

O bom senso impõe ou a rejeição ou, pelo menos, a reticência necessária para aguardar a evolução dos acontecimentos e permitir verificar se o presidente venezuelano aprende o que é uma democracia com o tempo. Por enquanto, tal parceiro não pode ser bem visto.

* Ives Gandra Martins é professor de direito e escritor

Silvio Berlusconi “se relaciona com menores” diz sua mulher

Veronica Lario confirmou que entrará com pedido de divórcio de Silvio Berlusconi, primeiro-ministro italiano, com quem tem três filhos.

De acordo com a “BBC”, ela teria afirmando que não poderia mais ficar com um homem que “se relaciona com menores”.

Foto: AFP
O premiê da Itália, Silvio Berlusconi, ao lado de sua mulher,
Veronica Lario, em foto de 2004. (Foto: AFP)

A decisão veio após uma série de disputas públicas com seu marido, por causa das belas e jovens mulheres –entre elas uma ex-concorrente do “Big Brother”– que ele pretendia incluir nas listas de candidatas de seu partido, o conservador Povo da Liberdade (PDL), para o parlamento.

Na semana passada, Lario enviou uma carta furiosa a uma agência de notícias italiana, descrevendo como “um absurdo e sem-vergonha” a atitude do marido.

Ela criticou ainda o comportamento do marido, que passou a noite em uma boate de Nápoles celebrando o aniversário de uma jovem de 18 anos.

Depois de ser criticado e pressionado pela mulher, o premiê voltou atrás.
Mas aparentemente a decisão não teve efeito. Citando a imprensa italiana, o “Guardian” afirmou que Lario entrou em contato com um advogado para dar início ao processo de separação de Berlusconi, com quem se casou em 1990.

Ato de repúdio à visita do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad

Ato em Ipanema protesta contra visita do presidente do Irã ao Brasil
Objetivo é que mensagem chegue ao presidente Lula.

Grupo caminhou com cartazes defendendo os direitos humanos.

Manifestantes se reuniram na manhã deste domingo (3), na Praia de Ipanema, na Zona Sul do Rio, num ato de repúdio à visita do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, prevista para o dia 6, próxima quarta-feira. O objetivo é que a mensagem chegue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que ele transmita ao visitante.
Com cartazes contra o terrorismo, homofobia e racismo, os manifestantes gritavam palavras de ordem para chamar a atenção da população.

A manifestação, organizada pela Juventude Judaica com o apoio de outros movimentos, começou com uma concentração em frente à Rua Vinicius de Moraes e depois seguiu em caminhada até a Rua Teixeira de Melo, onde fizeram uma leitura de trechos da Declaração dos Direitos Humanos e acionaram uma sirene para um
BLOG: RDminuto de silêncio em homenagem aos mortos em todos os regimes totalitários do mundo. G1

O fantástico Plano de Saúde Vitalício dos senadores

O fantástico Plano de Saúde Vitalício dos senadores

Por Eugênia Lopes e Rosa Costa

Basta passar seis meses como Senador para ter garantido, sem nada mais pagar, um plano de saúde familiar vitalício que consome por ano R$ 17 milhões.

Foto: José Cruz/ABr
O pior é que com um plano de saúde desses e a despreocupação com a vida, tornam os senadores, como esse aí, quase imortais, não morrem nunca, se perpetuam no planeta, causando despesas eternas aos cofres públicos

Esse é o melhor plano de Saúde familiar do mundo, um custo benefício sem precedentes: uma cobertura total, desde o começo, sem preocupações com doenças preexistentes, sem limites de idade e nenhum custo, para o resto da vida, que se alonga pelas facilidades com o atendimento médico e custa ainda mais ao contribuinte.

A matéria de Eugênia Lopes e Rosa Costa no Estadão de hoje, põe a descoberto mais um exagerado beneficio que o senhores senadores e senadoras se autopremiaram a pesar nas costas de todos os brasileiros:

Os 310 ex-senadores e seus familiares pensionistas custam pelo menos R$ 9 milhões por ano, cerca de R$ 32 mil por parlamentar aposentado. Detalhe: para se tornar um ex-senador e ter direito a usar pelo resto da vida o sistema de saúde bancado pelos cofres públicos é preciso ocupar o cargo por apenas seis meses. Antes de 1995, a mordomia era ainda maior: bastava ter ficado na suplência por apenas um dia.

No total, os 81 senadores da ativa e os 310 ex-senadores e seus pensionistas usufruem de um sistema privilegiado de saúde que consome cerca de R$ 17 milhões por ano. Os parlamentares da ativa e seus familiares não têm limite de despesas com saúde: em 2008, gastaram cerca de R$ 7 milhões - R$ 80 mil por senador.

No ano passado, os gastos globais do Senado com saúde para parlamentares e servidores foram de R$ 70 milhões. O Senado não divulga, no entanto, o valor dessas despesas apenas com senadores. O diretor-geral, Alexandre Gazineo, alega que precisa de "tempo" para obter esses dados.

O Estado apurou que, em 2008, o Senado gastou cerca de R$ 53 milhões com a saúde de 18 mil servidores efetivos e comissionados, entre ativos e inativos. Ao contrário dos senadores, que não descontam um tostão para ter todas as despesas de saúde pagas, os servidores em atividade e inativos têm descontados, em média, R$ 260 por mês. O custo de cada servidor ao ano é de cerca de R$ 3 mil.

E não precisam nem trabalhar: O senador Mão Santa preside a sessão para ninguém. A foto é de uma sexta-feira, 24 de Abril de 2009 - 13h03, horário de sessão. As sexta-feiras não há mais senadores em Brasília, chegam na terça e abandonam o senado e Brasília na quinta a noite, no mais tardar, a está altura já estão em casa, ou em Nova Iorque, Miami, Paris, Londres... (Foto: Antonio Cruz/Abr)

E não precisam nem trabalhar: O senador Mão Santa preside a sessão para ninguém. A foto é de uma sexta-feira, 24 de abril de 2009 - 13h03, horário de sessão. As sexta-feiras não há mais senadores em Brasília, chegam na terça e abandonam o senado e Brasília na quinta a noite, no mais tardar, a esta altura já estão em casa, ou em Nova Iorque, Miami, Paris, Londres... (Foto: Antonio Cruz/Abr)

Para este ano, a previsão feita no Orçamento estabeleceu R$ 61 milhões para arcar com a saúde dos senadores e servidores. Na quinta-feira, o Senado anunciou contingenciamento de R$ 25 milhões nas despesas médicas e odontológicas. Ou seja: o orçamento de 2009 deverá ficar em R$ 36 milhões. A área técnica do Senado está convicta de que o corte recairá integralmente sobre a saúde dos servidores. Os senadores continuarão com as despesas ilimitadas.

domingo, 3 de maio de 2009

Um novo enredo - FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Um novo enredo

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

De vez em quando, a História prega uma peça a seus principais protagonistas. Mas também, às vezes, alguns desses são capazes de reescrever o enredo para sair da entalada. Até agora, tem sido o caso de Barack Obama. No começo de sua corrida para a Casa Branca, poucos apostavam nele. Vitorioso, ele entrou em cena como um César negro, cheio de ânimo e de promessas. Mas o cenário e o script não poderiam ter sido piores: recebeu a herança de Bush, com suas guerras, arrogâncias e déficits fiscais e, ainda por cima, elegeu-se em meio à voragem de uma crise financeira global.

Obama, em seus cem dias inaugurais, vem conseguindo redesenhar o quadro. Não que tivesse feito milagres com a economia, pois isso não existe. Mas teve a sabedoria de emitir os sinais que se esperavam, exercendo uma liderança moral no mundo. Para embasar seus passos, começou cumprindo o prometido. Enviou ao Congresso uma proposta orçamentária audaciosa, na qual reafirma seus compromissos na delicada área da saúde pública e sua atenção voltada para a classe média e para os mais pobres. E se jogou na construção de um roteiro internacional de restabelecimento da confiança.

Começou por nomear sua contendora secretária de Estado, demonstrando segurança e bom cálculo político. Designou como enviados especiais para as áreas mais sensíveis do mundo pessoas de diálogo. Dirigiu-se ao Irã sem rodeios; começou a se descompromissar com os falcões do Oriente Médio, não teve medo de caretas na América Latina e deu passos, ainda tímidos, para descongelar Cuba. Não é pouca coisa.

É certo que na resposta à crise o governo Obama se mostrou mais tímido do que na cena política. Em encontro em Nova York, no começo de abril, com Georges Soros – que apoiou Obama muito antes de ele parecer capaz de vencer as primárias –, perguntei-lhe sobre como via o início do governo. Não hesitou: vai tudo muito bem, mas ainda é tímido na contenção da crise e, quem sabe, ainda está muito influenciado por quem reduz o mundo a Wall Street.

A meta, até agora, tem sido a de queimar reservas de confiança financiando, à custa do futuro, todo e qualquer buraco financeiro que surja. Pode até dar certo, mas o preço (digo eu, não Soros) será um horizonte inflacionário, uma puxada na taxa de juros para evitar o desmoronamento do dólar e um stop and go da economia que cresce um trimestre, outro patina.

Como o artista é competente, talvez dê para redesenhar o quadro e, a despeito das dificuldades econômicas, projetar um futuro de maior confiança e de paz.
O encontro do G-20 em Londres foi auspicioso. Desde o tempo das crises financeiras dos anos 1990, eu venho insistindo na tecla: o FMI é antes fraco do que forte, ranheta com suas condicionalidades porque sem recursos de imaginação e de dinheiro para salvar quem precisa dele; o Banco Mundial tem menos recursos do que o BNDES; as organizações financeiras internacionais, de internacional têm o nome, pois o processo decisório está concentrado na mão de poucos, quando não de um só, e assim por diante.

Esse discurso, agora, é o de todos. E o que é melhor, políticas transformadoras começam a ser postas em prática, embora ainda não no que é essencial: no compartilhamento de poder decisório. Será que Obama terá a grandeza e as condições para dobrar o “espírito de Wall Street” e deixar claro que o mundo é mais do que um mercado? Os sinais iniciais foram auspiciosos, repito.

Mas é necessário mais. A encruzilhada que a crise financeira criou para o mundo tem mais que dois caminhos. Um, certamente seria suicídio, o do fechamento das economias, aumento de protecionismo, crença em demagogos nacionalisteiros e autoritários, como ocorreu pós-1929 e como, ingenuamente e com prisma invertido, parecem crer alguns líderes regionais. Mas também iria por mau caminho a pura reconstrução da ordem que pegou fogo com a crise, a do fundamentalismo de mercado e da arrogância unilateral na política externa.

É bem verdade que para a construção de uma ordem mundial melhor (a ver se, com realismo, outro mundo é possível) não basta o querer, nem basta que o líder do país mais poderoso a deseje. É necessário que vários queiram, que haja sensatez no querer e que se abram condições econômicas para um ganho compartido.

Neste ponto, entram as possibilidades e as dificuldades do Brasil. Nunca como hoje – diria o presidente, e neste caso com razão –, houve tão boas condições para que os países emergentes alcem a voz. Mas esta deve ser, ao mesmo tempo, firme e sensata, pouco gaiata, esperançosa, mas não utópica.

O exercício de compartilhamento de liderança pode começar em nossa região.
O Mercosul é bom exemplo de área de política externa na qual um rumo mais claro é precondição para evitar seu congelamento na irrelevância. Que ele representa um avanço é certo, mas que está patinando é mais certo ainda.

E não só. Para que tantas declarações políticas conjuntas na região se não há convergências reais? Para que, num ingênuo embalo de “sulismo”, criar bancos latino-americanos novos se os antigos já estão de sobra? E não seria hora de reforçar o compromisso democrático do Brasil, sem restringi-lo às nossas fronteiras?

Em outro plano, cabe receber neste momento um líder que desperdiça a chance de paz com respeito e dignidade – que o mundo islâmico merece –, sem uma palavra de amizade, mas também de reparo à ofensa feita à memória dos que foram assassinados?

Os sinais emitidos por Obama abrem caminhos para termos maior relevância. O que foi feito no Brasil, durante os últimos 20 anos, na reconstrução da ordem democrática e econômica, na construção de políticas capazes de aliviar a pobreza etc., credencia-nos como participantes da reconstrução da ordem mundial.

Mas aqui, como nos Estados Unidos de Obama, em sentido talvez invertido, se a economia limita o impulso renovador em outras áreas, a falta da palavra bem posta na hora certa pode diminuir as chances de êxito nesta empreitada que não é de um só, mas de muitos.