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sábado, 25 de outubro de 2014

O DataNunes constata: com 54%, Aécio vai derrotar as milícias do lulopetismo, os videntes do Datafolha e as ciganas do Ibope





Por Augusto Nunes

Neste começo de noite, os videntes do Datafolha trataram de refugiar-se num “empate técnico” para aguardar a votação de amanhã.

Vão passar menos vergonha que as ciganas do Ibope, que reiteraram a opção pelo abraço de afogado e insistem em reeleger Dilma Rousseff.

Os institutos que andam errando 11 em cada 10 pesquisas naufragaram de novo, acaba de constatar o DataNunes.

Com 54% dos votos válidos, Aécio Neves está oito pontos percentuais acima de Dilma Rousseff (46%).

O candidato da oposição brasileira garantiu a dianteira graças à goleada imposta a Dilma no debate da Globo e à revelação de que Lula e a sucessora sabiam de tudo o que se passava nas catacumbas infestadas de saqueadores da Petrobras.

A dianteira foi consolidada depois do ataque promovido por milícias lulopetistas à sede da Editora Abril e de outras manifestações de ódio à democracia protagonizadas por devotos da seita liberticida.

Avaliadas a direção e a força dos ventos, medida a temperatura política, examinados os fatos, ouvida a voz da sensatez, o quinto e último boletim do DataNunes comunica que, por determinação do povo brasileiro, a era da canalhice está chegando ao fim.

25/10/2014



SAI ÚLTIMA PESQUISA ANTES DA ELEIÇÃO Pesquisa Sensus fechada agora dá Aécio na frente com 52,1%. Tendência confirmada.



Por O EDITOR Diário do Poder

O Instituto Sensus realizou a última pesquisa de intenção de votos para presidente, fechada há pouco, indicando liderança do candidato do PSDB, Aécio Neves, com 52,1% dos votos válidos. A sua oponente Dilma Rousseff (PT), segundo o Sensus, soma 47,9% dos votos válidos. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob nº 01193/2014.


Ao contrário de todos os demais institutos de pesquisa do País, como Datafolha, MDA e Ibope, que apontavam para Marina Silva (PSB) disputando o segundo turno com a candidata do PT, o Sensus foi o único a captar o crescimento de Aécio, na reta final, sobretudo após o debate da Rede Globo, indicando que ele estaria no segundo turno, como de fato aconteceu.


Computando-se todas as intenções de voto, inclusive brancos e nulos, Aécio tem 45,7%, contra 42% de Dilma. Indecisos, brancos e nulos somam 12,4%. As entrevistas foram realizadas nesta sexta-feira (24) e hoje, e a margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais e para menos.


O levantamento do Sensus confirma outra pesquisa, divulgada mais cedo pela CNT/MDA, segundo a qual Aécio Neves passou à frente da candidata petista. Ele agora somaria 50,3% das intenções de votos válidos contra 49,7% de Dilma. Na última pesquisa CNT/MDA, divulgada no dia 20 de outubro, Dilma aparecia com 50,5% dos votos válidos, contra 49,5% de Aécio.


A intenção de votos espontânea mostra os candidatos empatados tecnicamente. Aécio tem 44,4% dos votos e Dilma, 43,3%. Na pesquisa estimulada os números vão a 45,3% para o tucano e 44,7% para a candidata à reeleição.

25 de outubro de 2014

MUITO CUIDADO COM AS PESQUISAS. Institutos erraram demais contra Aécio no primeiro turno. Confira e divulgue






Na tabela acima, mostramos o quanto os institutos erraram a favor de Dilma no primeiro turno, dando-lhe milhões de votos a mais.

E o quanto prejudicaram Aécio, tirando dele milhões e milhões de votos.

Confira os votos que as pesquisas davam as candidatos com os votos que saíram das urnas.

Confiram as diferenças a maior para Dilma e a menor para Aécio. Um verdadeiro escândalo!

Os institutos de pesquisa estão sob suspeita. Por isso, não nos enganemos e não vamos deixar o eleitor indeciso se enganar.

Divulgue esta tabela para o máximo de pessoas.

Nós estamos na frente!

Não vamos ser derrotados pelos enganadores da opinião pública.


25 de outubro de 2014


Doleiro diz que Lula ordenou pagamento a agência suspeita


Sem dar detalhe ou apresentar prova, Youssef cita telefonema de 2010 do então presidente da República ao então presidente da Petrobrás

Por Ricardo Brandt e Fausto Macedo

O doleiro Alberto Youssef afirmou nos termos de sua delação premiada que o então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva teria dado uma ordem em 2010 ao então presidente da Petrobrás, José Sergio Gabrielli, para que ele resolvesse uma pendência com uma agência de publicidade suspeita de integrar o esquema de corrupção na Petrobrás.



Foto: Tasso Marcelo/Estadão

“O Lula ligou para o Gabrielli e falou que tinha que resolver essa merda”, revelou o doleiro em um dos seus vários depoimentos que vem prestando à Justiça a fim de tentar reduzir sua pena ao colaborar com as investigações da Operação Lava Jato.

Youssef, que está preso sob acusação de integrar um megaesquema de lavagem de dinheiro que envolvia contratos milionários da Petrobrás, não deu detalhes sobre como ficou sabendo desse suposto telefonema.

No depoimento, Youssef afirmou que, depois da suposta ordem, Gabrielli teria acionado o então diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa, outro personagem central do caso, e pedido para que ele usasse “o dinheiro das empreiteiras e passasse para a agência”.

Empreiteiras são suspeitas de pagar pedágio ao esquema com o objetivo de obter contratos da Petrobrás. Esse pedágio seria usado para abastecer partidos da base do governo Lula e do governo da presidente Dilma Rousseff, segundo disseram o doleiro e o ex-diretor da Petrobrás em suas delações premiadas. A dupla implicou o PT, o PMDB e o PP. Costa ainda afirmou que o PSDB, da oposição, recebeu dinheiro para ajudar abafar uma CPI sobre a Petrobrás em 2009.



Foto: Fabio Motta/Estadão

Repasses. A agência de publicidade que teria recebido o repasse de empreiteiras, ainda segundo disse Youssef, é a Muranno Marketing/Brasil. Trata-se de uma empresa suspeita de integrar o esquema de propinas.
Segundo o doleiro, a agência tinha valores a receber e, em razão disso, ameaçava tornar pública a corrupção na Petrobrás.

Youssef não cita datas nem como foi feito o pagamento à agência. A Polícia Federal, porém, identificou dois repasses, num total de R$ 1,7 milhão, à agência via MO Consultoria, empresa do doleiro. O repasse é datado de 22 de dezembro de 2010. Houve ainda outros três depósitos à agência, num total de R$ 509 mil, nos dias 12 e 13 de janeiro de 2011, feitos pela empresa Sanko Sider, também investigada pela Lava Jato.

Ouviu dizer. Além do suposto telefonema entre Lula e Gabrielli, o doleiro fez outras referências a Lula e à suposta ciência do Palácio do Planalto em relação ao esquema: “Todas as pessoas com quem eu trabalhava diziam o seguinte: ‘todo mundo sabia lá em cima, que tinha aval para operar. Não tinha como operar um tamanho esquema desse se não houvesse o aval do Executivo. Não era possível que funcionasse se alguém de cima não soubesse, as peças não se moviam”.

O doleiro também disse no depoimento da delação: “Era impossível o Lula governar se não tivesse esse esquema. O Lula era refém desse esquema”, afirmou. Como exemplo, citou o episódio da disputa pela Presidência da Câmara dos Deputados em 2005. Na ocasião o PT queria no cargo o então deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), mas teve que se curvar à exigência de José Janene (PP-PR), que morreu em 2010 e é apontado como a ponte entre o esquema e o Congresso. Na época, Janene teria imposto o nome de Severino Cavalcanti (PP-PE) para o comando da Câmara. Cavalcanti acabou eleito.

Youssef é apontado como sócio de Janene e suposto criador do esquema de propina na Petrobrás comandado pelo PP. O doleiro, que ainda não teve a delação homologada pela Justiça, diz que ainda apresentará provas sobre suas declarações. O esquema teria atuado entre 2004 e 2012, período em que Costa esteve na diretoria de Abastecimento da Petrobrás.

COM A PALAVRA, A DEFESA:

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que “não comenta vazamentos parciais de delação premiada, nem depoimentos aos quais sequer teve acesso”.

O ex-presidente da Petrobrás (2005-2012), hoje secretário de Estado de Planejamento da Bahia, José Sergio Gabrielli, rechaçou com veemência as informações do doleiro Alberto Youssef em sua delação.

Por meio de sua assessoria, Gabrielli assegura que jamais tratou de eventuais problemas de pagamentos a agências de publicidade com o doleiro, alvo da Operação Lava Jato, “ou com qualquer outra pessoa”.

Gabrielli esclareceu, ainda, taxativamente, que “não conhece o senhor Alberto Youssef e nunca teve qualquer tipo de contato presencial ou telefônico com ele ou com pessoas ligadas às suas empresas”. Para o ex-presidente da Petrobrás, “as falsas informações atribuídas à delação premiada do doleiro são uma tentativa desesperada de interferir no 2.º turno das eleições”.

“Os advogados do ex-presidente já analisam medidas judiciais cabíveis para reparar as acusações infundadas divulgadas”, destacou a assessoria.

A Muranno Marketing foi procurada nos contatos disponíveis e ninguém foi localizado.

O criminalista Antonio Figueiredo Basto, que comanda o núcleo de defesa de Youssef, argumentou que não pode comentar o depoimento de seu cliente no âmbito da delação premiada porque ela é protegida pelo sigilo. Ele afirmou que Youssef nunca citou a ele os nomes da presidente Dilma e do ex-presidente Lula. “O Beto (Youssef) me disse apenas que tudo ‘vinha lá de cima’, Lamento que esse clima de eleição está gerando loucura no Brasil, muita especulação.”

Basto diz suspeitar que o vazamento da delação “é obra de algum grupo econômico que quer ‘melar’ a delação”. “Eu não posso desmentir nem confirmar (os dados da delação) porque a defesa não ficou de posse dos depoimentos.”


25 outubro 2014



“Para acabar com essa corrupção é preciso tirar o PT do poder”, diz Aécio em debate



Por Rodrigo Constantino


Terminou agora o último debate antes das eleições. Aécio Neves estava afiado, demonstrando firmeza e segurança, enquanto Dilma se mostrou nervosa, chegando a gaguejar, com voz trêmula. Provavelmente abatida pelas denúncias recentes que Alberto Youssef, doleiro do PT, fez ao delegado da Polícia Federal, reveladas por Veja.

Foi logo o tema da primeira pergunta do tucano, para mostrar a que veio. Acusou a adversária de ter protagonizado a campanha mais sórdida desde a redemocratização, citando inclusive a reportagem de capa da revista Isto É. Dilma cambaleou, acusou o golpe, preferiu atacar a Veja em vez de comentar o conteúdo que a mensageira apenas disponibilizou, cumprindo sua função jornalística.

A segunda pergunta de Aécio foi outro golpe duro na adversária: nossa infraestrutura capenga, enquanto o governo dela prefere financiar porto bilionário… em Cuba! E pior: sob sigilo, com prazo bem acima do normal de mercado, e sem garantias comumente exigidas! Por que tanto privilégio ao regime ditatorial? Silêncio e tergiversação da petista.

Repetindo sua palavra aparentemente preferida, Dilma só se dizia “estarrecida”. Mas estarrecidos ficamos todos nós, sem as devidas respostas! Foram perguntas importantes, objetivas, que demandavam uma explicação. Nada. Dilma fugiu, como de praxe. Atacou com outras questões secundárias para não ter de enfrentar fatos incômodos.

O terrorismo eleitoral com o Bolsa Família não foi tão explorado dessa vez pela candidata petista, mas bem que tentou. Aécio se saiu muito bem ao afirmar que o povo carente merece subsídios, mas que os ricaços do Bolsa Empresário via BNDES não. Ouch! Dilma, a candidata do “povo”, é na verdade a camarada dos bilionários.

Houve ainda a oportunidade para uma alfinetada cruel de Aécio, ao insinuar que Dilma não conhece bem o Congresso, pois confundiu seu papel como líder do partido, e não do governo. Mostrou mais confiança nas propostas também. Afinal, como bem colocou, quem já fez tem mais autoridade para dizer que vai fazer. Dilma se apresenta como uma candidata praticamente de oposição a ela mesma, ignorando que governou pelos últimos quatro anos, e seu partido por doze.

Ao defender no discurso punição mais severa para corruptos, Dilma deveria ter sido mais cautelosa. Dependendo do andar da carruagem nas investigações do escândalo da Petrobras, ela pode acabar alvo das medidas que prega. Foi implicada diretamente no caso, segundo o doleiro. Ele diz que ela não só sabia, como se beneficiou do esquema.

O ponto alto da noite foi quando Aécio, ainda no tema da corrupção, disse que a medida mais eficaz de curto prazo para acabar com tanta corrupção e tirar o PT do poder. Foi ovacionado no local, e sem duvida por milhões de residências Brasil afora.

Nem mesmo as cartadas na manga de Dilma surtiram efeito. Tentou, claro, falar sobre a crise de água em São Paulo, mas foi lembrada por Aécio de que a crise afeta boa parte do país, especialmente o nordeste; que não houve ajuda devida do governo federal; e que o diretor a Agência Nacional de Água, apontado por Rose (por onde anda?), foi para o presídio em vez de ajudar no planejamento. Alckmin, por outro lado, foi reconhecido pelos paulistas como bom gestor, tanto que acabou reeleito no primeiro turno.

Outra provocação legítima de Aécio foi sobre o tema da reeleição, quando perguntou diretamente: quem está governando o Brasil, candidata? Mostrou, antes, que ela praticamente não esteve no Palácio do Planalto nesses últimos dias todos, assim como seus ministros estiveram ausentes, atuando em sua campanha.

Dilma, sobre reforma política, bateu na tecla do financiamento empresarial. Que bola levantada para Aécio! Dilma, do PT, condenando financiamento empresarial depois de arrecadar mais de empreiteiras e bancos do que todos os outros partidos juntos, é como Beira-Mar condenando o tráfico de drogas…

O tucano rebateu bem a insistência de Dilma na comparação, distorcida, com o governo FHC, sempre tirando do contexto aquela época. Quem olha muito para o passado é porque quer fugir do presente ou não tem nada a apresentar para o futuro, jogou na cara da petista.

Uma grande gafe da presidente foi quando uma economista de 55 anos, desempregada, quis saber o que o governo pretendia fazer para ajudá-la. Dilma, que só sabe repetir o Pronatec nessas horas, acabou recomendando um curso técnico. Pronatec para uma economista formada, com 55 anos e sem emprego? Aécio perdeu a chance de mostrar o quanto Dilma se mostrou perdida na questão ao recomendar uma qualificação de primeiro e segundo grau, a do Pronatec, para uma mulher que tem curso superior em economia. Talvez a sua equipe da Unicamp devesse mesmo fazer um curso no Senai e mudar de ramo de atividade…

Por fim, Aécio cobrou aquilo que William Bonner já havia cobrado na entrevista para o Jornal Nacional, sem resposta: o que Dilma, a cidadã e candidata, pensa sobre a condenação de José Dirceu? O chefe do mensalão é um “herói nacional”, como querem os membros de seu próprio partido, ou um criminoso, como diz o STF? Ficamos, uma vez mais, sem saber a resposta. Dilma fugiu. Negou-se a responder.

Como quem cala consente, e como Dirceu continua bem próximo de todos aqueles que estão com Dilma, fico com a opção número um. Vote em Dilma e leve o “herói” Dirceu junto…

PS: Na fala final, Dilma “paz e amor” falou de um Brasil do amor, da união e da solidariedade. Mais cedo, na campanha da televisão, mostrou uma cara bem mais raivosa. Vamos depredar essa maldita Veja que ousa expor fatos, em nome do amor e da solidariedade? Dilma e o PT são mesmo os ícones da incoerência.


25/10/2014

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Youssef: “O Planalto sabia de de tudo!” Delegado: “Quem do Planalto?” Youssef: “Lula e Dilma”



O doleiro Alberto Youssef afirma em depoimento à Polícia Federal que o ex e a atual presidente da República não só conheciam como também usavam o esquema de corrupção na Petrobras

Robson Bonin


EM VÍDEO - As declarações de Youssef sobre Lula e Dilma foram prestadas na presença de um delegado, um procurador da República e do advogado

EM VÍDEO - As declarações de Youssef sobre Lula e Dilma foram prestadas na presença de um delegado, um procurador da República e do advogado (Ilustração Lézio Jr./VEJA)


A Carta ao Leitor desta edição termina com uma observação altamente relevante a respeito do dever jornalístico de publicar a reportagem a seguir às vésperas da votação em segundo turno das eleições presidenciais: “Basta imaginar a temeridade que seria não publicá-la para avaliar a gravidade e a necessidade do cumprimento desse dever”.
 VEJA não publica reportagens com a intenção de diminuir ou aumentar as chances de vitória desse ou daquele candidato. VEJApublica fatos com o objetivo de aumentar o grau de informação de seus leitores sobre eventos relevantes, que, como se sabe, não escolhem o momento para acontecer. Os episódios narrados nesta reportagem foram relatados por seu autor, o doleiro Alberto Youssef, e anexados a seu processo de delação premiada. Cedo ou tarde os depoimentos de Youssef virão a público em seu trajeto na Justiça rumo ao Supremo Tribunal Federal (STF), foro adequado para o julgamento de parlamentares e autoridades citados por ele e contra os quais garantiu às autoridades ter provas. Só então se poderá ter certeza jurídica de que as pessoas acusadas são ou não culpadas.
Na última terça-feira, o doleiro Alberto Youssef entrou na sala de interrogatórios da Polícia Federal em Curitiba para prestar mais um depoimento em seu processo de delação premiada. Como faz desde o dia 29 de setembro, sentou-se ao lado de seu advogado, colocou os braços sobre a mesa, olhou para a câmera posicionada à sua frente e se pôs à disposição das autoridades para contar tudo o que fez, viu e ouviu enquanto comandou um esquema de lavagem de dinheiro suspeito de movimentar 10 bilhões de reais. A temporada na cadeia produziu mudanças profundas em Youssef. Encarcerado des­de março, o doleiro está bem mais magro, tem o rosto pálido, a cabeça raspada e não cultiva mais a barba. O estado de espírito também é outro. Antes afeito às sombras e ao silêncio, Youssef mostra desassombro para denunciar, apontar e distribuir responsabilidades na camarilha que assaltou durante quase uma década os cofres da Petrobras. Com a autoridade de quem atuava como o banco clandestino do esquema, ele adicionou novos personagens à trama criminosa, que agora atinge o topo da República.
Comparsa de Youssef na pilhagem da maior empresa brasileira, o ex-diretor Paulo Roberto Costa já declarara aos policiais e procuradores que nos governos do PT a estatal foi usada para financiar as campanhas do partido e comprar a fidelidade de legendas aliadas. Parte da lista de corrompidos já veio a público. Faltava clarear o lado dos corruptores. Na ter­ça-feira, Youssef apre­sentou o pon­­to até agora mais “estarrecedor” — para usar uma expressão cara à pre­sidente Dilma Rous­seff — de sua delação premiada. Perguntado sobre o nível de comprometimento de autoridades no esquema de corrupção na Petrobras, o doleiro foi taxativo:
— O Planalto sabia de tudo!
— Mas quem no Planalto? — perguntou o delegado.
— Lula e Dilma — respondeu o doleiro.
Para conseguir os benefícios de um acordo de delação premiada, o criminoso atrai para si o ônus da prova. É de seu interesse, portanto, que não falsifique os fatos. Essa é a regra que Yous­sef aceitou. O doleiro não apresentou — e nem lhe foram pedidas — provas do que disse. Por enquanto, nesta fase do processo, o que mais interessa aos delegados é ter certeza de que o de­poente atuou diretamente ou pelo menos presenciou ilegalidades. Ou seja, querem estar certos de que não lidam com um fabulador ou alguém interessado apenas em ganhar tempo for­necendo pistas falsas e fazendo acu­sações ao léu. Youssef está se saindo bem e, a exemplo do que se passou com Paulo Roberto Costa, o ex-diretor da Petrobras, tudo indica que seu processo de delação premiada será homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Na semana passada, ele aumentou de cerca de trinta para cinquenta o número de políticos e autoridades que se valiam da corrupção na Petrobras para financiar suas campanhas eleitorais. Aos investigadores, Youssef detalhou seu papel de caixa do esquema, sua rotina de visitas aos gabinetes poderosos no Executivo e no Legislativo para tratar, em bom português, das operações de lavagem de dinheiro sujo obtido em transações tenebrosas na estatal. Cabia a ele expatriar e trazer de volta o dinheiro quando os envolvidos precisassem.
Uma vez feito o acordo, Youssef terá de entregar o que prometeu na fa­se atual da investigação. Ele já con­tou que pagava em nome do PT mesadas de 100 000 a 150 000 reais a ­parlamentares aliados ao partido no Congresso. Citou nominalmente a ex-mi­nistra da Casa Civil Gleisi Hoff­mann, a quem ele teria repassado 1 mi­lhão de reais em 2010. Youssef disse que o dinheiro foi entregue em um shopping de Curitiba. A senadora ne­gou ter sido beneficiada.
Entre as muitas outras histórias consideradas convincentes pelos investigadores e que ajudam a determinar a alta posição do doleiro no esquema — e, consequentemente, sua relevância pa­ra a investigação —, estão lembranças de discussões telefônicas entre Lula e o ex-deputado José Janene, à época líder do PP, sobre a nomeação de operadores do partido para cargos estratégicos do governo. Youssef relatou um episódio ocorrido, segundo ele, no fim do governo Lula. De acordo com o doleiro, ele foi convocado pelo então presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, para acalmar uma empresa de publicidade que ameaçava explodir o esquema de corrupção na estatal. A empresa quei­xa­va-­se de que, depois de pagar de forma antecipada a propina aos políticos, tive­ra seu contrato rescindido. Homem da confiança de Lula, Gabrielli, segundo o doleiro, determinou a Youssef que captasse 1 milhão de reais entre as empreiteiras que participavam do petrolão a fim de comprar o silêncio da empresa de publicidade. E assim foi feito.
Gabrielli poderia ter realizado toda essa manobra sem que Lula soubesse? O fato de ter ocorrido no governo Dilma é uma prova de que ela estava conivente com as lambanças da turma da estatal? Obviamente, não se pode condenar Lula e Dilma com base apenas nessa narrativa. Não é disso que se trata. Youssef simplesmente convenceu os investigadores de que tem condições de obter provas do que afirmou a respeito de a operação não poder ter existido sem o conhecimento de Lula e Dilma — seja pelos valores envolvidos, seja pelo contato constante de Paulo Roberto Costa com ambos, seja pelas operações de câmbio que fazia em favor de aliados do PT e de tesoureiros do partido, seja, principalmente, pelo fato de que altos cargos da Petrobras envolvidos no esquema mudavam de dono a partir de ordens do Planalto.
Os policiais estão impressionados com a fartura de detalhes narrados por Youssef com base, por enquanto, em sua memória. “O Vaccari está enterrado”, comentou um dos interrogadores, referindo-se ao que o do­leiro já narrou sobre sua parceria com o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto. O doleiro se comprometeu a mostrar documentos que comprovam pelo menos dois pagamentos a Vaccari. O dinheiro, desviado dos cofres da Petrobras, teria sido repassado a partir de transações simuladas entre clientes do banco clandestino de Youssef e uma empresa de fachada criada por Vaccari. O doleiro preso disse que as provas desses e de outros pagamentos estão guardadas em um arquivo com mais de 10 000 notas fiscais que serão apresentadas por ele como evidências. Nesse tesouro do crime organizado, segundo Youssef, está a prova de uma das revelações mais extraordinárias prometidas por ele, sobre a qual já falou aos investigadores: o número das contas secretas do PT que ele operava em nome do partido em paraísos fiscais. Youssef se comprometeu a ajudar a PF a localizar as datas e os valores das operações que teria feito por instrução da cúpula do PT.
Depois da homologação da de­lação premiada, que parece assegurada pelo que ele disse até a semana passada, Youssef terá de apresentar à Justiça mais do que versões de episódios públicos envolvendo a presidente. Pela posição-chave de Youssef no esquema, os investigadores estão con­fiantes em que ele produzirá as provas necessárias para a investigação prosseguir. Na semana que vem, Alberto Youssef terá a oportunidade de relatar um episódio ocorrido em março deste ano, poucos dias antes de ser preso. Youssef dirá que um integrante da ­coor­­denação da campanha presidencial do PT que ele conhecia pelo nome de “Felipe” lhe telefonou para marcar um encontro pessoal e adiantou o assunto: repatriar 20 milhões de reais que seriam usados na cam­panha presidencial de Dilma Rous­seff. Depois de verificar a origem do telefonema, Youssef marcou o encontro que nunca se concretizou por ele ter se tornado hóspede da Polícia Federal em Curitiba. Procurados, os defensores do doleiro não quiseram comentar as revelações de Youssef, justificando que o processo corre em segredo de Justiça. Pelo que já contou e pelo que promete ainda entregar aos investigadores, Youssef está materializando sua amea­ça velada feita dias atrás de que iria “chocar o país”.
DINHEIRO PARA O PT 
Lula Marques/Folhapress/VEJA

Alberto Youssef também voltou a detalhar os negócios que mantinha com o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, homem forte da campanha de Dilma e conselheiro da Itaipu Binacional. Além de tratar dos interesses partidários com o dirigente petista, o doleiro confi rmou aos investigadores ter feito pelo menos duas grandes transferências de recursos a Vaccari. O dinheiro, de acordo com o relato, foi repassado a partir de uma simulação de negócios entre grandes companhias e uma empresa-fantasma registrada em nome de laranjas mas criada pelo próprio Vaccari para ocultar as operações. Ele nega

ENTREGA NO SHOPPING
Sérgio Lima/Folhapress/VEJA

Alberto Youssef confirmou aos investigadores o que disse o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, sobre o dinheiro desviado da estatal para a campanha da exministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT-PR) ao Senado, em 2010. Segundo ele, o repasse dos recursos para a senadora petista, no valor de 1 milhão de reais, foi executado em quatro parcelas. As entregas de dinheiro foram feitas em um shopping center no centro de Curitiba. Intermediários enviados por ambos entregaram e receberam os pacotes. Em nota, a senadora disse que não recebeu nenhuma doação de campanha nem conhece Paulo Roberto Costa ou Alberto Youssef
ELE TAMBÉM SABIA
Sérgio Lima/Folhapress/VEJA

Durante o segundo mandato de Lula, o doleiro contou que foi chamado pelo presidente da Petrobras, José sergio Gabrielli, para tratar de um assunto que preocupava o Planalto. Uma das empresas com contratos de publicidade na estatal ameaçava revelar o esquema de cobrança de pedágio. Motivo: depois de pagar propina antecipadamente, a empresa teve seu contrato rescindido. Ameaçado pelo proprietário, Gabrielli pediu ao doleiro que captasse 1 milhão de reais com as empreiteiras do esquema e devolvesse a quantia à empresa de publicidade. Gabrielli não quis se pronunciar
CONTAS SECRETAS NO EXTERIOR
VEJA

Desde que Duda Mendonça, o marqueteiro da campanha de Lula em 2002, admitiu na CPI dos Correios ter recebido pagamentos de campanha no exterior (10 milhões de dólares), pairam sobre o partido suspeitas concretas da existência de dinheiro escondido em paraísos fi scais. Para os interrogadores de Alberto Youssef, no entanto, essas dúvidas estão começando a se transformar em certeza. O doleiro não apenas confi rmou a existência das contas do PT no exterior como se diz capaz de ajudar a identifi cá-las, fornecendo detalhes de operações realizadas, o número e a localização de algumas delas.
UM PERSONAGEM AINDA OCULTO
VEJA

O doleiro narrou a um interlocutor que seu esquema criminoso por pouco não atuou na campanha presidencial deste ano. Nos primeiros dias de março, Youssef recebeu a ligação de um homem, identifi cado por ele apenas como “Felipe”, integrante da cúpula de campanha do PT. Ele queria os serviços de Youssef para repatriar 20 milhões de reais que seriam usados no caixa eleitoral. Youssef disse que chegou a marcar uma segunda conversa para tratar da operação, mas o negócio não foi adiante porque ele foi preso dias depois. Esse trecho ainda não foi formalizado às autoridades.
Crédito: Broglio/AP/VEJA
ATÉ A MÁFIA FALOU - Tommaso Buscetta, o primeiro mafi oso a fazer delação premiada. Na Sicília, seu sobrenome virou xingamento
​Quem delata pode mentir?
Alexandre Hisayasu
A delação premiada tem uma regra de ouro: quem a pleiteia não pode mentir. Se, em qualquer momento, fi car provado que o delator não contou a verdade, os benefícios que recebeu como parte do acordo, como a liberdade provisória, são imediatamente suspensos e ele fica sujeito a ter sua pena de prisão aumentada em até quatro anos.
Para ter validade, a delação premiada precisa ser combinada com o Ministério Público e homologada pela Justiça. O doleiro Alberto Youssef assinou o acordo com o MP no fi m de setembro. Desde então, vem dando depoimentos diários aos procuradores que investigam o caso Petrobras. Se suas informações forem consideradas relevantes e consistentes, a Justiça - nesse caso, o Supremo Tribunal Federal, já que o doleiro mencionou políticos - homologará o acordo e Youssef será posto em liberdade, como já ocorreu com outro delator envolvido no mesmo caso, Paulo Roberto Costa. O ex-diretor da Petrobras deu detalhes ao Ministério Público e à Polícia Federal sobre o funcionamento do esquema milionário de pagamento de propinas que funcionava na estatal e benefi ciava políticos de partidos da base aliada do governo. Ele já deixou a cadeia e aguarda o julgamento em liberdade. O doleiro continua preso.
Até o ano passado, a lei brasileira previa que o delator só poderia usufruir os benefícios do acordo de delação ao fi m do processo com o qual havia colaborado - e se o juiz assim decidisse. Ou seja, apenas depois que aqueles que ele tivesse incriminado fossem julgados é que a Justiça resolveria se o delator mereceria ganhar a liberdade. Desde agosto de 2013, no entanto, esses benefícios passaram a valer imediatamente depois da homologação do acordo. “Foi uma forma de estimular a prática. Você deixa de punir o peixe pequeno para pegar o grande”, diz o promotor Arthur Lemos Júnior, que participou da elaboração da nova lei.
Mais famoso - e prolífero - delator da história recente, o mafi oso Tommaso Buscetta levou à cadeia cerca de 300 comparsas. Preso no Brasil em 1983, fechou acordo com a Justiça italiana e foi peça-chave na Operação Mãos Limpas, responsável pelo desmonte da máfi a siciliana. Depois disso, conseguiu proteção para ele e a família e viveu livre nos Estados Unidos até sua morte, em 2000.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A resposta de VEJA - Sobre a fala da presidente no horário eleitoral



A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, ocupou parte de seu horário eleitoral para criticar VEJA, em especial a reportagem de capa desta semana. Em respeito aos nossos leitores, VEJA considera essencial fazer as seguintes correções e considerações:

1) Antecipar a publicação da revista às vésperas de eleições presidenciais não é exceção. Em quatro das últimas cinco eleições presidenciais, VEJA circulou antecipadamente, no primeiro turno ou no segundo.

2) Os fatos narrados na reportagem de capa desta semana ocorreram na terça-feira. Nossa apuração sobre eles começou na própria terça-feira, mas só atingiu o grau de certeza e a clareza necessária para publicação na tarde de quinta-feira passada.

3) A presidente centrou suas críticas no mensageiro, quando, na verdade, o cerne do problema foi produzido pelos fatos degradantes ocorridos na Petrobras nesse governo e no de seu antecessor.

4) Os fatos são teimosos e não escolhem a hora de acontecer. Eles seriam os mesmos se VEJA os tivesse publicado antes ou depois das eleições.

5) Parece evidente que o corolário de ver nos fatos narrados por VEJA um efeito eleitoral por terem vindo a público antes das eleições é reconhecer que temeridade mesmo seria tê-los escondido até o fechamento das urnas.

6) VEJA reconhece que a presidente Dilma é, como ela disse, “uma defensora intransigente da liberdade de imprensa” e espera que essa sua qualidade de estadista não seja abalada quando aquela liberdade permite a revelação de fatos que lhe possam ser pessoal ou eleitoralmente prejudiciais.
24.10.2014

A ERA PT





Por João Alves

O pobre não entrava na faculdade. O que o PT fez? Investiu na Educação?

Não, tornou a prova mais fácil.


Mesmo assim, os negros continuaram a não conseguir entrar na faculdade. O que o PT fez? Melhorou a qualidade do ensino médio?

Não, destinou 30% das vagas nas universidades públicas aos negros que entram sem fazer as provas.

O analfabetismo era grande. O que o PT fez? Incentivou a leitura?

Não, passou a considerar como alfabetizado quem sabe escrever o próprio nome.
A pobreza era grande. O que o PT fez? Investiu em empregos e incentivos à produção e ao empreendedorismo?

Não. Baixou a linha da pobreza e passou a considerar classe média quem ganha R$300,00.

O desemprego era pleno. O que o PT fez? Deu emprego?

Não. Passou a considerar como empregado quem recebe o bolsa família ou não procura emprego.
A saúde estava muito ruim. O que o PT fez? Investiu em hospitais e em infraestrutura de saúde, criou mais cursos na área de medicina?

Não. Importou um monte de cubanos que sequer fizeram a prova para comprovar sua eficiência e que aparentemente nem médicos são. (Um já foi identificado como capitão do exército cubano)
Alguém ainda duvida que esse governo é uma tremenda mentira?

Dilma ignora seus próprios critérios, faz ataque absurdo à VEJA, demonstra pouco apreço pela liberdade de imprensa e parece tentada a brincar de Chávez que quase fala português. Ou: Tentando intimidar o Jornal Nacional




Por Reinaldo Azevedo


A senhora Dilma Rousseff, dublê de presidente e candidata, passou de todos os limites. Ela se esqueceu de que existe uma Constituição no país. No horário eleitoral do PT, acusou a revista VEJA de praticar “terrorismo eleitoral”. Referindo-se à reportagem da revista, segundo a qual o doleiro Alberto Youssef afirmou à Justiça e ao Ministério Público que Dilma e Lula sabiam da roubalheira da Petrobras, afirmou a governanta:

“Não posso me calar frente a esse ato de terrorismo eleitoral articulado pela revista ‘Veja’ e seus parceiros ocultos. Uma atitude que envergonha a imprensa e agride a nossa tradição democrática. Sem apresentar nenhuma prova concreta e mais uma vez baseando-se em supostas declarações de pessoas do submundo do crime a revista tenta envolver diretamente a mim e ao presidente Lula nos episódios da Petrobras, que estão sob investigação da Justiça”.

Então vamos ver todas as falhas em que incorre a senhora presidente, que fala como candidata, e a candidata, que tem a pretensão de falar como presidente:

1. Quem tem parceiros ocultos na subimprensa é o governo federal, que financia veículos de comunicação, especialmente os chamados blogs sujos. O pior é que esse financiamento é feito com dinheiro público, com a publicidade da administração direta e das estatais.

2. No debate da Jovem Pan-UOL-SBT, Dilma levou ao ar a acusação de que Sérgio Guerra, ex-presidente do PSDB, já morto, também teria recebido dinheiro do esquema. A acusação havia acabado, então, de ser publicada por Monica Bergamo na Folha. Atento, um assessor de Dilma lhe contou a história, e ela, claro!, a usou contra Aécio. Nesse caso, garanto que Dilma não viu nada de errado. Certamente acha que a jornalista estava apenas cumprindo a sua função. A propósito: os parceiros ocultos do PT que agora censuram a reportagem de VEJA não reclamaram quando a Folha publicou o texto com a acusação contra o tucano.

3. O que envergonha a imprensa, senhora candidata-presidente e senhora presidente-candidata, é dispor de uma informação e não publicá-la com receio de seu efeito eleitoral. É a senhora que disputa o poder, não a VEJA. A revista não tem a obrigação de servir às suas conveniências.

4. Youssef é do submundo do crime? Pois é. Ocorre que ele operava em parceria com diretores da Petrobras nomeados por Lula e que permaneceram no cargo em parte do seu governo. Diga-me, senhora presidente: como é que pessoas do submundo do crime conseguiram se apoderar da maior estatal do país? Quem as indicou?

Dilma foi adiante e afirmou: “Com das outras vezes, [a revista] vai fracassar no seu intento criminoso. A Justiça livre desse país seguramente vai condená-la por esse crime. Ela e seus cúmplices vão falhar. O povo brasileiro é inteligente para discernir a mentira da verdade”. Disse ainda: “O povo brasileiro dará a resposta à ‘Veja’ e seus cúmplices nas urnas, e eu darei a resposta a eles na Justiça”.

A Justiça é, sim, o lugar para aqueles que se sentem ofendidos, senhora presidente-candidata, senhora candidata-presidente. Tente lá demonstrar o crime cometido por VEJA e tente demonstrar por que a decisão tomada pela revista é diferente daquela tomada pela Folha em relação a Sérgio Guerra — procedimento que a senhora endossou, tanto que citou o texto em debate.

Não falo em nome da VEJA porque escrevo aqui o que quero. Mas não e difícil demonstrar que a senhora e seu partido estão atacando a reputação da revista. Se sou a VEJA, vou, sim, à Justiça contra a presidente e a desafio a provar que é mentira o que foi publicado. E que fique claro: a revista publicou que, no curso da delação premiada, Yousseff disse à Polícia Federal e ao Ministério Público que Dilma sabia do que estava em curso na Petrobras.

Dilma emite um péssimo sinal: se reeleita presidente, parece que ela não está disposta a uma convivência civilizada com a imprensa independente, com aquela imprensa que não tem “parceiros ocultos”, financiados por dinheiro público.

Tudo indica que Dilma quer agora brincar de um Hugo Chávez que quase fala português. Não é um bom caminho. Se ela acha que é, resta o quê? A luta, não é mesmo, moçada?

PS – Toda a gritaria de Dilma tem um único objetivo imediato: intimidar o Jornal Nacional para que ele não noticie o que já se sabe do depoimento de Youssef — que é o fato. VEJA só o noticiou.

24/10/2014

Tags: Eleições 2014

Doleiro Yousseff promete entregar à Justiça números de contas secretas do PT em paraísos fiscais

O Planalto sabia de tudo



Por Ricardo Noblat


Os trechos mais quentes da reportagem de VEJA deste fim de semana sobre as confissões à Justiça do doleiro Alberto Youssef, um dos cabeças do esquema de corrupção na Petrobras:

• — O Planalto sabia de tudo!

— Mas quem no Planalto? — perguntou o delegado.

— Lula e Dilma — respondeu o doleiro.


• Na semana passada ele aumentou de cerca de trinta para cinquenta o número de políticos e autoridades que se valiam da corrupção na Petrobras para financiar suas campanhas eleitorais. Aos investigadores Youssef detalhou seu papel de caixa do esquema, sua rotina de visitas aos gabinetes poderosos no Executivo e no Legislativo para tratar, em bom português, das operações de lavagem de dinheiro sujo obtido em transações tenebrosas na estatal. Cabia a ele expatriar e trazer de volta o dinheiro quando os envolvidos precisassem.


• Entre as muitas outras histórias consideradas convincentes pelos investigadores e que ajudam a determinar a alta posição do doleiro no esquema — e, consequentemente, sua relevância pa­ra a investigação —, estão lembranças de discussões telefônicas entre Lula e Paulo Roberto Costa sobre a ampliação dos “serviços”, antes prestados apenas ao PP, também em benefício do PT e do PMDB.



• “O Vaccari está enterrado”, comentou um dos interrogadores, referindo-se ao que o do­leiro já narrou sobre sua parceria com o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto. O doleiro se comprometeu a mostrar documentos que comprovam pelo menos dois pagamentos a Vaccari. O dinheiro, desviado dos cofres da Petrobras, teria sido repassado a partir de transações simuladas entre clientes do banco clandestino de Youssef e uma empresa de fachada criada por Vaccari.



• O doleiro preso disse que as provas desses e de outros pagamentos estão guardadas em um arquivo com mais de 10 000 notas fiscais que serão apresentadas por ele como evidências. Nesse tesouro do crime organizado, segundo Youssef, está a prova de uma das revelações mais extraordinárias prometidas por ele, sobre a qual já falou aos investigadores: o número das contas secretas do PT que ele operava em nome do partido em paraísos fiscais. Youssef se comprometeu a dar à PF a localização, o número e os valores das operações que teria feito por instrução da cúpula do PT.



• Youssef dirá que um integrante da ­coor­denação da campanha presidencial do PT que ele conhecia pelo nome de “Felipe” lhe telefonou para marcar um encontro pessoal e adiantou o assunto: repatriar 20 milhões de reais que seriam usados na cam­panha presidencial de Dilma Rousseff. Depois de verificar a origem do telefonema, Youssef marcou o encontro que nunca se concretizou por ele ter se tornado hóspede da Polícia Federal em Curitiba.


Alberto Youssef  (Foto: Aniele Nascimento / Agência de Notícias G/AE)Alberto Youssef (Imagem: Aniele Nascimento / Agência de Notícias G/AE)
24/10/2014
 

A calúnia como arma de destruição


EDITORIAL



No editoral a nova edição de ISTOÉ: o massacre de reputações promovido pelo PT é algo sem precedentes na história do Brasil

Carlos José Marques


Foram dias de massacre de reputações sem precedentes. Para se manter no poder, os articuladores da candidata Dilma Rousseff adotaram o que chamaram de estratégia de desconstrução do adversário cuja essência era um bombardeio de mentiras e calúnias, transformando essa na mais torpe eleição dos últimos tempos.

Nas peças de campanha e nas palavras dos principais arautos petistas, liderados pelo ex-presidente Lula, o oponente de Dilma, Aécio Neves, foi classificado de nazista, que agride mulheres, não gosta de trabalhar, tem problemas com bebida e, para completar, iria desempregar os brasileiros e acabar com o programa “Bolsa Família”.

Qualquer um que avaliasse mais detidamente a tática oficial, que despejou milhões em campanha, poderia perceber a inconsistência de tamanha artilharia de insultos e ilações – e o intuito por trás dela. Nada ficaria de pé nesse carnaval de difamações. Mas o seu martelar incessante nas propagandas de TV, nas mídias digitais e nos palanques Brasil afora foi inebriando massas, tentando convencê-las de uma falsa luta do bem contra o mal, de “nós contra eles”.

Faltou lucidez e a esperança de parte da população foi embalada por quem controla a máquina numa caixa de promessas vazias. Nas ruas a militância partidária, incessante no seu afã de caluniar, distribuía panfletos apócrifos com teores terroristas, falando da ameaça que viria de uma vitória da oposição.

Era o apogeu de um plano covarde que se repetia depois da destruição implacável imposta à ambientalista Marina Silva, chamada até de homofóbica e acusada de assassinato de um manifestante gay por parte de seus seguranças, segundo ela mesma informou em entrevista ao jornal britânico Financial Times. Indignada com o jogo sujo, Marina fez uma declaração de apoio aberto a Aécio e às mudanças propostas por ele que estão no bojo de um amplo anseio da Nação.

Depois das urnas, qualquer que seja o seu resultado, torna-se imperativa uma revisão das regras eleitorais que abriram margem a tantas manobras rasteiras. Os golpes baixos no plano pessoal e na biografia de conquistas administrativas do mineiro, cuja gestão no governo de seu estado mereceu aprovação recorde, somaram-se a um estratagema maroto de esconder a realidade de crise evidente.

Nos últimos quatro anos, os números atestam, o País vive uma paralisia econômica que se agrava, com descontrole dos gastos públicos e desmoralização de instituições como a Petrobras, cujos cofres foram assaltados por partidários do Governo, que desviaram bilhões.

Seguir nesse caminho insano é insistir em um erro, de consequências imprevisíveis, que pode levar muito tempo para se consertar e cujo único antídoto, ou resposta eficaz, está na urna eleitoral.

                            24.Out.14

Dilma tenta censurar reportagem da Veja para abafar denúncia de sua participação nos desvios da Petrobras. TSE nega!




Por O EDITOR
Blog do Coronel

O ministro Admar Gonzaga, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), negou nesta sexta-feira o pedido de liminar feito pela campanha da presidente Dilma Rousseff de retirada da publicação da reportagem da revista “Veja”, publicada no site e no Facebook da revista, que traz informação atribuída ao doleiro Alberto Youssef de que Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabiam do esquema de corrupção na Petrobras.


Para negar o pedido, o ministro Admar Gonzaga justificou que o artigo da lei eleitoral citado na representação (art. 57-D, § 3º, da Lei das Eleições) para pedir a retirada do ar não está em vigor nas eleições deste ano. Ele arquivou a representação, sem julgamento do mérito.


Na representação, a coligação de Dilma sustenta que a matéria veiculada pela Revista “Veja” é ofensiva à candidata e foi publicada na edição online da revista e em sua página do Facebook. De acordo com a representação, a revista teria antecipado sua edição para sexta-feira para "tentar afetar a lisura do pleito eleitoral". A representação diz ainda: " a matéria absurda de capa [...] imputa crime de responsabilidade à candidata Representante (...) e a mensagem ofensiva da capa da revista tem por objetivo bem delineado: agredir a imagem da candidata Representante" .


Em seu curto despacho, o ministro Admar Gonzaga afirmou o seguinte: "O dispositivo invocado para a suspensão da veiculação (§ 3º do art. 57-D da Lei nº 9.504/1997), consoante entendimento deste Tribunal Superior (Consulta nº 1000-75), não tem eficácia para o pleito de 2014, razão pela qual indefiro liminarmente a petição inicial e extingo o processo sem resolução do mérito, nos termos do art. 267, I, do Código de Processo Civil."


O parágrafo terceiro do artigo 57-D, citado pela representação e pelo ministro foi incluído na Lei das Eleições pela chamada minirreforma eleitoral, aprovada pelo Congresso e que virou lei no final de 2013, menos de um ano antes desta eleição. O entendimento do TSE é de que as alterações desta lei não iriam vigorar para as eleições de 2014. O artigo trata da livre manifestação do pensamento, mas vedando o anonimato nas campanhas eleitorais. O parágrafo diz que: " Sem prejuízo das sanções civis e criminais aplicáveis ao responsável, a Justiça Eleitoral poderá determinar, por solicitação do ofendido, a retirada de publicações que contenham agressões ou ataques a candidatos em sítios da internet, inclusive redes sociais." (Jornal O Globo)
24 de outubro de 2014


A tragédia do PT em três atos. Ou: A máfia e seus cúmplices


Capa Veja

Por Rodrigo Constantino

No começo, o Partido dos Trabalhadores foi fundado com base em utopias, uma bandeira ética e um foco no social. Muito ali já era passível de críticas por pessoas mais esclarecidas. Afinal, o PT bebia na fonte esquerdista, com alas bem radicais que pregavam até o fracassado socialismo.

Mas é inegável que pode ter atraído – e atraiu – muita gente séria, com boas intenções, apenas equivocadas do ponto de vista ideológico. Nascia, então, um novo partido político, com muitos simpatizantes voluntários, com adesão orgânica, com intelectuais dando suporte acadêmico para suas bandeiras (erradas).

Após muitas tentativas, o PT finalmente chegou ao poder. Vale notar aqui que sua bandeira da ética já era apenas retórica, estava esgarçada, como ocorre hoje com o PSOL. A simbiose com o jogo do bicho, por exemplo, veio desde o começo. Lula não foi corrompido pelo poder como alguns alegam; ele chegou lá corrompido.

À cúpula partidária interessava somente o poder, mas uma enorme massa de simpatizantes ainda depositava esperança em seus ideais. Desconheciam o que se passava por baixo dos panos, como hoje os seguidores do PSOL mais inocentes.

À medida em que os podres foram vindo à tona e que ficou claro não ser o PT um partido diferente do ponto de vista ético, uma debandada ocorreu. Os simpatizantes do começo saíram. Restaram os mais fanáticos de esquerda e a cúpula oportunista. O PT se transformava em uma seita religiosa, com fieis cegos.

Ao longo de doze anos no poder, as máscaras que restaram foram todas caindo, uma a uma. Um grande escândalo de corrupção por ano, ao menos. A alta cúpula julgada, condenada e presa. Velhos inimigos se tornaram os novos aliados: Maluf, Collor, Sarney, Renan Calheiros, Jader Barbalho. Lula estava disposto a se unir a Judas para “governar”.

Mas até os fieis foram abrindo os olhos. Para tudo há limite. Não dava mais para acreditar que toda essa podridão era apenas um meio sujo para um fim nobre. Não havia fim nobre algum! Era o poder pelo poder, a corrupção pelo enriquecimento ilícito. O próprio Lula se tornou uma espécie de nababo, criando gosto pelo luxo, pelo estilo de vida dos reis e faraós.

O PT deixava de ser uma seita, e passava a ser apenas uma máfia, um ajuntamento criminoso. Perdia seus fieis, e conseguia reter apenas cúmplices, sócios interessados no butim, na pilhagem da coisa pública, nada mais. É o triste quadro atual daquilo que outrora alimentou a esperança de tanta gente inocente.

Fundadores do partido, que se elegeram por ele, como a ex-deputada federal Sandra Starling, chegaram a declarar voto em Aécio Neves, cansados da podridão no PT. Sandra diz que o PT se perdeu quando Lula resolveu ser o dono do partido. Chico de Olveira, outro fundador do PT, afirmou categoricamente: “Lula não tem caráter, Lula é um oportunista”. Vejam:
                 


O PT começou com presos políticos, e vai acabar com vários políticos presos. Alguns já foram, faltam muitos outros. O partido dos trabalhadores que não gostam de trabalhar, dos estudantes que não gostam de estudar, e dos intelectuais que não gostam de pensar chega a um momento crítico de sua trajetória.

É uma tragédia para todos aqueles que acreditaram em seus ideais um dia, e se dedicaram na construção do partido. Deve ser muito triste ver no que o PT se transformou. Que sirva de lição para todos aqueles que sonham com as mudanças por meio do PSOL, o PT de ontem…

24/10/2014

IPEA DESMENTE DILMA E MANTEGA Comprovado: Brasil está em recessão e a culpa não é da crise internacional. Governo esconde a informação e engana o eleitor





Por O EDITOR
Blog do Coronel

O fraco desempenho da economia brasileira, em recessão técnica, tem pouco a ver com uma crise internacional e está mais ligado à desaceleração da demanda doméstica e à redução dos investimentos na produção. A visão, contrária aos argumentos da presidente Dilma Rousseff e do ministro da Fazenda, Guido Mantega, não vem da oposição ao governo, mas de uma ampla análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).


Divulgada sem alarde no site do Ipea, a Carta de Conjuntura derruba dois dogmas do discurso do governo federal. O Ipea reconhece a "recessão técnica", ou seja, a queda da atividade econômica por dois trimestres consecutivos. O governo rejeita esse conceito. "Este resultado (do 2º trimestre) configurou um cenário de recessão técnica, uma vez que o Produto Interno Bruto (PIB) já tinha caído 0,2% no trimestre anterior", diz no documento.


O instituto, vinculado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência (SAE), também nega que a crise mundial seja a única explicação para o fraco resultado do PIB registrado ao longo dos últimos quatro anos.


A análise, assinada pela Diretoria de Estudos e Política Macroeconômicas, sai em um momento de crise interna no Ipea e de adiamento na divulgação de indicadores negativos para a economia às vésperas da eleição.

Na semana passada, o diretor de Estudos e Políticas Sociais, Herton Araújo, pediu demissão após ser voto vencido em reunião da cúpula do Ipea que decidiu não divulgar análises com dados públicos durante o período eleitoral.

Na ocasião, Araújo defendia a divulgação de estudo sobre miséria a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) do IBGE. (Veja ) 

24/10/2014

A CAPA DE VEJA – Ou: Se Dilma for reeleita, o presidente do Brasil acabará sendo Michel Temer. Ou: Além de dizer que a governanta sabia da roubalheira na Petrobras, doleiro diz que pode ajudar polícia a identificar contas secretas do PT no exterior. Parece que a casa caiu!


PÁGINA DUPLA VEA
Por Reinaldo Azevedo


O governo segurou dados negativos sobre o Ideb, a miséria e a arrecadação, entre outros, porque teme que eles possam prejudicar a votação da candidata do PT à reeleição. Já é um escândalo porque o estado brasileiro não pertence ao partido. Ao jornalismo não cabe nem retardar nem apressar a publicação de uma reportagem em razão do calendário eleitoral. A boa imprensa se interessa por fatos e disputa, quando muito, leitores, ouvintes, internautas, telespectadores. Na terça-feira passada — há três dias, portanto —, o doleiro Alberto Youssef, preso pela Operação Lava Jato, deu um depoimento estarrecedor à Polícia Federal e ao Ministério Público. A revista VEJA sabe o que ele disse e cumpre a sua missão: dividir a informação com os leitores. Se, em razão disso, pessoas mudarão de voto ou se tornarão ainda mais convictas do que antes de sua opção, eis uma questão que não diz respeito à revista — afinal, ela não disputa o poder. E o que disse Youssef, como revela VEJA, numa reportagem de oito páginas? Que Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff sabiam da roubalheira que havia na Petrobras.

Mais: Youssef se prontificou a ajudar a Polícia a chegar a contas secretas do PT no exterior. Segundo as pesquisas, Dilma poderá ser reeleita presidente no domingo. Se isso acontecer e se Youssef fornecer elementos que provem que a presidente tinha conhecimento das falcatruas, é certo como a luz do dia que ela será deposta por um processo de impeachment. Não é assim porque eu quero. É o que estabelece a Lei 1.079, com base na qual a Câmara acatou o processo de impeachment contra Collor e que acabou resultando na sua renúncia. O petrolão já é o maior escândalo da história brasileira e supera o mensalão.

O diálogo que expõe a bomba capaz de mandar boa parte do petismo pelos ares é este:

— O Planalto sabia de tudo!

— Mas quem no Planalto?, perguntou o delegado.

— Lula e Dilma, respondeu o doleiro.

Youssef diz ter elementos para provar o que diz — e, em seu próprio benefício, é bom que tenha, ou não contará com as vantagens da delação premiada e ainda poderá ter a sua pena agravada. A sua lista de políticos implicados no esquema já saltou, atenção, de 30 para 50. Agora, aparece de forma clara, explícita, em seu depoimento, a atuação de José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras durante o califado de Lula e em parte do governo Dilma. Entre outros mimos, ele revela que Gabrielli o chamou para pagar um cala-boca de R$ 1 milhão a uma agência de publicidade que participava do pagamento ilegal a políticos. Nota: Youssef já contou à PF que pagava pensão mensal a membros da base aliada, a pedido do PT, que variavam de R$ 100 mil a R$ 150 mil.

Pessoas que conhecem as denúncias de Youssef asseguram que João Vaccari Neto — conselheiro de Itaipu, tesoureiro do PT e um dos coordenadores da campanha de Dilma — será fulminado pelas denúncias. O doleiro afirma dispor de provas das transações com Vaccari. Elas compõem o seu formidável arquivo de mais de 10 mil notas fiscais, que servem para rastrear as transações criminosas.

Contas no exterior

É nesse arquivo de Youssef que se encontram, segundo ele, os elementos para que a Polícia Federal possa localizar contas secretas do PT em bancos estrangeiros, que o partido sempre negou ter, é claro. Até porque é proibido. A propósito: o papel de um doleiro é justamente fazer chegar, em dólar, ao exterior os recursos roubados, no Brasil, repatriando-os depois quando necessário.

Por que VEJA não revelou isso antes? Porque Youssef só depôs na terça-feira. A revista antecipou a edição só para criar um fato eleitoral? É uma acusação feita por pistoleiros: VEJA publicou uma edição na sexta-feira anterior ao primeiro turno e já tinha planejada e anunciada uma edição na sexta-feira anterior ao segundo turno. Mas que se note: ainda que o tivesse feito, a decisão seria justificada. Ou existe alguém com disposição para defender a tese de que vota melhor quem vota no escuro?

Quanto ao risco de impeachment caso Dilma seja reeleita, vamos ser claros: trata-se apenas da legislação vigente no Brasil desde 10 de abril de 1950, que é a data da Lei 1.079, que define os crimes de responsabilidade e estabelece a forma do processo. Valia para Collor. Vale para Dilma. Se Youssef estiver falando a verdade — num processo de delação premiada — e se Dilma for reeleita, ela será deposta. Se a denúncia alcançar também seu vice, Michel Temer, realizam-se novas eleições diretas 90 dias depois do último impedimento se não tiver transcorrido ainda metade do mandato. Se os impedimentos ocorrerem nos dois anos finais, aí o Congresso tem 90 dias para eleger o titular do Executivo que concluirá o período.

Informado, o eleitor certamente decide melhor. A VEJA já está nas bancas.

24/10/2014