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sábado, 3 de maio de 2014

As novas evidências de corrupção e caixa dois num contrato da Petrobras com a Odebrecht


Um caso exemplar de como a política manda na estatal


DIEGO ESCOSTEGUY E MARCELO ROCHA
COM LEANDRO LOYOLA

Revista Época

ATROPELO A refinaria  de Pasadena,  no Texas. Uma auditoria diz  que a Petrobras desrespeitou  a regra para  fazer serviços  na unidade   (Foto: Richard Carson/Petrobras)

Há cerca de dois anos, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, convocou os principais executivos da estatal para uma reunião. Graça Foster, como é conhecida, assumira o cargo havia poucos meses, mas já queria exigir resultados. Como ocorrera com alguns dos subordinados de Dilma Rousseff, ela assimilara rapidamente o estilo da presidente: gritar primeiro e cobrar depois. O clima naquela reunião, como em tantas outras, era tenso. Internamente, a Petrobras já vivia tempos difíceis. Gastava demais para produzir – e vender – petróleo de menos. O motor da Petrobras engasgava porque ela rodava, desde o começo do governo Lula, com gasolina de má qualidade, batizada com política excessiva. Política na escolha de quem comandaria a empresa (subiu quem fosse mais amigo do PT e do PMDB) e na escolha por gastar muito em múltiplos e simultâneos contratos caríssimos (subiram as empresas amigas dos amigos do PT e do PMDB).
Naquela reunião, Graça Foster cobrava resultados. Quem deveria ser cobrado já deixara a Petrobras. Não estavam na reunião sindicalistas do PT, como José Sérgio Gabrielli, a quem Graça Foster sucedera, e executivos suspeitos de corrupção, como Paulo Roberto Costa, sustentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por um consórcio entre PT, PMDB e PP. Dilma conseguira derrubar Paulo Roberto da Diretoria de Abastecimento logo após Graça Foster virar presidente da Petrobras, mas não conseguira evitar que o número dois de Paulo Roberto, José Carlos Cosenza, assumisse o posto do antigo chefe. Cosenza fora escolhido pelo PMDB do Senado.

Abaixo de Cosenza, mantinham-se apaniguados do PMDB. Nenhum era mais poderoso que outro José, de sobrenome Pereira, à frente da gerência responsável por compras e vendas milionárias (sem licitação) de produtos derivados de petróleo. Pereira era mantido no cargo por indicação pessoal do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, do PMDB.



Pereira estava na reunião. E ouviu muito. “Se você pensa que se manterá no cargo só porque foi indicado pelo Lobão, está enganado”, disse Graça Foster, segundo relatos de quem estava lá. Pereira ficou furioso. “Se a senhora pensa que é presidente da Petrobras porque é a melhor engenheira da empresa, está enganada”, disse, segundo os mesmos relatos. “A senhora está presidente porque sua indicação política é melhor do que a minha.” Graça Foster respondeu com “impropérios”, nas palavras de quem assistiu à cena. Pereira levantou-se e deixou a sala.

Numa demonstração do peso que a política tem nas decisões tomadas – e nas que deixam de ser tomadas – na Petrobras, Graça Foster não conseguiu demitir Pereira. Ele permaneceu mais dois anos no cargo. Foi demitido apenas há três semanas, no dia em que a Polícia Federal entrou, com ordem judicial, na sede da Petrobras, em busca de provas do esquema de corrupção liderado por Paulo Roberto.


Segundo documentos obtidos pela PF na casa de Paulo Roberto, a que ÉPOCA teve acesso, como a agenda dele (leia abaixo), Cosenza continuava a se encontrar periodicamente com o ex-chefe. Despachavam sobre os assuntos discutidos na cúpula da estatal. Os documentos, como e-mails e planilhas, mostram que, mesmo fora da Petrobras, Paulo Roberto continuou seu esquema na Diretoria de Abastecimento.

Ajudava a fechar e a prorrogar contratos de quem pagava a ele por isso. Quem o ajudava a mover a caneta dentro da Petrobras? A PF investiga.
 
Minha influência será sua herança (Foto: Sérgio Lima/Folhapress )


Na Petrobras, como em qualquer estatal, a caneta só se move por fortes razões – normalmente, por pressão ou ordem de quem indicou aquele que pode mover a caneta. Nos casos de corrupção descobertos nos últimos meses, pesam suspeitas graves contra seis empreiteiras e outras seis multinacionais, além de políticos do PT, do PMDB e do PP. A maioria das evidências está no inquérito aberto para investigar a “organização criminosa”, como define o Ministério Público, liderada por Paulo Roberto e pelo doleiro Alberto Youssef. Um contrato da Petrobras em especial (leia abaixo), investigado pela PF e pelo MPF em outra frente, assusta os políticos, ainda mais na iminência da criação de uma CPI no Congresso para apurar os desvios na Petrobras. O negócio, de US$ 826 milhões, foi fechado em outubro de 2010, durante o segundo turno das eleições presidenciais, entre a Petrobras, maior empresa do Brasil, e a Odebrecht, maior empreiteira do Brasil. Para quê? Serviços de segurança, meio ambiente e saúde em unidades da Petrobras no Brasil e no exterior – um conjunto de providências que, no mundo empresarial, leva a sigla SMS.
Por que tanta pressa? (Foto: reprodução)
Em agosto do ano passado, o lobista João Augusto Henriques, responsável, no PMDB, por fazer a caneta da Diretoria Internacional da Petrobras se mexer, afirmou a ÉPOCA que montara essa operação.

Disse que, para que a caneta do PT de Gabrielli se mexesse e aprovasse o contrato, foi preciso acertar uma doação equivalente a US$ 8 milhões à campanha de Dilma Rousseff. “Odebrecht? Eu montei tudo”, disse João Augusto. “A Odebrecht tinha de ganhar. Foi até ideia minha. Pelo tamanho dela. Pelo padrão.” Ele afirmou que acertou a doação com o tesoureiro informal do PT, João Vaccari. Segundo João Augusto, tudo começou no segundo semestre de 2009. Funcionava no Senado a CPI da Petrobras. Era uma CPI fajuta, que quase nada investigou. Pelo acordo revelado por João Augusto e confirmado a ÉPOCA por mais dois envolvidos na operação, o PMDB ajudaria a enterrar a CPI, relatada pelo senador Romero Jucá.

Em troca, a direção da Petrobras, então comandada por Gabrielli, assinaria embaixo do projeto Odebrecht. Houve dificuldades, mas assim foi feito.

Em janeiro de 2012, pouco antes da intervenção branca de Dilma na Petrobras e da posse de Graça Foster, auditores encontraram irregularidades graves no contrato de US$ 826 milhões. ÉPOCA obteve acesso à auditoria. Era um trabalho preliminar, mas minucioso, que nunca veio a público. Nele, os auditores são contundentes nas ressalvas à operação. Alertam que o negócio com a Odebrecht fora ruim – e dizem que o contrato deveria ser rescindido (leia documentos e detalhes acima). “A estratégia de contratação para implantação da carteira (SMS) da ANI (Área de Negócios Internacional) se mostrou prejudicial aos interesses da Petrobras”, afirmaram os auditores. “Sob tais circunstâncias, o processo licitatório deveria ter sido interrompido”, afirmou Marise Feitoza, gerente de Auditorias Especiais.

Os auditores entenderam que a contratação fora equivocada, por causa do perfil das empresas convidadas e pelo prazo reduzido para apresentação de propostas. A Petrobras convidou formalmente outras empreiteiras: quatro no Brasil e quatro no exterior. Algumas não tinham nada a ver com esse tipo de serviço. Todas declinaram. Sobrou para a Odebrecht. A auditoria preliminar apontava numerosas irregularidades no contrato. Entre elas: a diretoria executiva da Petrobras determinara que os serviços relativos às refinarias de Pasadena, nos Estados Unidos, Bahía Blanca, na Argentina, e Okinawa, no Japão, deveriam ser submetidos a autorização específica antes de ser feitos. No caso de Pasadena, isso significou um aditivo de US$ 20,3 milhões ao contrato. Os auditores não encontraram evidência de que isso tenha sido respeitado. A fiscalização concluiu que a Odebrecht usou uma artimanha comum: atribuir preços elevados a serviços que fatalmente serão feitos em maior quantidade na execução do contrato. É uma prática conhecida como “jogo de planilha”. Aumenta o lucro da empresa contratada. E dá prejuízo a quem contrata.


O relatório causou pânico na cúpula da Petrobras e fúria na Odebrecht. De acordo com técnicos da estatal, Graça Foster e sua equipe pretendiam seguir a orientação da auditoria e anular o contrato. Ao saber disso, João Augusto e o PMDB agiram. Segundo o relato de João Augusto, o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, procurou Graça Foster para impedir a anulação do contrato. Ele mencionou, segundo João Augusto e outro lobista envolvido no negócio, as “contribuições políticas” decorrentes do contrato.
Após a pressão da Odebrecht e dos lobistas envolvidos, fez-se uma nova versão da auditoria. Ela não falava em anular o contrato e usava linguagem mais leve. Era uma solução intermediária. Em janeiro de 2013, decorridos pouco mais de dois anos da contratação, a Petrobras anunciou a redução do contrato: de US$ 826 milhões, para US$ 480 milhões. Como justificativa, a direção disse que o contrato precisava “refletir o portfólio atualizado de ativos e necessidades de serviços de controladas no exterior”.
ÉPOCA localizou a auditora Marise Feitoza, que trabalhou nas duas versões da auditoria. Ela disse não se lembrar da primeira e mais pesada versão. “Em nossa rotina, a gente sempre emite os primeiros comentários e envia a quem foi auditado, para que possa fazer seus comentários sobre o que foi levantado. A partir de ajustes e acertos, às vezes alguém pode apresentar novos dados para a gente, pode ter errado em alguma análise.

Todo auditor trabalha assim”, disse.

Investigações independentes da PF, do MPF e de uma cada vez mais inevitável CPI são fundamentais em casos como este e também em outros. É o caso de outro contrato fechado por Paulo Roberto, com a petroquímica Unipar, em 2008. A Petrobras se uniu à Unipar, para criar a maior empresa do setor, chamada Quattor. “A parceria entre a Petrobras e o grupo Unipar não poderia ser mais auspiciosa”, disse Paulo Roberto, ao assinar o contrato. A sociedade foi criticada dentro da Petrobras e por executivos independentes. Segundo essas críticas, a Unipar pagou muito pouco (R$ 380 milhões) para entrar na sociedade, ainda por cima tendo controle sobre ela.
No começo de 2009, a “auspiciosa” parceria rendeu propina ao esquema de Paulo Roberto e Youssef, segundo suspeita a PF. Um relatório do Conselho de Controle das Atividades Financeiras, o Coaf, obtido por ÉPOCA no inquérito da Lava Jato, revela que a Unipar depositou R$ 466 mil na conta de uma das empresas de fachada de Youssef – a mesma que recebia depósitos de propina das empreiteiras com contratos na Petrobras (leia acima). Pelo relativo baixo valor do pagamento em relação ao total do negócio, a PF suspeita que obtiveram apenas um retrato de uma relação financeira mais estável, que envolveu outros pagamentos. Agora, a PF tenta rastrear outras transações da Unipar com Youssef.

O ministro Edison Lobão afirma, por meio de sua assessoria de imprensa, que conhece o ex-gerente José Raimundo Pereira. De acordo com a nota, Pereira chegou ao cargo de gerente executivo de Marketing e Comercialização “por decisão da direção da empresa” e “contou com o apoio”. Procurado, Pereira não retornou os recados deixados por ÉPOCA. O empresário Frank Geyer e a Unipar informaram, por intermédio da assessoria de imprensa, que não se manifestariam. A Petrobras não respondeu até o fechamento desta edição. ÉPOCA não conseguiu localizar João Vaccari e o senador Romero Jucá. No ano passado, por meio da assessoria do PT, Vaccari afirmou não ter sido responsável pela tesouraria da campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010 e que as doações recebidas foram todas legais. Jucá negou ter conversado com João Augusto ou ter barganhado o contrato da Odebrecht pelo fim da CPI da Petrobras, em 2009.

Em nota, a Odebrecht afirma: “A Odebrecht nega veementemente a existência de qualquer irregularidade nos contratos firmados com a Petrobras, conquistados legitimamente por meio de concorrências públicas. Esclareça-se que a redução no valor do mencionado contrato para a execução de serviços em instalações da Petrobras fora do Brasil foi única e exclusivamente consequência da diminuição do escopo deste contrato. Em decorrência do plano de desinvestimentos da Petrobras no exterior, a prestação dos serviços elencados no contrato, originalmente prevista para ocorrer em nove países, foi reduzida para quatro. A Odebrecht desconhece questionamentos feitos em auditoria interna da Petrobras e as conclusões dessa mesma auditoria. A empresa está à disposição de qualquer órgão de fiscalização para fornecer informações sobre o mencionado contrato, cujas obras previstas já foram concluídas e entregues.”

Na Petrobras, as canetas sempre se movem na direção certa. Após pagar pouco para virar sócia da Petrobras, a Unipar ganhou muito para sair da sociedade. Em 2010, a Petrobras uniu os ativos dela aos de uma outra empresa para formar uma petroquímica ainda maior, a Braskem. Essa outra empresa era a Odebrecht.
 
Uma união suspeita (Foto: Agência Petrobras)






quinta-feira, 1 de maio de 2014

Mensaleiro José Genoino volta para a Papuda


STF determinou que o ex-presidente do PT volte a cumprir sua pena na prisão após médicos atestarem que seu estado de saúde não é grave

Laryssa Borges e Marcela Mattos,
Veja.com de Brasília
O ex-deputado José Genoino, condenado e preso no processo do mensalão, é visto na casa alugada pela família
(Pedro Ladeira/Folhapress)

Depois de mais de 160 dias em prisão domiciliar temporária e passagens pelo hospital, o ex-presidente do PT José Genoino (PT-SP) se apresentou nesta quinta-feira no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, para voltar a cumprir sua pena pela condenação no julgamento do mensalão. O petista foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a quatro anos e oito meses de detenção por corrupção ativa.

Genoino retornou à Papuda às 15 horas desta quinta, acompanhado do advogado Cláudio Alencar, e foi encaminhado para o Centro de Internamento e Reeducação (CIR), onde também cumpre pena o ex-ministro José Dirceu. A partir de 25 de agosto, Genoino terá direito à progressão de pena, podendo ser beneficiado com o regime aberto.

Presidente do PT quando o esquema do mensalão operava a todo vapor, Genoino teve a prisão decretada no dia 15 de novembro, mas passou mal na Papuda e recebeu autorização judicial para cumprir a pena temporariamente em casa. Inicialmente, ficou na casa de um amigo no Guará, região administrativa do Distrito Federal. Depois, alugou uma casa em um bairro de classe média de Brasília, onde estava até esta quinta-feira.

Na reta final do julgamento, a defesa do ex-presidente do PT apresentou uma série de pedidos para que o mensaleiro conseguisse autorização definitiva para ficar em prisão domiciliar. Genoino foi submetido a uma cirurgia cardíaca no ano passado e alega que necessita de condições especiais. Ele chegou a apresentar também um pedido de aposentadoria por invalidez na Câmara dos Deputados. Porém, apesar das sucessivas tentativas, juntas médicas de cardiologistas atestaram que ele não é portador de cardiopatia grave que justifique o benefício.

Na última segunda-feira, um laudo médico foi definitivo para que o presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, determinasse o retorno do petista para a Papuda. O documento assinado por quatro cardiologistas e cirurgiões do Hospital Universitário de Brasília (HUB) atestou que Genoino apresenta estado de saúde “estável” e sem gravidade.

Julgamento – Nas mais de cinquenta sessões plenárias que levaram à condenação dos mensaleiros, a defesa de Genoino tentou reiteradamente utilizar a biografia do réu e sua trajetória de luta contra a ditadura militar para tentar desmontar a acusação de corrupção. Um dos argumentos da defesa é que Genoino possui patrimônio modesto – cerca de 170.000 reais – e nunca enriqueceu com a política.

Porém, conforme lembrou apropriadamente a ministra Cármen Lúcia no julgamento no STF, a biografia dos mensaleiros não pode ser utilizada como escusa. “Não estamos julgando histórias, porque as histórias são feitas às vezes com desvios que seriam impensáveis de serem praticados em outras circunstâncias. Não estou julgando a história de pessoas que, em diversas outras ocasiões, tiveram vidas retas. A vida é como uma estrada. Às vezes, a gente anda mil quilômetros de maneira correta, num determinado momento pratica um acidente e acaba tendo de responder por isso”, disse ela. Ao final, Genoino acabou condenado por corrupção ativa pelo placar de nove votos a um.

Acusações
– No esquema do mensalão, Genoino foi considerado culpado por ter articulado com a antiga cúpula do PT um esquema criminoso de compra de votos no recém-eleito governo Lula. A prova cabal do envolvimento de Genoino foi o entendimento de que o petista atuou conscientemente como avalista de empréstimos fraudulentos no valor de três milhões de reais. Na interpretação da Corte, esses recursos foram simulados no Banco Rural para dar ares de veracidade à origem do dinheiro movimentado pelo valerioduto.

Além do processo do mensalão, Genoino responde a outras ações na Justiça por suspeitas de fraude na concessão de empréstimos do Banco BMG ao PT.
01.05.2014

Público vaia petistas e atira latas durante festa da CUT em SP


Prefeito Fernando Haddad foi embora sem discursar

Ex-ministro da Saúde e pré-candidato ao governo paulista, Alexandre Padilha fez apenas saudação

Lino Rodrigues
O Globo

Com medo de vaias, Alexandre Padilha não discursou no evento da CUT do Dia do Trabalhador Agência Estado


SÃO PAULO - Políticos petistas como o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), o pré-candidato ao governo do estado Alexandre Padilha (PT) e o ministro Ricardo Berzoini foram impedidos de fazer os discursos programados para a festa do 1º de Maio, liderada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores (CTB) e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), na tarde desta quinta-feira, no Vale do Anhangabaú, centro de São Paulo. O público vaiou e atirou papéis, latas e garrafas em direção ao palco todas as vezes que os nomes de políticos foram anunciados.

Pela programação do evento em comemoração pelo Dia do Trabalho, os discursos políticos deveriam durar uma hora, mas acabaram abreviados em poucos minutos. O primeiro a subir no palanque seria Haddad. Mas tão logo seu nome foi anunciado pelo apresentador do evento, o público, estimado em 3 mil pessoas segundo a Polícia Militar (80 mil pessoas de acordo com a organização), começou a vaiar e a arremessar objetos. Indignado, o prefeito foi embora sem sequer falar com a imprensa.

O apresentador tentou acalmar o público exaltado durante vários momentos, pedindo calma várias vezes, e chegou a dizer que “o ato político era importante”. O ministro de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, também foi recebido com vaias e impedido de discursar.


No momento de anunciar Alexandre Padilha, o locutor não o apresentou como pré-candidato, apenas como ex-ministro. Padilha, ao pegar o microfone, logo lançou uma pergunta: - Quem é contra o racismo?. As pessoas ergueram os braços e Padilha aproveitou o momento e resumiu seu discurso à saudação única “bom dia, boa tarde e boa noite”. E logo deixou o palco e foi embora.

O senador petista Eduardo Suplicy também só agradeceu o público e a festa seguiu com os shows programados.

01.04.2014


Um presidente do PT vai para a cadeia no Dia do Trabalhador. Nada mais emblemático


01 de maio de 2014
Por Coronel
Coturno Noturno



Nada mais simbólico do que um presidente do PT, José Genoino, ser recolhido a uma penitenciária no Dia do Trabalhador, para cumprir pena por corrupção ativa.

Repito: no Dia do Trabalhador, a quem um dia eles mentiram representar.

Finalmente, Genoíno está indo para uma cela depois de enganar a Justiça, durante meses, sobre o seu estado de saúde, fingindo uma doença que não tinha e até mesmo tomando medicamentos errados para falsificar um quadro clínico.

Tudo porque é um covarde, um medroso, um meio homem.

Nada mais emblemático do que este episódio da história da política brasileira para mostrar que o PT acabou.

O que sobrou é um simulacro de partido político, rendido ao fisiologismo, ao compadrio e às práticas mais sujas na gestão pública.

Os roubos na Petrobras são apenas uma sequência dos roubos do Mensalão, quando esta quadrilha, finalmente condenada, roubou os Correios, o Banco do Brasil e outras estatais.

O nome da operação policial que está desmantelando, mais uma vez, esta organização criminosa que se alojou no poder é Lava Jato.

Haja água!

Haja água!

Dilma na TV: “Lupus pilum mutat, non mentem”


“O lobo muda de pelo, mas não de vício”

Dilma faz pronunciamento de 1º de maio na TV Foto: Reprodução

Por Reinaldo Azevedo

Dilma fez nesta quarta o seu pronunciamento de Primeiro de Maio, tentando atingir o maior público possível, ainda antes do feriado prolongado. Pergunta óbvia: ela foi bem? Eu acho que não! “Ah, você não vale porque é um crítico da presidente Dilma…” Então tá.

Começo pelos mistérios da imagem. Televisão — ou vídeo — é um troço meio perverso. É claro que todas as providências foram tomadas para que ela parecesse e aparecesse bem e altaneira. Mas não pareceu nem apareceu. Não me perguntem exatamente o quê — depois passo o vídeo para o meu amigo Gerald Thomas avaliar, um especialista também na linguagem não-verbal. O fato é que transmitia a impressão de cansaço. Mostrou-se algo desenxabida e meio brava. A coisa vinha do fundo dos olhos, reforçada por um discurso meio infeliz.

“Lupus pilum mutat, non mentem”. Era uma frase popular já entre os latinos. O lobo muda de pelo, mas não de caráter, de personalidade, de mentalidade. Essa é uma versão mais comum entre os ingleses. Em português, ganhou uma tradução que acho excelente: “O lobo muda de pelo, mas não de vício”.

Pois é… Todos os pronunciamentos oficiais de Dilma Rousseff são eleitoreiros — ou alguém se esqueceu do pré-anúncio da redução da tarifa de energia elétrica em 2012, coisa que só aconteceria no ano seguinte, em 2013, com os resultados desastrosos de todos conhecidos. Ocorre que Dilma, naquele tempo, navegava lá nas alturas. A expectativa era de que a eleição seria um passeio; um mero ritual homologatório. Logo, tudo era festa.

João Santana cometeu a imprudência de não mudar o tom, mas de manter o conteúdo ufanista. O que quero dizer com isso? O pronunciamento continuou a ser eleitoreiro, mas num momento em que, sabidamente, a presidente não vai bem. Resultado: o discurso soou defensivo e cheio de desculpas.

Dilma disse inconveniências e, mais do que isso, ilegalidades como: “Nosso governo tem o signo da mudança e, junto com vocês, vamos continuar fazendo todas as mudanças que forem necessárias para melhorar a vida dos brasileiros”. Ora, é evidente que ela não está se referindo ao período que separa maio de dezembro. Refere-se à reeleição. Como o feriado do Dia do Trabalho também pertence a quem não votou nem votará nela; como o feriado do Dia do Trabalho pertence também a quem reprova o governo; como o feriado do Dia do Trabalho também é da oposição, é evidente que isso caracteriza campanha eleitoral antecipada.

O discurso teve o seu melhor pior momento quando a presidente afirmou: “Posso garantir a vocês que a inflação continuará rigorosamente sob controle, mas não podemos aceitar o uso político da inflação por aqueles que defendem ‘o quanto pior, melhor’. Temos credibilidade política para dizer isso. Nos últimos 11 anos, tivemos o mais longo período de inflação baixa da história brasileira.”

Vamos lá. A inflação, no momento, está estourando o teto da meta. Então está sob o controle, mas no alto. Apontar os descaminhos nessa área é uma obrigação intelectual, não uma aposta “no quanto pior, melhor”. Reduzir as críticas da oposição a essa antítese boçal é desrespeitar a democracia — como se já não fosse agressão o bastante usar a rede nacional para fazer campanha. Quanto ao compromisso dos últimos 11 anos, só não naufragamos na hiperinflação porque o PT foi derrotado na sua luta contra o Real e depois nas eleições de 1994 e 1998. O partido recorreu ao Supremo contra o plano de estabilização.

Mas fazer o quê? A exemplo dos lobos, eles não sabem ser de outro jeito, não é? Podem mudar de aparência, mas não de vício, não de caráter. Antigamente, Dilma dizia essas coisas e tinha pela frente uma esmagadora maioria que apostava na continuidade. Hoje, dizem as pesquisas, a maioria aposta é em mudança. E boa parte quer mudar também de presidente. Por isso Dilma fez um discurso agressivo, eleitoreiro, na defensiva e passou a imagem de quem está um pouco cansada.

Muitos brasileiros também estão.

Pois é…

Dilma anunciou a correção de 10% no Bolsa Família. Tá. Quem já votava nela por isso não poderá votar de novo; quem não votava mesmo já recebendo o benefício não o fará por causa dos 10%. Quem acha que Bolsa Família é caça-votos acaba ficando meio irritado. E quem já é petista faça chuva ou faça sol não precisa disso.

A presidente também anunciou a correção da tabela do Imposto de Renda em 4,5%. Pois é… Podem apostar: haverá muita gente brava por ela ter feito isso logo depois do fim do prazo da entrega dos dados à Receita… Medidas como essas correm o risco de ser contraproducentes.
30/04/2014

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Joaquim Barbosa determina que Genoino cumpra pena na Papuda


Ex-deputado tem prazo de 24 horas pra se apresentar. Laudo de médicos da UnB apontou que saúde dele é boa

Carolina Brígido
O Globo

José Genoino, um dos condenados no processo do mensalão
Ailton de Freitas / Arquivo O Globo


BRASÍLIA – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do processo do mensalão, ministro Joaquim Barbosa, determinou nesta quarta-feira que o ex-deputado José Genoino (PT-SP) volte para a Penitenciária da Papuda, em Brasília, conforme antecipou o colunista Ancelmo Gois.

Foi dado prazo de 24 horas para ele se apresentar ao Centro de Internamento e Reeducação (CIR), a mesma ala da Papuda onde está preso o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, também condenado no processo do mensalão.

Genoino pegou quatro anos e oito meses de prisão por corrupção ativa e ficará em regime semiaberto, no qual o detento pode obter autorização judicial para trabalhar durante o dia e voltar para a cadeia à noite. Em novembro, o petista foi preso na Papuda, mas passou mal dias depois e obteve autorização para cumprir pena em uma casa na capital federal. Com base em exames médicos que atestam o bom estado de saúde do condenado, Barbosa mandou Genoino de volta para a cadeia.

“Determino o imediato retorno do apenado ao sistema prisional do Distrito Federal, onde deverá cumprir sua pena”, escreveu o ministro na decisão. O petista foi condenado a quatro anos e oito meses por corrupção ativa e deverá ser levado ao mesmo local onde está o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, também condenado no processo do mensalão.

Na segunda-feira, chegou ao STF laudo elaborado por médicos da Universidade de Brasília (UnB) informando que a saúde do ex-parlamentar é estável e “não grave”, não justificando tratamento diferenciado ao condenado. Genoino sofre de problemas cardíacos e foi submetido a uma cirurgia em julho de 2013. De acordo com os médicos, os medicamentos que ele toma diariamente estão fazendo efeito, proporcionando um quadro saudável ao paciente.

“A defesa do apenado não demonstrou a presença dos requisitos necessários à modificação do seu regime prisional. Mais: todas as conclusões da junta médica oficial são desfavoráveis à pretensão da defesa. Com efeito, o resultado da perícia oficial, formada por renomados cardiologistas da cidade, indica, claramente, a ausência de doença grave que constitua impedimento para o cumprimento da pena no regime semiaberto”, escreveu o ministro.

Barbosa acrescentou que “sugestões e opiniões dos médicos particulares, contratados pelo apenado, têm reduzida força persuasiva e/ou valor jurídico quando cotejadas com as conclusões a que chegou a junta médica oficial”.

O ministro citou informações recebidas da Vara de Execuções Penais (VEP) de Brasília e de São Paulo segundo as quais ambos os sistemas prisionais proporcionam assistência médica frequente aos internos. E que, entre os presos, vários outros têm problemas de saúde e doenças crônicas. “O quadro clínico do condenado José Genoino não apresenta qualquer singularidade comparado ao de centenas de outros detentos que atualmente cumprem pena privativa da liberdade no Distrito Federal”, anotou Barbosa.

A primeira avaliação clínica do condenado foi feita em novembro do ano passado pela mesma equipe médica, que concluiu pela condição boa de saúde do paciente.
A nova avaliação ocorreu no último dia 12, a pedido de Barbosa.

Segundo o laudo, no dia o exame Genoino estava “em ótimo estado geral”, sem apresentar qualquer queixa clínica, exceto pela ansiedade.

A pressão arterial estava normal, registrada em 13 por oito. Os médicos ressaltaram que o paciente fazia uso regular de seis medicamentos para normalizar a condição cardíaca e para combater a ansiedade e a depressão.

“Os dois laudos fornecidos pela junta médica oficial afirmam taxativamente que o quadro clínico do condenado não apresenta a gravidade alegada pela sua defesa, tampouco se caracteriza como obstáculo intransponível ao cumprimento da pena que lhe foi aplicada pelo plenário do Supremo Tribunal Federal em estabelecimento carcerário adequado ao regime de pena que lhe foi imposto”, observou o presidente da Corte.

Os médicos recomendaram que, para manter a boa condição de saúde, Genoino precisa ser submetido a exames de uma a duas vezes por ano, comer pouco sal e praticar atividade física. No início do mês, uma junta médica criada na Câmara dos Deputados negou o pedido de aposentadoria integral do ex-parlamentar.

O laudo informava que Genoino não apresenta cardiopatia grave para justificar a aposentadoria por invalidez. Barbosa também levou isso em conta antes de tomar a decisão.
30 de abril de 2014

Não dá para levar a sério




O Estado de S.Paulo

Não se deve levar a sério quem não leva a sério a si mesmo. Diante das nuvens que ameaçam carregar de sombras o cenário eleitoral, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu abrir a caixa de ferramentas e "partir para cima" de quem ou o que quer que seja que represente risco para o projeto de perpetuação do PT no poder.

Tem aproveitado todas as oportunidades para exercitar sua conhecida e inexcedível desfaçatez.

Na noite de sábado passado, em entrevista à TV portuguesa, chegou ao cúmulo, ao interromper a entrevistadora que queria saber o nível de suas relações com José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares e sair-se com uma inacreditável novidade: "Não se trata de gente de minha confiança".

Então está tudo explicado. E toda a Nação tem a obrigação de reconhecer que o ex-presidente falava a verdade em agosto de 2006, quando o escândalo do mensalão estourou: "Quero dizer, com franqueza, que me sinto traído. Não tenho vergonha de dizer ao povo brasileiro que nós temos que pedir desculpas".
O fato de as pessoas (a "gente") a que Lula se referia serem o seu então ministro-chefe da Casa Civil - na verdade, um primeiro-ministro ad hoc -, o presidente nacional e o tesoureiro de seu partido tinha então toda a importância, a ponto de o presidente se sentir traído.

Mas, em 2006, surfando no prestígio popular garantido pelo sucesso de seus projetos sociais, Lula reelegeu-se presidente e, cheio de si, subestimando como de hábito o discernimento das pessoas, começou a, digamos, mudar de ideia sobre o mensalão.

Afinal, se estava tão bem na foto, por que posar de vítima?

Em novembro de 2009, já na pré-campanha eleitoral do ano seguinte, passou uma borracha nas declarações anteriores e proclamou diante das câmeras de televisão: "Foi uma tentativa de golpe no governo. Foi a maior armação já feita contra o governo".

Exatamente um ano depois, já comemorando a eleição da sucessora que havia escolhido a dedo, anunciou, onipotente, sua primeira proeza tão logo deixasse o governo: "Vou desmontar a farsa do mensalão".

Os fatos acabaram demonstrando que Lula não estava com essa bola toda. Provavelmente até hoje ele não entendeu direito como é que um colegiado de 11 ministros, dos quais 8 - esmagadora maioria - foram escolhidos por ele próprio e por sua sucessora, foi capaz de armar uma falseta dessas contra "nós".

Mas Lula nunca foi de dar bola para os fatos. Quando não gosta deles, simplesmente os descarta. Prefere criar suas próprias versões.

Uma dessas criativas versões, novidade no repertório do grande palanqueiro pela precisão quase científica que aparenta conter, foi revelada nessa entrevista televisiva que concedeu em Lisboa, durante sua estada em Portugal para as comemorações dos 40 anos da Revolução dos Cravos. E bota criatividade nisso: "O mensalão teve praticamente 80% de decisão política e 20% de decisão jurídica". Quer dizer: a Suprema Corte de Justiça do País tornou-se politicamente cúmplice da "maior armação já feita contra o governo".
A entrevistadora da TV portuguesa estranhou a esdrúxula divisão, mas o ilustre personagem não hesitou em, novamente, sacrificar a lógica e a coerência em benefício de sua cruzada contra o Mal. E encerrou o assunto: "O que eu acho é que não houve mensalão".

Pelo menos ele está "achando" - não tem a categórica certeza que demonstrou quando garantiu, na prematura apoteose do pré-sal, que o Brasil se tornara "autossuficiente" em petróleo.

Outra pérola do pensamento lulista foi oferecida aos telespectadores quando a entrevistadora provocou o entrevistado sobre o fato de sua popularidade manter-se incólume enquanto a de sua sucessora despenca. Ato falho ou exacerbação do ego, Lula sentenciou: "O povo é mais esperto do que algumas pessoas imaginam".

De resto, o fato de, certamente julgando a partir de seu próprio exemplo, entender que a "esperteza" é uma grande virtude do povo brasileiro, Lula dá a exata medida dos valores éticos que cultiva, na hipótese generosa de que cultive algum.

Levá-lo a sério é cada vez mais difícil.

30 de abril de 2014

“Não se trata de gente da minha confiança”




POR BATALHA
A figura de lulla, está associada à corrupção e as idiotices que ele proclama tornaram-se folclore.

Sua obra prima, a gerentona Dilma, está acabando de liquidar país.

E agora, em Portugal, ele afirma: “Não se trata de gente da minha confiança”, referindo-se a Dirceu, Delúbio, Genuíno e Luiz Paulo.

Atitude recorrente pois ele não põe a mão no fogo por ninguém. “ Nada vi, nada sei, não tenho nada a ver com isso ”!

O país está em guerra civil não anunciada.
A queima de ônibus atinge números muito superiores aos registrados em países conflagrados como a Síria.

O Padrão FIFA, cuja implantação custou bilhões de reais, a maior parte desviada pelos ralos da corrupção, tornou-se um mantra do mal perante a opinião pública. A imagem do Brasil no exterior é vergonhosa.

Esperam-se grandes protestos durante os jogos da Copa, maiores do que os de junho do ano passado.

E a maldição das urnas eletrônicas continua desafiando a consciência da Nação, que, quase unanimemente, espera nova fraude eletrônica para dar mais quatro anos a Dilma, aquela que, no improviso, não junta lé com cré e que já deu provas mais do que sobejas de que não é capaz de gerenciar nem um $ 1,99 mas de que foi capaz de quebrar a Petrobras, a Eletrobras e o povo brasileiro que não tem acesso às burras do tesouro.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Charge








PF ameaça investigar patrimônio de US$ 4,77 bilhões de pessoa muito próxima a Lula da Silva



A petralhada está mais aloprada que nunca

Por Jorge Serrão
Alerta Total

Uma das cinco “tendências” na Polícia Federal arma uma desagradável surpresa para uma pessoa muito próxima do Presidentro Luiz Inácio Lula da Silva.

A equipe de um delegado pertencente a uma banda anti-governista da PF, com atuação consistente em combate à corrupção e lavagem de dinheiro, ameaça abrir um procedimento investigatório para acompanhar suspeitas de crimes na evolução patrimonial incompatível com a renda declarada à Receita Federal pelo personagem ligadíssimo a Lula.

A fortuna familiar do investigável é estimada em US$ 4 bilhões 770 milhões de dólares.
O patrimônio é impressionante.

Usando “laranjas” (familiares, amigos pessoais e empresários parceiros), o alvo da PF é, ocultamente, um dos maiores pecuaristas do Brasil. Em três fazendas - em São José do Rio Preto e Botucatu (SP) e no Mato Grosso, em sociedade com um famoso cantor romântico) -, o investigável cuida de 4 milhões e 800 mil cabeças de gado.

Também ostenta dois jatos (cada um avaliado em US$ 8 milhões). As aeronaves operaram em nome de empreiteiras amigas, para chamar menos a atenção, como se isso fosse possível, pelas tantas viagens que faz pelo Brasil e para paraísos fiscais, principalmente o Panamá.

O próspero negociante, em que a PF está de olho, tem participações em seis grandes hotéis (três no Distrito Federal, dois em Recife e um resort na Bahia). O agora alvo da PF – e provavelmente da Receita e da Justiça Federal – fez muitos investimentos em imóveis, o que chama a atenção e acaba facilmente rastreado.

Tem um prédio avaliado em US$ 12 milhões e um terreno gigantesco, em áreas valorizadas na Zona Sul de São Paulo. Empenhou muita grana na construção de lucrativos mini-shoppings, onde fatura alto com aluguéis. Também injetou dinheiro em uma incorporadora e numa empreiteira que atua na região do Grande ABC.

Em tempos de problemas na Petrobras, chama atenção que o investigável seja detentor de lotes de 650 mil ações preferenciais da estatal de economia mista – em baixa no mercado. Além de muitas ações da Vale e Usiminas, o investidor também tem 10% de participação em uma grande companhia aérea e 20% de uma poderosa empresa de telecomunicações.

Também tem ações de um grande grupo universitário em São Paulo, e uma lucrativa participação na Ambev. Em função da criação bovina, é acionista minoritário de vários frigoríficos.

O empreendedor pródigo conseguiu uma representação para negociar jatos da Embraer na França, no Canadá e nos EUA. Além das aplicações na hotelaria nacional, junto com outro brasileiro, controla um hotel na França.

Para facilitar os negócios, tem um apartamento em seu nome em Paris, a partir de onde opera suas contas correntes na Europa. O empresário brasileiro transita facilmente pela Itália, onde tem cidadania. Em sociedade com os Irmãos Castro, recebe dividendos, em dólares, de hotéis em Cuba. Sempre que pode, viaja para lá junto com Lula.

No rastro da Operação Lava Jato, o estouro deste escândalo, caso realmente se confirme, tende a superar, em impacto político negativo para o PT, o Mensalão (que rendeu condenações para apenas 24 dos 40 denunciados, sendo 13 milagrosamente absolvidos, poupando, principalmente, Lula da Silva).

Também deve causar mais estrago que outras broncas que também chegaram próximas, mas ainda não afetaram Lula, como a Operação Porto Seguro – que rende um processo, que corre em estranho sigilo, contra a ex-chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa Noronha, amiga a apadrinhada e ex-assessora de confiança do ex-Presidente.

As cúpulas do PSDB e DEM sabem quem é o alvo da provável investigação que vai abalar o corrupto modelo capimunista da República Sindicalista do Brazil.

A eleição presidencial deste ano promete ser um abatedouro de políticos – principalmente do lado governista da pocilga. Existem dossiês em profusão para alimentar a guerra suja pela sucessão de Dilma Rousseff.

A ordem, dos investidores de fora, que gastaram centenas de milhares de dólares em espionagem, é destronar o PT do Palácio do Planalto.

No marketing policial, a ação programada para ser deflagrada a qualquer momento pode ser batizada de “Operação Famíglia” – numa alusão direta a como a máfia costuma ser conhecida no idioma italiano, além do termo “Cosa Nostra”.

Grandes lobistas de Brasília já comentavam, na noite de ontem, do alto risco político desta operação.

O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, comandado pelo General de Exército José Elito, já sabe deste risco explosivo.

A Presidenta Dilma e o Presidentro Lula, meio brigados por causa das confusões na Petrobras, também sabem do perigo à vista.

A petralhada está mais aloprada que nunca.

Aviso aos especuladores de boatos
Antes que alguém tire conclusões precipitadas, uma advertência.

O alvo bilionário dessas investigações não será o empresário Eike Batista – também grande amigo de Luiz Inácio Lula da Silva.

A atuação de Eike no mercado de capitais, por causa dos problemas na petrolífera OGX, já é investigada pela Polícia Federal, o Ministério Público e, por ações de investidores prejudicados, também com a Justiça.

23 de abril de 2014

Lula tem é ódio à democracia; seu mundo é o da troca de favores; do toma-lá-dá-cá; das relações viciosas



Gilmar Mendes, do Supremo: ministros assim deixam Lula irritado; ele não os compreende

Por Reinaldo Azevedo


Todo mundo sabe que os ministros Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal, não formam exatamente uma “corrente” de pensamento. Ainda bem que não! Tribunal não é seita nem ideológica nem partidária.

Eles estão lá para, instruídos pela Constituição e pelas leis, julgar de acordo com a sua consciência. Nem devem prestar atenção nem ao alarido das ruas nem aos bochichos de corredores. Só que Luiz Inácio Lula da Silva, que supõe encarnar em si mesmo os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, não se conforma com isso. Nesta segunda, esses três ministros afinaram suas vozes para reagir aos ataques que Lula desfechou contra o STF.

Em entrevista ao programa “Os Pingos nos Is”, que estreou ontem, às 18h, na rádio Jovem Pan, Mendes comentou a declaração de Lula, segundo quem o julgamento do mensalão foi “80% político e 20% jurídico”. Disse Mendes: “O tribunal se debruçou sobre esse tema já no recebimento da denúncia. Depois, houve várias considerações técnicas; houve rejeição da denúncia em muitos pontos; houve toda uma instrução processual, e o tribunal julgou com clareza e examinou todas essas questões”.

O ministro está afirmando, em suma, que se fez um julgamento técnico. Joaquim Barbosa, presidente do Supremo, também reagiu: “O juízo de valor emitido pelo ex-chefe de estado não encontra qualquer respaldo na realidade e revela pura e simplesmente sua dificuldade em compreender o extraordinário papel reservado a um Judiciário independente em uma democracia verdadeiramente digna desse nome”.

Pois é… Este é o ponto: Lula não se conforma que a Justiça não ceda às injunções da política — e, claro!, da sua política. Ora, voltemos um pouquinho no tempo. Em abril de 2012, o chefão do PT convidou o ministro Gilmar Mendes para um bate-papo. Ele queria adiar a todo custo o início do julgamento do mensalão. Achando que tinha uma carta na manga contra o ministro — carta falsa, diga-se —, tentou nada mais nada menos do que chantagear um membro da corte suprema do país.
Reproduzo em azul trecho de reportagem da VEJA de maio de 2012:

(…)
Depois de algumas amenidades, Lula foi ao ponto que lhe interessava: “É inconveniente julgar esse processo agora”. O argumento do ex-presidente foi que seria mais correto esperar passar as eleições municipais de outubro deste ano e só depois julgar a ação que tanto preocupa o PT, partido que tem o objetivo declarado de conquistar 1.000 prefeituras nas urnas.
Para espíritos mais sensíveis, Lula já teria sido indecoroso simplesmente por sugerir a um ministro do STF o adiamento de julgamento do interesse de seu partido. Mas vá lá. Até aí, estaria tudo dentro do entendimento mais amplo do que seja uma ação republicana. Mas o ex-presidente cruzaria a fina linha que divide um encontro desse tipo entre uma conversa aceitável e um evidente constrangimento.

Depois de afirmar que detém o controle político da CPI do Cachoeira, Lula magnanimamente, ofereceu proteção ao ministro Gilmar Mendes, dizendo que ele não teria motivo para preocupação com as investigações. O recado foi decodificado. Se Gilmar aceitasse ajudar os mensaleiros, ele seria blindado na CPI. (…) “Fiquei perplexo com o comportamento e as insinuações despropositadas do presidente Lula”, disse Gilmar Mendes a VEJA. O ministro defende a realização do julgamento neste semestre para evitar a prescrição dos crimes.

Retomo
Lula havia recebido a falsa informação de que Mendes teria relações com Carlinhos Cachoeira. Como se tratava de uma mentira inventada pela rede suja na Internet, seu esforço indecoroso caiu no vazio, e Mendes denunciou a tentativa de chantagem.

Com Barbosa, a relação passou a ser de ódio explícito. O chefão do PT não cansou de repetir nos bastidores que Barbosa devia a ele a sua nomeação; que só havia um negro da corte porque ele tomara essa decisão política. Esperava, em suma, para citar uma expressão do ministro Marco Aurélio, que o ministro lhe fosse grato com a toga. Eis Lula: ele não entende a democracia como a institucionalização de papéis. Seu mundo é o da troca de favores; do toma-lá-dá-cá; das relações viciosas que se amparam, se complementam e se justificam.

De resto, ninguém precisa ser muito bidu para supor que Lula certamente considera que agiram com correção os ministros Roberto Barroso e Teori Zavascki, por exemplo, que absolveram José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino do crime de quadrilha. E que errados estavam todos aqueles que condenaram os companheiros.

Em síntese, para Lula, quando um ministro absolve um amigo seu e condena um adversário, está agindo tecnicamente; se faz o contrário, então está movido por má-fé política.

Compreendo essa alma pura. Nestes dias que seguem, Lula deve é estar de olho no Vaticano. Está tentando entender por que cargas d’água Padre Anchieta, João 23 e João Palo 2º foram canonizados, e ele, Lula, por enquanto, não foi ainda nem beatificado.

29/04/2014

Charge








Sponholz


Deputados do PR assinam manifesto pela volta de Lula


Partido é o primeiro aliado do governo Dilma Rousseff a oficializar a preferência pela candidatura do ex-presidente nas eleições de outubro

Marcela Mattos, de Brasília
Deputado Bernardo Santana (PR-MG), líder do PR na Câmara: foto de Lula no lugar de Dilma no gabinete
(Saulo Cruz/Agência Câmara)

Às voltas com uma crise na Petrobras e índices de aprovação do governo em queda livre, a presidente Dilma Rousseff continua sofrendo abalos em sua candidatura à reeleição. Nesta segunda-feira, a liderança do PR na Câmara divulgou um manifesto defendendo a volta do ex-presidente Luiz Inácio da Silva, batizado por setores do PT de "Volta, Lula".

"A era Lula levou a dinâmica do crescimento econômico que garantia renda mínima onde antes dominava a fome”, diz a nota assinada por 20 dos 32 integrantes da bancada. "O país precisa do reencontro com os princípios daquela aliança de 2002”, continua o texto.“Entendemos que o momento de crise, dentro e fora do país, reivindica a força de uma liderança política com a experiência e o brilho de Luiz Inácio Lula da Silva no comando da nação brasileira novamente.”

A insatisfação do PR com Dilma não é novidade. A sigla já chegou a abandonar a base quando foi defenestrada do comando do Ministério dos Transportes por corrupção – e só voltou a dar seus votos a favor do governo quando retomou o controle da pasta.

Mais: a manifestação do PR a favor da candidatura de Lula ocorre após a descabida tentativa do petista de desqualificar o julgamento do mensalão, escândalo que teve a participação da antiga direção do PR (então PL) – a legenda apoia o PT em eleições desde 2002.


“Nós somos parceiros e não estamos rompendo com o governo. Mas esse é um momento de buscar a conciliação nacional e não depõe em nada contra a presidente, que governou muito bem. É um momento de crise que exige atitudes mais extremas”, disse Bernardo Santana, líder da sigla, que fez questão de pendurar uma foto de Lula no gabinete da liderança na Câmara dos Deputados.

Reportagem de VEJA desta semana mostrou que a presidente Dilma Rousseff enfrenta um momento inédito de fragilidade.

Além de ter problemas na economia, como o crescimento baixo, a inflação persistente e o desmantelamento do setor elétrico, ela perdeu apoio popular e força para barrar, no Congresso, iniciativas capazes de desgastá-la.

A aprovação ao governo caiu a um nível que, segundo os especialistas, ameaça a reeleição.

Partidos aliados suspenderam as negociações para apoiá-la na corrida eleitoral. Já os oposicionistas conseguiram na Justiça o direito de instalar uma CPI para investigar exclusivamente a Petrobras. Acuada, Dilma precisa mais do que nunca da ajuda do PT, mas essa ajuda lhe é negada.

Aproveitando-se da conjuntura desfavorável à mandatária, poderosas alas petistas pregam a candidatura de Lula ao Planalto e conspiram contra a presidente.

O objetivo é claro: retomar poderes e orçamentos que foram retirados delas pela própria Dilma.

A seis meses da eleição, o PT está rachado entre lulistas e dilmistas — e, para os companheiros mais pragmáticos, essa divisão, e não os rivais Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), representa a maior ameaça ao projeto de poder do partido.

Barbosa defende STF e diz que Lula tem dificuldade para entender o Judiciário



Para o presidente do Tribunal as declarações levam desesperança para o cidadão comum, que clama por justiça contra casos de corrupção


Carolina Brígido O Globo


Presidente do Supremo, ministro Joaquim Barbosa
André Coelho / Agência O Globo


BRASÍLIA - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do processo do mensalão, ministro Joaquim Barbosa, ficou indignado com as declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o julgamento do processo. Barbosa divulgou nota nesta segunda-feira dizendo que os comentários de Lula revelam a dificuldade dele em compreender o papel do Judiciário em uma democracia. O ministro defendeu a atuação do tribunal ao longo do julgamento, pois, segundo ele, houve larga oportunidade de atuação da defesa e da acusação.

“O juízo de valor emitido pelo ex-Chefe de Estado não encontra qualquer respaldo na realidade e revela pura e simplesmente sua dificuldade em compreender o extraordinário papel reservado a um Judiciário independente em uma democracia verdadeiramente digna desse nome”, diz o texto.

Barbosa também afirmou que as declarações de Lula levam desesperança para o cidadão comum, que clama por justiça contra casos de corrupção. O ministro lamentou que as críticas tenham sido feitas no exterior, e não no Brasil.

“Lamento profundamente que um ex-presidente da República tenha escolhido um órgão da imprensa estrangeira para questionar a lisura do trabalho realizado pelos membros da mais alta Corte da Justiça do País. A desqualificação do Supremo Tribunal Federal, pilar essencial da democracia brasileira, é um fato grave que merece o mais veemente repúdio. Essa iniciativa emite um sinal de desesperança para o cidadão comum, já indignado com a corrupção e a impunidade, e acuado pela violência. Os cidadãos brasileiros clamam por justiça”, escreveu o ministro.


Na nota, Barbosa ressalta que o processo foi conduzido de forma transparente, e que réus e o Ministério Público puderam ter acesso simultaneamente aos autos de qualquer parte do país, porque os documentos foram digitalizados e estavam disponíveis em rede. “Os advogados dos réus acompanharam, desde o primeiro dia, todos os passos do andamento do processo e puderam requerer todas as diligências e provas indispensáveis ao exercício do direito de defesa”, anotou o presidente do STF.

O ministro acrescentou ainda que a defesa e a acusação tiveram mais de quatro anos para levar ao STF as provas de seu respectivo interesse. Barbosa informou que mais de 600 testemunhas foram ouvidas e foram produzidas perícias por órgãos e entidades “situadas na esfera de mando e influência do presidente da República”, como Banco Central, Banco do Brasil e Polícia Federal. Ainda segundo a nota, outros órgãos produziram provas técnicas, como a Câmara dos Deputados e o Tribunal de Contas da União (TCU).

Lula afirmou, em entrevista divulgada neste domingo pela TV portuguesa RTP, que os ministros do Supremo tomaram mais uma decisão política do que jurídica ao condenar 25 réus do processo do mensalão.

— Tem uma coisa que as pessoas precisam compreender: o povo é mais esperto do que algumas pessoas imaginam. O mensalão, o tempo vai se encarregar de provar, que o mensalão, você teve praticamente 80% de decisão política e 20% de decisão jurídica — disse o ex-presidente em um trecho da entrevista de quase 40 minutos.



28/04/14


domingo, 27 de abril de 2014

Na entrevista a um canal da TV portuguesa, Lula insinua que não sabe quem é José Genoino e conhece José Dirceu só de vista



Direto ao Ponto

“Não se trata de gente da minha confiança”

Por Augusto Nunes


“O que eu acho é que não houve mensalão”, disse o ex-presidente Lula na entrevista concedida à RTP, publicada neste domingo no site da emissora de televisão portuguesa. “Eu também não vou ficar discutindo a decisão da Suprema Corte”, tratou de desdizer-se na frase seguinte. E mudou de ideia na continuação: “Eu só acho que essa história vai ser recontada para saber o que aconteceu na verdade”.

A hipótese é tentadora para o país que presta. Se a história fosse recontada como se deve, não ficaria sem castigo o chefe supremo do esquema criminoso que produziu o maior escândalo político-policial desde o Descobrimento. Mais: se a verdade prevalecesse, seria restaurada a decisão original do Supremo Tribunal Federal, desfigurada pela nomeação de Teori Zavaschi e Roberto Barroso. Ao tornar majoritária a bancada dos ministros da defesa de culpados, a dupla ajudou a parir a obscenidade segundo a qual um bando de quadrilheiros é diferente de uma quadrilha.

O camelô de empreiteira não parece preocupado com o destino dos condenados, revelou o melhor dos piores momentos da conversa. Quando a entrevistadora lembrou que estão na cadeia alguns velhos parceiros do entrevistado, Lula admitiu a existência de “companheiros do PT presos”, estacionou numa vírgula e despejou a ressalva abjeta: “Não se trata de gente da minha confiança”.
Nem a turma da cela S13?, decerto perguntaria a jornalista se tivesse mais intimidade com os casos de polícia hospedados na Papuda. Portugueses e brasileiros então descobririam que Lula não sabe direito quem é José Genoino, acha que Delúbio é nome de rio e conhece José Dirceu só de vista.

27/04/2014

Lula dá entrevista indecorosa sobre mensalão em Portugal


Na TV portuguesa, ex-presidente desqualifica o trabalho do Judiciário brasileiro e afirma que presos do mensalão 'não são gente de sua confiança’

Carlos Graieb
Veja.com


 

Lula afirma, em entrevista, que presos do PT no julgamento do mensalão 'não são gente da minha confiança'
(Eraldo Peres/AP)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, parece ser adepto da afirmação do nazista Joseph Goebbels, segundo o qual "uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”. Em entrevista indecorosa à TV portuguesa RTP, publicada neste domingo no site da emissora, Lula — a quem caberia defender no exterior as instituições brasileiras, fosse ele estadista e não chefe de partido — desqualificou o trabalho do Supremo Tribunal Federal e afirmou que as condenações do julgamento do mensalão foram, em sua maioria, políticas e não jurídicas.

"O que eu acho é que não houve mensalão. Eu também não vou ficar discutindo a decisão da Suprema Corte. Eu só acho que essa história vai ser recontada. É apenas uma questão de tempo, e essa história vai ser recontada para saber o que aconteceu na verdade", afirmou o ex-presidente. "O tempo vai se encarregar de provar que no mensalão você teve praticamente 80% de decisão política e 20% de decisão jurídica."

Àquilo que Lula "acha" se contrapõem as provas das 5 000 páginas dos autos do mensalão. São documentos, perícias e testemunhos que demonstram que em seu governo instituiu-se um grande esquema de compra de apoio parlamentar. Num tribunal formado majoritariamente por ministros indicados pelo próprio Lula e por sua sucessora, Dilma Rousseff, as evidências foram tidas como suficientes para mandar para a cadeia algumas figuras centrais de seu partido — mesmo depois de esgotadas todas as instâncias de recurso previstas pela legislação.

O ex-presidente, aliás, tratou de se dissociar, de maneira desleal, dos mensaleiros que o ajudaram a fundar o Partido dos Trabalhadores, nos anos 1980, e a conquistar o mais alto posto da República, em 2002. Ele afirmou que embora haja "companheiros do PT presos, não se trata de gente da sua confiança".

Um desses companheiros é José Dirceu, que chefiou a primeira campanha eleitoral de Lula e depois, no primeiro ano de seu mandato, exerceu o cargo de ministro-chefe da Casa Civil. Dirceu foi condenado a 7 anos e 11 meses de prisão e passa seus dias atualmente no presídio da Papuda, em Brasília.

Outro companheiro é José Genoíno, igualmente fundador do PT. Ele ocupou a presidência do partido entre 2002 e 2005 — a era do mensalão, e um momento em que Lula exercia hegemonia absoluta sobre as engrenagens do PT.