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sexta-feira, 2 de março de 2012

Editor de publicação que traz artigo defendendo o assassinato de recém-nascidos diz que o Brasil pratica infanticídio







Julian Savulescu, editor do “Journal of Medical Ethics” e diretor do The Oxford Centre for Neuroethics, escreveu um editorial (vocês encontram o link aqui) explicando por que publicou o artigo em que dois acadêmicos defendem o infanticídio.

E faz uma afirmação surpreendente: segundo ele, o Brasil é um dos países que matam seus bebês recém-nascidos.
                                  
                       
Por Reinaldo Azevedo
Segue a tradução em vermelho.
Comento em azul.
Sou pessoalmente contra a legalização do infanticídio. Como editor do Jornal, no entanto, gostaria de explicar por que ele publica o artigo.

Savulescu é esperto. É daquelas pessoas capazes de ouvir as maiores barbaridades “em nome da ciência”. De todo modo, ele deve estar mentindo.
O debate ético sobre o infanticídio remonta a milhares de anos. Ao longo da história do Jornal, pelo menos 100 artigos foram publicados a respeito, alguns a favor e muitos contra. Alguns dos mais famosos filósofos do mundo escreveram sobre o mérito e as razões do infanticídio, como Michael Tooley,  Jonathan Glover, Peter Singer, Jeff McMahan e John Harris — alguns neste Jornal. McMahan argumenta que a legitimidade do infanticídio não está implícita apenas em certas teorias, mas também em certas convicções amplamente aceitas, difíceis de refutar.

O sentido moral de seu editorial é este: a coleção de absurdos que se vai dizer aqui tem história. Portanto, não fiquem chocados. Ele só não diz que o debate sobre o infanticídio estava restrito aos recém-nascidos com graves deficiências. Atenção! Não que eu justifique. Continua um lixo moral. Mas ainda está um passo atrás do que propõem Alberto Giublini e Francesca Minerva.
O infanticídio é atualmente legal na Holanda. O Protocolo Groningen permite aos médicos matar os recém-nascidos a pedido de seus país se eles [bebês] estiverem enfrentando um sofrimento insuporável. É também praticado em outras partes do mundo, como o Brasil.

O Brasil não pratica infanticídio sob nenhuma hipótese. Savulescu está mentindo. Talvez esteja se referindo a algumas comunidades indígenas, em que crianças, com efeito, são mortas sob a proteção de antropólogos moralmente tarados.
A suspensão de cuidados médicos (um ato intencional, que mata) é parte do atendimento padrão a recém-nascidos com graves deficiências no Reino Unidos, Estados Unidos, parte da Europa e em quase todo o mundo. Isso é chamado, à vezes, de eutanásia passiva.

Mais uma vez, distorce gravemente a verdade. O que se faz, muitas vezes, é não recorrer a equipamentos que prolonguem artificialmetne a vida de um feto considerado inviável. Isso não é infanticídio.
Ao longo dos últimos 40 anos, tem havido um intenso debate sobre a ética de matar os recém-nascidos com sérias doenças ou permitir que morram. Uma das referências,  [o livro] “Causin Death and Saving Lives”, informa que que o Dr. Francis Crick (o laureado Prêmio Nobel que descobriu o DNA, com Jim Watson, em 1956) propôs certa feita um período de dois dias para a detecção de anormalidades [nos recém-nascidos], período depois do qual o infanticídio seria proibido.

Este senhor é um primitivo. Ele acredita que a láurea de um Nobel o torna uma referência também moral. E é de moral e de ética que se cuida aqui.
A interrupção da gravidez é legal na maioria dos países, não só em razão de deficiências do feto como também do bem-estar materno (ou outras razões). Muitos acreditam que isso é moralmente aceitável. Giubilini e Minerva estendem esse longo debate ao infanticício para perguntar: se o aborto é permitido tanto por razões sociais como médicas, por que o infaticídio só é permitido por razões médicas? Qual é a diferença moral entre um feto e um recém-nascido que justifica a diferença? Ambos têm capacidades semelhantes; se um um é permitido, por que não o outro?

Já afirmei que, de certo modo, esses dois monstros ajudam a clarificar o debate. Nunca os justificadores do aborto de interessaram em estabelecer a diferença entre um feto e um recém-nascido. A dupla diz uma coisa certa: não há nenhuma! Chegando à conlusão virtuosa, escolheram o lado nefasto: como são favoráveis ao aborto, não vêem, pois, problema em matar os recém-nascidos.
Esse aspecto do debate sobre o infanticídio por indicação médica ou por razão social é relativamente novo. Eu, pessoalmente, não concordo, mas os argumentos, com base no estatuto moral semelhante do feto e do recém-nascido, pedem refutação.

Sei… Se ninguém se dispuser a refutar um neonazista, isso não o torna certo, entende?
Este trabalho passou pela revisão de seus pares [outros especialistas em ética]. O Jornal não publica ou deixa de publicar artigos em razão de sua natureza controversa. A publicação depende da qualidade dos argumentos, do julgamento desses pares e da equipe editorial. Se um argumento estiver baseado em premissas erradas, obviamente, nós o rejeitamos. Mas, nesse caso, as premissas adotadas pelos autores têm sido amplamente defendidas como parte de um longo debate sobre o status moral da vida humana prematura - embriões, fetos e recém-nascidos -, como atesta o que vai acima.

Ah… Savulescu gostou dos argumentos. Entendi. Um dos grandes momentos do tal artigo se dá quando a dupla explica por que a adoção seria uma saída pior do que o infanticídio. Segundo esses dois especialistas em ética, entregar o filho para a adoção seria ruim para a mãe, que poderia viver a expectativa de voltar a encontrá-lo. Melhor matar a criança para que ela elabore a perda! Savulescu acha esse argumento consistente.
O Jornal está aberto à publicação de opiniões opostas para ombrear com este artigo controverso.

Julian Savulescu

editor

Jornal de Ética Médica
Entendi. O jornal está aberto, mas as “premissas” têm de ser corretas — vale dizer: Savulescu tem de estar de acordo com elas. Ou nada feito. Quem considera bom o bastante o argumento de que o infanticídio é uma saída superior à adoção revela o seu padrão moral.


Vejam quem é Julian Savulescu e o que pensa. 


A publicação do artigo defendendo o infanticídio, ainda que ele diga que não concorda (acho que está mentindo), é parte de uma militância. Já deixou claro que é a favor da destruição de embriões em pesquisas ainda que possam ser considerados “pessoas”. 

Prega também que fetos sejam mortos para que seus órgãos sejam usados em transplantes.

Eis um herói moral do nosso tempo.




Ô... coitada!!!!




 
Estadão


A presidente Dilma Rousseff emocionou-se hoje durante a cerimônia de posse do novo ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella (PRB-RJ).

Dilma ficou com a voz embargada e chegou a interromper o discurso no momento em que se despedia de Luiz Sérgio (PT-RJ), que deixou a pasta e retorna para a Câmara dos Deputados.

"Ao longo do caminho, muitas vezes somos obrigados a prescindir de grandes colaboradores. Há uma pessoa nesta cerimônia que merece todas as minhas homenagens e os meus mais calorosos agradecimentos",
disse Dilma, que fez uma pausa, emocionada, e foi aplaudida. "
Quero agradecer ao Luiz Sérgio.

Obrigado.

Você foi e é um amigo, um parceiro, e compreende a natureza de um governo de coalizão, assim como a dedicação que a política muitas vezes acaba nos impor em nome dos interesses do País, você prestou relevantes serviços ao governo durante o governo do presidente Lula, na campanha que nos trouxe ao poder e nos cargos que assumiu no nosso governo"
, disse a presidente.


2 de março de 2012


ELES CHEGARAM LÁ: DUPLA DE ESPECIALISTAS DEFENDE O DIREITO DE ASSASSINAR TAMBÉM OS RECÉM-NASCIDOS





Os neonazistas da “bioética” já não se contentam em defender o aborto; agora também querem a legalização do infanticídio! Eu juro! E ainda atacam os seus críticos, acusando-os de “fanáticos”.

Vamos ver.

Os acadêmicos Alberto Giublini e Francesca Minerva publicaram um artigo no, ATENÇÃO!, “Journal of Medical Ethics” intitulado “After-birth abortion: why should the baby live?“ - literalmente:

“Aborto pós-nascimento: por que o bebê deveria viver?”



No texto, a dupla sustenta algo que, em parte, vejam bem!, faz sentido: não há grande diferença entre o recém-nascido e o feto. Alguém poderia afirmar: “Mas é o que também sustentamos, nós, que somos contrários à legalização do aborto”. Calma! Minerva e Giublini acham que é lícito e moralmente correto matar tanto fetos como recém-nascidos. Acreditam que a decisão sobre se a criança deve ou não ser morta cabe aos pais e até, pasmem!, aos médicos.

Para esses dois grandes humanistas, NOTEM BEM!, AS MESMAS CIRCUNSTÂNCIAS QUE JUSTIFICAM O ABORTO JUSTIFICAM O INFANTICÍDIO, cujo nome eles recusam — daí o “aborto pós-nascimento”. Para eles, “nem os fetos nem os recém-nascidos podem ser considerados pessoas no sentido de que têm um direito moral à vida”. Não abrem exceção: o “aborto pós-nacimento” deveria ser permitido em qualquer caso, citando explicitamente as crianças com deficiência. Mas não têm preconceito: quando o “recém nascido tem potencial para uma vida saudável, mas põe em risco o bem-estar da família”, deve ser eliminado.

Num dos momentos mais abjetos do texto, a dupla lembra que uma pesquisa num grupo de países europeus indicou que só 64% dos casos de Síndrome de Down foram detectados nos exames pré-natais. Informam então que, naquele universo pesquisado, nasceram 1.700 bebês com Down, sem que os pais soubessem previamente. O sentido moral do que diz a dupla é claro: soubesse antes, poderia ter feito o aborto; com essa nova leitura, estão a sugerir que essas crianças poderiam ser mortas logo ao nascer. Não! Minerva e Giublini ainda não haviam chegado ao extremo. Vão chegar agora.



Francesca Minerva; o riso mais franco da morte


Por que não a adoção?


Esses dois monstros morais se dão conta de que o homem comum, que não é, como eles, especialista em “bioética”, faz-se uma pergunta óbvia: por que não, então, entregar a criança à adoção? Vocês têm estômago forte?.

Traduzo trechos da resposta:

“Um objeção possível ao nosso argumento é que o aborto pós-nascimento deveria ser praticado apenas em pessoas (sic) que não têm potencial para uma vida saudável. Conseqüentemente, as pessoas potencialmente saudáveis e felizes deveriam ser entregues à adoção se a família não puder sustentá-las. Por que havemos de matar um recém-nascido saudável quando entregá-lo à adoção não violaria o direito de ninguém e ainda faria a felicidade das pessoas envolvidas, os adotantes e o adotado?
(…)
Precisamos considerar os interesses da mãe, que pode sofrer angústia psicológica ao ter de dar seu filho para a adoção. Há graves notificações sobre as dificuldades das mães de elaborar suas perdas. Sim, é verdade: esse sentimento de dor e perda podem acompanhar a mulher tanto no caso do aborto, do aborto pós-nascimento e da adoção, mas isso NÃO SIGNIFICA que a última alternativa seja a menos traumática.”

A dupla cita trecho de um estudo sobre mães que entregam filhos para adoção: “A mãe que sofre pela morte da criança deve aceitar a irreversibilidade da perda, mas a mãe natural [que entrega filho para adoção] sonha que seu filho vai voltar. Isso torna difícil aceitar a realidade da perda porque não se sabe se ela é definitiva“.


Voltei


É isso mesmo! Para a dupla, do ponto de vista da mulher, matar um filho recém-nascido é “psicologicamente mais seguro” do que entregá-lo à adoção. Minerva e Giublini acabaram com a máxima de Salomão. No lugar do rei, esses dois potenciais assassinos de bebês teriam mesmo dividido aquela criança ao meio.

Querem saber?

Essa dupla de celerados põe a nu alguns dos argumentos centrais dos abortistas. Em muitos aspectos, eles têm mesmo razão: qual é a grande diferença entre um feto e um recém-nascido? Ao levar seu argumento ao extremo, deixam a nu aqueles que nunca quiseram definir, afinal de contas, o que era e o que não era vida. Estes dois não estão nem aí: reconhecem, sim, como vida, tanto o feto como o recém-nascido. Apenas dizem que não são ainda pessoas no sentido que chamam “moral”.

Notem que eles também suprematizam, se me permitem a palavra, o direito de a mulher decidir, a exemplo do que fazem alguns dos nossos progressistas, e levam ao extremo a idéia do “potencial de felicidade”, o que os faz defender, sem meios-tons, o assassinato de crianças deficientes — citando explicitamente os casos de Down.

O Supremo e os anencéfalos


O Supremo Tribunal Federal vai liberar, daqui a algum tempo, os abortos de anencéfalos. Como já afirmei aqui, abre-se uma vereda para a terra dos mortos, citando o poeta. Se essa má-formação vai justificar a intervenção, por que não outras? A dupla que escreveu o artigo não tem dúvida: moralmente falando, diz, não há diferença entre o anencéfalo e o recém-nascido saudável. São apenas pessoas potenciais. Afinal, para essa turma, quem ainda não tem história não tem direito à existência.
Um outro delinqüente intelectual chamado Julian Savulescu


A reação à publicação do artigo foi explosiva. Os dois autores chegaram a ser ameaçados de morte, o que é, evidentemente, um absurdo, ainda que tenham tentado dar alcance científico, moral e filosófico ao infanticídio. No mínimo a gente é obrigado a considerar que os dois têm mais condições de se defender do que as crianças que eles defendem que sejam mortas. A resposta que dão à hipótese de adoção diz bem com quem estamos lidando.


Savulescu: o prosélito da morte de bebês agora acusa a perseguição dos fanáticos

Julian Savulescu é o editor da publicação. Também é diretor do The Oxford Centre for Neuroethics. Este rematado imbecil escreve um texto irado defendendo a publicação daquela estupidez e acusa de fundamentalistas e fanáticos aqueles que atacam os dois “especialistas em ética”. E ainda tem o topete de apontar a “desordem” do nosso tempo, que estaria marcado pela intolerância. Não me diga!!!

O que mais resta defender? Aqueles dois potenciais assassinos de crianças deveriam dizer por que, então, não devemos começar a produzir bebês para fazer, por exemplo, transplante de órgãos. Se admitem que são pessoas, mas ainda não moralmente relevantes, por que entregar aos bichos ou à incineração córneas, fígados, corações?

Tudo isso é profundamente asqueroso, mas não duvidem de que Minerva, Giublini e Savulescu fizeram um retrato pertinente de uma boa parcela dos abortistas. Se a vida humana é “só uma coisa” e se os homens são “humanos” apenas quando têm história e consciência, por que não matar os recém-nascidos e os incapazes?

Estes são os neonazistas das luzes. Mas não se esqueçam, hein? Reacionários somos nós, os que consideramos que a vida humana é inviolável em qualquer tempo. 



Texto publicado originalmente às 21h03 desta quinta


02/03/2012

General duvida que Dilma tenha sido torturada na ditadura


E lança suspeita sobre participação da presidente em atentado



General Luiz Eduardo Rocha Paiva
Foto: Reprodução TV

            General Luiz Eduardo Rocha Paiva
                            Reprodução TV
RIO - O general Luiz Eduardo Rocha Paiva acha que a Comissão da Verdade, para não ser “parcial e maniqueísta”, tem que convocar também os que participaram de ações armadas, direta ou indiretamente. Não hesita em perguntar até se a presidente Dilma Rousseff não tem que depor:
- Ela era da VAR-Palmares, que lançou o carro-bomba que matou o soldado Mario Kozel Filho. A comissão não vai chamá-la, por quê?
Rocha Paiva se refere ao atentado ocorrido em 26 de junho de 1968 no Quartel-General do II Exército, em São Paulo. Até 2007 Rocha Paiva ocupava posição de destaque no Exército. Foi comandante da Escola de Comando do Estado-Maior do Exército e secretário-geral do Exército.

Abaixo, trechos da entrevista:


O GLOBO:
Por que o senhor é contra a Comissão da Verdade?

ROCHA PAIVA: Eu sou contra a Comissão da Verdade, agora não adianta ser contra. Ela vai existir. Era contra no momento em que ela pretende apurar a memória histórica do país. Isso é trabalho para pesquisadores e para historiadores e não para uma comissão, que eu vejo como uma comissão chapa branca. Ela busca a reconciliação nacional depois de 30 anos, e não há mais cisão nenhuma, que tenha ficado do regime militar, inclusive porque as Forças Armadas são instituições da mais alta credibilidade no país. Então, não vejo a necessidade. Acho que se há alguma coisa a investigar é só usar a Policia Federal e, com vontade política, a presidente tem autoridade pra ir até onde ela quiser, respeitada a Lei de Anistia. Eu fiz uma análise da lei da Comissão Nacional da Verdade. E eu vejo que essa lei não é imparcial. Esse facciosismo e o provável maniqueísmo  do seu relatório a gente pode ver a partir dos  objetivos.
Por que o senhor acha que é parcial?
ROCHA PAIVA: O objetivo é promover o esclarecimento de torturas, mortes, desaparecimentos forçados e ocultação de cadáveres. Por que não promover também o esclarecimento de atentados terroristas e sequestros de pessoas e aviões e de execução e justiçamento até de companheiros da luta armada que tentavam desertar? Ora, a pessoa pode alegar, na comissão, que isso não é objeto da lei, mas tinha que ser objeto da lei. O outro objetivo da lei é tornar públicos os locais e instituições e instâncias onde ocorreram violações de direitos humanos. Ora, por que não também tornar  públicos os locais de cativeiros de sequestrados, os locais de atentados terroristas e as áreas de homizio da luta armada, dos grupos armados dos partidos ilegais que conspiravam não para trazer liberdade para o país e democracia, mas para implantar aqui uma ditadura totalitária comunista?

O argumento de quem defende a lei é de que quem esteve contra o regime foi punido. Foi preso, foi torturado, foi exilado. E o Estado exercia o poder. E exerceu o poder contra o cidadão de forma autoritária, de forma abusiva. O que o senhor acha desse argumento?


ROCHA PAIVA:
Eu acho que ele não cola. Pelo seguinte: nem todos os assassinos, terroristas, nem todos os sequestradores são conhecidos. Alguns que executaram a ação, sim, são conhecidos. Outros que planejaram ou estiveram no apoio logístico e no financiamento, esses não são conhecidos. Então, eles deveriam ser conhecidos também.


Por que os militares quando tinham todo o poder não fizeram essa apuração?


ROCHA PAIVA:
Às vezes, não havia condições de fazer. Não houve possibilidade de fazer. porque se estava combatendo grupos armados que estavam executando operações. Veja bem uma coisa: a lei estabelece que as atividades da comissão não terão caráter persecutório e jurisdicional. No entanto, o ministro Ayres de Britto, do STF reconheceu, em parecer, à revelia da Lei da Anistia, o direito daqueles que se sentiram vítimas do regime militar moverem ações civis indenizatórias contra ex-agentes do Estado. Ora, se houve anistia, quem tem que indenizar, como já está fazendo, é o Estado. No momento que o ministro Ayres Britto abre esse precedente, quem for ouvido na comissão da Verdade poderá estar produzindo provas contra si próprio. Agora, ele abriu um precedente também e aí é que eu digo que a Comissão da Verdade, embora não esteja disposta a investigar os crimes da luta armada, se uma pessoa foi vítima de uma ação da luta armada, e ficou com sequelas, ela também tem o direito, até baseada no parecer do ministro Ayres de Britto, de mover ações civis indenizatórias contra esses guerrilheiros, terroristas, que numa ação armada deixaram uma vítima ou sequela em alguém. Eles terão direito, se não for investigado o que foi feito pela luta armada, essas pessoas não saberão quem são os responsáveis por suas sequelas. E a Justiça é igual para todos.


O senhor não acha que é preciso saber o que aconteceu com as 183 pessoas que desapareceram, entre eles pessoas que não tinham nenhum envolvimento com um órgão clandestino. Isso sem levar em conta que o que era legal e o que era ilegal era estabelecido por um governo que não foi eleito, era uma ditadura. Portanto a ilegalidade de alguns partidos é questionável. O ex-deputado Rubens Paiva sumiu dentro de uma guarnição do Exército. Ele foi preso, levado para o Terceiro Comar, e depois, de lá, para um quartel da Policia do Exército, onde foi visto pela última vez. A família há 41 anos busca informação e não tem. O Exército não tem a obrigação de dar informação?


ROCHA PAIVA:
Como já falei, a presidente da República, comandante suprema das Forças Armadas, tem autoridade para abrir uma investigação. Ressalvada a Lei da Anistia, ela tem autoridade para abrir uma investigação. Por que ela não faz? Não sei. Não precisa uma comissão da verdade, que só vai investigar um lado, para isso. Veja bem: é emblemático o caso Rubens Paiva. Por que? O homem foi deputado, das classes favorecidas e todos se preocupam com ele e com Stuart Angel, também. Agora, por que os crimes do PC do B no Araguaia, crime como por exemplo o da perseguição e morte de mateiros, que eram guias das forças legais. Teve um que foi  torturado e assassinado na frente da mãe e do pai. Eles cortaram a orelha do rapaz na frente da mãe. O menino urrava de dor, a mãe desmaiou.


Os guerrilheiros do Araguaia foram quase todos mortos, exceto um ou outro.


ROCHA PAIVA:
Nem todos. E quem os comandava, que estava em São Paulo a dois mil quilômetros de distância, no bem-bom?  Não vamos saber quem foram? Quem deu a ordem pra matar esse rapaz? Por que isso não é emblemático?  Porque ele era um zé-ninguém. Por que também não se apura quem deu ordem no PC do B para que as mulheres da guerrilha que engravidassem tivessem que abortar na região. Eles deram essa ordem.


O senhor sabe de torturas dentro do Exército? Chegou a ver?


ROCHA PAIVA:
Não...eu não vi tortura dentro do Exército.


O senhor nunca soube de tortura dentro do Exército?

ROCHA PAIVA: Ah, para saber basta a senhora ir às livrarias, comprar uns livros, a senhora vai ver um rol  de casos de tortura.

O senhor não acha que isso é um desvio?


ROCHA PAIVA:
Isso é um desvio, ninguém está dizendo que não é um desvio. Agora, não foi anistiado? Não é desvio também aqueles grupos armados revolucionários da esquerda, que seguiam linha maoísta, linha soviética, linha cubana, que queriam implantar aqui uma ditadura nos moldes das soviética, chinesa e cubana, que são as responsáveis pelos maiores crimes contra a Humanidade no século passado? Então, esses grupos que queriam se tornar Estado, usavam de atentados terroristas e tortura, com que moral esse grupo condena as violações no outro grupo?

O senhor acha então que está justificada a tortura dentro da instalação militar..
.

ROCHA PAIVA: Não. Eu não estou dizendo que está justificado. Estou mostrando o seguinte: que existiu uma luta, que foram cometidos desvios pelos dois lados, só que houve uma anistia.
Um lado foi punido. A presidente Dilma Rousseff ficou presa três anos e foi submetida a tortura.
ROCHA PAIVA: Sim, ela diz que foi submetida a torturas. A senhora tem certeza?
Ah, eu acredito nela...
ROCHA PAIVA: ah, e eu não sei. A senhora quer ver uma coisa? Veja bem.: quero um exemplo histórico de uma guerrilha revolucionária marxista, leninista, maoísta que não tenha usado violência, atentados terroristas e violado direitos humanos. Eu quero que me mostre um caso histórico de uma reação a essa esquerda revolucionária que tenha tido um desfecho tão pouco traumático como no Brasil. Porque na realidade, no Brasil, o governo e a oposição legal queriam a redemocratização do país. Então, no governo e na Arena era a redemocratização gradual e segura.
Demorou 25 anos...
ROCHA PAIVA: Exato. Dez anos de atraso. Dez anos de atraso, por causa da luta armada.
O senhor acha que a sua opinião é compartilhada pelos que estão na ativa?
ROCHA PAIVA: A opinião? Qual opinião? Eu não estou justificando a tortura. Tortura é crime como o terrorismo é crime. Sou contra endeusar terrorista, sequestrador porque estavam combatendo pela liberdade, porque não estavam. E satanizar o torturador. O torturador é um criminoso que vê a pessoa a quem ele está fazendo mal e ele causa mal a essa pessoa que é inimiga dele, em seus ideais. O terrorista bota bomba no cinema, no saguão do aeroporto e mata mulheres, crianças e até mulheres grávidas.
Como a bomba do Riocentro que foi levada pelo Exército?
ROCHA PAIVA: A bomba do Riocentro, o caso foi reaberto em 1999 em pleno regime democrático de direito. Foram apontados cinco responsáveis. O Juiz mandou arquivar por falta de provas.
Explodiu no colo do sargento, general
ROCHA PAIVA: Quem é que pode dizer o que aconteceu?
Todos os indícios. O senhor acha então que o Capitão Wilson, o sargento não estavam levando a bomba?
ROCHA PAIVA: O processo foi arquivado por falta de provas. A senhora acha que foram eles?
Sim, claro!
ROCHA PAIVA: Eu não tenho provas.
O senhor acha que essa sua opinião, essas suas opiniões, por exemplo contra a comissão da Verdade, são compartilhadas por pessoas que estão na ativa?
ROCHA PAIVA: Olha, eu não tenho dúvida de que é geral. Agora, a gente tem que ver o seguinte: o que um militar na ativa pode falar? Ele não pode falar contra o governo. Agora, digo para a senhora o seguinte: chefes militares cultuam hierarquia, disciplina e também justiça. Ante a iminência de uma injustiça que vai ser perpetrada contra seus subordinados, ele tem obrigação moral e funcional de - com franqueza, disciplina, sem alarde e dentro da lei - levar a sua posição a seus comandantes superiores. Se eles não fizerem isso, eles não são dignos de serem chefes. E o que está na iminência de acontecer? Com a comissão da Verdade, aqueles agentes do Estado, tenham ou não torturado - porque o que a Comissão da Verdade quer é expor a cara de todo mundo que tenha participado dos órgãos de inteligência, de informação; eles querem expor todo mundo - então, tenham ou não torturado. vai ser execrado. Eles têm obrigação moral de...esse pessoal entrou ali, muita gente combateu por ideal e se sacrificou. Se alguns cometeram deslizes, foram anistiados, assim como foram anistiados os terroristas, sequestradores e assassinos.

O que o senhor acha que os comandantes militares têm que fazer a respeito?


ROCHA PAIVA:
Eles não têm que sair pra imprensa pra falar nada. O que acho que eles estão fazendo - eu não posso dizer, estou dizendo pela formação que eu tive - eles estão levando essa preocupação à presidente da República. Porque eu acho que o homem livre é escravo da sua consciência e a consciência é juíza perene de sua vida. Ele não é escravo de cargos e posições. Ele arrisca cargos e posições por aquilo que ele acredita que é seu ideal. Dentro da lei.


Dentro de uma instituição tão respeitável quanto o Exército Brasileiro houve tortura. Há várias provas. E o senhor mesmo disse que é desvio. Se é desvio, o Exército não deveria ser o primeiro a querer que fossem punidos para que tudo aquilo ficasse em pratos limpos?


ROCHA PAIVA:
Olha, o que passou e foi anistiado não pode ser retocado. Veja bem: anistia não é um instrumento jurídico. É um instrumento político. No Brasil, a sociedade apoiou o governo no combate à luta armada. Anistia não foi para reconciliar a nação. A nação estava do lado do governo senão nós teríamos hoje talvez umas Farc aqui, ou um Sendero Luminoso. Para que veio a anistia? Veio para neutralizar radicas à esquerda e à direita, que poderiam prejudicar a redemocratização.


General, anistia estabelece que não pode haver punição. Mas ela não impede que se busque a informação. E não é isso que a Comissão da Verdade está fazendo?


ROCHA PAIVA:
Nunca no Brasil, na História do Brasil, se precisou de Comissão da Verdade para saber o que aconteceu na ditadura Vargas. Historiadores fazem isso. Se quiser investigar crimes que tenham ocorrido, independente de anistia, faz-se uma investigação policial. A presidente chama a Policia Federal, o Ministério Público, quem quer que seja, e manda investigar.


Toda a vez que se pede aos comandantes militares documentos, eles dizem que os documentos foram destruídos. E aí será que não tem documentos?


ROCHA PAIVA:
Agora, vamos ver o seguinte: existem normas de controle de documentos. sigilosos. Então, você pega e tem um inquérito. Os presos ficavam em organizações de Doi-Codi. Não eram tanto dentro de quarteis. Alguns ficavam dentro de quarteis. Eu mesmo quando cheguei a aspirante tinha preso no quartel que eu cheguei. Era preso normal. Levava a vida dele normal.


Levavam a vida normal não, estavam presos.


ROCHA PAIVA:
Sim, vida de preso normal....


A Comissão quer buscar informação. Não é importante buscar a informação?


ROCHA PAIVA:
Ah, sim. A senhora falou dos documentos. O que acontece? Faz-se um inquérito no quartel. Terminado aquele inquérito, ele vai para o STM. Chegando no STM, aquele inquérito está lá arquivado. No quartel, fica uma cópia. Essa cópia, a partir de determinado momento, é destruída. E esses inquéritos foram feios até 1979. Nenhum documento confidencial passa de ...naquele tempo eram dez anos.


Então, como saber o que aconteceu com Rubens Paiva, por exemplo?


ROCHA PAIVA:
Se foi feito algum documento...


Ele morreu dentro de um estabelecimento militar. Ninguém tem registro?


ROCHA PAIVA:
A senhora está dizendo, que ele morreu dentro de um estabelecimento militar. Eu não sei. A senhora tem certeza?

Ele foi visto lá pela última vez.
ROCHA PAIVA: Foi visto. Não estou dizendo que é o caso dele, mas tem gente que hoje em dia é considerado desaparecido, porque estava na luta armada, queria sair da luta armada, estava preso, recebeu documentação e mudou de vida. Então, alguns desaparecidos não querem nem aparecer. Um apareceu, que estava lá na Noruega, quando soube que ia receber dinheiro. Era um desaparecido que apareceu. Dona Miriam, veja bem...

No caso do Rubens Paiva, foi aberto um IPM para tentar descobrir que foi que aconteceu. Foi em 1986, mas ele foi arquivado sem que houvesse uma investigação séria. Portanto, o caminho de se fazer apenas a investigação às vezes não dá certo. Não é melhor criar uma comissão, como outros países fizeram?


ROCHA PAIVA:
Os outros países fizeram comissões da verdade dentro de outros quadros. Veja bem: a  comissão da verdade emblemática é a da África do Sul, certo? Ela é feita antes de conceder a anistia. E pra receber a anistia, tinha que passar na comissão. E eram anistiados os dois lados., que confessassem seus crimes e relacionassem seus crimes a motivações políticas. Os dois lados foram anistiados. O Pacto de Moncloa, na Espanha, também anistiou os dois lados. Eu não vejo necessidade, depois de 30 anos, é só investigação policial. Porque chamar lá alguém pra ser ouvido: Ainda mais, veja bem: se eu sou um ex-agente do Estado e sou chamado na comissão da verdade, sabendo que alguém pode mover uma ação civil indenizatória contra a minha pessoa, estando eu anistiado, eu vou chegar lá e vou dizer que não sei de nada. Eu vou falar por quê? Qual a motivação que eu tenho? Se eu abrir a minha boca, vou ser penalizado. Depois de 30 anos? Então isso não tem explicação...


O senhor acha justo que os torturadores não sejam conhecidos, não sejam punidos, sequer se informe sobre os crimes que eles praticaram ou que tenham que dar explicação sobre pessoas que desapareceram quando estavam sob a custódia do Estado?


ROCHA PAIVA:
Faça-se uma investigação, e não comissão da verdade. Eu não vejo porque eles têm que aparecer agora, porque eles estão anistiados. Por que não tem que aparecer também quem sequestrou, quem planejou? Se uma autoridade, hoje, tiver participado; até a presidente Dilma,tiver participado, seja diretamente ou indiretamente, que aí é co-responsável, de um crime que tenha deixado sequelas com vítimas, vai haver a comissão da verdade? A presidente vai aparecer?  É isso que a senhora quer depois de 30 anos?


O senhor não acha que o país tem que olhar para esse passado?


ROCHA PAIVA:
Então vamos olhar para os dois lados do passado. Se a presidente, se o senhor Franklin Martins e gente que a gente não sabe que participou do planejamento. Da execução, a gente já sabe, mas do planejamento e do apoio não. Quem é que participou dos comitês dos julgamentos que resultaram no justiçamento, assassinato dos próprios companheiros, quem participou? Por que eu não posso saber? Eu só vou ter que saber quem for agente do Estado? Eu não acho isso justo...


General, os senhores tiveram 25 anos de poder. Eles eram seus inimigos. Se vocês não têm a informação, é porque a informação não existe. Ou vocês não foram capazes de apurar.


ROCHA PAIVA:
A informação pode ser, a senhora não quer que apure? Então, eu quero que apure o outro lado também. A senhora está sendo maniqueísta, a senhora está sendo facciosa já que vai haver a comissão da verdade, veja bem - eu sou contra a existência - mas agora que vai haver que investigue os dois lados. Quem eram os terroristas mataram no Araguaia?


E quem matou as pessoas, os guerrilheiros que estavam no Araguaia?


ROCHA PAIVA:
Vamos botar na comissão da verdade todos. Os dois lados. A senhora está insistindo que se faça um lado. Estou dizendo: vamos os dois. A senhora está sendo facciosa, eu não. Eu estou dizendo que eu quero os dois lados. A senhora está dizendo que é um só.


Os militares assumiram o poder e usaram o Estado contra as pessoas. Ninguém jamais foi preso, ninguém jamais foi condenado, o Exército nunca reconheceu quem torturou. O senhor não acha que quando se faz isso não pode ficar claro o conluio do Exército com torturadores?


ROCHA PAIVA:
Quem é que vai afirmar quem torturou? Outra coisa: a senhora falou que o Exército atuava contra as pessoas. Não. O Estado, e não era só o Exército, o Estado, seus órgãos policiais atuaram, não  foi contra pessoas, tanto que a população apoiou quem? O governo. A população não apoiou a luta armada. Eles viviam homiziados, escondidos, porque, se aparecessem na rua, às vezes, eram denunciados. Tinham que estar todos camuflados, escondidos. Por que? Porque a população apoiou, apoiou fortemente o Estado contra a luta armada. A senhora fala em ditadura, tortura, me diga uma democracia, um organismo internacional que tenha reconhecido qualquer grupo da luta armada como estando defendendo a liberdade, ou representando parte do povo brasileiro. Não tem. Eu fui observador militar da ONU em El Salvador e a FMLN foi reconhecida; os representantes dos vietcongs, nas conversações em Paris, existiam. E era uma luta armada. Agora, no Brasil, não houve nenhum grupo. A senhora fala em ditadura, eu falo em regime autoritário. Regime autoritário, Hannah Arendt diferenciou bem de regime totalitário. Regime autoritário limita a liberdade individual, limita a liberdade de expressão, limita a liberdade política. Mas no Brasil nós tínhamos Grupo Opinião de Teatro, tínhamos peças teatrais que condenavam a ditadura, tínhamos músicas de protesto, tínhamos festivais da canção, tínhamos o Pasquim, tinhamos o Febeapá.


No Pasquim todo mundo foi preso!


ROCHA PAIVA:
É o que digo, limitada a liberdade. Não deixaram de existir. O Pasquim deixou de existir depois do regime militar. Então, eles existiam. As livrarias vendiam livros de Marx, Engels, Lênin, Trotsky. Que ditadura totalitária é essa? Existia uma oposição que disputava eleição, ganhava e perdia eleição, que tinha espaço nos jornais. Eu via Ulysses Guimarães sempre falando e criticando. Que ditadura totalitária é essa?


Então, o senhor concorda com os 25 anos de regime militar...


ROCHA PAIVA:
Eu concordo com os 25 anos, sem dúvida! Podia ser talvez menos um pouco.


O senhor começou a sua carreira exatamente no ano em que aumentou a repressão.


ROCHA PAIVA:
Aumentou a luta armada! Aumentou a luta armada. A repressão é consequência da luta armada.


Com o AI-5, o regime se aprofundou e aumentou, portanto, os casos de desaparecidos e os casos de mortos, o caso Rubens Paiva, por exemplo, acontece em 71. O senhor fez a carreira nessa época, nunca ouviu sequer falar que havia tortura dentro dos...


ROCHA PAIVA:
Miriam, sempre se falou. Agora, me diz uma coisa: quando é que não houve tortura no Brasil? Houve tortura em Getúlio? Houve. Houve tortura no tempo da democracia? Houve. Houve tortura no regime militar? Houve. Está havendo tortura agora? Está. O Brasil é condenado na ONU, ou é acusado na ONU, por violação de direitos humanos por agentes do Estado, do Estado democrático de direito. A senhora quer fazer um cálculo comigo? A senhora pega o livro "Brasil, nunca mais". Arquidiocese de São Paulo. Insuspeita. Arquidiocese de São Paulo, dom Paulo Evaristo Arns. Fizeram pesquisas nos arquivos do STM. Levantaram, antes de 1995, portanto antes da lei de indenização Bolsa-ditadura. Levantaram 1.918 torturados. Se a senhora dividir isso por dez anos, e eu só estou considerando o tempo da luta armada, porque se for 20 anos é muito menos. Dez anos de luta armada, doze meses no ano e trinta dias, a senhora vai ter menos de um torturado por dia. Aí, a senhora vai para depois de 1995, o livro do Chievenatto, em 2004, aí já tinha saído a Bolsa-ditadura. Portanto, todo mundo que entrou em Doi-Codi, tá certo?, Até pra prestar um depoimento, por ser testemunha está dizendo que foi torturado. Aí esse número de 1918, depois que sai o Bolsa-ditadura, sobe pra 20 mil torturados. Se a senhora fizer essa mesma conta que eu fiz, a senhora vai chegar a seis torturados por dia. Então uma média de meio torturado por dia, se é que se pode se dizer assim, e seis. A senhora vai ter em torno de quatro torturados por dia por conta da luta armada. Miriam, se nós formos, agora, em qualquer presídio nesse Brasil inteiro, vamos encontrar muito mais gente sendo torturada agora. Por que ninguém se sensibiliza com isso? Sabe por quê? Por que quem está sendo preso agora, está sendo torturado não defende ideia marxista-leninista, não é da classe média, não é filho de deputado, não é artista. A esquerda radical, revanchista, hipócrita e incoerente se solidariza com esse pessoal do outro tempo. E olham que eram quatro por dia, no máximo, tá certo? Eu não estou tirando a hediondez do crime! Eu estou mostrando que isso está acontecendo agora, e ninguém se incomoda. Esses que estão sendo agora torturados, não vão ser indenizados, como foram aqueles que foram presos no tempo do regime militar. Então, isso é injustiça.

O senhor não acha que é mais inteligente da parte das Forças Armadas admitirem que houve o erro? Até para preservar o nome da instituição, dizer que a instituição, como um todo não concordava com os desvios que aconteceram no Doi-Codi, na Polícia do Exército, em todos esses aparelhos de tortura instalados dentro das organizações ?
ROCHA PAIVA: Eu não vejo por  que pedir perdão, se não houve nenhuma cisão social remanescente do regime militar. Quando saiu o regime militar, que começaram a fazer pesquisas, as Forças Armadas já estavam no topo das instituições de maior credibilidade do país, acima até da imprensa. Então, por que essa instituição precisa pedir perdão?
Porque é crime general, porque é crime.
ROCHA PAIVA: Não, não. Foi anistiado, foi anistiado, eu insisto nisso. Foi anistiado, então parou aí. Vamos investigar o que aconteceu? Vamos. Mas está anistiado. Não tem que pedir perdão coisa nenhuma. É interessante a hipocrisia da nossa sociedade. Bate palma e aplaude o "Tropa de Elite". Eu acho hipócrita. Eu faço a pergunta assim, de chofre: se um filho seu ou um neto seu for sequestrado, e a policia botar a mão no sequestrador que sabe onde está o esconderijo dele e aí? ... A senhora demorou a responder.
Estou esperando até onde o senhor vai ...
ROCHA PAIVA: A senhora demorou a responder. Então o que eu digo é hipocrisia.
Não estou aqui para responder. Estou para fazer perguntas. Eu pergunto, o senhor responde.
ROCHA PAIVA: Não é um programa de debate?
Não. Eu não estou debatendo com o senhor. Estou apresentando questões que são colocadas por pessoas que discordam do senhor...
ROCHA PAIVA: Eu estou respondendo. Eu estou, num programa de entrevistas, fazendo uma pergunta. Não pode? Não pode?
Estou querendo saber sobre o Exército. Se não é melhor ele admitir que houve desvio, houve tortura. E, portanto, ele não torturará mais...
ROCHA PAIVA: Ô, Miriam...Vai na livraria, você, lógico que já leu...Dezenas de livros que contam sobre tortura. Precisa admitir? Precisa admitir? Tá lá escrito. Quem quiser, que acredite. Quem não quiser, não acredite. Certo? Então. Tá escrito. Não precisa admitir. A sociedade cobraria das Forças Armadas, se ela não tivesse colocada as Forças Armadas no topo das instituições de credibilidade. Então, se houve violações naquele momento, a sociedade já perdoou. Se não ela não estaria lá no topo das instituições de credibilidade, acima até da imprensa...
Eu acho que agora é um outro Exército...
ROCHA PAIVA: Não. É o mesmo.
É o mesmo Exército que torturou?
ROCHA PAIVA: A senhora que está falando em tortura. Eu estou dizendo o seguinte: Quem evoluiu, foi o país. E o Exército evoluiu junto do país. Todos os presidentes militares falavam de redemocratização e admitiram que era um Estado de exceção. Eu listo para a senhora 16 crises político-militares envolvendo militar, partido político, o Exército dividido. De 22 a 64, existem 16 crises militares. Aí vem 1964, revolução de 31 de março. Luta armada. Dez anos depois, redemocratização  e abertura. Me diga uma crise político-militar que teve no país depois disso. Por que? Porque a Revolução se encarregou de separar o militar da política, por isso automaticamente reforçou as instituições do país, os poderes nacionais e nunca mais houve uma crise político-militar no país. Então, um dos grandes feitos do regime militar foi afastar as Forças Armadas da política e isso é uma das causas da nossa democracia estar estável hoje.
Eu queria que o senhor fizesse uma reflexão sobre o fato de que, nos outros países, houve punição, prisão de torturador e até responsabilidade de comandantes, como, por exemplo, o general Videla, que foi presidente da Argentina, ou Pinochet, que foi presidente do Chile. Eu queria que o senhor falasse sobre isso. Por que eles usaram esse caminho e nós, não?
ROCHA PAIVA: Primeiramente, nos três países, tanto Argentina, Uruguai e Chile, eles cometeram uma falha. A anistia lá não foi ampla, geral e irrestrita. A anistia lá foi para os agentes do Estado. Então, com isso, a anistia se esvaziou. Só que no Uruguai fizeram um referendo e o povo uruguaio foi a favor da manutenção da anistia. Na Argentina e no Chile, a luta armada foi muito mais violenta que no país, do que no Brasil. Então, são condições diferentes, são países diferentes. São países com a veia espanhola muito radical e muito açodada e são condições diferentes do país. Cada país escolhe o seu caminho.
O que o senhor acha da Operação Condor que unia os países do Cone Sul, inclusive o Brasil, em troca de prisioneiros, em troca de informação, em troca de técnicas de tortura? E também o que acha da operação Oban, que uniu líderes empresariais com as Forças Armadas?
ROCHA PAIVA: A senhora está falando em convênio de países para enfrentar problemas comuns? Tinha um convênio entre os países da cortina de ferro para enfrentar problemas comuns. Os Estados Unidos têm a Otan. Hoje, os Estados Unidos têm convênios com vários países para a questão do terrorismo. Os grupos de esquerda armados, revolucionários, tinham ligações internacionais também; então, é mais que natural, essas ligações internacionais para troca de informações, certo? Para trocar informações operacionais e também da parte doutrinária.
O senhor acha que a Operação Condor foi apenas um acordo entre os países? O senhor acha normal?
ROCHA PAIVA: Ah, sim, isso existe hoje, isso existe hoje. Nós temos reuniões bilaterais de inteligência, de doutrina. E não é só reunião bilateral no campo militar, não. Tem relação bilateral no campo da indústria, do comércio, certo? Isso é normal entre os países. E eles enfrentaram problemas comuns. Os grupos armados de esquerda no Brasil, eles também tinham ligações internacionais, só que isso aí ninguém fala.
E a Oban?
ROCHA PAIVA: A Oban eu não tenho conhecimento. Eu sei que...Eu não sei nem em que ano começou. Sinceramente,se eu soubesse eu diria.

O Vladimir Herzog era diretor de uma emissora, não era guerrilheiro. Ele foi se apresentar para depor e morreu.


ROCHA PAIVA:
E quem disse que ele foi morto pelos agentes do Estado? Isso há controvérsias. Há uma controvérsia quando a isso aí. Quem disse que ele foi morto pelos agentes do Estado? Ninguém pode afirmar. 


ROCHA PAIVA:
Se não foram os militares que mataram Vladimir Herzog, por que os militares que estavam lá naquele momento não aparecem na comissão da Verdade?


ROCHA PAIVA:
Existe um inquérito e está escrito no inquérito. Chame os oficiais que estão ali. Se é que tinha algum oficial, se não era gente da Policia Federal, da Policia Militar ou da Policia Civil. Chame a pessoa e consulte. Agora, chame também quem pode ter mandado matar ou quem pode ter dado a ordem para assassinar o capitão Chandler, assassinado na frente do seu filho. Chegaram na cabeça dele e deram mais de vinte tiros na cabeça dele. Isso na frente do filho dele. Quem fez, a gente sabe. Mas quem planejou e apoiou. A gente não sabe, precisa saber. Foi a ALN. Quem era da ALN? O nosso senador Aloysio. O senador que foi relator da Comissão da Verdade, do projeto de lei. Aloysio Nunes Ferreira. Ele era da ALN. Será que ele não tem alguma coisa? Vamos chamar o senador na Comissão da Verdade? Sim. Por que não? Vamos chamar a presidente Dilma? Ela era da VAR-Palmares. E a VAR-Palmares foi a que lançou o carro-bomba que matou o soldado Mario Kozel Filho. Ela era da parte de apoio. Será que ela participou do apoio a essa operação? A comissão da Verdade não vai chamá-la, por quê? Entende? Minha posição é essa.

 


PINDORAMA ESTÁ FICANDO MUITO PARECIDA COM CUBA



Forças Armadas vão punir os cem militares que assinaram o manifesto...




Enviado por Francisco Vianna

Eles contestaram a autoridade do ministro da Defesa, Celso Amorim

Evandro Éboli

BRASÍLIA - O ministro da Defesa, Celso Amorim, decidiu, nesta quarta-feira, em conversa com os três comandantes militares, que os cem oficiais da reserva que assinaram o manifesto "Alerta à Nação - eles que venham, aqui não passarão" serão repreendidos por suas respectivas forças.

A punição pela indisciplina depende do regulamento de cada um, do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, e varia de uma simples advertência até a exclusão da força. Mesmo militares da reserva podem ser excluídos.

TEXTO COMPLETO



Nesse texto, os militares da reserva criticaram a interferência do governo no site do Clube Militar e o veto a um texto ali publicado que critica a presidente Dilma Rousseff e duas ministras.

Nesse "Alerta à Nação", os oficiais afirmam não reconhecer "qualquer tipo de autoridade ou legitimidade” de Celso Amorim.

"Em uníssono, reafirmamos a validade do conteúdo do Manifesto publicado no site do Clube Militar, a partir do dia 16 de fevereiro, e dele retirado, segundo o publicado em jornais de circulação nacional, por


Essa é a "democracia" pela qual as organizações pegaram em armas nas décadas de 60/70? Se as ameaças forem concretizadas, os mili- tares serão presos políticos por "crimes de opinião". Obs www.aveadesufocada.com
A atualização das adesões continuará a ser feita três vezes ao dia, inclusive de civis.
ordem do Ministro da Defesa, a quem não reconhecemos qualquer tipo de autoridade ou legitimidade", diz o documento.

Como no manifesto vetado no site do Clube Militar, o documento de terça-feira também critica a criação da Comissão da Verdade.

"A aprovação da Comissão da Verdade foi um ato inconsequente, de revanchismo explícito e de afronta à Lei da Anistia com o beneplácito, inaceitável, do atual governo".

O texto publicado no site do Clube Militar atribuía à ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Maria do Rosário, e à ministra da Secretaria Especial de Política para as Mulheres, Eleonora Menicucci, declarações que estariam a serviço do que classificaram de "minoria sectária", disposta a reabrir feridas do passado.

O primeiro manifesto polêmico foi assinado pelos presidentes do Clube Militar, Renato Cesar Tibau Costa; do Clube Naval, Ricardo Cabral; e do Clube da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista, todos já na reserva.

No texto, dizem que Rosário vem apregoando a possibilidade de apresentação de ações judiciais para criminalizar agentes da repressão, enquanto Eleonora teria usado a cerimônia de posse — em 10 de fevereiro — para tecer "críticas exacerbadas aos governos militares", sendo aplaudida por todos, até pela presidente. Eleonora foi presa durante a ditadura militar e, na cadeia, conheceu Dilma.

O texto diz ainda que o Clube Militar não se intimida e continuará atento e vigilante e diz que as Forças Armadas são a instituição com maior credibilidade na opinião pública.


                                   O MANIFESTO

      "ELES QUE VENHAM. POR AQUI NÃO PASSARÃO!”

Este é um alerta à Nação brasileira, assinado por homens cuja existência foi marcada por servir à Pátria, tendo como guia o seu juramento de por ela, se preciso for, dar a própria vida. São homens que representam o Exército das gerações passadas e são os responsáveis pelos fundamentos em que se alicerça o Exército do presente.

Em uníssono, reafirmamos a validade do conteúdo do Manifesto publicado no site do Clube Militar (leia aqui), a partir do dia 16 de fevereiro próximo passado, e dele retirado, segundo o publicado em jornais de circulação nacional, por ordem do Ministro da Defesa, a quem não reconhecemos qualquer tipo de autoridade ou legitimidade para fazê-lo.

Texto completo

O Clube Militar é uma associação civil, não subordinada a quem quer que seja, a não ser a sua Diretoria, eleita por seu quadro social, tendo mais de cento e vinte anos de gloriosa existência. Anos de luta, determinação, conquistas, vitórias e de participação efetiva em casos relevantes da História Pátria.
A fundação do Clube, em si, constituiu-se em importante fato histórico, produzindo marcas sensíveis no contexto nacional, ação empreendida por homens determinados, gerada entre os episódios sócio-políticos e militares que marcaram o final do século XIX. Ao longo do tempo, foi partícipe de ocorrências importantes como a Abolição da Escravatura, a Proclamação da República, a questão do petróleo e a Contra-revolução de 1964, apenas para citar alguns.

O Clube Militar não se intimida e continuará atento e vigilante, propugnando comportamento ético para nossos homens públicos, envolvidos em chocantes escândalos em série, defendendo a dignidade dos militares, hoje ferida e constrangida com salários aviltados e cortes orçamentários, estes últimos impedindo que tenhamos Forças Armadas (FFAA) a altura da necessária Segurança Externa e do perfil político-estratégico que o País já ostenta. FFAA que se mostram, em recente pesquisa, como Instituição da mais alta confiabilidade do Povo brasileiro (pesquisa da Escola de Direito da FGV-SP).

O Clube Militar, sem sombra de dúvida, incorpora nossos valores, nossos ideais, e tem como um de seus objetivos defender, sempre, os interesses maiores da Pátria.
Assim, esta foi a finalidade precípua do manifesto supracitado que reconhece na aprovação da “Comissão da Verdade” ato inconseqüente de revanchismo explícito e de afronta à lei da Anistia com o beneplácito, inaceitável, do atual governo.

Assinam, abaixo, os Oficiais Generais por ordem de antiguidade e os Oficiais superiores por ordem de adesão.


OFICIAIS GENERAIS


Gen Gilberto Barbosa de Figueiredo

Gen Amaury Sá Freire de Lima
Gen Cássio Cunha
Gen Ulisses Lisboa Perazzo Lannes
Gen Marco Antonio Tilscher Saraiva
Gen Aricildes de Moraes Motta
Gen Tirteu Frota
Gen César Augusto Nicodemus de Souza
Gen Marco Antonio Felício da Silva
Gen Bda Newton Mousinho de Albuquerque
Gen Paulo César Lima de Siqueira
Gen Manoel Theóphilo Gaspar de Oliveira
Gen Elieser Girão Monteiro


OFICIAIS SUPERIORES


T Cel Carlos de Souza Scheliga
Cel Carlos Alberto Brilhante Ustra
Cel Ronaldo Pêcego de Morais Coutinho
Capitão-de-Mar-e-Guerra Joannis Cristino Roidis
Cel Seixas Marques
Cel Pedro Moezia de Lima
Cel Cláudio Miguez
Cel Yvo Salvany
Cel Ernesto Caruso
Cel Juvêncio Saldanha Lemos
Cel Paulo Ricardo Paiva
Cel Raul Borges
Cel Rubens Del Nero
Cel Ronaldo Pimenta Carvalho
Cel Jarbas Guimarães Pontes
Cel Miguel Netto Armando
Cel Florimar Ferreira Coutinho
Cel Av Julio Cesar de Oliveira Medeiros
Cel.Av.Luís Mauro Ferreira Gomes
Cel Carlos Rodolfo Bopp
Cel Nilton Correa Lampert
Cel Horacio de Godoy
Cel Manuel Joaquim de Araujo Goes
Cel Luiz Veríssimo de Castro
Cel Sergio Marinho de Carvalho
Cel Antenor dos Santos Oliveira
Cel Josã de Mattos Medeiros
Cel Mario Monteiro Campos
Cel Armando Binari Wyatt
Cel Antonio Osvaldo Silvano
Cel Alédio P. Fernandes
Cel Francisco Zacarias
Cel Paulo Baciuk
Cel Julio da Cunha Fournier
Cel Arnaldo N. Fleury Curado
Cel Walter de Campos
Cel Silvério Mendes
Cel Luiz Carvalho Silva
Cel Reynaldo De Biasi Silva Rocha
Cel Wadir Abbês
Cel Flavio Bisch Fabres
Cel Flavio Acauan Souto
Cel Luiz Carlos Fortes Bustamante Sá
Cel Plotino Ladeira da Matta
Cel Jacob Cesar Ribas Filho
Cel Murilo Silva de Souza
Cel Gilson Fernandes
Cel José Leopoldino
Cel Evani Lima e Silva
Cel Antonio Medina Filho
Cel José Eymard Bonfim Borges
Cel Dirceu Wolmann Junior
Cel Sérgio Lobo Rodrigues
Cel Jones Amaral
Cel Moacyr Mansur de Carvalho
Cel Waine Canto
Cel Moacyr Guimarães de Oliveira
Cel Flavio Andre Teixeira
Cel Nelson Henrique Bonança de Almeida
Cel Roberto Fonseca
Cel Jose Antonio Barbosa
Cel Cav Ref Jomar Mendonça
Cel Nilo Cardoso Daltro
Cel Carlos Sergio Maia Mondaini
Cel Nilo Cardoso Daltro
Cel Vicente Deo
Cel Av Milton Mauro Mallet Aleixo
Cel José Roberto Marques Frazão
Cel Luiz Solano
Cel Flavio Andre Teixeira
Cel Jorge Luiz Kormann
Cel Aluísio Madruga de Moura e Souza
Cel Aer Edno Marcolino
Cel Paulo Cesar Romero Castelo Branco
Cel CARLOS LEGER SHERMAN PALMER
Capitão-de-Mar-e-GuerraCesar Augusto Santos Azevedo
TCel Osmar José de Barros Ribeiro
T Cel Mayrseu Cople Bahia
TCel José Cláudio de Carvalho Vargas
TCel Aer Jorge Ruiz Gomes.
TCel Aer Paulo Cezar Dockorn
Cap de Fragata Rafael Lopes Matos
Maj Paulo Roberto Dias da Cunha


OFICIAIS SUBALTERNOS


2º Ten José Vargas Jiménez



Íntegra da nota dos clubes militares, que foi retirada do ar


“Dirijo-me também aos partidos de oposição e aos setores da sociedade que não estiveram conosco nesta caminhada. Estendo minha mão a eles. De minha parte, não haverá discriminação, privilégios ou compadrio.

A partir da minha posse, serei ‘presidenta’ de todos os brasileiros e brasileiros, respeitando as diferenças de opinião, de crença e de orientação política”.

No dia 31 de outubro de 2010, após ter confirmada a vitória na disputa presidencial, a Sra. Dilma Roussef proferiu um discurso, do qual destacamos o parágrafo acima transcrito.

Era uma proposta de conduzir os destinos da nação como uma verdadeira estadista.

Logo no início do seu mandato, os Clubes Militares transcreveram a mensagem que a então candidata enviara aos militares da ativa e da reserva, pensionistas das Forças Armadas e aos associados dos Clubes. Na mensagem a candidata assumia vários compromissos. Ao transcrevê-la, os Clubes lhe davam um voto de confiança, na expectativa de que os cumprisse.

Ao completar o primeiro ano do mandato, paulatinamente, vê-se a Presidente afastando-se das premissas por ela mesma estipuladas. Parece que a preocupação em governar para uma parcela da população sobrepuja-se ao desejo de atender aos interesses de todos os brasileiros.

Especificamente na semana próxima passada, e por três dias consecutivos, pode-se exemplificar a assertiva acima citada.

Na quarta-feira, 8 de fevereiro, a Ministra da Secretaria de Direitos Humanos concedeu uma entrevista à repórter Júnia Gama, publicada no dia imediato no jornal Correio Braziliense, na qual mais uma vez asseverava a possibilidade de as partes que se considerassem ofendidas por fatos ocorridos nos governos militares pudessem ingressar com ações na justiça, buscando a responsabilização criminal de agentes repressores, à semelhança ao que ocorre em países vizinhos.

Mais uma vez esta autoridade da República sobrepunha sua opinião à recente decisão do STF, instado a opinar sobre a validade da Lei da Anistia. E, a Presidente não veio ao público para contradizer a subordinada.
Dois dias depois, tomou posse como Ministra da Secretaria de Política para as Mulheres a Sra. Eleonora Menicucci. Em seu discurso a Ministra, em presença da Presidente, teceu críticas exacerbadas aos governos militares e, se auto-elogiando, ressaltou o fato de ter lutado pela democracia (sic), ao mesmo tempo em que homenageava os companheiros que tombaram na refrega.
 

A platéia aplaudiu a fala, incluindo a Sra. Presidente. Ora, todos nós sabemos que o grupo ao qual pertenceu a Sra. Eleonora conduziu suas ações no sentido de implantar, pela força, uma ditadura, nunca tendo pretendido a democracia.
Para finalizar a semana, o Partido dos Trabalhadores, ao qual a Presidente pertence, celebrou os seus 32 anos de criação. Na ocasião, foram divulgadas as Resoluções Políticas tomadas pelo Partido. Foi dado realce ao item que diz que o PT estará
empenhado, junto com a sociedade (?), no resgate de nossa memória da luta pela democracia (sic) durante o período da ditadura militar. Pode-se afirmar que a assertiva é uma falácia, posto que, quando de sua criação, o governo já promovera a abertura política, incluindo a possibilidade de fundação de outros partidos políticos, encerrando o bi-partidarismo.
Os Clubes Militares expressam a preocupação com as manifestações de auxiliares da Presidente sem que ela, como a mandatária maior da nação, venha a público expressar desacordo com a posição assumida por eles e pelo partido ao qual é filiada e aguardam com expectativa positiva a postura de Presidente de todos os brasileiros e não de minorias sectárias ou de partidos políticos
. Rio de Janeiro, 16 de fevereiro de 2012

                         Comentário

                                             Marco Antonio dos Santos

P
arece-me que o governo petista começa a errar onde alega que os militares erraram: censurando e punindo. Diariamente, os noticiários nos mostram pessoas morrendo às portas de hospitais; falta de médicos e medicamentos em hospitais onde impera a propaganda; cadeias que são verdadeiros depósitos de presos de fazer inveja a Auschwitz; crianças caminhando léguas para ir à escola; outras catando sua dose diária de nutrientes e proteínas em lixões de periferias; favelas onde se amontoam milhares de famílias sendo incendiadas, tudo isso, e muito mais, Brasil afora, levando a crer que o maior genocida do país é o Estado.

Assim, parece um tremendo contra-senso ou a existência de mais interesses escusos, mais um entre as centenas de escândalos que corroem o país, a existência de uma secretaria de Direitos Humanos, nas mãos de uma autoridade que, na aparência, parece instilar raiva e ódio a todo instante, instalando uma comissão da verdade, para punir "desvios ocorridos nos citados direitos em certo período da história do Brasil".

Alegam que os cidadãos têm direito à verdade, embora os supostos detratores das garantias individuais, como Instituição, detêm os maiores índices de aprovação justamente por quem teria sido oprimido por uma "ditadura sanguinária".

Afirmam que as Forças Armadas de hoje não são as mesmas de antes. Oras, não são mesmo. Assim como a sociedade também não é a mesma. Ou vamos voltar no tempo para alguns segmentos e para outros não?
Aqueles que imaginam que isso possa fazer parte da evolução das sociedades nacionais podem estar cometendo um tremendo erro de avaliação, pois ao condenar o passado – abrindo armários onde imaginam haver esqueletos – pode-se estar correndo o risco de deixar "ovos de serpente", entre os que atualmente integram o presente das Instituições armadas.

Os militares de hoje, que porventura pensem que somente serão levados aos tribunais os velhos moribundos, não devem se esquecer que amanhã novos moinhos de vento podem ser imaginados e, bem, o efeito Orloff é bastante conhecido neste país.
Fácil entender que a tal comissão da verdade pode estar atacando aqueles que justamente garantem a existência dela. Ou será que cumprem, sem ao menos saber,
os ditames subliminares de um imperialismo que condenavam, desarmando o Brasil em corações e mentes?

Seria algo como um mafioso tentando prender e punir seus próprios guarda-costas. Ou o dono de um Pitt Bull que todo dia espanca o animal até que um dia este o morde.
Mas...


Marco Antonio dos Santos
Professor e empresário





Infelizmente, isto aqui está cada vez mais parecido com a ilha-cárcere dos irmãos Castro.

Se o OTARIADO nacional não reagir, vamos de mal a pior...

O Brasil nunca precisou tanto de reacionários (gente com capacidade de REAGIR).
                         
                          
                    Francisco Vianna

                                                                March 01, 2012


quinta-feira, 1 de março de 2012

Chávez sofre hemorragia, já controlada, dizem jornalistas

Problema teria sido causado pelo dreno, segundo
Nelson Bocaranda
Com agências internacionais


Mais cedo presidente disse no Twitter que estava se recuperando bem: pouca informação aumenta mistério sobre doença de venezuelano

Reuters

HAVANA — Apesar da avaliação otimista oficial do procedimento realizado na última segunda-feira em Cuba, jornalistas sugerem nesta quinta-feira um quadro bastante complicado para o presidente Hugo Chávez. O venezuelano teria sofrido uma hemorragia na última noite. Por telefone e Twitter, Chávez diz estar se recuperando bem.

Em seus blogs, o colunista do GLOBO Merval Pereira e o blogueiro venezuelano Nelson Bocaranda revelaram uma suposta hemorragia interna de Chávez. Segundo Merval Pereira, o presidente não pôde ser operado por problemas de saúde, mas Bocaranda conta um outro desfecho. De acordo com o jornalista do “El Universal”, a lesão, causada por um dreno, foi estancada e não foi necessária uma cirurgia.

Pouco depois do anúncio da suposta hemorragia, Chávez falou por telefone em uma rádio estatal e disse estar “feliz e maravilhado”, comentou um programa social do governo de Caracas e afirmou que já estava andando e que comeu iogurte pela manhã. Mais cedo o presidente rompeu o silêncio ao postar em sua conta que já estava se recuperando.

"Envio a vocês todo o meu amor supremo. Nós viveremos e nos recuperaremos", escreveu entusiasmado o líder socialista de 57 anos na rede social, "Aqui vou eu, planando como o condor".
Esteroides teriam piorado saúde do presidente, dizem fontes

Exames realizados no hospital Cimeq, o mais renomado de Havana, mostraram que os esteroides usados pelo presidente da Venezuela para melhorar sua aparência durante o tratamento de câncer e voltar a fazer aparições públicas pioraram seu quadro de saúde, revelou na quarta-feira Bocaranda, em sua página na internet.

Segundo Bocaranda, na avaliação de um médico brasileiro que faz parte da equipe responsável pelo acompanhamento do caso do presidente, o uso deste recurso foi contraproducente.

De acordo com o blogueiro, essa é também a análise de outros oncologistas do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, que atribuem ao abuso desse elemento o rápido avanço do tumor encontrado.

E, com base nessa interpretação, o presidente não poderá, ao menos por enquanto, fazer uso de esteroides para melhorar o semblante em eventos públicos.

Bocaranda relata que Chávez teria sido submetido a duas cirurgias, a primeira seria uma intervenção cirúrgica para aprimorar o diagnóstico, e a segunda, de extração da lesão, realizada na manhã de terça-feira. Ele afirma ainda que foram feitas várias biópsias de diferentes órgãos. O jornalista conta que, com o resultado dos exames, a equipe médica verificará se será necessário retomar as sessões de quimioterapia a partir de abril. Essa opção representaria uma real preocupação para o comando de campanha do candidato à reeleição, pois os efeitos do coquetel químico ficariam bastante evidentes.

Especialistas afirmam que enfrentar o câncer pela segunda vez pode, de um lado, despertar uma onda de solidariedade em relação ao presidente, mas, de outro lado, caso pareça enfraquecido pelo tratamento, pode torná-lo vulnerável a dúvidas sobre sua capacidade de governar em um novo mandato de seis anos.
01/03/12

Parabéns, Rio de Janeiro! 447 anos!






Valsa de uma cidade

(Ismael Netto e Antônio Maria)


Vento do mar e o meu rosto no sol a queimar, queimar
Calçada cheia de gente a passar e a me ver passar
Rio de Janeiro, gosto de você
Gosto de quem gosta
Deste céu, deste mar, desta gente feliz

Bem que eu quis escrever um poema de amor
E o amor estava em tudo
o que vi
Em tudo quanto eu amei
E no poema que eu fiz
Tinha alguém mais feliz
que eu
O meu amor
Que não me quis


quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

“ELES QUE VENHAM. POR AQUI NÃO PASSARÃO!”





Novo manifesto de militares da reserva


Este é um alerta à Nação brasileira, assinado por homens cuja existência foi marcada por servir à Pátria, tendo como guia o seu juramento de por ela, se preciso for, dar a própria vida. São homens que representam o Exército das gerações passadas e são os responsáveis pelos fundamentos em que se alicerça o Exército do presente.

Em uníssono, reafirmamos a validade do conteúdo do Manifesto publicado no site do Clube Militar, a partir do dia 16 de fevereiro próximo passado, e dele retirado, segundo o publicado em jornais de circulação nacional, por ordem do Ministro da Defesa, a quem não reconhecemos qualquer tipo de autoridade ou legitimidade para fazê-lo.
O Clube Militar é uma associação civil, não subordinada a quem quer que seja, a não ser a sua Diretoria, eleita por seu quadro social, tendo mais de cento e vinte anos de gloriosa existência. Anos de luta, determinação, conquistas, vitórias e de participação efetiva em casos relevantes da História Pátria.

A fundação do Clube, em si, constituiu-se em importante fato histórico, produzindo marcas sensíveis no contexto nacional, ação empreendida por homens determinados, gerada entre os episódios sócio-políticos e militares que marcaram o final do século XIX. Ao longo do tempo, foi partícipe de ocorrências importantes como a Abolição da Escravatura, a Proclamação da República, a questão do petróleo e a Contra-revolução de 1964, apenas para citar alguns.

O Clube Militar não se intimida e continuará atento e vigilante, propugnando comportamento ético para nossos homens públicos, envolvidos em chocantes escândalos em série, defendendo a dignidade dos militares, hoje ferida e constrangida com salários aviltados e cortes orçamentários, estes últimos impedindo que tenhamos Forças Armadas (FFAA) a altura da necessária Segurança Externa e do perfil político-estratégico que o País já ostenta. FFAA que se mostram, em recente pesquisa, como Instituição da mais alta confiabilidade do Povo brasileiro (pesquisa da Escola de Direito da FGV-SP).

O Clube Militar, sem sombra de dúvida, incorpora nossos valores, nossos ideais, e tem como um de seus objetivos defender, sempre, os interesses maiores da Pátria.

Assim, esta foi a finalidade precípua do manifesto supracitado que reconhece na aprovação da “Comissão da Verdade” ato inconseqüente de revanchismo explícito e de afronta à lei da Anistia com o beneplácito, inaceitável, do atual governo.

Assinam, abaixo, os Oficiais Generais por ordem de antiguidade e os Oficiais superiores por ordem de adesão.


OFICIAIS GENERAIS

Gen Gilberto Barbosa de Figueiredo
Gen  Amaury Sá Freire de Lima
Gen Cássio Cunha
Gen Ulisses Lisboa Perazzo Lannes
Gen Marco Antonio Tilscher Saraiva
Gen Aricildes de Moraes Motta
Gen Tirteu Frota
Gen César Augusto Nicodemus de Souza
Gen Marco Antonio Felício da Silva
Gen Bda Newton Mousinho de Albuquerque
Gen Paulo César Lima de Siqueira
Gen Manoel Theóphilo Gaspar de Oliveira
Gen Elieser Girão Monteiro

OFICIAIS SUPERIORES

T Cel Carlos de Souza Scheliga
Cel Carlos Alberto Brilhante Ustra
Cel Ronaldo Pêcego de Morais Coutinho
Capitão-de-Mar-e-Guerra Joannis Cristino Roidis
Cel Seixas Marques
Cel Pedro Moezia de Lima
Cel Cláudio Miguez
Cel Yvo Salvany
Cel Ernesto Caruso
Cel Juvêncio Saldanha Lemos
Cel Paulo Ricardo Paiva
Cel Raul Borges
Cel Rubens Del Nero
Cel Ronaldo Pimenta Carvalho
Cel Jarbas Guimarães Pontes
Cel Miguel Netto Armando
Cel Florimar Ferreira Coutinho
Cel Av Julio Cesar de Oliveira Medeiros
Cel.Av.Luís Mauro Ferreira Gomes
Cel Carlos Rodolfo Bopp
Cel Nilton Correa Lampert
Cel Horacio de Godoy
Cel Manuel Joaquim de Araujo Goes
Cel Luiz Veríssimo de Castro
Cel  Sergio Marinho de Carvalho
Cel Antenor dos Santos Oliveira
Cel Josã de Mattos Medeiros
Cel Mario Monteiro Campos
Cel Armando Binari Wyatt
Cel Antonio Osvaldo Silvano
Cel Alédio P. Fernandes
Cel Francisco Zacarias
Cel Paulo Baciuk
Cel Julio da Cunha Fournier 
Cel Arnaldo N. Fleury Curado
Cel Walter de Campos
Cel Silvério Mendes
Cel Luiz Carvalho Silva
Cel Reynaldo De Biasi Silva Rocha
Cel Wadir Abbês
Cel Flavio Bisch Fabres
Cel Flavio Acauan Souto
Cel Luiz Carlos Fortes Bustamante Sá
Cel Plotino Ladeira da Matta
Cel Jacob Cesar Ribas Filho
Cel Murilo Silva de Souza
Cel Gilson Fernandes
Cel José Leopoldino
Cel Evani Lima e Silva
Cel Antonio Medina Filho
Cel José Eymard Bonfim Borges
Cel Dirceu Wolmann Junior
Cel Sérgio Lobo Rodrigues
Cel Jones Amaral
Cel Moacyr Mansur de Carvalho
Cel Waine Canto
Cel Moacyr Guimarães de Oliveira
Cel Flavio Andre Teixeira
Cel Nelson Henrique Bonança de Almeida
Cel Roberto Fonseca
Cel Jose  Antonio  Barbosa
Cel Cav Ref Jomar Mendonça
Cel Nilo Cardoso Daltro
Cel Carlos Sergio Maia Mondaini
Cel Nilo Cardoso Daltro
Cel Vicente Deo
Cel Av Milton Mauro Mallet Aleixo
Cel José Roberto Marques Frazão
Cel Luiz Solano
Cel  Flavio Andre Teixeira
Cel  Jorge Luiz Kormann
Cel Aluísio Madruga de Moura e Souza
Cel Aer Edno Marcolino
Cel Paulo Cesar Romero Castelo Branco
Cel CARLOS LEGER SHERMAN PALMER
Capitão-de-Mar-e-GuerraCesar Augusto Santos Azevedo

TCel Osmar José de Barros Ribeiro
T Cel Mayrseu Cople Bahia
TCel  José Cláudio de Carvalho Vargas
TCel Aer Jorge Ruiz Gomes.
TCel Aer Paulo Cezar Dockorn
Cap de Fragata Rafael Lopes Matos
Maj Paulo Roberto Dias da Cunha

OFICIAIS SUBALTERNOS

2º Ten José Vargas Jiménez

29.02.2012