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quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Manifestantes invadem plenário da Câmara.




Grupo pró-intervenção militar invade plenário da Câmara



Invasores também entoaram palavras de apoio ao juiz federal Sergio Moro e cantaram o hino nacional.

Porta que dá acesso ao local foi quebrada

Por Marcela Mattos Laryssa Borges VEJA.com
Invasão no plenário da Câmara dos Deputados
Grupo pró-intervenção militar invade plenário da Câmara
(Marcela Mattos/Veja.com/)

Um grupo de manifestantes que pediam intervenção militar invadiu nesta quarta-feira o plenário da Câmara dos Deputados e provocou tumulto na Casa: os intervencionistas ocuparam a Mesa Diretora e gritaram palavras de ordem em favor da Operação Lava Jato e do juiz federal Sergio Moro. Mas o grosso do discurso foi direcionado ao que chamaram de ‘intervenção do povo’ com a ajuda dos militares. “General aqui”, bradava parte do grupo de cerca de setenta pessoas. Depois de retirar jornalistas e deputados do plenário, e de esvaziar também o Salão Verde, a Polícia Legislativa entrou no local com escudos para retirar os manifestantes que ainda estão no local (cerca de quarenta pessoas).


Porta que dá acesso ao plenário foi quebrada (VEJA)


Os parlamentares foram pegos de surpresa pelo grupo, que rapidamente tomou a tribuna. A porta de vidro que dá acesso ao plenário foi quebrada e a sessão teve de ser interrompida. “Nem eu sei o que está acontecendo. Não sei o que eles estão reivindicando”, disse Waldir Maranhão (PP-MA), que presidia a sessão, ao sair visivelmente assustado do plenário. Deputados

foram xingados, pelo menos um assessor foi agredido e, segundo o deputado Marcos Rogério (DEM-RO), pelo menos quatro manifestantes foram detidos. Parte do grupo foi hostilizada ao ser retirada do plenário aos gritos de “fascistas” e “arruaceiros”. O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que estava dentro do plenário no momento da invasão, afirmou: “O que mais pediram para mim foi intervenção militar. Defenderam a presença de um general aqui. Em seguida começaram a xingar. Estão muito alterados”.



Manifestantes invadem plenário da Câmara dos Deputados
(VEJA)

Os manifestantes leram uma pauta com cerca de 50 itens, segundo o deputado Darcisio Perondi (PMDB-RS), em que constam temas como o fim dos supersalários. A invasão se dá no dia em que a Comissão Especial da Câmara criada para analisar o pacote anticorrupção se reuniria para votar o texto. “Somos contra todos os políticos”, afirmou o manifestante Jeferson Vieira Alves. Ele nega que o movimento tenha sido articulado com outras entidades. “Sou uma pessoa sozinha e cansada. O que nós queremos é acabar com a impunidade e a corrupção no país”.

Pouco antes da ação do grupo, o procurador Deltan Dallangnol, chefe da força-tarefa da Lava Jato recorrer às redes sociais para denunciar o que chamou de manobras contra as Dez Medidas propostas pelo Ministério Público. “Notícias dão conta de que estão acontecendo manobras de líderes partidários na Câmara para mudar os deputados da Comissão que votariam a favor das 10 Medidas contra a Corrupção. Isso é um desrespeito com os mais de 2 milhões de brasileiros que assinaram o projeto de iniciativa popular. É um desrespeito com os 200 milhões de brasileiros que querem um processo de discussão e aperfeiçoamento legítimo no Legislativo – basta dizer que esses deputados ouviram mais de 100 pessoas. Não é possível simplesmente trocá-los. Sentindo-me profundamente desrespeitado, como cidadão”, escreveu.


16 nov 2016


Garotinho comandou compra de votos com ‘mão de ferro’, diz juiz



Ex-governador do Rio de Janeiro foi preso nesta quarta-feira por comandar esquema que fraudou um programa social em Campos dos Goytacazes (RJ)
Por João Pedroso de Campos
Veja.com
O ex-governador Anthony Garotinho é preso pela Polícia Federal. Na foto, Garotinho aguarda em uma sala da PF - 16/11/2016 (Wilton Junior/Estadão Conteúdo)


Na decisão em que decretou a prisão preventiva do ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, nesta quarta-feira, na Operação Chequinho, o juiz Glaucenir Silva de Oliveira, da 100ª Zona Eleitoral de Campos dos Goytacazes (RJ), afirma que Garotinho comanda com “mãos de ferro” um esquema compra de votos no município, por meio do programa Cheque Cidadão, e usa seu poder para ameaçar testemunhas e constranger as autoridades que o investigam. O juiz eleitoral também aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público e tornou o ex-governador réu por de compra de votos.


“O réu efetivamente não só está envolvido, mas comanda com mão de ferro um verdadeiro esquema de corrupção eleitoral neste município, através de um programa assistencialista eleitoreiro e que tornou-se ilício diante da desvirtuação de sua finalidade”, afirma o magistrado no despacho.

O juiz relata que, “por determinação do réu e a fim de obter sucesso nas urnas nas últimas eleições”, 18.000 pessoas foram incluídas irregularmente entre os beneficiários do Cheque Cidadão, sem que fossem aplicados os procedimentos previstos pelo próprio programa, como avaliações por assistentes sociais.

“A fraude comandada pelo réu hipertrofiou o programa madiante a distribuição do Cheque Cidadão através de vereadores e candidatos de sua preferência e de sua base aliada, chegando alcançar o absurdo número de 18.000 benefícios além dos aproximadamente 11.000 benefícios que já existiam”, diz Glaucenir Silva de Oliveira.

Segundo as investigações da Chequinho, as fraudes se destinaram à eleição de vereadores aliados de Garotinho e de sua mulher, Rosinha Garotinho, que é prefeita de Campos e tem o marido como secretário de Governo.

Conforme o magistrado, o pedido de prisão preventiva se justifica à medida que Garotinho “afronta cotidianamente, acreditando na supremacia de seu poder, autoridades judiciais” e “exerce poder intimidativo sobre pessoas comuns, especialmente aquelas que estão envolvidas nos fatos ora objeto de cognição e que estão demonstrados no inquérito policial federal”. Em seus depoimentos, pelo menos duas testemunhas das fraudes relataram terem sofrido ameaças de pessoas ligadas ao ex-governador e aos vereadores envolvidos na fraude ao Cheque Cidadão.

Escutas telefônicas da Operação Chequinho também mostram, segundo o juiz, que Anthony Garotinho havia orientado os integrantes do esquema a atribuir aos beneficiários do esquema a “culpa” pela inclusão no programa social. “Resta demonstrado que o réu se utiliza da necessidade de pessoas humildes para alcançar seus objetivos ilícitos e eleitoreiros, transferindo a responsabilidade para aquelas”, diz Glaucenir Oliveira.

Para o magistrado, Garotinho “demonstrou claro desprezo pelos valores democráticos, pela liberdade dos cidadãos deste município em escolher os seus representantes, bem como pela Justiça Eleitoral”.

Nas mesmas escutas telefônicas, o presidente da Câmara de Campos, Edson Batista (PTB), chama Anthony Garotinho de “comandante”. “O réu é realmente uma figura política proeminente na gestão deste município, sendo considerado pelas autoridades do Legislativo e do Executivo Municipal como o prefeito de fato”, assinala o juiz eleitoral.
16 nov 2016

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Lula “acompanhava tudo de perto na Petrobras”, diz Delcídio em entrevista à rádio


Luiz Inácio Lula da Silva acompanhava de perto tudo o que acontecia na estatal

Da Redação
IstoÉ

CHAVE: A delação do ex-senador Delcídio do Amaral implica Lula na trama
(Crédito: Ana Paula Paiva/Valor)


O senador cassado Delcídio do Amaral (PT-MS), que cumpre prisão domiciliar por envolvimento com o esquema de corrupção montado na Petrobras, disse, em entrevista à Rádio JovemPan de São Paulo, divulgada nesta segunda-feira (14), que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanhava de perto tudo o que acontecia na estatal. “A Petrobras sempre teve influencia política. (…) agora, no caso do governo Lula, a Petrobras teve uma participação muito mais ampla no governo, era uma política de Estado. A Petrobras como uma alavancadora de desenvolvimento, uma alavancadora do crescimento do país, então isso naturalmente exigia um posicionamento claro e um acompanhamento muito mais próximo do presidente da República.”




Delcídio disse ainda que a ex-presidente Dilma Rousseff também tinha conhecimento do que acontecia na Petrobras e que chegou a aconselhá-la diversas vezes. “Por muitas vezes eu conversei com ela sobre isso [Petrobras] e alertando que isso ia acabar batendo nela. Mas ela tinha alguns conselheiros palacianos que tinham uma tese contrária, uma tese de gente que não tem visão de estado, não tem visão política. Isso foi um equivoco fatal. E a vida é implacável pra quem dorme”, contou Delcídio.

O senador cassado disse que vai continuar colaborando com as investigações da Lava Jato e que resolveu delatar quando foi preso e que não precisou ser, e nem foi, pressionado para isso. “Praticamente tomei a decisão sobre a colaboração na primeira semana, no primeiro dia talvez. Quando eu entendi o porquê que tinha ocorrido a minha prisão, eu já reconheci o erro que cometi. Quando eu vi aquele processo todo eu pensei ‘se eu tô atrapalhando vou desatrapalhar (sic)’.”

Delcídio fez questão de ressaltar que não é político de carreira, mas sim engenheiro e que chegou a cargo de executivo: “Tudo o que eu consegui eu consegui suando a camisa”. E que sua delação terá um foco específico, e que, ao contrário do que é dito, ele ‘não vai atirar para todos os lados’. “Como o nível de informação que eu tinha era nível das pessoas grandes, que comandavam, claro, eu era líder do governo e sempre tive uma articulação forte com oposição, com a base, então eu tenho um foco muito claro na minha colaboração. O processo no entorno da ex-presidente Dilma, do presidente Lula, de algumas lideranças políticas como um todo e de alguns partidos políticos de oposição. Eu me restringi a esse universo”, declarou ele ao jornalista Claudio Tognolli, que fez a entrevista na residência do ex-senador.

Durante a entrevista, Delcídio recebeu a notícia de que o ex-presidente Lula entrou com um processo de danos morais contra ele. “Estratégia dos advogados de bater na tese da vitimização e tentando desqualificar, mas nós já esperávamos esse tipo de atitude, não é nenhuma novidade. Só que as investigações já estão muito avançadas em função da colaboração que eu prestei. Portanto [o processo] não alterou absolutamente nada”, avaliou ele.

A JovemPan informa em seu site que a defesa de Lula enviou nota informando que o ex-senador Delcídio do Amaral mentiu sobre a compra do silêncio de Nestor Cerveró e está sendo processado por este motivo. Confira a nota na íntegra:

“O ex-senador Delcídio do Amaral está sendo processado porque mentiu em relação a Lula. A ação proposta no último dia 10/11 diz respeito apenas à mentira sobre a compra do silêncio de Nestor Cerveró. As demais mentiras serão objeto de novas ações. Tal como ele, todos aqueles que forjarem acusação para obter benefícios da Justiça serão processados”.


14.11.16