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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Bravatas....




Do Blog do Noblat




Comentário do Leitor

Esse DESGOVERNADOR parece viver em MArte (ou em Paris) e não no Rio!
 
Sempre com saídas espertas e bravatas que já não enganam mais ninguém!

Fernando Luiz Netto Silveira

27/1/2012

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Chega a 4 o número oficial de mortos em desabamento no Rio; buscas continuam



Três vítimas já foram identificadas por familiares;
número oficial de desaparecidos caiu para 16

Estadão.com.br 

RIO - O quarto corpo de vítima do desabamento no centro do Rio foi resgatado na tarde desta quinta-feira, 26, de acordo com nota oficial da Defesa Civil do Estado. Mais cedo, o subsecretário de Defesa Civil do município, Márcio Mota, chegou a informar que eram cinco as mortes confirmadas, mas voltou atrás.

Fábio Motta/AE
Equipes trabalham na remoção de escombros no centro do Rio

Os corpos de três das vítimas já resgatados foram identificados por parentes e amigos. Segundo a Polícia Civil, foram reconhecidos Celso Renato Cabral Filho, de 44 anos, e Cornélio Ribeiro Lopes, de 73. Ambos estavam no Instituto Médico Legal (IML), no centro do Rio. Sandra Maria Ribeiro contou que Cornélio faria 74 anos no dia 2 de fevereiro.

Várias famílias continuam no IML para tentar identificar os corpos encontrados. No local, a doméstica Vera Lúcia dos Santos identificou o corpo de um primo, o catador de papel Moisés Moraes da Silva, mas a polícia não confirmou a identificação.

As equipes do Corpo de Bombeiros trabalham nas buscar por mais vítimas do acidente com apoio de cães farejadores. Cerca de 60 agentes de quatro quartéis atuam na área, incluindo bombeiros que trabalharam no resgate de vítimas no terremoto do Haiti.

O número de desaparecidos foi reduzido para 16, mas cerca de 20 famílias chegaram a informar à Prefeitura ter parentes sumidos.

Esses familiares se reúnem numa estrutura montada na Câmara Municipal, há duas quadras do local do desmoronamento. No local foram disponibilizados equipes de apoio a familiares, com assistentes sociais, enfermeiros, médicos e ambulâncias.

Velocidade. O secretário estadual de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões, disse que os bombeiros "correm contra o tempo" porque o período máximo de encontrar sobreviventes é de 24 horas depois do acidente, ou seja, até as 20h30 desta quinta.

"Agora é uma corrida contra o tempo, estamos priorizando a possibilidade de haver sobreviventes. A chance vai diminuindo, porque os espaços vão se reduzindo", afirmou o secretário. Apesar disso, de madrugada, ele já havia falado que as chances de encontrar vítimas com vida são pequenas.

Feridos. Ao menos seis pessoas ficaram feridas no acidente e foram encaminhadas para hospitais da cidade, por conta própria ou resgatadas no local do desabamento. Três delas continuam internadas: Cristiane do Carmo, que sofreu um corte profundo na cabeça e passou por cirurgia, mas passa bem; André Luiz de Souza e Marcelo Antonio, que também estavam em um dos prédios.

O operário Alexandro da Silva Santos, de 31 anos, teve alta nesta manhã. Ele trabalhava com mais cinco pessoas. Ele se abrigou no elevador quando começou a ouvir estalos na obra. Já Francisco Rodrigues, de 37 anos, recebeu alta ainda na noite de ontem. A sexta pessoa é uma mulher de 48 anos que buscou atendimento no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, com escoriações leves e teve alta durante a madrugada.

COM GLAUBER GONÇALVES, PRISCILA TRINDADE, CRISTIANO SANTOS, MARIANA DURÃO, SOLANGE SPIGLITTI, PEDRO DANTAS E AGÊNCIA BRASIL

26 de janeiro de 2012


Não agir é indigno





Comentário do Leitor


POR QUIROGA

Quando um sistema ou governo produz mais mentiras e acontecimentos degradantes dos que os órgãos de comunicação e cérebros humanos têm capacidade de noticiar e assimilar se tem como resultado a anestesia.


Um dia você simplesmente passa a não se importar mais com a degradação, tenta olhar para outro lado e se convencer de haver coisas mais importantes do que se revoltar contra a miséria que lhe é imposta, apesar dessa lhe custar caro materialmente, pois continuará sendo você quem paga a conta.

Você tenta se isolar e refugiar em sua vida particular, mas não há vida particular, há apenas a Vida.

Você raciocina, o mundo é assim mesmo!

Acontece que o mundo não é lá fora, o mundo é sua vida particular também.

A interligação de tudo com tudo nos torna capazes e responsáveis por agir.

Não agir é indigno.

1ª página do Globo desta quinta-feira




quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Prédios desabam no Centro do Rio e deixam 11 vítimas





Dois corpos foram retirados dos escombros dos prédios, que ficavam na Avenida Treze de Maio 44 e na Rua Manuel Carvalho 16, próximos ao Teatro Municipal, à Câmara dos Vereadores e ao Museu Nacional de Belas Artes 
 
Aqui.
 
 

RECONSTRUÇÃO




RECONSTRUÇÃO DEPOIS

DA DESTRUIÇÃO


O Brasil está seguindo o caminho do “socialismo venezuelano”: primeiro a destruição da sociedade e depois a reconstrução sem prazo para ser iniciada.

                                           Por Geraldo Almendra

Não se considerando a existência de uma fraude – uma premissa forçada –, a pesquisa de opinião feita pelo Instituto Datafolha deixa absolutamente claro que o DNA da aceitação e da prática do ilícito realmente estão impregnados na sociedade do nosso país sem mais distinção de classe.

Os feitos ignorantes ou vagabundos dependentes do Estado, a classe média covarde e apátrida, e as burguesias e oligarquias públicas e privadas com seu poderoso núcleo de canalhas esclarecidos, todos vendidos ao projeto de poder do PT, demonstram, com toda a clareza, que a degradação ética e moral do Brasil já foi absorvida como fazendo parte de um comportamento social aceitável e padrão no nosso país.

O recorde de popularidade com 59% de aceitação para a presidente, além do crescimento de 10% em apenas seis meses para um governo cuja única realização foi o agigantamento do assistencialismo, associado com a revelação inquestionável de uma estrutura de poder pública afundada em escândalos de corrupção, poder público estruturado junto com seu padrinho político não deixam mais dúvidas: transformar o Poder Público em um Covil de Bandidos e o país em um Paraíso de Patifes não tem impacto relevante no comportamento coletivo.

Oportuno o artigo da socióloga Maria Lucia Victor Barbosa intitulado “Os Falsários”, do qual destacamos o seguinte trecho:
Num cacoete stalinista para manter a fachada de esquerda, os petistas se tornaram falsários praticantes. Em dossiês visando acabar com a reputação de adversários, a intriga e a mentira se tornaram suas armas prediletas, em que pese não terem dado nenhum resultado. Os responsáveis pelos falsos documentos são figuras importantes da República Sindicalista, amigos íntimos do ex-presidente, Lula da Silva, ou da atual presidente, Dilma Rousseff. Nada lhes aconteceu e continuam tranquilamente desfrutando as delícias do poder em altos cargos, uma vez que o PT paira acima da lei.
As comemorações em Brasília devem estar varando noite, tudo pago pela sociedade que está se apresentando como a mais idiota, a mais imbecil, a mais covarde, a mais omissa e a mais corrupta da civilização ocidental, sendo essa é a única justificativa para o sucesso dos bandidos, dos profissionais da prevaricação, dos profissionais do lobismo da patifaria, e dos profissionais da corrupção, em um país que tem seus podres Poderes Republicanos submissos a um único poder, o poder Executivo, já representa as marcas do Regime Ditatorial Fascista que domina o país com uma aceitação de 59% da sociedade.

Mas a grande novidade é que a falência da educação, da segurança pública, da saúde pública, da cultura, a incontrolável degeneração moral das relações públicas e privadas, e o desvio de mais de oitocentos bilhões de reais para o ralo da corrupção nos últimos dois anos dão milhões de votos, nos antecipando o que serão as próximas eleições do país: uma premiação geral e ilimitada para as fichas sujas e seus cúmplices, além do fortalecimento do Regime Fascista comandado pelo poder Executivo.

Meus sentimentos para a sociedade dos patriotas mortos.
23/01/2012

Entrevista de FHC eleva pressão sobre Serra





FOLHA DE SÃO PAULO

Na avaliação da cúpula do PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tinha dois objetivos ao declarar que o senador Aécio Neves (MG) é o "candidato óbvio" do partido para em 2014: convencer José Serra a concorrer à Prefeitura de São Paulo neste ano e impulsionar o mineiro a precipitar sua campanha à Presidência.

Reportagem de Catia Seabrainforma que o comando do partido identifica na declaração de FHC à revista britânica "The Economist" uma tentativa de emparedar Serra e Aécio.

O ex-presidente desagradou tanto serristas quanto aecistas.
Mastrangelo Reino - 13.set.2011/Folhapress
O ex-governador de São Paulo José Serra

ENTREVISTA

Na entrevista, feita pelo chefe da sucursal da revista em São Paulo, o ex-presidente prevê uma nova disputa entre José Serra e Aécio.

"As coisas estarão mais claras depois das eleições municipais.

Provavelmente veremos uma briga interna muito forte no PSDB, entre Serra e Aécio."


Sobre a eleição de 2010, em que o PSDB saiu derrotado nas urnas, FHC afirma que o partido cometeu "erros enormes" e admite que o então candidato, José Serra, estava isolado "mesmo internamente".

"Não formamos alianças. Foi uma espécie de arrogância. Nosso candidato estava isolado, mesmo internamente", afirmou FHC na entrevista.

Questionado se Aécio pode vencer em 2014, FHC elogia a capacidade do mineiro de estabelecer alianças.

"Aécio é mais da cultura tradicional brasileira, mais apto a estabelecer alianças".
NOTA

Em nota divulgada ontem, Aécio agradeceu pela defesa de seu nome. O senador afirmou que a escolha do candidato do PSDB à Presidência deve acontecer depois das eleições municipais de 2012.

"O momento é de renovar o partido."

"Agradeço a referência do presidente Fernando Henrique.

O partido saberá definir o melhor nome, entre os vários de que dispõe, no momento certo, que, acredito, será após as eleições municipais.

Temos que trabalhar agora pelo fortalecimento partidário e de suas estruturas, a juventude, as mulheres, os sindicatos, além do esforço para ampliar o alcance do nosso discurso.

No momento certo, independente de quem será o nome, o PSDB estará em condições de apresentar um projeto ao país que faça o contraponto ao modelo de governança representado hoje pelo PT."
Leia na Folha.
25/01/2012 
 
 

Dilma e PT, Aécio e PSDB. Ou: O que falta à oposição? Um nome ou um conjunto de idéias?


Por Reinaldo Azevedo
Caras e caros,
Prometi um texto sobre a oposição e seu futuro. Ficou longo! Mas acho que saiu direitinho, redondo. Sim, alguns vão detestar. É do jogo. Penso o que penso — e jamais escondo —, mas o meu compromisso é com os fatos, ainda que o que eu vislumbre não seja do meu agrado. Para chegar ao ponto que quero, terei de falar um pouco do governo Dilma e da avaliação extremamente positiva que os brasileiros, segundo as pesquisas, têm dela.

Vamos lá?
No domingo, a Folha trouxe a pesquisa Datafolha com a avaliação do governo. Desde o primeiro levantamento, feito em março, com 90 dias de gestão, consolidou-se um critério a meu juízo cretino e tecnicamente furado que consiste em comparar os números obtidos pela presidente com aqueles de igual período de seus antecessores, especialmente Lula e FHC.

Para que isso fizesse algum sentido, seria preciso que:

a) a pesquisa fosse respondida pelas mesmas pessoas;

b) ainda que fosse possível, forçoso seria que o entrevistado tivesse como fazer a avaliação dos três governos.
Isso é uma besteira gigantesca que combina duas vertentes. Uma primeira é mesmo a paixão adesista que caracteriza boa parte da análise política no Brasil — afinal, Dilma sempre esteve à frente dos que a antecederam. Uma segunda não deixa de trair uma forma curiosa de viés anti-Lula!!! “Como, Reinaldo?” Sim, é isto mesmo: não são poucos os que consideram que reforçar a posição de Dilma é uma forma de manter afastado do poder — ao menos do poder formal — o fantasma lulista. Eu, vocês sabem, não lido com esse critério. Para mim, as diferenças pessoais entre os petistas são quase irrelevantes.
O que mais me interessa no petismo não são pessoas, mas o sistema. E não alimento a ilusão que vejo em alguns colegas de que existam contradições relevantes entre ambos. Ela, é bem verdade, à diferença do antecessor, não tentou até agora, por exemplo,  censurar a imprensa. Sim, ponto positivo. Se tentasse, não conseguiria, como ele não conseguiu. Só para encerrar este particular: se Dilma fosse muito diferente, poria um ponto final na prática indecorosa que consiste em financiar o gangsterismo disfarçado de imprensa, especialmente na Internet. Mas não o faz. Administração direta e estatais continuam a usar o dinheiro público para financiar campanhas de difamação contra líderes da oposição, contra ministros do Supremo e contra a chamada grande imprensa. Dilma é a chefe. Se deixa a coisa rolar, é a responsável. O pior é que nada disso seria necessário porque raramente se viu uma imprensa tão dócil com uma presidente. De maneira geral, o jornalismo consegue ser ainda mais “dilmista” do que era “lulista”. Não são os escroques que colaboram para a sua boa reputação.

Ao contrário até…

Volto ao curso.
Dilma superou Dilma; isso é o que conta

Quando afirmo que é uma besteira essa história de comparar o desempenho dela com o de antecessores em igual período, alguns tontos acreditam que o faço para tentar diminuir a conquista da presidente!

Como petralha é burro!

Ao contrário até!

O DADO RELEVANTÍSSIMO DA PESQUISA DATAFOLHA DE DOMINGO, E AQUI COMEÇO A TANGER A CORDA DA OPOSIÇÃO, NÃO ESTÁ NO FATO DE AVALIAÇÃO POSITIVA DELA SER SUPERIOR À DE LULA, E SIM NO DE TER CRESCIDO 12 PONTOS DESDE MARÇO, 10 DELES SÓ NOS ÚLTIMOS SEIS MESES!

Isso, sim, é importante!

Dilma não está muito bem junto à opinião pública porque com uma avaliação de “ótimo e bom” (59%) superior à do antecessor. Ela está muito bem porque, em comparação consigo mesma em início de mandato, quando os pontos ainda não eram seus, mas de Lula, ela cresceu.

A sua grande conquista, até agora, É TER SUPERADO DILMA, NÃO TER SUPERADO LULA.

Nota: existe uma forma burra e dilmista de ser antilulista; fazer aquela comparação é uma delas. Eu não sou “anti” coisa nenhuma! Só sou a favor de uma meia-dúzia de idéias não compartilhadas nem por ela nem por ele. Vamos continuar.

O que aconteceu e o que não aconteceu

A avaliação positiva da presidente disparou justamente no período das crises que colheram seus vários ministros — seis deles demitidos sob suspeita de corrupção. E olhem que a lista poderia ser de nove! Nesse caso, talvez ela já andasse ali pelos 65% de ótimo e bom… À medida que Dilma demitia, à esteira de denúncias feitas pela imprensa, conquistava o apoio popular. É bem verdade que a grande imprensa lhe deu uma ajuda fabulosa. Nesse caso, aliás, os escroques financiados tentaram empurrar a presidente para o lado errado — e Lula também… Convidaram-na a resistir, a não demitir ninguém. Se o fizesse, diziam o Apedeuta e o subjornalismo a soldo, ela ficaria refém da grande imprensa e das denúncias etc e tal… É claro que os petralhas sempre estão de um lado, e a verdade, de outro. À medida que as evidências de corrupção foram punidas ao menos com a demissão (e não haverá outra pena), a presidente consolidou a fama de moralizadora.
Deu-se um fenômeno estranho, algo talvez possível só nestas terras: a presidente passou a ser tratada como ombudsman no próprio governo, como ouvidora. Parecia que estava apenas corrigindo erros alheios, pelos quais não tinha a menor responsabilidade. Ora, não tinha sido ela própria a nomear aquela gente, tão cedo defenestrada porque com um padrão moral incompatível até mesmo com os elásticos costumes políticos brasileiros? O fato é que ali estava a Dilma que caía nas graças do povo: enérgica!
Sua gestão, já demonstrei aqui tantas vezes, é muito ruim. O Brasil vai relativamente (e só relativamente) bem porque mudanças estruturais feitas nos últimos 20 anos, especialmente o Plano Real, forneceram condições para sair de atoleiros históricos. O fato é, no entanto, que a infra-estrutura é lastimável, a máquina é cara e ineficiente, os serviços são precários, e as promessa solenes feitas por Dilma para o primeiro ano de mandato se frustraram todas. Já coloquei aqui a verdade em números — das casas às creches. Chega a ser constrangedor. No atual ritmo, o governo entregará, por exemplo, três milhões de casas (um milhão de Lula e mais dois milhões de Dilma) só daqui a 22 anos! Para realizar parte das obras previstas para a Copa (e será parte mesmo!), foi preciso violar a legislação e alargar ainda mais os já alargados critérios de moralidade no uso do dinheiro público. Para mais detalhes sobre as ruindades, leia-se um texto que publiquei aqui no dia 26 de setembro do ano passado.
Se o governo é ruim, o povo é bobo?

Não, o povo não é bobo. O modelo petista está fortemente ancorado no consumo, e isso não mudou, ainda que algumas âncoras de manutenção desse arranjo acenem para severas dificuldades no futuro. E daí? O eleitor avalia o seu presente. Com uma economia estável e com uma cobertura das ações presidenciais que beira, em alguns casos, a hagiografia, é compreensível que tantos considerem o governo Dilma “ótimo ou bom”.

Mais: a despeito das não-casas, das não-creches, das não-UPAs, das não-quadras, do atraso vexaminoso nas obras da Copa, das trapalhadas nas privatizações dos aeroportos, das estradas federais miseráveis, da roubalheira das ONGs incrustadas no governo, apesar de tudo isso, 72% a consideram “competente”.

Desde quando era ministra, já escrevi aqui, a maior competência de Dilma é fazer os outros acreditarem que ela é competente.

Um de seu segredos era o ar sempre enfezado; eleita, um de seus segredos é fazer-se de enfezada generosa…
Cadê a oposição?


“Pô, Reinaldo, você afirmou que falaria da oposição, mas cadê?” É de caso pensado, queridos! Meu texto reflete o que foi a oposição nesse tempo. Sim, vimos líderes a protestar no Parlamento, esmagados, coitados!, por uma maioria avassaladora. Um senador como Álvaro Dias (PSDB-PR) merece o reconhecimento por um trabalho sério e dedicado na tentativa de apontar desmandos. Mas é evidente que isso não basta. Repete-se, no primeiro ano de gestão de Dilma, o que foi uma constante no governo Lula, muito especialmente depois que o petista se recuperou da crise do mensalão: teme-se enfrentar um governo popular. O grande discurso do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que viria para ser a bússola da oposição, foi pouco mais do que nada.

A sua síntese poderia ser esta: “Nós não somos como o PT”. Claro que não! Ocorre que a maioria do eleitorado escolheu justamente o… PT!
Não custa lembrar que um texto recente escrito por Alberto Goldman, vice-presidente do PSDB, com críticas severas ao governo Dilma passou por uma plástica quando caiu nas mãos de Sérgio Guerra, presidente do partido, e do próprio Aécio. Escrevi a respeito no dia 13 de janeiro. Ontem, diga-se, na presidência interina do PSDB, Goldman emitiu uma nota dura e sensata sobre a exploração vagabunda que o petismo faz da desocupação do Pinheirinho. Os leitores deste blog até estranharam: “Nossa! Há quanto tempo o PSDB não fala assim!” E alguns atribuíram o tom mais duro ao fato de que Sérgio Guerra está fora do país…

O curioso é que não seria difícil demonstrar que o PSDB parece sem agenda não exatamente porque jamais teve uma, mas porque o PT lhe tomou a que tinha. Ou alguém conseguiria demonstrar que os petistas estão executando seus programas históricos? Ora… São bem poucos os acertos em curso que fazem parte de seu estoque intelectual. E daí? Quem tem de ser convencido não são os historiadores honestos, mas os eleitores.
Nome ou idéias?

O noticiário nacional está ainda carregado pela entrevista — calculada e, a meu ver, desastrada e contraproducente — que FHC concedeu à Economist, em que classificou Aécio Neves de “nome óbvio” do PSDB para 2014 e teceu considerações que creio impertinentes sobre a candidatura de José Serra em 2010. Que bem faz ao partido a sua fala? Se ele souber, que diga. O que eu digo? Acho que há aí um erro de análise fundamental — e nada tem a ver com o nome de Aécio em princípio. A pergunta que faço é outra: o problema do PSDB (e das oposições) está na definição do nome ou na definição do conjunto de valores com o qual se vai enfrentar a disputa eleitoral?
Os aecistas do PSDB já tratam a entrevista como a unção — e ponto final! Eis o PSDB que jurou, desta feita, acabar com decisões de cúpula… Mas nem entro nesse particular. Digamos que, sim, a entrevista de FHC consolide desde já: “Será Aécio é pronto!” E aí? O que isso significa? Que conjunto de valores ele representa que se distingue, de maneira essencial, daquele representado por Dilma Rousseff, que disputará a reeleição? Digamos que eu soubesse a resposta… Ocorre que eu não represento a maioria ou a média do eleitorado. Há coisas que chegam mesmo a ter uma graça particular. O PSDB aecista tem no PT, em Minas, um parceiro antigo. Como bem lembrou o governador Antonio Anastasia quando as “consultorias”de Fernando Pimentel vieram a público, o petista era “amigo e mineiro”… Por que o eleitorado tem de ser convencido de que o PT, bom para governar Belo Horizonte junto com os tucanos, com a mediação do PSB, não é bom para governar o Brasil? Digamos que uma campanha se encarregue de esclarecer… A minha pergunta segue sendo a mesma: seja candidato Aécio, Serra ou qualquer outro, qual será a mensagem levada ao eleitor? Não adianta os tucanos virem com retórica oca: terão de dizer por que eles merecem um “sim” do eleitor e por que o PT merece um “não”.
Por quê?

Eu sei parte da resposta


Parte da resposta, ao menos, eu conheço. Posso não saber hoje por que “sim PSDB”, mas sei muito bem “por que não PT”. E, de novo, as minhas respostas não são as mesmas dos tucanos que conheço. Na verdade, vênia máxima, eu os vejo fazer rigorosamente o contrário do que entendo que seria o certo. Há algum tempo, a cúpula do PSDB debateu o resultado de uma pesquisa sobre a reputação do partido — usada, para não variar, para fazer guerrilha contra Serra — e constatou que o PSDB tinha imagem de “elitista”, que precisaria se aproximar mais do povo, ter seu braço sindical mais ativo, ser mais popular, sei lá eu…

Entendo isso tudo como o caminho da perdição. Nas próprias entrevistas de FHC, um dos presidentes mais corajosos que o país já teve, noto certas inflexões à esquerda — e outras fracamente doidivanas, como o debate sobre a maconha — que evidenciam o esforço para emular com o PT no, como vou chamar?, campo do progressismo. É tão impressionante constatar que os tucanos ainda não perceberam que jamais tomarão a bandeira do “social” das mãos dos petistas! Se existe alguma saída para o partido, é evidente que essa saída só pode se dar pela — à falta de melhor palavra, vai esta —  direita. Falo em termos relativos: à direita do PT.

Escrevi dia desses, e muitos tucanos ficaram bravos — paciência! —, que os tucanos ocupam hoje o lugar que, em todas as democracias do mundo, é ocupado por partidos conservadores. Só que o PSDB não é um partido “conservador”, mas não consegue ser um “partido progressista” — ou, se quiserem, de esquerda. Então é o quê?

Na entrevista que concedeu à Economist, agarrado à tese errada de que é preciso logo definir um nome e partir pra luta, FHC arriscou alguma sociologia: à diferença de Serra, Aécio viria de uma política mais tradicional, mais afeita a alianças etc… Huuummm… Digamos que sim! Dado o andar da carruagem, quem terá mais condições de assegurar as alianças em 2014? Ou alguém conta que o prestígio de Dilma vai se esfarelar por obra do Espírito Santo?

Medo do eleitor e do conservadorismo

A verdade é que o PSDB tem medo do eleitor, especialmente do eleitor que não é “progressista”. Teme, em suma, o conservadorismo da sociedade brasileira — o bom conservadorismo, deixo claro! Isso ficou evidente na campanha eleitoral de 2010, por exemplo. O debate sobre o aborto — é mentira que tenha sido feito pelos tucanos; essa foi uma invenção dos petistas e da imprensa patrulheira —, por exemplo, deixou foi o partido assustado.
Ontem, Alberto Goldman, como já informei, emitiu uma nota dura sobre a exploração vigarista que o PT faz da desocupação da tal área do Pinheirinho. Falou em nome da direção do partido! Mas que demora, não? As grandes lideranças do PSDB — quais? — já deveriam ter-se manifestado a respeito. Deveriam ter feito o debate político também por ocasião da retomada da cracolândia — afinal, eis um assunto que não diz respeito apenas a São Paulo. Mas quê!!! Fez-se um silêncio sepulcral a respeito. Para ser preciso, o governo tucano de Minas até entrou na guerra de propaganda oferecendo uma suposta abordagem alternativa a respeito…

Caminhando para a conclusão

Ok, os aecistas do PSDB podem se regozijar. Hoje, e tudo o mais constante, o nome do PSDB para disputar a Presidência da República é Aécio Neves. Digamos que a questão interna esteja mais do que precocemente resolvida. E daí? Com que eleitor, e sobre quais temas, os tucanos pretendem conversar? Como é que vão convencer os brasileiros, COM QUAIS VALORES?, de que Dilma não merece uma segunda chance? FHC parece apostar que um “político tradicional”, aliancista, tem mais chances. Pode ser. Desde que a equação não ignore o eleitor…

Para encerrar: que os tucanos e seus eventuais aliados não caiam na esparrela de  disputar em 2014 “só para fazer nome”, deixando a esperança de vitória mesmo para 2018, quando, então, nem Lula nem Dilma estiverem no páreo… O PT tem como fazer novos candidatos até lá. Para o bem e para o mal — sobretudo para o mal —, trata-se de um partido — isto é, de um sistema que aprendeu como dobrar “elites tradicionais”.
25/01/2012
 

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Chávez tem de 9 meses a um ano de vida, diz jornal




Segundo o jornal espanhol ABC, o ditador de Venezuela, Hugo Chávez, tem de nove meses a um ano de vida






Por Reinaldo Azevedo

Paciente de câncer, originalmente na próstata, ele estaria com metástase nos ossos e no cólon.

O ABC sustenta que ele suspendeu a quimioterapia e que o objetivo de seu tratamento agora é só mantê-lo vivo até as eleições de outubro.

Leim texto do ABC, em espanhol. E lembrem-se: este blog aposta sempre na vida, nunca na morte. E vale até para Chávez.
*
El presidente de Venezuela, Hugo Chávez, debía ser tratado de su cáncer en Moscú a finales de noviembre.

A última hora decidió no abandonar el país por temor a que una ausencia le hiciera perder el control de la situación política venezolana.

Esa ha sido la crónica de su enfermedad: un constante aplazamiento de tratamientos que no ha hecho más que agravar el cáncer incurable que padece, de acuerdo con los informes de Inteligencia a los que ha tenido acceso ABC y a los que ya ayer hizo referencia.

Chávez ha optado por “un tratamiento hecho a medida para mantenerle vivo hasta las elecciones de 2012, más que orientado a prolongar su esperanza de vida”, indica su equipo médico, según se cita en las informaciones confidenciales obtenidas, manejadas por Servicios de Inteligencia.

En su última estimación, los médicos le conceden una esperanza de vida de entre 9 y 12 meses.

Ya su primera intervención quirúrgica en Cuba se produjo con gran retraso respecto al momento en que se le detectó el cáncer de próstata.

Esto último ocurrió en enero de 2011, pero hasta mayo no encontró el tiempo ni la posibilidad de esconder una estancia de varias semanas a La Habana.

Después de que los médicos determinaran que el cáncer se había extendido a huesos y colon, sin que una primera ronda de quimioterapia en julio tuviera los resultados esperados, los especialistas le recomendaron una inmediata segunda ronda.

Chávez no se sometió a ella hasta el primer fin de semana de septiembre por no querer abandonar de nuevo el país y trasladarse a Cuba.

Finalmente, los médicos rusos que se han hecho cargo de su caso tuvieron que trasladarse en secreto a Caracas.
Más estimulantes

Desde el comienzo se planteó la conveniencia de un viaje a Moscú.

Chávez dio su provisional conformidad y se planificó el desplazamiento para la tercera semana de noviembre de 2011, disfrazado como una visita oficial.

Una alternativa era recibir el tratamiento necesario en Cuba o en Brasil.

Pero el presidente nunca se comprometió del todo y mantuvo la cuestión abierta hasta una semana antes de su prevista partida, en que rechazó dejar Caracas.

Esa renuncia fue como quemar las naves.

«Prefiere cortos tratamientos que le permitan estar al cargo»,
aseguran los informes.

Eso explica que en las últimas semanas los esfuerzos médicos se hayan centrado en permitirle una gran actividad con el aumento de analgésicos y estimulantes.
24/01/2012


Muito além do estilo






A questão da diferença de estilos entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pontuou o início do governo da sucessora e é tida como uma das principais razões dos altos índices de popularidade


POR DORA KRAMER
O Estado de S.Paulo


Por esse raciocínio, Dilma agradaria à parcela da população que Lula desagradava e, assim, agregaria novos admiradores sem perder os já conquistados, aumentando o capital político do mesmo projeto de poder.

A tese das diferenças entre um e outro já se prestou a várias leituras, sendo a mais equivocada delas a que enxerga sinais de ruptura em atos como o trato civilizado que Dilma dá à oposição, a ausência de tagarelice diária ou a capacidade de reconhecer o momento em que um ministro perde a condição de permanecer no cargo.

Há que distinguir, no entanto, estilo de padrão.
O primeiro guarda relação com a maneira de ser de cada um e o segundo diz respeito aos fundamentos de atuação para a execução de objetivos.


No cotejo com a realidade, o que se vê não são diferenças de padrão. Dilma não trata a imprensa como inimiga da democracia, mas não orienta o seu partido a deixar de lado a proposta de controle social da mídia.

Na política externa não celebra relações com agressores dos direitos humanos, mas ignorou o pedido da cubana Yoani Sanchez para que a ajudasse a conseguir autorização para viajar ao Brasil nem incluiu na agenda de sua próxima visita a Havana - onde acaba de morrer mais um dissidente da ditadura Castro - encontro com a oposição, conforme solicitado.

Quanto às demissões de ministros, Dilma mostrou seus limites ao fazer vista grossa às consultorias de Fernando Pimentel e às estripulias de privilégios a redutos eleitorais e familiares de Fernando Bezerra.

Na campanha eleitoral já em curso a despeito dos parâmetros legais, o assunto das diferenças de maneiras entre Lula e a presidente voltará à baila. Dilma será ou não tão explícita no uso da máquina pública quanto foi o antecessor.

Os primeiros acordes da sinfonia indicam que no estilo pode ser - até por temperamento e vocação -, mas no padrão não necessariamente.

Ficou estabelecido que a eleição de Fernando Haddad para a Prefeitura de São Paulo é prioridade para o governo federal, o passo essencial para a derrubada da cidadela tucana.

A presidente começou as despedidas do ainda ministro da Educação na semana passada, em Angra dos Reis, aproveitando inauguração de creche para incluí-lo no panteão dos "maiores ministros da Educação deste País", e hoje prepara uma cerimônia que, em termos de presença federal na eleição municipal, terá mais caráter de boas-vindas do que propriamente de adeus.

Tanto que o ato, no Palácio do Planalto, terá a presença de Lula - hoje não mais uma autoridade, mas um cabo eleitoral.

O gesto mais eloquente de que não obstante seja discreta está disposta a pôr o governo a serviço do projeto partidário, foi a transferência da realização do Enem, o exame de avaliação de desempenho que tantos problemas causou aos estudantes do ensino médio, para depois das eleições.

A justificativa: o governo não consegue fazer duas edições do exame. Poderia ser uma decisão técnica fazer apenas a prova já marcada para abril. Mas assume caráter político-eleitoral quando é estrategicamente marcada para o mês de novembro.

Uma medida preventiva que acaba se caracterizando como estelionato eleitoral antecipado por tirar da pauta um tema importante apenas para proteger o candidato de si mesmo.

Área de proteção.

Depois da movimentação de entidades de magistrados que resultou em ação judicial para reduzir os poderes do Conselho Nacional de Justiça, surge da mesma fonte uma ofensiva para limitar a área de atuação do Conselho de Controle de Atividades Financeiras.

Tanto o CNJ quanto o Coaf funcionavam sem contestação sobre as respectivas atividades. Isso até começarem a importunar excelências do Poder Judiciário, cuja reação parece exprimir o conceito de que legalidade nos olhos alheios é refresco.
24/01/12

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Charge



começou a cheirar

www.sponholz.arq.br

Pinheirinho – Petistas sentiram cheiro de sangue de pobre e resolveram apostar no confronto e na violência.






Ou: Dilma vai ordenar que ministros seus parem de tentar promover o baguncismo em SP ou é conivente com ação deletéria?


 
Por Reinaldo Azevedo

Vocês conhecem uma parte do que vou relatar sobre a tal área chamada “Pinheirinho”. Mas há outra que vocês não conhecem. Vamos lá?
No Estado democrático e de direito, respeitam-se as várias esferas de competência da Justiça. No Estado democrático e de direito, as determinações judiciais são cumpridas. No Estado democrático e de direito, o governo federal não procura fazer uma espécie de intervenção branca na área de segurança numa unidade da federação governada por um partido adversário só porque adversário — especialmente quando essa unidade pode dar lições a esse mesmo governo federal. A presidente Dilma Rousseff deveria chamar seus ministros de Estado e sugerir que parem de incentivar o baguncismo em São Paulo — a menos que ela seja conivente com essas ações deletérias. Refiro-me, obviamente, AO CUMPRIMENTO DE UMA DETERMINAÇÃO JUDICIAL, de que a Polícia Militar não pode declinar, que resultou na desocupação da chamada “Área do Pinheirinho”, em São José dos Campos, em São Paulo.
Na operação, 18 pessoas foram presas e depois liberadas, houve três feridos, e oito carros foram incendiados, entre eles um veículo da TV Vanguarda, afiliada da Globo. Vou tratar do imbróglio — ou do falso imbróglio — judicial. Quero arrematar este parágrafo lembrando que, na retomada da antiga área da cracolândia, armou-se na Secretaria dos Direitos Humanos, cuja titular é a petista Maria do Rosário, o bunker de resistência contra a lei. Neste domingo, os petistas Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, e José Eduardo Cardozo, ninguém menos do que o ministro da Justiça, decidiram investir na desinformação e no proselitismo para tentar caracterizar como ato autoritário ou intempestivo o que é CUMPRIMENTO DA LEI. Se dois dos principais auxiliares da Presidência da República entendem que a lei, em particular as determinações judiciais, não devem ser cumpridas, então que a Soberana, popular como é, vá à TV, em rede nacional, e declare o triunfo da anarquia. Faremos a luta de todos contra todos, e os vencedores, ao término da luta, refazem o Brasil desde o fim.


Qual é o ponto?
 
Mil e quinhentas famílias — estima-se que houvesse lá cinco mil pessoas — ocupavam ilegalmente uma área reclamada na Justiça desde 2004. Ela pertence à massa falida do grupo Selecta, do investidor Naji Nahas. A juíza Márcia Faria Mathey Loureiro, da 6ª Vara Cível de São José dos Campos, havia emitido a ordem de reintegração de posse da área, atenção!, em julho de 2011. PETISTAS SENTIRAM CHEIRO DE SANGUE DE POBRE EM ESTADO ADVERSÁRIO, E ISSO SEMPRE LHES ASSANHA A SEDE. Passaram a acompanhar o caso de perto — até porque pretendem usá-lo também na eleição municipal. A hipocrisia do governo federal é tal que poderia, por exemplo, ter apelado, então, à Justiça Estadual para tentar mudar a decisão. Não o fez. Preferiu convocar a imprensa e declarar que tinha interesse numa solução pacífica… Não me digam!
Na terça passada, a ação de reintegração foi suspensa pela juíza federal Roberta Monza Chiari. A liminar, no entanto, foi cassada no mesmo dia pelo também juiz federal Carlos Alberto Antônio Júnior, substituto da 3ª Vara Federal em São José dos Campos. Na sexta, o desembargador federal Antonio Cedenho revalidou a decisão de Monza Chiari. E aí? Reproduzo abaixo a mensagem enviada à juíza Márcia Faria Methey (a que tinha determinado a reintegração de posse) e ao comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, coronel Alvaro Camilo. Leiam com atenção:
MMª. Juíza de Direito e Ilmo. Sr. Comandante Geral da Polícia Militar de São Paulo
Por determinação do Excelentíssimo Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça, transmito-lhes, para integral cumprimento, a ordem por ele proferida em relação à consulta formulada pelo juízo da 6ª. Vara Cível de São José dos Campos.
Rodrigo Capez
Juiz Assessor da Presidência
*
“A decisão proferida pelo juízo da 6ª Vara Cível de São José dos  Campos, ora em fase de execução, somente pode ser suspensa por ordem deste Tribunal de Justiça, do Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo Tribunal Federal. Decisões que tais não existem, mesmo porque negada a liminar no agravo de instrumento contra ela interposto perante este Tribunal de Justiça.
Então, o ato judicial concorrente do Tribunal Regional Federal não tem qualquer efeito para esta Justiça do Estado de São Paulo, que é absolutamente independente e não tem relação com aquele outro ramo do Judiciário.
Também não houve manifestação de interesse jurídico da União neste feito, de modo que fosse deslocada a competência para a Justiça Federal. Por isso que sem nenhum valor o processo concorrente naquela Justiça em oposição ao presente.
Nesse contexto, e para preservar a autoridade da decisão deste Tribunal de Justiça, instruo V. Exa. a prosseguir na execução do decisório estadual, por conta e responsabilidade desta Presidência.
Autorizo, para tanto, requisição ao Comando da Polícia Militar do Estado, para o imediato cumprimento da ordem da 6ª Vara Cível de São José dos Campos, repelindo-se qualquer óbice que venha a surgir no curso da execução, inclusive a oposição de corporação policial federal, somente passível de utilização quando de intervenção federal decretada nos termos do art. 36 da Constituição Federal e mediante requisição do Supremo Tribunal Federal, o que inexiste.
Designo o juiz de direito assessor da Presidência Rodrigo Capez para, em nome desta Corte, prestar todo o auxílio necessário a V. Exa., com vistas ao cabal cumprimento de sua determinação”.
IVAN RICARDO GARISIO SARTORI
PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Voltei

O governo de São Paulo e a Polícia Militar não podem escolher cumprir ou não o que determina a Justiça. Se pudessem, seriam entes soberanos —- na verdade, ditatoriais. O STJ decidiu que a competência era mesmo da Justiça estadual e que a Federal se equivocou. Logo, os invasores do Pinheirinho teriam de sair. E a PM atuou. Dentro da lei.
Chamo a atenção de vocês para um trecho da decisão de Garisio Sartori: “Também não houve manifestação de interesse jurídico da União neste feito, de modo que fosse deslocada a competência para a Justiça Federal. Por isso que sem nenhum valor o processo concorrente naquela Justiça em oposição ao presente.” Ou por outra: o governo federal escolheu fazer proselitismo contra a desocupação, mas sem mover uma palha no terreno jurídico: ficou só na conversa mole. Eu provo o que digo com outra evidência.
A juíza Márcia Faria Methey, a que decidiu pela reintegração, enviou ao presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo uma consulta, a saber:
Informalmente, tomei ciência de que, nesta data, foi proferida decisão pelo Desembargador Federal Antonio Cedenho, no agravo de instrumento nº 2012007143, tirado contra decisão do Juiz Federal Carlos Alberto Antonio Junior, da 3ª Vara Federal de São José dos Campos, restabelecendo a liminar da Juíza Federal Substituta que, em regime de plantão, às 4h20m do dia 17 de janeiro p.p., “deferiu liminar em ação cautelar inominada para determinar que a Polícia Civil e Militar do Estado de São Paulo e a Guarda Municipal de São José dos Campos se abstenham de efetivar qualquer desocupação na gleba de terras do Pinheirinho”, desocupação esta deferida por mim na Ação de Reintegração de Posse que a Massa Falida Selecta moveu contra Esbulhadores ligados ao Movimento dos Sem Teto (Processo nº 0273059-82.2005.8.26.0577), ajuizada em 19.8.2004.
Esclareço que a reintegração foi deferida por mim em julho de 2011, desafiou agravo de instrumento nº 0276288-25.2011.8.26.0000, recebido apenas no efeito devolutivo pelo Excelentíssimo Desembargador Relator Cândido Alem, da 16ª Câmara de Direito Privado do Egrégio Tribunal de Justiça, em 11.11.2011.
Outrossim, informo que em nenhum momento houve intervenção da União nos autos do processo da reintegração, manifestando interesse ou solicitando o deslocamento da competência para a Justiça Federal.
Diante da manutenção da minha ordem pelo Egrégio Tribunal de Justiça, consulto Vossa Excelência, se haverá suporte para a execução da liminar de reintegração na posse da área denominada “Pinheirinho”, haja vista que no dia 17 p.p., a Polícia Militar, comandada pelo Coronel Manoel Messias, teve que recuar sua tropa composta de mais de 1.700 homens, diante da dúvida que a liminar da Juíza Federal Substituta causou sobre a validade da minha ordem.
Márcia Faria Mathey Loureiro
Juíza de Direito da 6ª Vara Cível
São José dos Campos
Retomo
Também na mensagem da juíza a evidência de que, desde julho do ano passado, quando foi determinada a reintegração de posse, a União não moveu um palha no terreno jurídico para, então, tentar impedir a reintegração de posse. A movimentação dos petista se deu apenas na área política. Mais do que isso: na prática, investiram num confronto de competências da Justiça, como se houvesse uma relação de subordinação entre a Justiça Federal e a Justiça de São Paulo.
Proselitismo

Eis que, uma vez em curso a desocupação, vem a público Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, responsável, como dizem lá, pela “interlocução com os movimentos sociais” para afirmar que a ação da PM “atropelou” negociações feitas com o governo federal para a desocupação pacífica da área. Quais negociações?
Uma pergunta ao senhor Carvalho: a “interlocução” era feita só com os invasores, mas não com a Justiça de São Paulo, que é quem tinha a competência para decidir? Gilberto Carvalho emprenha os jornalistas pelo ouvido, sustentando que a desocupação era desnecessária porque os moradores estão lá há oito anos… Nem vou entrar no mérito de tão formidável entendimento sobre a propriedade privada agora. Eu me pergunto por que a União não tentou, então, convencer disso a Justiça. Que alternativa aponta este homem de Estado? Mandar a decisão judicial às favas?
Ele não foi o único a pescar em águas turvas. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, saiu-se com uma declaração estupefaciente, depois de ter dito aos jornalistas que havia conversado com o governador Geraldo Alckmin: “O Alckmin me disse que tinha de atender a decisão judicial e que a tropa era preparada.” COMO??? O “Alckmin disse que tinha de atender”??? É questão de opinião, de gosto? Por quê? Cardozo acha que o governador a tanto não estaria obrigado? Alckmin disse que tem se cumpir. E Cardozo, o que diz?
O resumo da ópera é o seguinte: os petistas não moveram uma palha para evitar a remoção, mobilizaram seus estafetas para fazer proselitismo, investiram num choque de competências entre as várias esferas da Justiça e agora tentam obter dividendos políticos jogando com a sorte dos miseráveis. E isso ainda não é tudo.
Reitero: Ou Dilma puxa as orelhas de seus ministros ou se mostra conivente com a promoção do baguncismo. Ao menos enquanto os petistas não vencerem as eleições, vai vigorar em São Paulo o estado democrático e de direito. Nesse modelo, as leis e as decisões da Justiça podem e devem ser debatidas, mas são sempre cumpridas. Se e quando eles ganharem, então que tentem um modo alternativo de governar.
Ah, sim: para a decepção de muitos, o sangue não jorrou. A polícia também não cegou, felizmente, nenhum manifestante, a exemplo do que aconteceu no Piauí, governado por PSB-PT, sob o silencio de Gilberto Carvalho, José Eduardo Cardozo, Maria do Rosário, Paulo Teixeira, Eduardo Suplicy e, bem…, Dilma Rousseff.


23/01/2012

Irã ataca diplomacia de Dilma e diz que Lula faz falta






SAMY ADGHIRNI
DE TEERÃ

Porta-voz do presidente Mahmoud Ahmadinejad diz que Dilma destruiu anos de boas relações com país

Empresas brasileiras relatam que irritação iraniana com mudança de atitude do governo afeta comércio bilateral


O embaixador do Irã em Brasília, Mohsen Shaterzadeh, disse em recente entrevista que a relação com o Brasil continua tão boa no governo de Dilma Rousseff quanto foi na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva.

Mas o tom que predomina em Teerã é bem diferente.

Autoridades iranianas enxergam claro distanciamento e já há sinais pouco amistosos em direção ao Brasil.

"A presidente brasileira golpeou tudo que Lula havia feito. Ela destruiu anos de bom relacionamento", disse à Folha na quarta-feira, por telefone, Ali Akbar Javanfekr, porta-voz pessoal do presidente Mahmoud Ahmadinejad e chefe da agência de notícias estatal Irna.

"Lula está fazendo muita falta", afirmou, numa referência à opção de Dilma, no cargo desde janeiro de 2011, de dar menos ênfase ao Irã.

Javanfekr corre risco de ser preso por supostas ofensas ao líder supremo, Ali Khamenei. Mas o porta-voz ainda é descrito pelo "New York Times" como "uma das mais fortes figuras para divulgar recados [do Irã]."

          
BARREIRAS


A irritação iraniana também se nota nas recentes barreiras contra exportadores de carne brasileira.

A União Brasileira de Avicultura afirma que as vendas de frango para o Irã, em alta até outubro, passaram a ser vetadas sem justificativa.

Já a multinacional brasileira JBS relata ter tido milhares de toneladas de carne bovina retidas por três semanas num porto iraniano.

A carga só foi liberada, dias atrás, depois que um representante foi despachado às pressas para Teerã. Importadores iranianos de carne relataram à Folha que Ahmadinejad enviou carta à alfândega ordenando que diminua a entrada de cargas do Brasil.

O caso é seguido com preocupação pelo Itamaraty, que garante não haver mudança na agenda com o Irã.

Mas, aos olhos de Teerã, a guinada sob Dilma ficou clara no voto na ONU ocorrido em março a favor de uma investigação sobre direitos humanos no Irã. Lula rejeitava pressionar os iranianos.

O Irã também lamenta o fato de o Brasil ter abandonado esforços diplomáticos para aliviar a pressão sobre o programa nuclear iraniano, suspeito de buscar a bomba atômica -o que Teerã nega.

Em 2010, Lula costurou com a Turquia um acordo, assinado em Teerã, para permitir que o Irã trocasse parte de seu estoque de urânio por combustível nuclear. Mesmo atendendo a pedidos dos EUA, o pacto acabou rejeitado pelas potências.
Por fim, o Irã se ressente do desinteresse brasileiro em promover reuniões bilaterais.
Em recente giro latino-americano, Ahmadinejad, ao contrário de 2009, não passou pelo Brasil. Não houve convite nem o Irã sentiu que caberia proposta de visita.

O embaixador Shaterzadeh menciona uma viagem de Ahmadinejad ao Brasil neste ano.

Mas a Folha apurou que o iraniano deve visitar o país no âmbito da cúpula Rio +20 sobre temas ambientais, para a qual todos os chefes de Estado e de governo do mundo foram convidados.

OS FALSÁRIOS



OS FALSÁRIOS

Maria Lucia Victor Barbosa

Num cacoete stalinista para manter a fachada de esquerda, os petistas se tornaram falsários praticantes. Em dossiês visando acabar com a reputação de adversários, a intriga e a mentira se tornaram suas armas prediletas, em que pese não terem dado nenhum resultado. Os responsáveis pelos falsos documentos são figuras importantes da República Sindicalista, amigos íntimos do ex-presidente, Lula da Silva, ou da atual presidente, Dilma Rousseff. Nada lhes aconteceu e continuam tranquilamente desfrutando as delícias do poder em altos cargos, uma vez que o PT paira acima da lei.


O primeiro ano de Dilma Rousseff, na verdade uma continuidade do governo Lula da Silva, foi um vazio de promessas de campanha não cumpridas e de novas promessas que dificilmente se concretizarão. Em 2011, a única coisa que aconteceu por obra de parte da imprensa foi a queda de sete ministros, sendo que seis foram acusados de corrupção. De fato, deveriam cair não sete, mas doze ministros, pois sobre mais cinco foram levantados pela imprensa fortes indícios de corrupção. Entretanto, os cinco devem ser mais companheiros que os outros, pois permaneceram firmes e fortes em seus cargos. Que farsa!

Apesar do aumento da inflação e da inadimplência, recente pesquisa Datafolha mostra que 59% dos brasileiros consideram a gestão Rousseff ótima ou boa, um recorde com relação aos presidentes anteriores e ao próprio Lula. Nosso povo está cada vez mais otimista no tocante ao futuro e enquanto der para comprar a felicidade em suaves e longas prestações em lojas de departamentos, aumentarem as bolsas esmola e os lucros dos companheiros do andar de cima, a aprovação da presidente tende a aumentar. Afinal, a farsa que induz à crença na ilusão é necessária ao psiquismo coletivo.

Na esteira de farsas e fraudes começam a despontar os candidatos às prefeituras nesse ano eleitoral. Lula da Silva, certamente entusiasmado com o êxito de sua afilhada política e desejando dominar politicamente São Paulo, impôs ao seu partido a candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad, à prefeitura. Como ministro da Educação Haddad foi reprovado no Enem, pois não acertou nenhum. Adotou um livro que ensina crianças a falarem errado, porque “pobres falam e escrevem errado”. Ninguém objetou que falar e escrever errado em concursos para obter melhores empregos prejudica tanto pobres quanto ricos, ou seja, Haddad instalou no Brasil a democracia do atraso onde todos são iguais na ignorância. Outro livro adotado no seu ministério ensinou que 10-7= 4. Algo inédito no mundo inteiro. O Brasil é o máximo, mudou até a matemática. Outra façanha do candidato de Lula da Silva, mas que acabou não se realizando por conta da interferência de deputados evangélicos foi o chamado “kit Gay”, que em nome de acabar com o preconceito contra homossexuais influenciava a opção sexual de crianças desde a mais tenra idade numa clara e abusiva interferência estatal sobre a liberdade individual.

Com relação aos direitos humanos somos campões da farsa, pois o governo petista defende e abriga assassinos e terroristas do quilate de Cesare Battisti e de membros das FARC, sem falar nos apaniguados de Mahmoud Ahmadinejad que vivem sem problemas entre nós, como já foi ventilado pela imprensa.

Ahmadinejad esteve recentemente em países latino-americanos em busca de apoio político e econômico diante das sanções norte-americanas e européias. Na Venezuela, o boquirroto e megalômano Hugo Chávez mencionou bombas e mísseis, contra os Estados Unidos, naturalmente. Ahmadinejad retrucou que “o combustível dessas bombas é o amor”. Piada tão ridícula quanto a teoria conspiratória de Chávez que atribuiu aos norte-americanos seu câncer e o de outros companheiros. Não mencionou que os imperialistas falharam miseravelmente no caso de Cristina Kirchner.

Ahmadinejad desta vez não veio ao Brasil abraçar o querido companheiro, Lula da Silva, mas nosso embaixador em Teerã, Antonio Salgado, defendeu o iraniano dizendo que aquela sua famosa e abjeta frase, “varrer Israel do mapa”, tantas vezes pronunciada, foi mal compreendida. Entretanto, a intenção de tal varredura pode não ser retórica, visto que o material produzido em bunker no Irã pode se tornar material físsil para ogivas.

Em 23 de fevereiro de 2010, um Lula eufórico e sorridente caiu nos braços dos irmãos Castro, enquanto esfriava no caixão o corpo de Orlando Zapata Tamayo. Este morreu depois de ter sido torturado nas masmorras cubanas e enfrentado uma greve de fome. Tamayo pedia condições mais humanas para os demais encarcerados e liberdade para seu país.

Dilma Rousseff irá à Cuba no próximo dia 31. Dia 19 morreu Wilman Villar, que protestava com greve de fome contra a violação dos direitos humanos em Cuba. Não era um bandido, como se referiu Lula com relação aos presos políticos cubanos que fazem greve de fome, mas outro mártir e herói que deu a vida pela liberdade.

Rousseff, a exemplo de seu mestre em política, em breve estará em Cuba para abraçar e beijar o sanguinário déspota, Fidel Castro. Decididamente, direitos humanos à moda petista não passam de uma grande farsa.

Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.



22/01/2012
 

domingo, 22 de janeiro de 2012

O poste adquiriu luz própria. Tchau, Lula

 

 Fica cada vez mais distante a possibilidade de uma candidatura de Lula em 2014...

 
 

A presidente Dilma Rousseff atingiu no fim do primeiro ano de seu governo um índice de aprovação recorde, maior que o alcançado nesse estágio por todos os presidentes que a antecederam desde a volta das eleições, informa reportagem de
Bernardo Mello Franco, publicada na Folha deste domingo.

Segundo pesquisa Datafolha, 59% dos brasileiros consideram sua gestão ótima ou boa, enquanto 33% classificam a gestão como regular e 6% como ruim ou péssima.

Ao completar um ano no Planalto, Fernando Collor tinha 23% de aprovação.

Itamar Franco contava 12%. Fernando Henrique Cardoso teve 41% no primeiro mandato e 16% no segundo.

Lula alcançou 42% e 50%, respectivamente.

O Datafolha ouviu 2.575 pessoas nos dias 18 e 19 de janeiro.

A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
(Da Folha de São Paulo)

Rocha Matttos reabre caso Celso Daniel


Exclusivo
Depois de sete anos na cadeia, o juiz João Carlos da Rocha Mattos revela, em entrevista exclusiva ao 247, que foi preso porque teve em seu poder as fitas do caso Celso Daniel e diz que o prefeito de Santo André morreu porque o dinheiro extorquido das empresas de ônibus não ia só para o PT
 
Foto: DIVULGAÇÃO

Por Claudio Julio Tognolli247

O governo Lula inaugurou uma Polícia Federal devotada a combater inimigos comerciais e políticos do PT – algo que ele, um delegado da PF por sete anos, não viu nem quando serviu sob a ditadura.

A “Polícia Federal republicana”, frase do ex-ministro da Justiça de Lula, Márcio Thomaz Bastos, é uma falácia: a PF de Lula era a PF dos interesses de Lula.

O desabafo é do ex-juiz federal João Carlos da Rocha Mattos, 62 anos de idade. Rocha Mattos saiu da cadeia há menos de 20 dias. Cumpriu sete anos e cinco meses de prisão. Foi o único réu preso no caso do assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel – tudo porque, diz ele, tinha posse de fitas comprometedoras, cujo conteúdo a PF de Lula “editou e apagou”.

Rocha Mattos mandou destruir tais fitas, como juiz, por serem ilegais. Mesmo assim, ele sustenta que a PF, quando o prendeu na Operação Anaconda, em outubro de 2003, invadiu sua casa perguntando se havia cópias das fitas.


Acusado por supostamente vender sentenças judiciais, Rocha Mattos falou com exclusividade ao Brasil 247, por duas horas, em seu escritório no centro de São Paulo. Não mede palavras sobre o que sofreu: conclui que sua vida mudou depois que o caso Celso Daniel caiu em suas mãos.

“Basta dizer que há ainda magistrados federais acusados de estupro, de homicídio, de corrupção, de lavagem de dinheiro. Nenhum deles foi preso ou perdeu a função, como eu perdi. Recebi muita pressão por causa das fitas do caso Celso Daniel. Recebi essas ameaças de pessoas que tinham sido seguranças do Lula em todas as suas campanhas, um deles um delegado federal que chegou a ser nomeado superintendente da PF em São Paulo depois que Lula ganhou sua primeira eleição para presidente”.


Ele se refere ao delegado Francisco Balthazar da Silva.


Rocha Mattos ainda se espanta com a “PF republicana” de Thomaz Bastos.

“Por incrível que pareça, a PF passou a ser muito mais dependente do PT a partir do governo Lula do que ela era dependente dos governos militares nos anos de chumbo. A Polícia Federal jamais foi uma polícia republicana. Ela é uma polícia do governo, ela é comandada pelo presidente da República e pelo ministro da Justiça. O grande chefe da Polícia Federal foi o ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos, embora haja um executivo como diretor da Polícia Federal”.


O ex-magistrado confessa que sua maior curiosidade é saber como funcionava a engrenagem da PF de Lula. “A Daslu, por exemplo, é uma condenação ridícula, chega a quase 100 anos, é uma condenação que nem os maiores criminosos receberam uma pena como essa.

São raríssimos os casos com uma condenação igual a essa.

Existia sob Lula uma política por detrás da PF.

Há crimes financeiros cujos autores cometeram os mesmos ilícitos que outros e não tiveram tratamento tão duro”.


Rocha Mattos só tem contra ele uma condenação em definitivo, numa pendenga contra o juiz Fausto Martin de Sanctis. Nos outros oito casos pendentes, ainda cabem-lhe recursos. Ele sonha em reaver seus vencimentos de juiz federal e nessa luta seu advogado é o criminalista Nabor Bulhões.

Confira seu depoimento:


247 – Como está a sua vida hoje?

Rocha Mattos – Estou com 62 anos, acordando super cedo. Sempre gostava de acordar cedo. Agora eu acordo cedo, venho para o escritório. Eu já trabalhava aqui quando estava no semi-aberto, só que eu trabalhava e tinha que voltar pra dormir em São Miguel e ultimamente no Belém, já que o presídio de São Miguel acabou. Venho pro escritório, trabalho, fico até tarde. Antigamente ficava até às cinco, tinha que chegar lá às sete, em São Miguel e depois no Belém. E eu acabo indo embora daqui agora mais tarde, nove horas, ou seja, o primeiro a chegar e o último a sair. E doutor Raimundo Oliveira da Costa, que é o dono do escritório é meu advogado há mais de um ano e tem conseguido grandes vitórias pra mim. Ele é uma pessoa que conheço há muitos anos e embora tenha ficado muito tempo sem ver e houve uma aproximação maior mais por carta quando estava lá em Tremembé e ele foi trabalhar lá na Paulista e quando ele saiu de lá acabei vindo com ele pra cá.

247 – O senhor conhece a Justiça de uma maneira privilegiada porque foi delegado federal, procurador, juiz federal, preso...

Rocha Mattos – Até a prisão eu conheço agora! Eu sei o quanto é difícil ficar preso, o quanto é difícil a vida, porque não é só você ficar lá fechado o tempo todo, quando sai pro semi-aberto você sai pra trabalhar, existe essa possibilidade. Mas a gente não sabe das angústias que existem, principalmente no fechado, no regime semi-aberto. E nesse tempo toma bastante tombo. Na verdade, normalmente quem tira esse tempo de prisão é quem tem crime hediondo, que não é o meu caso, quem tem trânsito em julgado, homicídio, sequestro, então eu fiquei muito tempo preso. As penas chegaram a ser bem altas, elas foram caindo com recurso e tal. Ainda tenho uns processos em andamento e foi muito difícil, tive dificuldade até pra comunicar com advogado, mas eu sobrevivi.

247 – O que você mais pensava quando estava preso, o que mais te ocupava a cabeça?

Rocha Mattos – Sempre pensava que eu ia acabar resolvendo algumas situações, ia sair, eu não esperava ficar tanto tempo preso, eu esperava ficar dois ou três anos no máximo, eu nunca imaginei que fosse ficar todo esse tempo. Naquela época o tribunal, quando eu estava livre de um processo, decretava outra coisa mais antiga.

247 – E no que você se segurou?
Rocha Mattos – Ah, filhos, filhos e a filha menor que eu tenho, que tem seis anos e nasceu quando eu estava na Polícia Federal, foi gerada quando eu estava na Polícia Federal. É uma criança que é minha filha-neta e que renovou bastante a minha vida. E mesmo o Caio, que quando eu fui preso tinha 12 anos, era garoto ainda. As mais velhas já estão bem encaminhadas na vida.

247 – Dentro desse sistema, o que você viu de pior?

Rocha Mattos - Olha, não tem uma cena assim que tenha marcado bastante, mas é a angústia dos presos em geral, porque eles ficam às vezes na esperança daquele benefício, e às vezes, muitas vezes aliás, eles são frustrados de justiça, de liberdade, e realmente demora muito pra ver as soluções dos incidentes.

247 – Alguém te pedia muito conselho, sabendo que o senhor era juiz?

Rocha Mattos – Muito, muito.

247 – Fale do que pesa contra o senhor.
Rocha Mattos – Tive mais de vinte acusações, inclusive algumas até repetidas, e isso foi até reconhecido pelos procuradores que trabalham na primeira instância. Existem acusações sobrepostas. A mesma conduta minha deu margem a um processo por prevaricação e a um processo por corrupção. O Ministério Público dizia ora que era corrupção, ora que era prevaricação, ora que era lavagem de dinheiro. Existem hoje em dia talvez umas sete ou oito acusações contra mim. Sei que é um absurdo, mas eu sei que sou eu que fui preso no caso de Santo André, do Celso Daniel. Eu estou agora em liberdade porque já cumpri uma parte da pena, mas eu ainda estou preso no caso da morte de Celso Daniel. Recebi uma pena de três anos e meio em regime semi-aberto. Fui acusado de ter desaparecido com as fitas do caso, quando não fui eu quem despareceu com as fitas do caso. Inclusive essas fitas eram prova ilícita e existe até acórdão do Supremo dizendo que se a prova é ilícita, ela não poderia ser usada como acusação de supressão de documento, ou seja, dela mesma. Foram localizadas segundas cópias dessas fitas meses depois da destruição delas. Embora por distribuição eletrônica, na Justiça, esse mandado de segurança contra mim caiu nas mãos da desembargadora Terezinha Cazerta, que estava à frente de alguns processos da Operação Anaconda, em alguns dos quais ela foi considerada, aliás, incompetente. Jamais houve na Justiça Federal de São Paulo uma rapidez e uma celeridade como essa que houve no meu caso.

247 – Houve política na Operação Anaconda?

Rocha Mattos – Sustento ainda que a Operação Anaconda foi uma operação política contra mim. Sustento porque naquela época a Anaconda foi a segunda grande operação do governo Lula. Houve antes a Operação Diamante, em que foi atingido um ex-ministro do STJ, um juiz, e um juiz de um tribunal regional federal, junto de sua esposa. Mas ninguém foi preso. Comigo, foram muito duros: basta dizer que há ainda magistrados federais acusados de estupro, de homicídio, de corrupção, de lavagem de dinheiro. Nenhum deles foi preso ou perdeu a função, como eu perdi. Recebi muita pressão por causa da fitas do caso Celso Daniel. Recebi essas ameaças de pessoas que tinham sido seguranças do Lula em todas as suas campanhas, um deles um delegado federal que chegou a ser nomeado superintendente da PF em São Paulo depois que Lula ganhou sua primeira eleição para presidente. Mas as provas do caso Celso Daniel eram ilícitas e eu não me arrependo de nenhuma decisão que eu tenha dado. Eu acho que eu poderia ter sido apenas mais cortês com as pessoas do tribunal. Às vezes, quando eu me sentia muito pressionado, eu também reagia. Eu procurava sempre, para reagir a essas pressões, demonstrar que eu sabia de muitas coisas. Eu tenho até exemplo, mas não vou citar nomes: eu acusei um juiz de destruir dois carros do tribunal. Li outro dia, no Consultor Jurídico, que esse juiz agora está respondendo pela destruição desses carros.

247 – O senhor foi acusado na Anaconda de venda de sentenças. Quais são essas sentenças, qual a materialidade da acusação?

Rocha Mattos – Na verdade eu tenho duas acusações sobre isso. Uma o processo está em andamento ainda. O processo está na 10ª Vara. O outro caso que eu fui condenado pelo tribunal é o caso do contrabandista alcunhado de Lobão. Esse Lobão era acusado de descaminho de cigarros e de outras mercadorias. Não fui eu que dei a liberdade provisória ao tal de Lobão, e ele nem era réu. Quem eram réus eram os supostos laranjas dele. Eu jamais soltei os caminhoneiros que estavam transportando essa carga desviada. Quando veio a denúncia contra os laranjas de Lobão, eu nem estava mais na Justiça. Com o parecer favorável do Ministério Público, a única coisa que eu fiz nesse processo, eu liberei, mediante fiel depósito, os veículos transportadores para os proprietários que eram os supostos laranjas, mas eu não sabia disso. E ninguém também recorreu disso. E veja você que eu fui acusado nesse caso de corrupção e até de liberar cigarros. Jamais foram liberados cigarros, nem por mim nem por outro juiz. Esses cigarros continuam apreendidos na Receita, eram fabricados no Paraguai e eu acabei respondendo por corrupção nesse caso. Esse caso não tem julgamento definitivo. Vai ser julgado um recurso especial e vão ser julgados dois habeas corpus. Mas fora esses dois casos, eu não tenho nenhuma outra acusação de corrupção.

247 – Essas acusações, cronologicamente, foram feitas depois que o senhor esteve de posse das fitas do caso Celso Daniel?
Rocha Mattos – Sim, perfeitamente. O caso Anaconda começou errado. Ele começou em Alagoas, com um juiz de Primeira Instância e não pelo Tribunal Regional Federal de lá. Hoje em dia, o STJ não aceita mais isso, que um juiz de outra jurisdição faça gravações de outro. A escuta, agora, tem que ser determinada desde o início pelo tribunal. E contra os juízes de outras regiões, pelo Tribunal Regional da jurisdição específica. A Anaconda começou para investigar uma coisa e acabou investigando outra. Eu e os juízes Casem e Ali Mazloum fomos grampeados por um juiz de Alagoas por um ano e oito meses, e na verdade quando apareceram os nossos nomes esse juiz deveria informar isso imediatamente ao tribunal, e não ficar um ano e oito meses investigando em segredo.

247 – Qual é o seu juízo de valor sobre a Polícia Federal Republicana, como era chamada por Marcio Thomaz Bastos?

Rocha Mattos – Eu fui delegado federal por sete anos, de 1976 até 1982, então eu peguei bastante do período militar. Na época dos militares, a Polícia Federal nunca teve um delegado que fosse diretor-geral, eram só coronéis e generais do Exército, então claro que a PF era ligadíssima ao regime militar. Mas, por incrível que pareça, a PF passou a ser muito mais dependente do PT a partir do governo Lula do que ela era dependente dos governos militares nos anos de chumbo. A Polícia Federal jamais foi uma polícia republicana. Ela é uma polícia do governo, ela é comandada pelo presidente da República e pelo ministro da Justiça. O grande chefe da Polícia Federal foi o ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos, embora haja um executivo como diretor da Polícia Federal. Num HC meu de 2004 eu escrevi isso: a Polícia Federal é uma polícia do governo. A Polícia Federal é uma polícia petista, do governo do PT, como foi do PSDB na época do PSDB. Tanto que o caso da Roseane Sarney foi uma operação comandada contra ela pelo governo Fernando Henrique. Portanto a PF era tucana e passou a ser petista. O que eu acho bom é que no início desse governo Dilma a PF se desvinculou bastante da parte política. A Dilma está deixando a PF ser bastante profissional. Eu acho que a interferência na PF, no governo Dilma, é muito menor. No tempo de Lula e de Marcio Thomaz Bastos, a PF virou uma polícia do PT. Não era uma PF do governo, era uma PF do Partido dos Trabalhadores.

247 – Por que a PF de Lula prendeu alguns empresários e não outros, que concorriam afinal no mesmo tipo de negócio?

Rocha Mattos – Por razões políticas, inclusive tem condenações como a da Daslu, que é uma condenação ridícula, chega a quase 100 anos, é uma condenação que nem os maiores criminosos receberam uma pena como essa. São raríssimos os casos com uma condenação igual a essa. Existia sob Lula uma política por detrás da PF. Há crimes financeiros cujos autores cometeram os mesmos ilícitos que outros e não tiveram tratamento tão duro. Os tribunais deixaram de ser duros também, como se pode ver o caso da Operação Castelo de Areia e como está se vendo no caso da Satiagraha. Ao contrário do que aconteceu na Anaconda, o STJ começou a abrandar mais, ele começou a passar a ser menos tolerante com essas gravações. Ele começou a considerar ilegais as gravações que se perduram por anos e não têm fundamentação.

247 – O senhor acha que tudo teve um breque depois que o ministro Gilmar Mendes foi grampeado?

Rocha Mattos – Não foi só o ministro Gilmar que teria sido grampeado, outros também foram, existem suspeitas seríssimas disso. O próprio Judiciário foi amadurecendo. Num primeiro momento isso não foi visto no nosso caso. Veja você, no meu caso, que eu tinha até uma certa relação de inimizade com os irmãos Mazloum, cheguei a litigar com eles no caso Banespa, já processei os dois e fui processado por eles, e mesmo assim a Anaconda nos acusou juntos. Não há na Anaconda nenhuma ligação telefônica entre eu, o Casem e o Ali. Foram usadas contra mim provas em que a minha ex-mulher Norma, que estava fora de si por causa da separação, me ameaçava com coisas inexistentes. Essas gravações legalmente só poderiam ser usadas para a defesa, e não no ataque contra mim. A própria jurisprudência do Supremo é nesse sentido, Veja que no caso do Carlinhos Cachoeira naquele escândalo do Valdomiro Diniz, do PT, na Casa Civil, o procurador tinha as gravações do Carlinhos, mas queria que ele entregasse, porque pela lei só ele era parte legítima para entregar essas gravações. O Carlinhos foi vítima de extorsão daquele assessor do José Dirceu. O Carlinhos gravou tudo, mas ele nunca entregou para a polícia. Mas no meu caso, o mesmo tipo de gravação foi aceito como prova pelo Tribunal Regional da 3ª Região.

247 – Algum dos seus casos já transitou em julgado?

Rocha Mattos – É um caso que a pena baixou de 4 para dois anos. Esse processo já estava instaurado antes da Anaconda e eu fui acusado nele de fazer uma denunciação caluniosa contra o juiz Fausto de Sanctis. Eu o acusei de abuso de autoridade, não de um crime grave, e acabei sendo condenado a 4 anos de prisão em regime fechado. Cumpri parte dessa pena, sendo que depois o STJ acatou o HC do meu advogado, abaixando essa pena para dois anos em regime aberto. O processo foi totalmente desfigurado.

247 – O senhor diz que no caso do Celso Daniel houve ingerência da PF como polícia de estado e de partido...

Rocha Mattos – Foi a PF do Executivo. Aquilo foi terrível pra mim, embora eu tenha considerado a prova ilegítima. Indevidamente as fitas de Celso Daniel ficaram guardadas em local incerto e não sabido e isso gerou atrito com a desembargadora Terezinha Cazerta, autora do mandado de segurança contra mim. O MP se aproveitou disso para tentar, e conseguiram, me deixar na cadeia tantos anos. Quando o Elias Maluco matou Tim Lopes, ele foi condenado por homicídio e formação de quadrilha. Ele levou uma pena de um ano e oito meses: eu levei uma pena de 3 anos, a pena máxima, pela suposta quadrilha. Não há um caso como esse na Justiça.

247 – Fale da fita do caso...

Rocha Mattos – A apuração do caso do Celso começou no governo FHC. A pedido do PT, a PF entrou no caso. Mas quando o Lula assumiu, a PF virou, obviamente. Daí, ela, a PF, adulterou as fitas, eu não sei quem fez isso lá. A PF apagou as fitas, tem trechos com conversas não transcritas, é uma história insepultável. O que eles fizeram foi abafar o caso, porque era muito desgastante, mais que o Mensalão. O que aconteceu foi que o dinheiro das companhias de ônibus, arrecadados para o PT, não estava chegando integralmente a Celso Daniel. Quando ele descobriu isso, a situação dele ficou muito difícil. Só existe uma pessoa condenada nesse caso: eu. Vão surgir mais co-réus. Eu sou o único punido no caso Celso Daniel. Agentes da PF manipularam as fitas de Celso Daniel. O juiz do caso então, de polícia judiciária, o Dr. Porto, admitiu que as gravações começaram a ser feitas para apurar suposto tráfico de drogas, ele sabia que era para investigar o PT, mas ele não tinha competência territorial para isso. E outra: era crime político, portanto deveria ser apurado pela PF. Esse caso veio parar na minha mão. Eu mandei apreender essas fitas, que nem sei se eram originais, mas já tinham sido adulteradas. Se a PF do FHC queria prejudicar o PT, sob o Lula ela virou e passou a ser uma polícia do governo do PT. O juiz Porto admitiu que autorizou gravações que eram para drogas, mas, no fundo, eram políticas. Por que não constava do processo que ele era contra integrantes do PT? O Dr. Porto parecia estar conivente com essa mentira de que era caso de drogas. Destruí as primeiras fitas. Mas tudo ali era adulterado, veio adulterado, sempre envolvendo Gilberto Carvalho, ex-secretário particular de Lula. A PF fez um filtro nas fitas para tirar o que talvez fosse mais grave.

247 – E o que seria?


Rocha Mattos – Não sei.

13 de Abril de 2011