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sábado, 4 de julho de 2015

Exclusivo: as provas que Ricardo Pessoa entregou à Justiça



VEJA desta semana apresenta os documentos e planilhas em que o empreiteiro Ricardo Pessoa registrava as transações do petrolão – entre elas o dinheiro entregue à campanha de Dilma


Por: Robson Bonin

VEJA

O petista Edinho Silva: achaque muito educado, segundo o empreiteiro Ricardo Pessoa
(Ueslei Marcelino/Reuters)

O engenheiro Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC, é famoso por sua grande capacidade de organização - característica imprescindível para alguém que exercia uma função vital no chamado "clube do bilhão". Ele foi apontado pelos investigadores como o chefe do grupo que durante a última década operou o maior esquema de desvio de dinheiro público da história do país. O empreiteiro entregou à Justiça dezenas de planilhas com movimentações financeiras, manuscritos de reuniões e agendas que fazem do seu acordo de delação um dos mais contundentes e importantes da Operação Lava-Jato. O material constitui um verdadeiro inventário da corrupção. Em uma série de depoimentos aos investigadores do Ministério Público, Pessoa detalhou o que fez, viu e ouviu como personagem central do escândalo da Petrobras. Na sequência, apresentou os documentos que, segundo ele, provam tudo o que disse.

Manoel de Araújo: um “funcionário da Presidência” em busca de “doações”(VEJA/VEJA)

​​VEJA teve acesso ao arquivo do empreiteiro. Um dos alvos é a campanha de Dilma de 2014 e seu tesoureiro, Edinho Silva, o atual ministro da Comunicação Social. Segundo o delator, ele doou 7,5 milhões de reais à campanha depois de ser convencido por Edinho Silva. "O senhor tem obras no governo e na Petrobras, então o senhor tem que contribuir. O senhor quer continuar tendo?", disse o tesoureiro em uma reunião. O empreiteiro contou que não interpretou como ameaça, mas como uma "persuasão bastante elegante". Na dúvida, "para evitar entraves" nos seus negócios com a Petrobras, decidiu colaborar para que o "sistema vigente" continuasse funcionando - um achaque educado. Mas há outro complicador para Edinho: quem apareceu em nome dele para fechar os detalhes da "doação", segundo Pessoa, foi Manoel de Araujo Sobrinho, o atual chefe de gabinete do ministro. Em plena atividade eleitoral, Manoel se apresentava aos empresários como funcionário da Presidência da República. Era outro recado elegante para que o alvo da "persuasão" soubesse com quem realmente estava falando.


O documento em que Ricardo Pessoa registrou a 'doação legal' à campanha de Dilma e os nomes do tesoureiro Edinho Silva e seu braço-direito Manoel de Araujo
(VEJA.com/VEJA)


03/07/2015

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Dirceu, o habeas corpus preventivo e a admissão de culpa




Por Reinaldo Azevedo

Roberto Podval, advogado de defesa de José Dirceu, entrou com pedido de habeas corpus preventivo para seu cliente. Ah, bem: antes que alguém resolva lembrar que Podval é meu amigo (e também meu advogado em um caso) — e isso bem antes de ser defensor de Dirceu —, lembro eu mesmo. Durante o mensalão, participamos de uma série de debates na VEJA.com. Discordamos e concordamos à larga. Pronto! Se a minha opinião já não serve por isso, então nem continue a ler. Adiante para os que resistiram.

Quando é que se entra com um pedido de habeas corpus preventivo? Quando se dá como certo que a prisão, também preventiva, vai ser pedida. Podval e os demais advogados pesaram todas as variáveis e concluíram que o risco é grande. E, convenham, qualquer um com um mínimo de experiência acha o mesmo.

Isso quer dizer necessariamente admissão de culpa? Não! Ou um habeas corpus preventivo corresponderia a uma confissão. E não corresponde. A pessoa pode se dizer inocente, e Dirceu se diz, mas ler o andamento de uma operação e concluir que será preso em razão da lógica seguida pelo acusador.

Há, em certas áreas, um tanto de preconceito contra o expediente justamente porque se confunde o recurso com admissão de culpa. Alguns dos que estão hoje presos foram aconselhados a apelar ao habeas corpus preventivo e recusaram a opção.

Os argumentos do HC preventivo estão centrados no Artigo 312 do Código de Processo Penal, que define os objetivos de uma prisão preventiva, desde que existam provas do crime e indício suficiente de autoria:

– preservar a ordem pública:
– preservar a ordem econômica;
– conveniência da instrução criminal;
– aplicação da Lei Penal.


Podval argumenta que seu cliente não incide em nenhuma dessas causas, até porque já está preso — no caso, em prisão domiciliar. Bem, se não, por que o HC preventivo? Convenham: as prisões preventivas nessa operação têm dado pouca bola ao Artigo 312. É evidente que o risco existe.

Dirceu se complica

É claro que a situação de Dirceu no petrolão pode se complicar bastante com a delação de Milton Pascowitch. Por quê? Segundo a força-tarefa da Lava Jato, a Jamp, a consultoria do lobista, recebeu, entre 2004 e 2013, R$ 104 milhões de empreiteiras envolvidas no petrolão. Ocorre que a “empresa” não tinha funcionários. É considerada de fachada. Segundo o Ministério Público, servia para repassar propina aos petistas. A JD, a consultoria de Dirceu, recebeu repasses da Jamp. Pascowitch também ajudou a comprar o imóvel que abrigava a empresa do petista.

Dado esse quadro, e considerando o andamento da Lava Jato até agora, a chance de a prisão preventiva de Dirceu ser decretada é grande, ainda que ele, segundo seu advogado, não incida em nenhuma daquelas quatro causas.

02/07/2015


Justiça nega habeas corpus preventivo a José Dirceu


Ex-ministro da Casa Civil, alvo de inquérito no escândalo do petrolão, alegava que poderia ser preso a qualquer momento, principalmente após a delação do lobista Milton Pascowitch


Por Laryssa Borges, de Brasília

Veja.com
José Dirceu: tentativa de evitar nova prisão
(Rocha Lobo/Futura Press)

O juiz federal Nivaldo Brunoni, convocado para o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, negou nesta sexta-feira pedido de habeas corpus preventivo apresentado pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Na decisão, o magistrado disse que não está comprovado que o petista, que cumpre prisão domiciliar por ter sido condenado no julgamento do mensalão, esteja em situação de ameaça concreta, critério que, na avaliação de Brunoni, seria necessário para a concessão do recurso.

Nesta quinta a defesa de Dirceu havia apresentado o pedido de habeas corpus para evitar que o ex-ministro pudesse ser preso por conta das investigações da Operação Lava Jato. Embora não haja nenhum pedido de prisão contra Dirceu, a situação do petista ficou mais delicada, segundo a avaliação de procuradores da da Lava Jato, após o acordo de delação premiada assinado pelo lobista Milton Pascowitch. Além de dar informações sobre o envolvimento do político com o esquema, as revelações do lobista devem abrir novas linhas de investigação, principalmente sobre o bilionário mercado de exploração do pré-sal.

"Por ter seu nome envolvido no curso da Operação Lava Jato e, recentemente, divulgado pelo delator Milton Pascowitch, o paciente tem inúmeros motivos para acreditar que se encontra na iminência de ser preso", afirmou a defesa. Para o juiz, porém, "o mero receio da defesa não comporta a intervenção judicial preventiva".

Para ele, ainda que o lobista Milton Pascowitch possa ter detalhado, em acordo de delação premiada, a participação de José Dirceu no esquema investigado pela Operação Lava Jato, os depoimentos não são suficientes "para demonstrar que o paciente possa ser segregado cautelarmente e que tal ato judicial representaria coação ilegal". "O fato de o paciente ser investigado e apontado no depoimento de Milton Pascowitch não resultará necessariamente na prisão processual", disse Brunoni, que afirmou ainda que conceder o habeas corpus preventivo neste momento "equivaleria a antecipar-se" a possíveis decisões do juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato em Curitiba.


03/07/2015

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Aécio: inflação maior que popularidade da Dilma


 

Folha de São Paulo
Por O EDITOR

O presidente do PSDB, Aécio Neves, ironizou nesta quarta-feira (1º) o resultado de pesquisa CNI-Ibope divulgada na manhã de hoje. De acordo com o levantamento, a presidente Dilma Rousseff atingiu o mais baixo índice de popularidade desde a redemocratização. "Isso é o que temos no Brasil hoje: uma inflação que caminha para ser maior do que a popularidade da Presidente da República", disse ele. A pesquisa indicou que 9% da população considera o atual governo bom ou ótimo - a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.


A inflação medida pelo IPCA (índice oficial) é de 8,47% nos 12 meses encerrados em maio. Para junho, a projeção é de 0,72%, de acordo com a mais recente pesquisa semanal do Banco Central com economistas (o Boletim Focus). Para o tucano, derrotado por Dilma nas últimas eleições presidenciais, existe hoje um "vácuo de poder" e uma "perda da capacidade de governabilidade". Ele ainda criticou declarações recentes da presidente sobre a delação do executivo Ricardo Pessoa, dono da UTC.


"O que temos que combater, com extremo vigor, é essa tentativa inadmissível da presidente da República e de outros agentes de seu campo político de combater as instituições. O que tem que ser combatido é o crime, não a Polícia Federal". O presidente do PSDB afirmou que o pedido de renúncia da presidente Dilma Rousseff, feito mais cedo pelo líder do partido na Casa, senador Cássio Cunha Lima (PB), foi uma demonstração de "posição do líder". "A nação aguarda de forma atenta todos os desfechos dessas demandas do campo da justiça. () E para que o Brasil tenha seu sofrimento abreviado, renuncie Dilma Rousseff, disse Lima, na tribuna do plenário.

1 de julho de 2015

José Dirceu pede habeas corpus preventivo para não ser preso


Ex-ministro de Lula recorre à Justiça para não voltar à prisão
Diário do Poder


José Dirceu cumpre pena de prisão domiciliar, no processo do mensalão.
(Foto: Ed Ferreira/Estadão Conteúdo)


O ex-ministro José Dirceu, que cumpre pena de prisão domiciliar no processo do mensalão, ingressou na Justiça com um pedido de habeas corpus para não ser preso na Operação Lava Jato, que investiga a roubalheira na Petrobras.

Esta semana, após acordo de delação premiada, o lobista Milton Pacowitch contou haver pago suborno ao ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, e que até custeou suas despesas pessoais, como a reforma de um imóvel.

Pascowitch revelou que o pagamento de propina a José Dirceu foi para garantir a contratação da empreiteira Engevix pela Petrobras, através da diretoria de Serviços, chefiada na época por Renato Duque, que foi indicado para o cargo pelo ex-ministro. Em nota, José Dirceu negou que tenha indicado Duque e que tenha sido subornado.

O pedido de habeas corpus foi protocolada no Tribunal Regional Federal da 4ª região, em Porto Alegre (RS), ao qual é subordinada a Vara Federal Criminal chefiada pelo juiz Sergio Moro, que coordena as ações da Operação Lava Jato.

 02 de julho de 2015


Cerveró, ex-diretor da estatal, negocia fazer delação premiada



Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da Petrobras, iniciou as negociações de um possível acordo de delação premiada nesta quarta-feira (1º)
BELA MEGALE
FLÁVIO FERREIRA
DE CURITIBA
Folha

A conversa entre Cerveró, advogados da defesa, procuradores e representantes da Polícia Federal aconteceu na tarde de quarta na Superintendência da PF, em Curitiba. Pela manhã, ele havia recebido visita da esposa.

Pessoas próximas à família afirmaram que a decisão de negociar deve-se ao estado de saúde do ex-diretor. Preso desde janeiro, ele vem sofrendo ataques de pânico, apesar de tomar medicação para ansiedade e ter acompanhamento de psiquiatra.

Na quinta (25), o ex-diretor retornou do Complexo Médico Penal, em Pinhais, para a sede da PF em Curitiba, onde passou a dividir a cela com o doleiro Alberto Youssef.

Pessoas que tiveram contato recente com Cerveró afirmam à Folha que não é raro vê-lo usando roupas sujas.

Os problemas psiquiátricos geraram questionamentos sobre as reais contribuições de uma eventual delação.

Em maio, Cerveró foi sentenciado a cinco anos de prisão em regime fechado pelo crime de lavagem de dinheiro. O ex-diretor também é figura central na compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, e é suspeito de receber US$ 40 milhões de propina para intermediar a contratação de navios-sonda.

Por ser apontado como um dos arrecadadores do PMDB, sua eventual delação é vista como um dos principais caminhos para se chegar a caciques do partido, como o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.

A advogada de Cerveró, Alessi Brandão, disse que "no momento" não pode falar do acordo. Cerveró sempre negou as acusações à CPI da Petrobras e à Justiça.


02/07/2015

PF prende ex-diretor da Petrobras na 15ª fase Lava Jato


Sucessor de Cerveró na Área Internacional, Jorge Zelada é principal alvo dos agentes


Por Laryssa Borges, de Brasília
Veja.com


Jorge Luiz Zelada
(Geraldo Magela/Agência Senado/VEJA)


A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira a 15ª fase da Operação Lava Jato e prendeu o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Jorge Zelada. O novo foco das investigações é o recebimento de propina nesta diretoria da estatal. Zelada sucedeu Nestor Cerveró no cargo e suas transações eram investigadas mais detalhadamente desde o início do ano, quando o Ministério Público Federal achou contas secretas dele em Mônaco com saldo de cerca de 11 milhões de euros.

Zelada ocupou o cargo de diretor da petroleira de 2008 a 2012, como sucessor de Nestor Cerveró, que está preso no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, e já foi condenado em um dos processos da Lava Jato a cinco anos de prisão por lavagem de dinheiro.

Na 15ª fase da Lava Jato, intitulada Conexão Mônaco, os policiais cumprem quatro mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e em Niterói e o mandado de prisão preventiva contra Zelada.

02/07/2015



quarta-feira, 1 de julho de 2015

Câmara volta a apreciar proposta de redução da maioridade


Texto em debate é semelhante ao que foi rejeitado por margem estreita na madrugada desta quarta; mudança deve possibilitar aprovação da proposta

Veja.com
(Com Estadão Conteúdo)

Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados
(Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

A Câmara já iniciou a sessão em que deve votar uma nova proposta de redução da maioridade penal em casos de crimes graves. Horas depois da rejeição da proposta do deputado Laerte Bessa (PR-DF), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), colocou em pauta uma versão alternativa do texto, ligeiramente mais branda. A emenda em discussão não menciona os crimes de tráfico de drogas e roubo qualificado como justificativa para punição criminal a maiores de 16 anos. O restante do texto, que inclui homicídio, sequestro e estupro, foi mantido.

A primeira proposta apreciada pela Câmara, em uma votação que se encerrou na madrugada desta quarta, acabou não sendo aprovada porque faltaram cinco votos para que o número mínimo de apoios fosse atingido: votaram "sim" 303 deputados, mas eram necessários 308. A maior parte dos líderes partidários apoiou a decisão de recolocar o tema em pauta - sob protestos de PT, PSB e PSOL.

Alguns parlamentares temiam que usuários de drogas fossem enquadrados como traficantes e, assim, reponsabilizados criminalmente. Também havia receio sobre o crime de roubo qualificado. Um assalto praticado em grupo, por exemplo, seria suficiente para que o adolescente de 16 anos fosse tratado como criminoso comum. Agora, com o novo texto, há perspectiva real que a redução da maioridade penal seja aprovada em primeiro turno. Se isso acontecer, ainda será preciso votá-la em segundo turno antes de enviá-la ao Senado.

Mais cedo, ao chegar hoje à Câmara, Cunha disse que a votação mostrou que "a grande maioria" dos deputados quer a mudança. Ele afirmou ainda que a Casa analisará outras alternativas de redação para o tema. Na prática, isso abre espaço para que uma outra versão da redução da maioridade seja aprovada. A proposta a ser apreciada deve excluir o roubo qualificado e o tráfico de drogas da lista de crimes que permitiriam punição criminal a maiores de 16 anos. Com isso, os defensores da redução da maioridade esperam conquistar os poucos votos necessários para atingir os 308.

"O tema é polêmico e ouvi de alguns deputados que havia crimes demais na lista passível de redução, então podemos esperar um texto mais brando", disse Cunha. "A verdade é o seguinte: a maioria quer, não atingiu o quórum constitucional, o que significa que o tema está amadurecendo", emendou.

O peemedebista fez um alerta aos defensores da aprovação de uma proposta ainda mais dura: "Se não passou a parcial, não é a plena que vai passar. Ninguém tem ilusão em relação a isso".

Cardozo - Eduardo Cunha também partiu para o ataque contra o ministro Eduardo Cardozo (Justiça). Disse que o resultado da votação foi influenciado pela "mentira propagada" pelo ministro. "Ele (Cardozo) usou argumentos mentirosos levantados pelos deputados em plenário", disse.

Na terça-feira, ao convocar uma reunião com deputados aliados para articular a rejeição da Proposta de Emenda à Constituição, Cardozo disse que avalizar o texto implicaria em mudanças em outras leis. Citou que a permissão para dirigir também seria reduzida para 16 anos e que haveria discussão jurídica para outros temas como idade mínima para consumo de álcool e abrandamento de penas para quem praticar crimes como estupro contra menores.


01/07/2015

Eu não tenho respeito por Dilma


“Eu não tenho respeito por delator”
 
Por Glauco Fonseca

 
A cada dia que passa, aumenta o meu sentimento de repulsa pela “mulher sapiens” Dilma Vana Rousseff. Eu não a odeio e dela não tenho raiva ou qualquer sentimento que possa remeter a atos que seriam ainda mais repulsivos de minha parte. Eu simplesmente não aguento mais ver o rosto, ouvir a voz, não aguento mais as roupas, o cabelo, o sorriso desagradável e o olhar pusilânime e disfarçado de Dilma Vana.

Tudo nela me cheira a “verdades não contabilizadas”. Seus erros aloprados em cascata parecem com a cueca do assessor do Nobre, o irmão do mensaleiro. Seu governo é uma piada de salão.

Ela não maltrata apenas seus funcionários, ministros e demais pessoas que a cercam. Ela é uma presença pesada, desagradável para um país inteiro. Frases desconexas, sentenças mentirosas, gestos agressivos, enfim, Dilma Vana é um desastre completo. Os números de sua gestão não mentem, seja como presidente do conselho da Petrobras ou da República. Um desatino com pernas e cérebro que dão ojeriza a um país inteiro, seja quando pedalam nas ruas, seja quando pedalam com o fisco.

Seus índices de popularidade são tão subterrâneos que até as minhocas já estão reclamando. O PIB, que indica o quanto ficamos mais ricos ou mais pobres, apontam para o centro da terra. A produção industrial cai, as vendas de manufaturados e de automóveis idem. O desemprego, ao contrário, ruma ao espaço, assim como a inflação e os índices de violência nas cidades e no campo. Os indicadores de saúde e educação informam que, no ritmo Rousseff, logo estaremos de volta à idade da pedra polida. Que gestora, que mulher, que presidente!

Eu não posso mais com Dilma Vana Rousseff. Não há dia em que eu não sonhe com sua renúncia, com a hipótese remotíssima de que ela tenha vergonha e recato e peça para sair. É sonho, eu sei. Mas um sonho tão interessante que até o delator Lula (segundo Tuma Jr. em seu livro Assassinato de Reputações) quer vê-la longe. E olha que, se Lula está querendo ver Dilma pelas costas, imagina eu, que estou assanhado para ver Lula atrás das grades.

Tomara que chegue logo o dia em que Dilma passará para a história do Brasil. A era das trevas do Brasil de Dilma não será assim chamada pelo fato dela ter destruído a Petrobras, nem por ter prometido absurdos e ter mentido criminosamente na campanha eleitoral de 2014. A era Dilma será conhecida como a Fase II do período mais corrupto da história da humanidade (a Fase I já pertence a Lula). Sua época será comparada à idade antiga de um país que prometia ser grande, mas que não saiu da idade média, da idade medíocre.

Dilma será conhecida historicamente como “a coveira de 200 milhões de esperanças”.

Vá embora, Dilma Rousseff, por favor. Não há plano que venha a funcionar com liderança tão pífia e inconfiável. Pede as contas, Dilma. O país (ou a grande maioria dele, de norte a sul, de todas as cores e graus de instrução) se ressente da tua presença. Magra ou gorda, não tem a menor importância. Eu até peço desculpas pela minha sinceridade. É que eu não aguento mais. Não vejo futuro para o meu país e me recuso dele sair. Sempre que vejo ou ouço Dilma na televisão, checo a validade de meu passaporte e vistos. Não é assim que eu vivia, jamais foi assim que eu vivi, não quero continuar a viver assim no meu país.

Não se pode mais pedalar Dilma Rousseff

Delator detalha pagamento de propina para José Dirceu


Mais novo delator da Operação Lava Jato, o lobista Milton Pascowitch relatou a investigadores do caso que intermediou o pagamento de propina ao PT e ao ex-ministro José Dirceu para garantir contratos da empreiteira Engevix com a Petrobras
Geraldo Bubniak - 22.mai.2015/AGB/Folhapress

O lobista Milton Pascowitch, envolvido na Operação Lava Jato, chega ao IML de Curitiba (PR)



FLÁVIO FERREIRA
DE ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA
GRACILIANO ROCHA
FOLHA DE SÃO PAULO


Dirceu, segundo o testemunho de Pascowitch, teria se tornado uma espécie de "padrinho" dos interesses da empreiteira na estatal. Em contrapartida, passou a receber pagamentos e favores.

De acordo com Pascowitch, os pedidos de dinheiro de Dirceu eram "insistentes" e os repasses, feitos de formas diversas. Numa das operações, o lobista contou ter feito uma doação a uma arquiteta que reformou um dos imóveis do petista.

As investigações sobre as relações de Dirceu com Pascowitch vem sendo aprofundadas desde a prisão do lobista, no fim de maio.

O acordo de delação de Pascowitch foi homologado nesta segunda-feira (29). Como parte do acerto para a colaboração com a Justiça, o lobista saiu da carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, e passou a cumprir prisão domiciliar, em São Paulo.

Dono de uma consultoria chamada Jamp Engenharia, Pascowitch foi contratado pela empreiteira Engevix para aproximá-la do PT e abrir portas na Petrobras, de acordo com executivos da empresa e a confissão do próprio lobista.

Entre 2008 e 2011, a Engevix pagou R$ 1,1 milhão à consultoria de Dirceu. Em 2011 e 2012, a Jamp, de Pascowitch, pagou mais R$ 1,5 milhão, período em que Dirceu enfrentava o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal.

Pela versão do delator, Dirceu chegou a prospectar alguns negócios para a Engevix. Mas continuou a receber repasses mesmo quando não havia mais justificativa concreta para as cobranças.

Confrontado com uma planilha dos contratos da Engevix e da Jamp, o lobista apontou aos procuradores quais pagamentos foram propina e quais envolveram algum tipo de prestação de serviço.

Segundo o lobista, os pedidos de dinheiro também eram feitos pelo irmão e sócio do petista na JD, Luís Eduardo de Oliveira e Silva.

No depoimento, Pascowitch detalhou como começou o esquema de repasse de propina na diretoria de Serviços da Petrobras a partir da nomeação de Renato Duque em 2003, como o aval de Dirceu, então ministro da Casa Civil.

Segundo o relato de Pascowitch, na época o executivo Julio Camargo, também delator na Lava Jato, era quem intermediava o pagamento de propinas na diretoria.

Pascowitch disse ter passado a distribuir o suborno por volta de 2008, após a entrada da Engevix no projeto Cabiúnas, obra que visava aumentar a capacidade do complexo de terminais que escoa parte do óleo da Bacia de Campos, no Rio.

Segundo ele, uma parte das receitas da Engevix em contratos com a diretoria de Serviços era, primeiro, transferida para Duque, que se encarregava de redistribuí-la ao PT.

Em 2012, Pascowitch ajudou Dirceu a comprar o imóvel ocupado por sua consultoria, um sobrado na av. República do Líbano, na zona sul de São Paulo.

Em depoimento à Justiça, o ex-vice-presidente da Engevix Gerson Almada admitiu que os pagamentos a Pascowitch serviram para que ele ajudasse na aproximação com o PT, mas qualificou essa atuação de de "lobby" e nunca reconheceu o pagamento de suborno. Essa aproximação, segundo Almada, incluiu uma reunião entre o empreiteiro, Pascowitch e o então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, na qual não foi pedida propina.

OUTRO LADO

O ex-ministro José Dirceu afirmou, por meio de nota, que sua defesa não teve acesso aos termos e ao conteúdo da delação premiada do lobista Milton Pascowitch e que, portanto, não teria como emitir opiniões a respeito.

Na mesma nota, Dirceu afirma que "não teve qualquer influência na indicação de Renato Duque para a diretoria da Petrobras, informação reafirmada pelo próprio Duque em depoimento em juízo e à CPI da Petrobras".

Diz ainda que "o presidente do Conselho da Engevix, Cristiano Kok, já afirmou à própria Folha que contratou José Dirceu para prestar consultoria no exterior na prospecção de novos negócios".

A nota lembra que o ex-vice-presidente da Engevix Gerson Almada confirmou à Justiça a contratação dos serviços de Dirceu no exterior "e foi claro ao afirmar que nunca conversou com José Dirceu sobre contratos da Petrobras ou doações ao PT".

E conclui afirmando que "todo o faturamento da JD Assessoria e Consultoria para a Engevix e Jamp é resultado de consultoria prestada fora do Brasil, em especial no mercado peruano".

A assessoria de imprensa do PT informou que não se pronunciaria sobre as acusações feitas pelo lobista Milton Pascowitch no âmbito do acordo de delação premiada. O partido tem repetido que só recebe doações legais e registradas.

O advogado da Engevix, Antônio Sérgio Pitombo, não quis comentar.

Editoria de Arte/Folhapress

Duas noites na Tiffany


Por Lauro Jardim

Vista para o Central Park

Custou 11 000 dólares por noite a suíte que Dilma ficou em Nova York, no Hotel St Regis, na esquina da Quinta Avenida com a Rua 55.

Dilma ocupou por duas noites a suíte Tiffany, decorada pelo diretor de design da grife cobiçada por Audrey Hepburn em Bonequinha de Luxo. Com 158 metros quadradros, tem uma sala de jantar para dez pessoas e uma sala de estar.

Incluindo a noite anterior à chegada de Dilma, quando tradicionalmente o quarto é vistoriado pela segurança da Presidência, o total da conta não ficou abaixo de 102 000 reais, na cotação do dólar de 3,10 reais de ontem.

Mas certamente, em tempos de ajuste fiscal, a presidente deve ter pedido um desconto para dar o bom exemplo.


Quarto


Sala de jantar


Sala de estar

 01 de julho de 2015

terça-feira, 30 de junho de 2015

Dilma - Saudação à Mandioca (REMIX)

Charge






Grande Chico Anysio!



Oposição acusa Dilma e Edinho Silva de extorsão


Partidos acionam Procuradoria-Geral da República para que seja investigado se campanha da presidente cometeu crime ao exigir doações do empreiteiro Ricardo Pessoa

Por: Laryssa Borges
Veja.com de Brasília

A presidente Dilma Rousseff durante
a posse de seu ex-tesoureiro Edinho Silva
como ministro da Comunicação Social

(Ueslei Marcelino/Reuters)

Os partidos de oposição decidiram nesta terça-feira entrar com uma representação na Procuradoria-Geral da República contra a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva (PT). A oposição acusa Dilma e Edinho de terem praticado o crime de extorsão contra o empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia. O empresário, réu na Operação Lava Jato, fechou um acordo de delação premiada e disse aos investigadores que pagou 7,5 milhões de reais desviados da Petrobras à campanha à reeleição da petista em 2014, após pressão de Edinho.

Apesar da ofensiva contra o governo federal junto ao Ministério Público, os oposicionistas, que reuniram suas principais lideranças na manhã desta terça, não chegaram mais uma vez a um acordo sobre um eventual pedido de impeachment da presidente.

Conforme revelou VEJA, o dono da UTC Engenharia afirmou em depoimento aos investigadores que usou dinheiro do petrolão para bancar despesas de dezoito políticos, entre eles os senadores Fernando Collor (PTB-AL), Edison Lobão (PMDB-MA) e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e que repassou dinheiro desviado da Petrobras para as campanhas do ex-presidente Lula, em 2006, e da presidente Dilma, no ano passado. No caso da campanha de Dilma, os recursos foram entregues depois de uma abordagem de Edinho Silva, então tesoureiro da campanha presidencial, que insinuou que a UTC poderia perder contratos com a Petrobras se não ajudasse na arrecadação eleitoral, segundo relato do empreiteiro. Edinho nega e afirma que a delação "não expressa a verdade dos fatos". Dilma rechaçou o depoimento e disse que "não respeita delator".

"Há ali, explicitado por ele, uma clara chantagem. Ou ele aumentava as doações ao Partido dos Trabalhadores e à campanha da presidente da República ou ele não continuava com suas obras na Petrobras", disse o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), candidato derrotado nas eleições presidenciais de 2014.

Pedaladas - Em outra frente de atuação contra o governo, os partidos de oposição também anunciaram que vão recorrer ao Tribunal de Contas da União (TCU) com a acusação de que as chamadas pedaladas fiscais ocorreram também em 2015. As chamadas "pedaladas" fazem parte da estratégia do governo de segurar pagamentos devidos a bancos públicos com o intuito de registrar gastos menores. Com isso, o governo conseguia melhorar artificialmente suas contas para engordar a meta de superávit primário - que é a economia feita para o pagamento dos juros da dívida pública.

A operação, no entanto, é considerada irregular, pois fere a Lei de Responsabilidade Fiscal. Atualmente, o TCU já analisa o uso das pedaladas em 2014. No último dia 16, por unanimidade, a Corte decidiu abrir prazo de trinta dias para que a presidente Dilma explique a manobra e as diversas irregularidades encontradas pelo órgão de controle nas contas do governo referentes ao ano passado.






O PT e suas falácias



EDITORIAL

O Estado de S. Paulo

Após a homologação pelo STF da delação premiada de Ricardo Pessoa, dono das construtoras UTC e Constran e apontado como articulador do cartel de empreiteiras acusado de atuar no escândalo da Petrobrás, o PT tenta se defender com todos os recursos disponíveis das suspeitas que recaem mais pesadamente do que nunca sobre a rapaziada.

Mobiliza uma ampla rede de militantes na internet, desmente tudo com hipócrita indignação e, no último fim de semana, escalou para falar ministros acusados de se beneficiarem da roubalheira. O repertório petista, quase sempre baseado no princípio de que a melhor defesa é o ataque, torna-se mais falacioso à medida que a pressão sobre o partido aumenta.


Um recurso recorrente da contraofensiva petista é a tentativa de desqualificar o instituto da delação premiada, colocando os denunciados na posição de vítimas de malvados fora da lei que pretendem apenas aliviar a própria culpa. Quem concorda em fazer um acordo de delação tem a intenção de, em troca, ver reduzida a pena a que vier a ser condenado. É o caso do próprio Ricardo Pessoa, que já se beneficia da prisão preventiva domiciliar monitorada por tornozeleira eletrônica.

O que os petistas não contam é que uma delação premiada só é homologada pela Justiça – como o fez o ministro Teori Zavascki com o depoimento de Pessoa – após a comprovação de uma base factual que dê credibilidade às denúncias. Se o juiz entender que as denúncias são improcedentes, o acordo é anulado. Quer dizer: delator mentiroso não ganha nada com isso.


Outra esperteza petista, incorporada a seu discurso desde que o PT chegou ao poder e passou de estilingue a vidraça, é tentar se eximir de culpas com o argumento descarado de que seus adversários cometem exatamente os mesmos malfeitos que lhe estão sendo atribuídos. É a isonomia às avessas, segundo a qual todos são iguais não perante a lei, mas perante o crime: se meu adversário pode roubar, eu também posso.

Foi partindo exatamente desse raciocínio – de que roubar não faz mal porque todo mundo rouba – que o presidente Lula impôs, em nome da governabilidade, o peculiar “presidencialismo de coalização”, que justificou o PT ter renegado toda sua pregação histórica pela probidade na vida pública para se aliar aos mais notórios corruptos da política brasileira. De outra maneira, argumentam até os petistas bem-intencionados, “é impossível governar”. Deu no que está aí.

Outro truque a que os petistas – como, de resto, os políticos em geral – recorrem na maior caradura é garantir, invariavelmente, que todo o dinheiro recebido de empresas privadas constitui “doação legal” e “devidamente registrada” na Justiça eleitoral.

Ora, o fato de uma doação estar registrada na contabilidade oficial do partido nada prova em relação a sua origem. É sabido, por óbvio, que nas relações com o poder público os empresários não fazem doação, mas um investimento que esperam recuperar com boa margem de lucro. E esse investimento pode ser o produto de chantagem ou das “regras do jogo”, como alegam os cínicos.

Investigações como as que estão sendo realizadas com rigor e empenho pela Operação Lava Jato estão servindo para esclarecer de onde vieram as “doações legais” que alimentam os cofres partidários.


É óbvio também, quando se trata de receber “doações”, que quem está no governo leva enorme vantagem sobre quem não está e, portanto, pouco ou nada tem a oferecer em troca. Não é por outra razão que, na mamata da Petrobras, o propinoduto estava montado para jorrar “doações” e “recursos não contabilizados” – para usar a expressão consagrada pelo primeiro tesoureiro petista a ir para a cadeia – nos cofres do PT e de seus dois principais aliados no governo, o PMDB e o PP.

Acusado por Ricardo Pessoa, o ministro Edinho Silva, chefe da Comunicação Social da Presidência, fez um bom resumo de todos os argumentos falaciosos do PT, ao protestar contra as “mentiras divulgadas pela imprensa”: “Causa-me indignação a tese de criminalização seletiva das doações da nossa campanha (de Dilma, em 2014). E acho estranho suspeitas colocadas apenas sobre as doações legais da campanha da presidente Dilma, enquanto outros partidos também receberam”. Se a defesa da elite do PT ficar nisso, as cadeias vão lotar.

30 de junho de 2015

Uma mente confusa




POR MERVAL PEREIRA
O GLOBO


Tentar pôr pecha de traidor em Pessoa piora as coisas para Dilma. A presidente Dilma, infelizmente para nós brasileiros e para o país, não tem o dom de organizar seu pensamento. Se fosse apenas uma dificuldade de se expressar, como quando resolveu louvar a mandioca e chamou-a de "grande conquista brasileira", já seria difícil para uma autoridade que tem obrigação de explicar seus atos a cada instante de seu governo.

Mas, quando o pensamento equivocado é também embaralhado, aí já se torna um problema político-institucional. Se ela diz que não respeita delatores, está partindo do princípio de que o presidente da UTC, Ricardo Pessoa, e outros executivos que fizeram suas delações premiadas estão revelando fatos verdadeiros que deveriam ser escondidos.

Sim, porque só pessoas que estão por dentro das conspirações ou bandidagens podem delatar companheiros em troca de algum benefício da Justiça. Foi para evitar que revelações sobre crimes fossem desqualificadas pelos interessados que o que chamamos de "delação premiada" tem o nome oficial de "colaboração premiada".

Mas, de qualquer maneira, Dilma jogou sobre Pessoa a pecha de traidor, comparando-o a Joaquim Silvério dos Reis, o que a deixa mal e a todos os denunciados pelo empreiteiro. E ela não percebe essa incongruência, o que faz com que prossiga em linha reta para o abismo sem que ninguém possa ajudá-la, já que, sabe-se, ela não admite contestações.

"Eu não respeito delator, até porque estive presa na ditadura militar e sei o que é. Tentaram me transformar numa delatora. A ditadura fazia isso com as pessoas presas, e garanto para vocês que resisti bravamente. Até, em alguns momentos, fui mal interpretada quando disse que, em tortura, a gente tem que resistir, porque se não você entrega seus presos."

Nessa frase, temos de tudo: confusão entre seu papel como guerrilheira e o dos petistas no mensalão e no petrolão; ignorância assombrosa da diferença entre democracia e ditadura e, sobretudo, a insensatez de comparar os inconfidentes mineiros com mensaleiros e petroleiros, que podem ser tudo menos patriotas heroicos em luta contra opressão estrangeira.

Não há Tiradentes nessa história que Dilma tenta recontar, e nem ela foi uma lutadora pela democracia, como pretende hoje. A tortura de que ela e muitos outros foram vítimas é uma página terrível de nossa história, mas não pode servir de desculpa para justificar roubos de uma quadrilha que tomou de assalto o país nos últimos 12 anos, nem para isentar os eventuais desvios cometidos pela presidente.

Ao contrário, aliás, muitos fazem hoje a comparação da sanha arrecadatória do governo federal com os "quintos do inferno", que a colônia portuguesa tirava do Brasil. Quanto à insinuação de que os presos pela Lava-Jato sofrem torturas como no tempo da ditadura, só mesmo a politização da roubalheira justifica tamanho despautério.

A propósito, o jurista Fábio Medina Osório, especialista em questões de combate à corrupção e improbidade administrativa, "olhando o direito comparado e o que ocorre hoje no mundo em termos de combate à corrupção", discorda dos que consideram abusivas as prisões decretadas pelo juiz Sérgio Moro.

"Não apenas nos EUA, mas na Europa, prisões cautelares têm sido utilizadas no início de processos ou quando investigações assinalam elementos robustos de provas", diz, lembrando os casos do ex-premier de Portugal José Sócrates e dos dirigentes da FIFA, presos cautelarmente por corrupção - alguns em avançada idade -, que seguem encarcerados. "A ideia não é humilhar, mas, diante do poder econômico ou político das pessoas atingidas, estancar o curso de ações delitivas de alto impacto nos direitos humanos, tal como ocorre no combate à corrupção".

Medina Osório lembra que, "nos termos da Lei Anticorrupção, as empresas deveriam ter aberto robustas investigações para punir culpados e cooperar com autoridades, talvez até mesmo afastando os executivos citados nas operações, se constatadas provas concretas ou indiciárias de suas participações em atos ilícitos".

Ao não cooperar nem apurar os atos ilícitos noticiados, "as empresas sinalizam que estão ainda instrumentalizadas por personagens apontados pela Operação Lava-Jato como os possíveis responsáveis".

Para Medina Osório, vale indagar: o que é realmente novo aqui no Brasil? "Prisões democráticas, onde cabem ricos e pobres, convenhamos".


30 de junho de 2015




Empresário diz que fez doações para deputados não insuflarem greves em obras; um deles, do PT, admite tal relação



Por Reinaldo Azevedo


Ah, esta é do balacobaco. Se for verdade, aí estamos vivendo naquele clima do filme “Sindicato de Ladrões”, dirigido pelo genial Elia Kazan e estrelado pelo não menos Marlon Brando.

Ricardo Pessoa, dono da UTC, que fez delação premiada, diz ter feito doações eleitorais a dois políticos para evitar greves em obras públicas tocadas por suas empresas ou por consórcios dos quais elas faziam parte. O mais impressionante: um deles nem se ocupa de negar que isso tenha acontecido. Ao contrário: diz encarar a acusação como um elogio. Vamos lá.


Um dos acusados por Pessoa é o deputado Paulinho da Força (SP), presidente nacional do Solidariedade. Segundo informa a Folha, Pessoa diz ter repassado R$ 500 mil à sua campanha à Prefeitura de São Paulo em 2012 para impedir paralisações de trabalhadores na usina de São Manoel, na divisa entre Pará e Mato Grosso. A Constran, do grupo UTC, venceu a licitação, e os sindicatos da região são ligados à Força Sindical, comandada por Paulinho.

O deputado nega a relação entre a doação que recebeu e a não realização de greves. Calma! Há mais.

Pessoa afirma ainda ter doado R$ 200 mil à campanha do deputado petista Luiz Sérgio (RJ), em 2014, para evitar greves de trabalhadores na montagem de equipamentos da usina nuclear de Angra 3, no município de Angra dos Reis (RJ).

E o que Luiz Sérgio tem com isso?

Ora, ele já foi prefeito de Angra entre 2003 e 2006 e já presidiu o Sindicato dos Metalúrgicos da cidade, que é ligado à CUT. Ocupou também o Secretaria das Relações Institucionais e o Ministério da Pesca, na primeira gestão de Dilma.


Ouvido pela Folha, pensam que Luiz Sérgio negou o que seria uma relação mafiosa entre sindicalismo, greve e eleição? Não negou, não! Ele se disse feliz com a acusação e afirmou que ela soa “como um elogio”. Foi adiante: “É uma doação legal, de um empresário forte, que me reconhece como tendo uma boa interlocução com um movimento social”.

Entenderam? Pessoa diz que só deu o dinheiro para Luiz Sérgio não insuflar greves, e o deputado chama essa relação de “interlocução”.

Ah, sim, não custa lembrar: este senhor é relator da CPI da Petrobras.

Tentem não vomitar na tela e no teclado.



30/06/2015