Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

sábado, 14 de maio de 2011

Equipe médica queria internar Dilma em São Paulo


COLABORARAM DAIENE CARDOSO
E GUSTAVO URIBE
ESTADÃO

BRASÍLIA - Diagnosticada com uma pneumonia, a presidente Dilma Rousseff contrariou recomendação dos médicos do Hospital Sírio Libanês, que sugeriram até uma internação, e manteve uma agenda agitada para uma convalescente.

A análise da agenda oficial de Dilma - a extraoficial não registra encontros com assessores - mostra um ritmo mais intenso do que o prescrito. No dia 2, mal havia desembarcado em Brasília da viagem a São Paulo, a presidente encontrou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

Depois, foram mais nove reuniões com ministros, além de encontro com o presidente da Alemanha, Christian Wulff, e participação na Marcha dos Prefeitos. Apesar de cancelar a viagem ao Paraguai por motivos de saúde, a presidente reuniu-se nesta sexta-feira, 13, com o governador Eduardo Campos (PSB-PE).

Não bastasse isso, Dilma teria descuidado do sono e da alimentação. Os efeitos dessa rotina motivaram comentários sobre o abatimento de Dilma, principalmente na Marcha dos Prefeitos.

A insistência em manter uma agenda agitada veio acompanhada de outro contragosto para a equipe que a acompanha. Médicos do Sírio Libanês deixaram escapar que desaprovaram o fato de Dilma ter sido vacinada contra a gripe no dia 25, mesmo com sinais da doença. Sem falar no uso de um remédio para reduzir os sintomas, considerado um erro primário pelos profissionais.

O infectologista David Uip, da equipe do médico da presidente, Roberto Kalil, descarta essa avaliação. 'A recuperação da presidente está dentro do previsto.'

Durante dez dias, ela foi submetida a um tratamento com dois antibióticos. 'Embora essenciais para tratar a infecção, antibióticos muitas vezes trazem algum grau de abatimento', disse Uip. O médico negou que o ritmo de trabalho de Dilma tenha atrasado sua recuperação.

Sem preocupação. Em São Paulo, o vice-presidente Michel Temer e o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disseram que a recuperação de Dilma está dentro do esperado e que não há motivo para preocupação. 'Eu disse a ela que está com uma aparência muito boa, mas que tem de descansar', afirmou Temer.

Higienópolis – Preconceito contra os ricos, que derivou para a pregação anti-semita, assume, finalmente, a sua face petralha


Por Reinaldo Azevedo

Falharam os esforços da Folha, do Estadão e da CBN.

Não mais do que 50 ou 60 pessoas — e estou sendo generoso — se reuniram em frente ao Shopping Higienópolis para “protestar” contra a população do bairro que supostamente rejeita o metrô.

Trata-se de uma mentira, de uma invenção originalmente surgida na Folha, adotada pelos demais veículos, e que ganhou corpo etéreo da Internet.

No auge do protesto, não havia mais do que 150 pessoas por ali, a maioria, era visível, formada por curiosos e por freqüentadores do shopping que foram ver o que estava acontecendo.

É sempre assim: se aparece a mulher barbada, o homem da perna de pau ou o chimpanzé que dá cambalhotas, as pessoas param para ver.

Eu estava no meio da turma, disfarçado de cachorro, para não ser identificado.


O grupo se deslocou depois para a Avenida Angélica, que teve duas quadras interditadas. Ali se instalaram algumas churrasqueiras. Quando deixei o local, aí, sim, havia algumas centenas no que era, então, um happening: os passantes iam chegando e parando. Nada tinham a ver com o protesto.

Posso estar enganado, mas seria capaz de jurar que vi a minha musa por ali.

Seria Laura Capriglione?

Acho que sim.

Espero que sim!

Estou com síndrome de abstinência.

Há tempos não leio um daqueles seus textos em que o incauto, coitado!, estimulado pela interlocutora, expõe os seus demônios e é tomado como símbolo de uma coletividade.

Trata-se de um estilo de jornalismo.

Eu o chamaria de “Boa noite, Capriglione”.

Quando o entrevistado acorda, já era…

Prevejo para a amanhã o testemunho de judeus moradores do bairro favoráveis ao protesto e ao metrô.

É preciso retirar a mácula escandalosamente anti-semita que assumiu a manifestação na Internet.

Em sua coluna de hoje na Folha, Fernando Barros especulava sobre o evento: “Até o momento em que escrevo, estavam ‘confirmadas’ 55.103 pessoas para o ato público convocado pelo Facebook, hoje à tarde, contra aqueles que se opõem à estação do metrô em Higienópolis.

Mais de 50 mil pessoas!

Mas quantos desses facebookers irão mesmo ao ato? - 50%? 10%? 1%?

Nem isso?

Para quantos o próprio ‘ato’ se resume ao impulso de apertar o botão sentado na cadeira e dizer ‘confirmo’?

Podemos, no entanto, inverter o raciocínio: quantos estariam simplesmente alheios a qualquer engajamento ou debate público se não fosse essa ferramenta tão à mão?

Estamos diante de algo novo: um espaço de comunhão e cacofonia, nem público nem privado, em que exibição confessional e política se misturam como leite no café.”

Em texto opinativo, sempre é mais fácil fazer perguntas do que arriscar respostas. A chance de errar é menor. Compareceu ao “protesto” um décimo da estimativa mais pessimista de Barros: 0,1%.

A Praça Vilaboim, onde estava marcada a concentração, não é a Praça Tahir.

Que coisa espantosa, não?

O policiamento foi reforçado; a CET se mobilizou para organizar o trânsito. Afinal, prometia-se botar nas ruas um Pacaembu inteiro…

O movimento deve ter atingido 1% dos signatários do Facebook — umas 500 pessoas — só quando o estado franqueou o espaço público aos manifestantes.

E quem era aquela gente que estava em frente ao shopping? Pela pegada, dá para conhecer o gigante. Eram os “descoletes” endinheirados de sempre, muitos deles com a camiseta do “Movimento Passe Livre”, que reúne “burguesotes extremistas” de colégios particulares, cujo propósito, segundo seu site, é criar o socialismo no Brasil; a expropriação dos ônibus seria só a primeira etapa do fim da propriedade privada.

Tanto quanto a Folha “inventou” o “Caso Higienópolis”, o “Passe Livre” é uma invenção da CBN, a rádio das Organizações Globo — notórias pela defesa, como se sabe, da socialização dos meios de produção, exceção feita, naturalmente, à radiodifusão…

Outros tantos tinham aquele “shape” de consumidores recreativos — como diria o deputado Paulo Teixeira, do PT — de substâncias ilícitas.

À turma se misturavam os festivos de sempre. Frango assado, refrigerante sabor laranja, cerveja, uma gororoba que lembrava farofa…

Botaram fogo numa traquitana que parecia ser uma catraca de ônibus, tudo na maior alegria…

Nem parecia que tinham sido convocados nas mesmas páginas que lamentavam, dois dias antes, o fato de os nazistas não terem feito seu serviço direito, permitindo a sobrevivência dos judeus…

Uma dona lá, falando em nome do povo, ostentava um cartaz que anunciava: “Só ando de Metrô em Nova York, Londres e Paris.” Um movimento, como se vê, de raiz inequivocamente popular.

Só na Angélica os “descoletes” se encontraram, de fato, com o povo, que ia parando para ver o que estava acontecendo. A interdição da rua e o churrasco ajudaram. Era engraçado o contraste entre a timidez desconfiada das pessoas que realmente andam de ônibus e metrô e a saliência dos militantes para quem o povo se expressa mesmo é por meio do churrasco na laje e da farofa.

Na Angélica, notei que ia se avolumando também a presença de uma “turma” cuja linguagem é bem conhecida: ouviam-se ataques a Gilberto Kassab, Alckmin, os tucanos. Num outro grupo, Marta Suplicy (PT) já era dada como eleita. O cheiro era inequívoco: os petralhas estavam ali.

Para mim, já estava de bom tamanho. O preconceito contra os ricos, que derivou para a pregação anti-semita, havia assumido, finalmente, a sua face petralha. A campanha eleitoral para a Prefeitura começou. Aquele era só primeiro evento.

Fui pra casa tomar banho.

Amanhã, no Rio (depois falo a respeito), lerei o “Boa noite, Capriglione!”

14/05/2011

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Bye bye, Bin Laden


Bye bye, Bin Laden

POR CONTARDO CALLIGARIS

FOLHA DE SÃO PAULO

Bin Laden foi apenas o parasita de um conflito psíquico moderno, que ele se dedicou a exacerbar

ESSE TÍTULO vai me valer alguns e-mails indignados pela falta de respeito por Bin Laden. Mas por que eu o respeitaria? Porque ele pôde decidir a hora da morte de milhares de vítimas casuais e de dezenas de coitados que ele mandou se explodir?


A modernidade ocidental é uma cultura que despreza a si mesma: onde deveríamos festejar nossa extrema liberdade e nossa leveza, lamentamos a ausência de normas absolutas e fustigamos nossa "leviandade".

Cegos diante do fato de que a ausência de valores absolutos é um valor positivo de nossa cultura, idealizamos os extremistas, que matam por suas "ideias".

Os assassinos podem fascinar alguns incautos: eles sim, levariam a vida a sério! De fato, levam a sério só a morte.

Enfim, alguém dirá que, seja como for, eu deveria respeitar Bin Laden pelas ideias que ele representa.

Acontece que, para mim, ele nunca representou ideia alguma (religiosa ou não); apenas tirou sangue de um dos grandes dramas íntimos do homem contemporâneo.

Como assim?

Vou resumir ao essencial.

Muitos se lembram do artigo que Samuel Huntington publicou em 1993, na revista "Foreign Affairs", e que virou livro, "O Choque de Civilizações" (Ponto de Leitura).

Huntington anunciava que, no mundo de amanhã, a fonte principal de conflito não seria nem econômica nem ideológica, mas cultural: "Os conflitos principais da política global acontecerão entre nações e grupos de civilizações diferentes. O choque de civilizações dominará a política global".

Depois do 11 de setembro de 2001, suas palavras pareceram proféticas: o conflito do novo século seria entre o fundamentalismo islâmico e o Ocidente.

Muitos criticaram Huntington afirmando que o divisor de água entre culturas não é suficientemente rigoroso para justificar os conflitos que ele previa.

Por exemplo, as identidades, mesmo nas sociedades tradicionais, são complexas e conflitivas: uma mulher afegã de burca pode pertencer ao Taleban e, mesmo assim, desenvolver uma consciência feminina (se não feminista) que a aproxima das mulheres ocidentais. Além disso, as ideologias atravessam as fronteiras culturais, criando oposições mais complexas do que a oposição entre civilizações.

De fato, sempre houve conflitos entre culturas opostas, com vontade de se invadir mutuamente e de converter os outros ou, se eles não aceitarem, de exterminá-los.

Mas, justamente, a simples oposição entre culturas leva às bombas - não aos homens-bomba.

E é o homem-bomba que explica o terrorismo moderno.
O homem-bomba (diferente do kamikaze japonês em 1944) não é um subterfúgio estratégico (tipo: é só com um sacrifício humano que a gente conseguiria colocar o explosivo na hora e no lugar certos).

Homem-bomba é quem PRECISA se explodir junto com seus inimigos.

Mas por quê?

Pois é, o homem-bomba não é um fanático que tenta matar inimigos de uma "civilização" diferente. Ao contrário, o homem-bomba é filho da abertura moderna do mundo e das fronteiras, com seu corolário: a competição das culturas pelos corações e pelas mentes de todos e especialmente dos que viajam e migram.
Quem migra de uma cultura tradicional para a modernidade ocidental fica quase sempre dramaticamente dividido entre a sedução do Ocidente e a culpa de estar traindo sua cultura de origem.

Dois pilotos do 11 de Setembro, na noite do dia 10, despediram-se da vida bebendo e brincando num "night club"; aparentemente, eles imaginavam o paraíso dos mártires, com sei lá quantas virgens, nos moldes de um "night club" da Nova Inglaterra.

Quase certamente, eles se odiavam e nos odiavam por isso.

Explodindo os inimigos, o homem-bomba tenta silenciar um mundo que o tenta e ao qual ele não sabe resistir. Explodindo-se, ele resolve o conflito do qual ele mais sofre: seu conflito interno.
Bin Laden não foi representante de nenhuma ideia ou cultura; foi apenas parasita de um conflito psíquico.
Enquanto terapeuta, tenho por ele um desprezo particular. Afinal, bem ou mal, eu passo meu dia tentando ajudar as pessoas a negociar e tolerar seus conflitos internos.

Bin Laden dedicou sua vida à tarefa de tornar intolerável o conflito interno de migrantes e viajantes, para convencê-los a vestir um cinto de explosivos.

Bye bye.
 Maio 12, 2011


Conferência Nacional dos Bispos do Brasil diz que tribunal ultrapassou limites de sua competência, pois caberia ao Legislativo discutir questão


A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) aprovou nesta quarta-feira, durante sua 49ª Assembleia Geral, em Aparecida (SP), nota na qual estranha que o Supremo Tribunal Federal (STF) tenha se pronunciado sobre a união estável homoafetiva.

No texto, avalia que o exame da matéria caberia ao Legislativo. "Preocupa-nos ver os poderes constituídos ultrapassarem os limites de sua competência, como aconteceu com a recente decisão do Supremo Tribunal Federal", afirma o documento.

Os bispos brasileiros reafirmam que, conforme a doutrina da Igreja Católica, o casamento entre homem e mulher deve ser a base da família, instituição que precisa ser reconhecida e valorizada. A nota da CNBB afirma que as pessoas que manifestam preferência pelo mesmo sexo não podem ser discriminadas, mas insiste que a união entre homossexuais não equivale à família.

"O matrimônio natural entre o homem e a mulher bem como a família monogâmica constituem um princípio fundamental do Direito Natural", prossegue a CNBB. "Equiparar as uniões entre pessoas do mesmo sexo à família descaracteriza a sua identidade e ameaça a estabilidade da mesma".

Na última quinta-feira, o STF reconheceu a união estável de casais do mesmo sexo
.

Embora não tenha especificado, ponto a ponto, os direitos dos casais homossexuais, eles serão, na prática, os mesmos que os casais heterossexuais que assinaram o registro de união estável tem. Poderão pleitear pensão, herança e partilha de bens em caso de separação. Em tese, se um cartório se recusar a reconhecer a união, o caminho será entrar na Justiça - cabe, por exemplo, uma reclamação ao próprio STF.

Dúvidas - Ainda há muitas dúvidas sobre a aplicação da decisão do Supremo.
Fato é que ela foi mais abrangente do que deveria ser – citando o “silêncio constitucional”, os ministros estabeleceram que um casal homossexual também constitui família. O que o tribunal fez foi, portanto, mais do que interpretar a lei: reescreveu-a, uma vez que a Constituição Federal e o Código Civil são explícitos ao definir a "entidade famíliar" como algo que nasce da união entre homem e mulher.

O conceito de família que consta das leis brasileiras deveria, de fato, ser mudado para que pessoas do mesmo sexo possam se enquadrar nele. Mas, por mexer com temas tão delicados quanto a adoção, esse é o tipo de debate que deveria ser conduzido no Congresso - se o Congresso não houvesse aberto mão de discutir os assuntos que de fato dizem respeito à vida do brasileiro. A omissão do Congresso abre caminho para o "ativismo" do Supremo, e essa não é a melhor forma para o jogo entre os poderes. Por definição, cabe ao Legislativo propor leis e, ao STF, atuar como guardião do ordenamento jurídico.

Para muitos juristas - e também para alguns ministros do STF -, as consequências vão além de compartilhar um plano de saúde ou fazer declaração conjunta do Imposto de Renda, além dos exemplos citados acima. Como os ministros não criaram nenhum limite para a aplicação da sentença, abriu-se a porta para que casais do mesmo sexo possam adotar filhos ou pleitear que seu relacionamento seja convertido em casamento, como podem fazer hoje em dia os casais em "união estável".

Essas são decorrências lógicas do julgamento, e será muito difícil ao STF decidir de maneira contrária caso uma ação sobre esses temas chegue a ele.

"Esse tipo de decisão gera muitas consequências. Não temos a capacidade de prever todas as relações concretas que demandam a aplicabilidade da nossa decisão. Vamos deixar isso para o caso a caso, nas instâncias comuns", disse o relator Ayres Britto, na noite de quinta.
(Com Agência Estado)

quinta-feira, 12 de maio de 2011

CNBB critica decisão do STF de liberar união estável gay



Conferência Nacional dos Bispos do Brasil diz que tribunal ultrapassou limites de sua competência, pois caberia ao Legislativo discutir questão


A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) aprovou nesta quarta-feira, durante sua 49ª Assembleia Geral, em Aparecida (SP), nota na qual estranha que o Supremo Tribunal Federal (STF) tenha se pronunciado sobre a união estável homoafetiva.

No texto, avalia que o exame da matéria caberia ao Legislativo. "Preocupa-nos ver os poderes constituídos ultrapassarem os limites de sua competência, como aconteceu com a recente decisão do Supremo Tribunal Federal", afirma o documento.

Os bispos brasileiros reafirmam que, conforme a doutrina da Igreja Católica, o casamento entre homem e mulher deve ser a base da família, instituição que precisa ser reconhecida e valorizada. A nota da CNBB afirma que as pessoas que manifestam preferência pelo mesmo sexo não podem ser discriminadas, mas insiste que a união entre homossexuais não equivale à família.

"O matrimônio natural entre o homem e a mulher bem como a família monogâmica constituem um princípio fundamental do Direito Natural", prossegue a CNBB. "Equiparar as uniões entre pessoas do mesmo sexo à família descaracteriza a sua identidade e ameaça a estabilidade da mesma".

Na última quinta-feira, o STF reconheceu a união estável de casais do mesmo sexo
.

Embora não tenha especificado, ponto a ponto, os direitos dos casais homossexuais, eles serão, na prática, os mesmos que os casais heterossexuais que assinaram o registro de união estável tem. Poderão pleitear pensão, herança e partilha de bens em caso de separação. Em tese, se um cartório se recusar a reconhecer a união, o caminho será entrar na Justiça - cabe, por exemplo, uma reclamação ao próprio STF.

Dúvidas - Ainda há muitas dúvidas sobre a aplicação da decisão do Supremo.
Fato é que ela foi mais abrangente do que deveria ser – citando o “silêncio constitucional”, os ministros estabeleceram que um casal homossexual também constitui família. O que o tribunal fez foi, portanto, mais do que interpretar a lei: reescreveu-a, uma vez que a Constituição Federal e o Código Civil são explícitos ao definir a "entidade famíliar" como algo que nasce da união entre homem e mulher.

O conceito de família que consta das leis brasileiras deveria, de fato, ser mudado para que pessoas do mesmo sexo possam se enquadrar nele. Mas, por mexer com temas tão delicados quanto a adoção, esse é o tipo de debate que deveria ser conduzido no Congresso - se o Congresso não houvesse aberto mão de discutir os assuntos que de fato dizem respeito à vida do brasileiro. A omissão do Congresso abre caminho para o "ativismo" do Supremo, e essa não é a melhor forma para o jogo entre os poderes. Por definição, cabe ao Legislativo propor leis e, ao STF, atuar como guardião do ordenamento jurídico.

Para muitos juristas - e também para alguns ministros do STF -, as consequências vão além de compartilhar um plano de saúde ou fazer declaração conjunta do Imposto de Renda, além dos exemplos citados acima. Como os ministros não criaram nenhum limite para a aplicação da sentença, abriu-se a porta para que casais do mesmo sexo possam adotar filhos ou pleitear que seu relacionamento seja convertido em casamento, como podem fazer hoje em dia os casais em "união estável".

Essas são decorrências lógicas do julgamento, e será muito difícil ao STF decidir de maneira contrária caso uma ação sobre esses temas chegue a ele.

"Esse tipo de decisão gera muitas consequências. Não temos a capacidade de prever todas as relações concretas que demandam a aplicabilidade da nossa decisão. Vamos deixar isso para o caso a caso, nas instâncias comuns", disse o relator Ayres Britto, na noite de quinta.

(Com Agência Estado)

quarta-feira, 11 de maio de 2011

O pior está por vir


Líder da Al Qaeda no Iêmen ameaça, diz que pior está por vir
 
DUBAI (Reuters) - O chefe do braço da Al Qaeda no Iêmen prometeu continuar lutando após a morte de Osama bin Ladem. Ele afirmou, em comunicado divulgado na Internet nesta quarta-feira, que "o que vem pela frente é maior e pior".

"Vocês têm de combater uma geração após a outra, até que sua vida esteja arruinada, seus dias estejam perturbados e vocês enfrentem a desgraça. A luta entre nós e vocês não era liderada somente por Osama", disse Nasser al-Wuhayshi, em mensagem aos inimigos da Al Qaeda.

"O que vem pela frente é maior e pior, e o que vocês enfrentarão é mais intenso e nocivo", disse o líder da Al Qaeda na Península Arábica (AQAP, na sigla em inglês).

A AQAP é vista como um dos braços regionais mais violentos da Al Qaeda. O grupo já tentou vários ataques contra alvos dos Estados Unidos e da Arábia Saudita.

Forças dos EUA mataram Bin Laden em operação no esconderijo em que ele estava no Paquistão na semana passada, após quase 10 anos de caçada pelo principal mentos dos ataques de 11 de setembro de 2001.
(Reportagem de Martina Fuchs)
11 de maio de 2011

Maior emissora de esportes do mundo chama Copa 2014 e Rio 2016 de " Jogos Mortais


Nota da ESPN Internacional, intitulada como 'Jogos Mortais', expõe mentiras e problemas do Rio e diz que estes foram escondidos nas candidaturas nacionais



"RIO DE JANEIRO – Uma cruz branca no topo do Morro dos Macacos marca o local onde pessoas são queimadas vivas. Um cavalo faminto, com suas costelas saltadas, está próximo dali, amarrado por uma corda. Um campo de futebol nas proximidades está repleto de restos de borracha queimada. Ninguém joga ali. A facção criminosa Amigos dos Amigos, que comanda a favela, utiliza o local para um ritual: Seus membros empilham pneus ao redor de um inimigo, despejam gasolina e ateiam fogo. Chamam isto de “microondas”. Uma coluna de fumaça preta sobe pelo ar. Em uma escola no sopé do morro, próxima ao famoso estádio de futebol onde as Olimpíadas de 2016 serão abertas, os estudantes ouvem os gritos da vítima e tapam seus ouvidos.


Isto é o Rio na vida real"


Um artigo assinado pelo jornalista Wright Tompson, da rede americana ESPN, publicado no site espn.com, criticou com veemência as candidaturas do Brasil para a Copa de 2014 e para os Jogos Olímpicos de 2016.Segundo a reportagem, intitulada "Deadly Games" (Jogos Mortais, na tradução livre do inglês), foi vendida uma imagem do país para o restante do mundo durante os processos de seleção mas, por outro lado, a organização brasileira escondeu problemas, sobretudo no Rio de Janeiro.


O artigo aponta que, diferentemente do que foi passado quando da época da candidatura brasileira, o Rio de Janeiro é uma cidade que convive constantemente com problemas de violência, principalmente por causa das organizações criminosas que comandam a periferia da cidade. Alguns dados também foram trazidos pelo texto, como o número de pessoas que foram assassinadas no Rio de Janeiro. O montante, sozinho, é quatro vezes maior do que a quantidade de pessoas mortas em todo o território americano em 2010.

"O Rio de Janeiro tem menos de três anos para corrigir uma crise que já dura um século. O relógio está correndo",
alerta a publicação.


Leia aqui a publicação original, em inglês.

 10 de maio de 2011

Em representação, procurador pede que Lula seja criminalmente responsabilizado pelo mensalão e o acusa de “atitude debochada”


Vão chamá-lo quixotesco e espicaçá-lo — ontem à noite, a rede petista já escarafunchava a sua vida para acusá-lo de uma penca de irregularidades —, mas o fato é que, nesses dias em que José Genoino recebe medalha do Ministério da Defesa, e Delúbio Soares marca a sua volta ao PT com uma festança, com João Paulo Cunha (PT-SP) brilhando da Comissão de Constituição e Justiça, não deixa de ser um ato de coragem o procurador da República Manuel Pastana, que atua no Rio Grande do Sul, encaminhar uma representação à Procuradoria Geral da República em que pede que Lula seja responsabilizado criminalmente pelo mensalão.

A íntegra da representação está
aqui.
Os motivos

Mas quais são os indícios apontados por Pastana para pedir a responsabilização criminal de Lula?

O procurador recorre à denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República e aceita pelo STF, segundo a qual o banco BMG foi um dos operadores do mensalão. Resume, então, Pastana (em azul):
É que, segundo a denúncia do mensalão, que resultou no maior processo criminal da história do Supremo Tribunal Federal, o banco BMG teria participação no esquema criminoso, repassando vultosas quantias ao Partido dos Trabalhadores, sob o disfarce de empréstimos bancários. Veja-se o que diz trecho da acusação (fl. 17 da denúncia): “Também foram repassadas diretamente pelos Bancos Rural e BMG vultosas quantias ao Partido dos Trabalhadores, comandado formal e materialmente pelo núcleo central da quadrilha, sob o falso manto de empréstimos bancários.” (grifo nosso). E mais. Conforme consta à fl. 182 do relatório da Polícia Federal, divulgado recentemente pela imprensa, a perícia contábil detectou cinco “empréstimos” milionários feitos, entre 2003 e 2004, pelo Banco BMG ao PT e mais três empresas que teriam participado do mensalão.
A denúncia do mensalão afirma que o BMG foi beneficiado com operações financeiras decorrentes de empréstimos bancários feitos a segurados do INSS, mediante consignação em folha de pagamento. Veja-se o que diz a inicial da Ação 470, em trâmite no STF (fl. 18 da denúncia): ‘Ficou comprovado que o Banco BMG foi flagrantemente beneficiado por ações do núcleo político-partidário, que lhe garantiram lucros bilionários na operacionalização de empréstimos consignados de servidores públicos, pensionistas e aposentados do INSS, partir de 2003, quando foi editada a Medida Provisória nº 130, de 17.09.03, dispondo sobre o desconto de prestações em folha de pagamento dos servidores públicos e também autorizando o INSS a regulamentar o desconto de empréstimos bancários a seus segurados’.
Lula e o BMG

Segundo o procurador, Lula teve participação ativa no que ele chama “trama arquitetada para favorecer o BMG” no caso dos empréstimos consignados:

1 - Lula e o então ministro da Previdência, Amir Lando, enviaram quase 11 milhões de cartas a segurados da Previdência instando-os a tomar empréstimos para desconto em folha de pagamento — o BMG era um dos bancos que faziam esse tipo de operação. A Procuradoria da República do Distrito Federal move uma ação de improbidade administrativa contra Lula e Lando por conta dessas cartas, que foram consideradas ilegais. O custo da produção e postagem foi R$ 9.526.070,54.
2 - Lula teria tomado medidas administrativas e legais para favorecer o BMG. Inicialmente, só bancos pagadores de benefícios, como CEF, poderiam operar o empréstimo consignado. O então presidente teria mudado a regra para beneficiar o banco que depois participaria do mensalão.

Escreve o procurador:

A empreitada deu tão certo que, segundo o Tribunal de Contas da União, apesar de o banco BMG ser muito pequeno, pois tinha apenas 10 agências e 79 funcionários na área operacional, fez mais empréstimos a segurados do INSS do que Caixa Econômica Federal com suas mais de duas mil agências. A título exemplificativo, até meados de 2005, a gigante Caixa Econômica havia celebrado 964.567contratos de empréstimos a segurados do INSS, faturando R$ 2.380.992.632,75. Por outro lado, o minúsculo BMG fez bem mais, apesar de ter iniciado a operação vários meses após a Caixa (…). Celebrou 1.431.441 contratos de empréstimos do mesmo perfil financeiro, com faturamento de R$ 3.027.363.821,06, isso até agosto de 2005.
O procurador transcreve um trecho da ação de improbidade administrativa que aponta supostas irregularidades na relação do BMG com o governo:

O Relatório de Auditória do TCU datado de 29/09/2005, produzido nos autos do TC 014.276/2005-2, verificou que o “o BMG foi a instituição financeira cujo processo ocorreu de forma mais célere. Foram 5 dias entre a publicação do Decreto no 5.180 [que permitiu a bancos privados operar O crédito consignado] e a manifestação de interesse. E 8 dias entre a manifestação de interesse e a celebração do convênio. Via de regra, são no mínimo dois meses de tramitação processual. O BMG também foi a única instituição financeira não pagadora de benefícios a aposentados e pensionistas do INSS que celebrou convênio antes da adequação da norma interna do INSS ao Decreto no 5.180/2004.
Escreve o procurador em sua representação:

O ex-presidente Lula praticou atos gravíssimos que fomentaram o megaesquema criminoso do mensalão, depois disse que não sabia de nada; fez demonstração pública de apoio a pessoas acusadas de corrupção; por várias vezes deu demonstração de indiferença ao cumprimento da lei; desdenhou decisões do TSE, a ponto de fazer piada quando sofreu pequenas punições de multa por sucessivas infrações à lei eleitoral. Quando perguntado por jornalistas como o seu filho, de modesto servidor de um zoológico, tornou-se empresário de sucesso, o ex-presidente sugeriu, em tom que pareceu ironia ou desprezo à inteligência alheia, que o seu filho poderia ser um ‘fenômeno’ dos negócios, a exemplo de Ronaldo no futebol.
E prossegue:

Recentemente, mais uma vez, ele voltou à contumaz atitude desafiadora e debochada com o sistema jurídico do país: em tom jocoso, ele ‘profetizou’ que o processo do mensalão terminará no ano de 2050. É confiar demais na impunidade: até quando ele continuará zombando sem responder por seus gravíssimos atos?
Afirma ainda:

É inadmissível que alguém se ache no direito de fazer o que bem entende, tripudiando do ordenamento jurídico do país. É constrangedor deixar impunes grandes infratores, enquanto se punem pequenos infratores, por exemplo, humildes servidores municipais que, para complementar o irrisório salário, tentam receber benefício assistencial, como o Bolsa Família, ocultando a condição de servidor público. Esses pequenos infratores, quando pegos, o que costuma ocorrer com freqüência, perdem o emprego, além de outras punições de natureza penal, civil e administrativa. A título exemplificativo, a Controladoria-Geral da União (CGU) anunciou, em tom solene e com muito estardalhaço, a demissão, no Governo Lula, de quase três mil servidores públicos do Executivo, mas a CGU nada fez para responsabilizar os megainfratores envolvidos no mensalão.
Poucos acreditam que a iniciativa possa dar em alguma coisa. Mas nunca é demais dizer algumas verdades quando surge a oportunidade. Ninguém nunca entendeu por que Lula ficou fora da denúncia da Procuradoria Geral da República. Como se nota, os leitores não estão sozinhos nesse estranhamento.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Ministra terá de devolver diárias irregulares


Ana de Hollanda recebeu para passar fins de semana sem trabalho no Rio de Janeiro, onde tem residência fixa; CGU diz que a prática é irregular

A ministra Ana de Hollanda: CGU mandou devolver dinheiro de diárias (Sérgio Lima/Folhapress)

A Controladoria Geral da União (CGU) pediu nesta segunda-feira que a ministra Ana de Hollanda devolva cinco diárias que recebeu sem trabalhar. A irmã do compositor Chico Buarque recebeu reembolso do governo por dias em que permaneceu no Rio de Janeiro, onde tem casa, em datas nas quais não tinha compromissos de trabalho.

De acordo com nota emitida pela CGU na noite desta segunda, a própria ministra entrou em contato por telefone com o ministro-chefe da controladoria, Jorge Hage, para se explicar.

Segundo a controladoria, o grande número de viagens de Ana de Hollanda ao Rio é justificável porque a cidade sedia importantes instituições culturais. Mas não há defesa para as diárias em dias sem serviço.


Sem compromissos oficiais - Foram, ao todo, cinco diárias pagas irregularmente, entre janeiro e abril deste ano. Os pagamentos se referem a fins de semana em que não houve compromissos oficiais. "Chegou-se ao entendimento conjunto de que seria mais conveniente a devolução dos valores correspondentes às diárias recebidas naqueles dias em que não houve compromissos", diz o texto da CGU.


A informação veio à tona em reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo. Em resposta, o Ministério da Cultura divulgou uma nota em que afirma não ter havido irregularidades na conduta da ministra e diz que a prestação de conta das viagens foi aprovada pelo Sistema de Concessão de Diárias e Passagens (SCDP).

A CGU esclarece: o sistema calcula os valores automaticamente, mas os agentes públicos devem devolver o dinheiro em situações como a de Ana de Hollanda.

Estreia hoje o site de José Serra

 


Minha primeira vez


Paul Valéry dizia que os deuses sopram ao poeta o primeiro verso; o resto, depois, é com ele, fruto do seu esforço. Na poesia, na vida pública, em tudo o que fazemos, é preciso haver muito trabalho. E ele deve ser de tal maneira bem-feito que pareça algo muito simples, muito fácil, natural, “inspirado”.

Mas, como vocês todos sabem e fica evidente imediatamente, não sou Valéry.

Comentei com um amigo economista, amante de literatura, que estava pensando em qual seria o texto de estreia deste site. Disse que o segundopost seria mais  fácil. Meu problema era o primeiro. Ele me recomendou que (re)lesse um conto de Machado de Assis chamado “O Cônego ou Metafísica do Estilo”. Conta a história do Cônego Matias, que tem de fazer um sermão e luta com as palavras, “a luta mais vã”, segundo nosso poeta Carlos Drummond de Andrade. Mas não sou Machado de Assis, tampouco Drummond.
Na cabeça do Cônego Matias, adjetivo e substantivo clamam um pelo outro, “Silvio” tenta encontrar “Sílvia”.

Transcrevo um pequeno trecho do conto:

Sim, meu senhor, os adjetivos nascem de um lado [do cérebro], e os substantivos de outro, e toda a sorte de vocábulos está assim dividida por motivo da diferença sexual…

— Sexual?

Sim, minha senhora, sexual. As palavras têm sexo. Estou acabando a minha grande memória psico-léxico-lógica, em que exponho e demonstro esta descoberta. Palavra tem sexo.

— Mas, então, amam-se umas às outras?

Amam-se umas às outras. E casam-se. O casamento delas é o que chamamos estilo.

Passamos boa parte da nossa vidabuscando um estilo para nós, tentando ser reconhecidos por alguma marca, algum traço particular, que seja só nosso e que, ao mesmo tempo, interesse às pessoas.
Há milhões de sites mundo afora. Decidi criar o meu. Dividirei com vocês, como é normal numa página pessoal, minhas descobertas, meus anseios, minhas idéias, meus propósitos. Mas quero que este seja, principalmente, um lugar para debater políticas públicas, temas que digam respeito ao futuro do Brasil e dos brasileiros.

Pronto! Já não sou mais como o estreante daquela primeira linha, soprada por Valéry.

08/05/2011

A estupidez em estado bruto



Por Reinaldo Azevedo

Há muito tempo, na condição de paulista — isso é só geografia, mas, vocês verão, relevante neste caso —, sinto pelo senador Eduardo Suplicy (PT) a vergonha que ele se mostra incapaz de experimentar: quando fala, quando canta, quando — meu Jesus! — pensa!

Por que isso?

Bem, vá lá, ele é senador do Estado em que voto.  O pior é que este senhor sempre foi eleito com o apoio também dos bem-pensantes. No ano passado, os paulistas mandaram um Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) para o Senado, mas, por outro lado, elegeram também Marta Ex-Suplicy (PT). A alternativa era o pagodeiro Netinho (PC do B). Deixarei um pouco de lado certo desconsolo. Volto ao ponto.

Suplicy tomou hoje a palavra no Senado para censurar os EUA pela operação que resultou na morte de Osama Bin Laden. O senador paulista criticou os americanos por terem “violado” a soberania paquistanesa e matado o terrorista; em vez disso, considerou, ele deveria ter sido preso e julgado. Não saber o que diz, no caso de Suplicy, é mais do que uma condição natural; é um método. Se preso, Osama seria julgado onde? Nos EUA ou na Arábia Saudita? Nos dois países, seria certamente condenado à morte. Os sauditas não iriam querer esse peso; é controverso que Bin Laden pudesse ser julgado e executado nos EUA — nesse caso, o que fazer com o corpo?

Os EUA se negaram hoje a pedir desculpas ao Paquistão, no que fazem muito bem. É uma forma oblíqua — a  direta seria trágica — de censurar o país por dar proteção a Bin Laden. Convenham: foi isso o que aconteceu, certo? O terrorista estava abrigado quase numa fortaleza militar. Por mais incompetente que seja seu serviço secreto, é certo que não pode ser tão ruim assim. Mas que diferença isso tudo faz no mundo de Suplicy?

Encantadora mesmo foi a forma como ele resumiu o 11 de Setembro, segundo o Potal G1.

Leiam:

“Em 11 de setembro de 2001, aviões atingiram o edifício do World Trade Center. E ali mais de três mil pessoas perderam as suas vidas. Pessoas totalmente inocentes que, por uma razão totalmente não justificada em seus métodos, foram objeto de ações impensadas, não suficientemente refletidas, por parte dos responsáveis da al-Qaeda. E, dentre estes, estavam justamente um dos principais, senão o principal líder da al-Qaeda, Osama Bin Laden, que teve uma perseguição muito forte, realizada por forças de todos os países, principalmente do serviço de inteligência e das forças armadas norte-americanas que, finalmente, encontraram Osama Bin Laden”.

Vejam como Suplicy é cândido.
Um ataque terrorista naquelas dimensões foi “injustificado” nos “seus métodos” — o que faz supor que este gigante considere aceitável ao menos o mérito.  Teria sido uma ação “impensada”, “não suficiente refletida”; isso quer dizer que um terrorista, caso se dedique a uma reflexão mais detida, pode mudar de idéia e de prática, compreendem?

Suplicy levava consigo artigos de jornais que censuravam a ação dos EUA, como se aquele delinqüente, homicida compulsivo, não fosse um alvo militar.

Quanto à soberania do Paquistão, dizer o quê?

Todos conhecem o meu legalismo, mas sabem também que, em relação ao terrorismo, considero que o país que abriga um terrorista viola de tal sorte as regras que não pode evocá-las para se proteger da reação dos agredidos. Não fosse assim, as leis acabariam servindo para abrigar terroristas. É uma questão de lógica elementar. Vale para os EUA, quando “ignoram” a soberania paquistanesa para pegar Bin Laden; vale para a Colômbia, quando ignora a soberania equatoriana para pegar Raúl Reyes.

Vejam como sou aborrecidamente coerente. Aliás, já mostrei aqui, em janeiro de 2008, ainda candidato, Obama afirmou que, se eleito, pegaria os terroristas abrigados no Paquistão se o governo do país não o fizesse.

Mas qual é o compromisso de Suplicy com os fatos?

Nenhum!


Ele está há 20 anos no Senado como um contínuo das próprias idiossincrasias. Ficará ainda mais quatro e, depois, tentará o quarto mandato…
Suplicy teve o apoio de Lindbergh Farias (PT-RJ), seu colega de bancada e de Cristovam Buarque (PDT-DF), que afirmou:

“Todos passamos a odiar esse Bin Laden. Mas todos passamos a nos preocupar sobre como ocorreu a sua morte. A maior vitória do terrorismo é quando todos passamos a nos comportar como terroristas. Se Obama faz isso, imaginem os próximos presidentes dos EUA”.

É uma consideração estúpida de vários modos. Em primeiro lugar, porque iguala a ação americana à dos terroristas: só nos EUA, Bin Laden matou quase 3 mil pessoas — além de outras milhares mundo afora, o que fez dele um alvo militar. Em segundo lugar, seria preciso que o senador Cristovam caracterizasse o que fazia de Bin Laden um terrorista para que pudesse, então, explicar por que os americanos agiram de modo similar.

Em terceiro, notem que Cristovam é mesmo um idealista: na sua cabeça, há dois Obamas: o verdadeiro (que é o inventado…) não faria aquelas coisas feias; já o falso, que é o real, agiu — vejam vocês! — como se fosse Bush!

Tá bom! Serei mais amplo: ao ler essas coisas, eu me envergonho é como brasileiro mesmo!

09/05/2011

Caso Obama: mico universal


A certidão não é autêntica, é praticamente impossível que seja autêntica.


Os erros nela são tão gritantes, as anomalias tão vistosas, que a probabilidade de se tratar de documento genuíno deve ser calculada na base de um para vários milhões.

Por Olavo de Carvalho
Mídia Sem Máscara

Droga! Eu não aprendo mesmo. Cada vez que acredito em esquerdistas, acabo pagando mico. No entanto, movido por uma crença residual na bondade da espécie humana, instinto perverso que me induz a seguir Jean-Jacques Rousseau e contrariar a Bíblia, continuo tentando de novo e de novo, e tomando na cabeça com a regularidade dos ciclos planetários, econômicos, menstruais e quantos mais ciclos existam.

Acaba de acontecer mais uma vez. Tão logo publicada a certidão integral de nascimento de Barack Hussein Obama, dei por pressuposto que o documento era autêntico e comecei a analisar a situação com base nessa premissa.

Agora vejo que o anúncio espetacular destinado a tapar a boca dos birthers foi isso e apenas isso: um golpe de teatro.

Nada mais.

A certidão não é autêntica, é praticamente impossível que seja autêntica. Os erros nela são tão gritantes, as anomalias tão vistosas, que a probabilidade de se tratar de documento genuíno deve ser calculada na base de um para vários milhões.


Vou dar só oito exemplos:

1) As certidões de duas meninas que nasceram um dia depois de Obama - e foram registradas na mesma repartição do governo três dias depois - têm números anteriores ao do distinto.

As folhas de um livro de registros não se movem para trás espontaneamente. O carimbo rotativo, que avança um número depois de cada carimbada, também não faz marcha a ré por decisão própria.


2) O funcionário do registro civil assina, com letra de criança, algo que se lê "Ukulele". Quer dizer "cavaquinho", um instrumento muito popular no Havaí. Isso nunca foi nome de gente. Pode ser no máximo um apelido, mas quem acreditaria num documento oficial assinado "Mané Porcão" ou "Zé das Couves"?

3) A raça do pai de Obama é designada, em pleno 1961, como "African" em vez de "Black" ou "Negro" - uma convenção verbal que só apareceu a partir dos anos 70 com a onda politicamente correta.

4) 1) A assinatura da mãe vem com o nome "Stanley" acima da linha, entre parênteses e sem qualquer autenticação da emenda. Ou a coisa foi maqueada ex post facto, ou a sra. Stanley Ann Dunham Obama, emocionadíssima por dar à luz o futuro presidente da República, se esqueceu do seu primeiro nome na hora de assinar.
5) A data de nascimento do pai de Obama está errada. Segundo dados da Imigração, no dia do registro ele tinha 27 e não 25 anos, como consta do documento. A convivência do casal Obama foi fugaz, mas não tanto que não houvesse tempo para a dona se informar da idade do marido, amante ou sabe-se lá o quê.

6) A certidão não contém o aditamento referente à adoção de Obama por Lolo Soetoro, como a lei exige. O omissão torna o documento automaticamente inválido, mesmo que seja de origem autêntica.

7) O nome do médico que assina a certidão não confere com o que a Casa Branca havia divulgado antes. Era Roger West, agora é David Sinclair.

8) Tão logo explodiu a onda de exames técnicos que denunciavam a certidão como uma fraude montada por computador mediante superposição de camadas, a Casa Branca substituiu a versão online por uma segunda, com resolução menor, dificultando a separação das camadas, que antes qualquer cidadão podia testar facilmente com programas comuns de ilustração gráfica (v. http://conservativeamerica online.blogspot.com/2011/05/ washington-times-newly-released-obama.html).

A primeira versão tinha o selo autenticador do Departamento de Saúde do Havaí. A segunda, nem isso. Precisa mais?

Exames feitos por especialistas em computação gráfica pululam na internet, afirmando que a certidão não foi escaneada de um documento único, mas montada por meio de superposição de imagens.

Mas agora já não são apenas obscuros blogueiros que fazem esses exames. O técnico Ivan Zatcovitch, da eComp Consultants , empresa respeitável que é consultora da Amazon Books, afirma em definitivo que o documento foi alterado.

Não tenho condição de julgar isso. Mas, é claro, junto com a farsa documental veio uma campanha do governo, com amplo apoio da mídia chapa-branca, para rotular de "racista" quem quer que enxergue aquelas obviedades e não consinta em ceder à chantagem clássica de Groucho Marx:

"Afinal, você vai crer em mim ou nos seus próprios olhos?"

Desde que a questão foi levantada pelo advogado (democrata) Philip Berg em 2008, a reação do campo obamista tem sido sempre a mesma: procurar por todos os meios inibir a discussão.

Cada indício mínimo, parcial e duvidoso que a militância obamista exibiu - como a certidão eletrônica resumida, que milhares de estrangeiros também têm, ou os anúncios do nascimento publicados desde um endereço que nunca foi o do casal Obama - foi invariavelmente brandido como prova cabal de que mudar de assunto com a máxima rapidez era um dever cívico.

Uma investigação em regra, bipartidária, como se fez quando o suspeito de inelegibilidade era John McCain, foi hipótese afastada in limine com soberano desprezo, como ofensiva à dignidade daquele que ao mesmo tempo se pavoneava de apóstolo da "transparência".

Agora, o pior de tudo: quando se investigava a candidatura McCain, o Congresso decidiu oficialmente que o critério para distinguir "cidadão nativo" era: "nascido em território americano, de pais americanos".

Entre os que assinaram essa decisão estava... o senador Barack Hussein Obama.

Exigir que ele agora se submeta ao mesmo critério é, segundo o establishment e a mídia, prova de loucura ou crime de racismo. A duplicidade de tratamentos e a proibição de perguntar foram elevadas à condição de princípios fundamentais da democracia.
Se Obama tivesse um mínimo de decência, teria imediatamente retirado sua candidatura logo após assinar aquela decisão, por saber que, como filho de estrangeiro, não cumpria o requisito de elegibilidade que ele mesmo acabava de impor ao seu adversário.

Se ele preferiu blefar, apostando que a sonsice nacional americana jamais perceberia o engodo, é porque tem o cinismo frio de uma personalidade psicopática.
Internacional - Estados Unidos
09 Maio 2011

MENSAGEIRO DO ÓDIO


Por Maria Lucia Victor Barbosa

O brutal atentado ocorrido em 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos mostrou ao mundo de modo ampliado uma das faces mais temidas da violência: o terrorismo. Ao susto e à dor provocados pelo covarde ataque às Torres do World Trade Center e ao prédio do Pentágono, no qual centenas de norte-americanos e estrangeiros, entre os quais quatro brasileiros, morreram de modo pavoroso, seguiram-se intensamente, pelo menos no período imediato ao hediondo ataque, o medo e a insegurança. Justamente sobre esses dois sentimentos o terror lança tentáculos para produzir a dominação sobre suas vítimas.

Viver com medo é tornar-se escravo e foi esta escravidão psicológica que o monstruoso Osama Bin Laden, misto de fanático e psicopata, prometeu aos Estados Unidos por ele chamado de “Grande Satã”. O profeta do caos alardeou que faria chover aviões sobre aquele país e volta e meia, para escarnecer dos norte-americanos que durante quase dez anos o procuraram em vão, tornou-se o mensageiro do ódio através de mensagens gravadas em áudio e divulgadas, principalmente, pela rede de TV Al-Jazeera.

Em algum lugar que não se sabia onde a figura sinistra do criador do Al-Qaeda (a base) em 1988, sobreviveu por muito tempo depois do atentado de 11 de setembro de 2001, lembrando que o terror significa a tensa espera de um inimigo que ataca sem se fazer anunciar e em lugares inesperados.
O milionário saudita, que na expressão de Giles Lapouge era “a quintessência do islamismo mais enlouquecido”, foi responsável por inúmeros atentados e pela morte de centenas de pessoas inocentes.

Entre seus seguidores estavam Jihadistas islâmicos, mujahedins (jihadistas de origem iraniana), terroristas radicais antissemitas, o que significa que sua guerra santa era também contra os judeus, alago que faz lembrar a figura também abjeta do iraniano Ahmadinejad cuja meta é destruir Israel.

A recente morte de Bin Laden, em 1 de maio, numa operação espetacular do governo norte-americano livrou, portanto, o mundo de um desses monstros que de quando em quando assombram a humanidade. Mas, se nos Estados Unidos houve alívio e euforia, entre os fundamentalistas islâmicos houve choro e ranger de dentes.

Manifestações de veneração, admiração e carinho pelo genocida Bin Laden não faltaram também entre antiamericanos, antissemitas e esquerdistas de todo mundo. Logo apareceram defensores dos direitos humanos que não foram vistos quando despencaram as Torres Gêmeas em Nova York. E há os que se apiedaram do pobre terrorista, como se numa guerra os que tombam não soubem que nela estão para matar ou morrer. Na mesma linha de defesa do criminoso e crítica aos Estados Unidos é dito que esse país invadiu o Paquistão.

Ora, o Paquistão é aliado do governo norte-americano para combate ao terrorismo e para isto recebe milhões de dólares. Portanto, se alguém falhou foi o governo paquistanês, pois Bin Laden morou por longo tempo na cidade paquistanesa de Abbottabad, quase dentro de um quartel general.

Na América Latina, onde os Estados Unidos são também odiados, houve curiosas manifestações. Na Argentina dois homens de nome Musa Isa e Santiago Torres expressaram através de jornal seus profundos pêsames à família do terrorista.

No Brasil, um vereador gaito da cidade de Anápolis (Goiás) pediu na Câmara um minuto de silêncio em homenagem ao companheiro Bin Laden. Só falta pedir a canonização de Bin Laden juntamente com Hitler.

Discute-se muito no momento se com a morte do líder globalizado e símbolo máximo do Al Qaeda haverá ou não revanches ensandecidas de seus seguidores contra os Estados Unidos e outros países. Provavelmente haverá, pois existem franquias da rede terrorista no Norte da África e no Oriente Médio.

E outros grupos como o Lashkar-i-Taiba ou o Taleban continuarão a matar os que considerem como infiéis. Ao mesmo tempo, se é certo que Bin Laden não exercia mais o comando operacional do Al-Qaeda, sendo da organização figura mitológica e inspiradora, outros na hierarquia podem dar sequência aos atos de terror.

De qualquer modo, a morte do líder deve ter causado grande dano psicológico aos seus seguidores, em que pese sua lembrança maligna continuar a influenciar os que são recrutados em nome da ideologia que veta ódio ao ocidente e da fé fundamentalista islâmica.

O Brasil, país da impunidade e da moralidade frouxa, tem predileção por bandidos, pois aqui se abrigam desde o terrorista italiano Cesare Battisti até membros das Farc.

Para piorar e conforme reportagem da Veja de 6 de abril deste ano, “a Polícia Federal tem provas de que Al Qaeda e outras quatro organizações extremistas usam o país para divulgar propaganda, planejar atendados, financiar operações e aliciar militantes”. Desconheço se o governo brasileiro desmentiu a reportagem ou tomou providências.

Na tragédia da escola de Realengo, no Rio de janeiro, quando um ex-aluno matou doze adolescentes, a causa do ato tresloucado foi atribuída a mente perturbada do rapaz e no péssimo exemplo que vem dos Estados Unidos.

Curiosamente, Wellington de Oliveira sonhava jogar um avião contra o Cristo Redentor para relembrar os aviões que foram atirados nas Torres Gêmeas em Nova York. Em uma das fichas da escola quando era estudante, ele escreveu que sua religião era mulçumana. Em anotações encontradas na sua bolsa havia o relato de que passava umas quatro horas por dia lendo o Alcorão e que meditava sobre o atentado de 2001.

Finalmente, pede em carta um ritual de sepultamento que lembra ritos mulçumanos. Nada disso foi levado em conta para explicar sua atitude.

O presidente Barack Obama agiu certíssimo, mas seria bom que desse uma prova contundente de que o mundo está mais arejado sem o mensageiro ódio. Caso contrário, Bim Laden ficará tão vivo quando Elvis que não morreu.
Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.

domingo, 8 de maio de 2011

Vídeo do funeral muçulmano de Bin Laden



OSAMA BIN LADEN SEA BURIAL
Aqui.

Um conselho especial para mães...



Mães

de Pedro Bial
narrado por Fernanda Montenegro


Da campanha pela Casa Branca à morte de Bin Laden, geração Obama vai da esperança à decepção




Fernando Eichenberg
Correspondente
 O Globo

WASHINGTON - Apesar do recente aumento da popularidade do presidente embalado pela morte de Osama bin Laden, a Obamania que se alastrou pelos Estados Unidos - e boa parte do mundo - em 2008, perdeu muito de seu fôlego. Alçado à Casa Branca sob inflamados ecos de hope (esperança), change (mudança) e "yes, we can" (sim, nós podemos), Barack Obama frustrou uma parcela dos 69,4 milhões de americanos que o elegeram. Em 28 meses no comando da nação, o candidato super-homem desceu dos céus para aterrissar no arenoso terreno da realpolitik e se tornar um presidente de carne e osso. Ao assumir o posto, Obama havia se comprometido com uma nova forma de fazer política, uma ruptura com a doutrina de guerra contra o terror do governo George W. Bush, com o fechamento da prisão de Guantánamo e com o fim dos custosos conflitos - em vidas e recursos - no Iraque e no Afeganistão.

Hoje, o polêmico centro de detenção para suspeitos de terrorismo na base americana em Cuba continua em atividade, e a luta contra terroristas da al-Qaeda, no Iraque, e o grupo fundamentalista islâmico Talibã, no Afeganistão, não tem prazo definido para acabar, sem falar no envolvimento em um nova guerra, na Líbia.

Por outro lado, no domingo passado o presidente cumpriu com a promessa de Bush após os atentados de 11 de setembro de 2001: capturar Osama bin Laden vivo ou morto. No entanto, a controversa morte do líder da al-Qaeda - em uma missão secreta de forças americanas num país estrangeiro e com a vítima desarmada - despertou desconfianças sobre os princípios, a legalidade e as reais intenções da operação.

Dos vibrantes comícios e promessas de campanha, o incensado candidato Obama passou a ser, na Casa Branca, um presidente questionado por seu próprio campo. E, embora seu índice de aprovação tenha subido de 46% para 57%, segundo a pesquisa CBS News/"New York Times" divulgada na sexta-feira, a base que o elegeu se diz decepcionada.

Prazo para retirada do Afeganistão pode mudar

Cheryl Johnson testemunhou o início do aprendizado de liderança política de Obama, há 25 anos, na direção da associação Projeto para o Desenvolvimento das Comunidades, no conjunto habitacional Altgeld Gardens, 30 quilômetros ao sul de Chicago, em Illinois. Sua mãe, Hazel, que trabalhou com Obama, criou uma ONG comunitária no local, hoje sob seu comando.

- Eu preferia ver Bin Laden em pé num tribunal, julgado pelas três mil pessoas que matou no 11 de Setembro. Matá-lo não resolve o problema. Não se sabe o que há por trás dessa história. Podemos ser tão culpados quanto ele se abusamos da autoridade e ameaçamos a vida de outras pessoas - diz Cheryl.

A militante comunitária aderiu à onda de otimismo lançada no país pela histórica vitória do primeiro presidente negro americano. Mas seu entusiasmo durou pouco. Ela gostaria de ver Obama menos envolvido em guerras além-mar e mais concentrado nos problemas domésticos:

- Aqui há pessoas negras e pobres, em moradias públicas. Elas votaram em Obama porque pensavam que veriam uma mudança real. Mas vejo as corporações ganhando dinheiro em Wall Street e, todos os dias, famílias sendo expulsas de suas casas. Vejo desesperança, e não mudança.

Amy Margolies, 29 anos, formada em relações internacionais e integrante de uma organização de políticas públicas, vai renovar seu voto em Obama, mas não com o mesmo espírito.

- Meu pai trabalhou na campanha passada distribuindo panfletos. Eu chorei quando Obama ganhou, foi algo muito emocionante. Mas, agora, não há tanta esperança e energia na base política. As pessoas estão cansadas, e querem ver algo bom fora a morte de um terrorista.

Amy elogia a aprovação da reforma da saúde, mas se diz "decepcionada" com o atraso na implementação de uma nova lei de imigração e com a política militar do governo.

- Ele não se apresentou como um presidente tão bélico. Achamos que seria diferente. Muita gente que antes o apoiava agora tem receio sobre o que será feito dessas guerras. Seria o momento ideal de dizer: "Pegamos Bin Laden, agora vamos pensar em como sair o mais rápido do Afeganistão." Mas parece que nada vai mudar.

Em abril de 2009, Obama anunciou o envio de mais 30 mil soldados para o Afeganistão. O processo de retirada das tropas está agendado para começar em julho, mas o recrudescimento dos conflitos poderá alterar o calendário.


07/05/2011

Feliz dia das Mães!


Com esta reflexão
desejamos a todas as mulheres-terra um
Feliz Dia das Mães!
um grande abraço!


Mulher-terra ...


Mulher- mãe...



A maternidade é uma relação telúrica.

Ela estabelece com a vida um vínculo existencial entre a
mulher-terra e a mulher- mãe..

O útero é o solo fecundo que vai fazer com que a vida germine com toda sua força até a plenitude em que essa vida desperte para a luz.

Transcende o espaço e o tempo através dos laços de um instinto materno que começa pelo seio que amamenta, pelo alimento que nutre, pelo carinho que aconchega, pela proteção e presença que se perpetua no decorrer de toda a existência.


No Dia das Mães, para além dos gestos de reconhecimento e ternura programados, é importante descobrirmos que nossas vidas têm sentido enquanto tiverem suas raízes no próximo ou no já distante

coração materno.

Paulo D'Elboux

Maio 2011