Submundo
Pai pastor facilitou contatos de advogada
Elói Ferreira ganhou fama como pregador e se
aproximou de poderosos em Brasília - uma conexão que depois seria útil
aos interesses da filha
Veja
Gabriel Castro e Gustavo Ribeiro
(Reprodução)
A advogada Christiane Araújo de Oliveira, protagonista da capa da nova edição de VEJA,
teve acesso ao mundo dos poderosos por intermédio de seu pai, o pastor
Elói de Oliveira. Líder do Tabernáculo do Deus Vivo, em Maceió, ele
ganhou fama de profeta e hoje leva suas pregações em igrejas de todo o
país - o cachê não sai por menos de 2 mil reais.
Em Brasília, Elói de Oliveira costuma pregar em um templo da Igreja
Evangélica Bíblica da Graça. O pastor responsável pelo local, André
Salles, ajudou Elói a se aproximar do atual secretário-geral da
Presidência, Gilberto Carvalho.
Na mesma época, o pregador alagoano conheceu Durval Barbosa, o operador do chamado Mensalão do DEM em Brasília. Os poderes do pregador atraíram políticos de várias matizes. Entre eles o ex-presidente Fernando Collor, o ex-ministro Adir Jatene, o governador de Alagoas, Teotônio Vilela e a ex-ministra Marina Silva.
Na mesma época, o pregador alagoano conheceu Durval Barbosa, o operador do chamado Mensalão do DEM em Brasília. Os poderes do pregador atraíram políticos de várias matizes. Entre eles o ex-presidente Fernando Collor, o ex-ministro Adir Jatene, o governador de Alagoas, Teotônio Vilela e a ex-ministra Marina Silva.
O pastor tem enfrentado percalços recentemente. Nos últimos dois anos,
problemas de fígado o afastaram do altar.
Antes disso, havia sofrido uma misteriosa paralisia da qual se livrou repentinamente. Os fiéis, que no passado lotavam o templo, agora somam cerca de 60 em cada culto.
A decadência, porém, teria outra explicação: fanáticos próximos ao pastor dizem que ele perdeu parte de seus poderes depois de cair em pecado, ao cometer adultério. Ele chegou a ficar separado da mulher, Maria de Fátima, por alguns meses.
A esposa, aliás, coordena um grupo de oração às quartas-feiras em casa - um sobrado discreto. Já a sede da igreja fica em um bairro pobre de Maceió. O terreno foi doado nos anos 1990 por intermédio de um deputado estadual.
Antes disso, havia sofrido uma misteriosa paralisia da qual se livrou repentinamente. Os fiéis, que no passado lotavam o templo, agora somam cerca de 60 em cada culto.
A decadência, porém, teria outra explicação: fanáticos próximos ao pastor dizem que ele perdeu parte de seus poderes depois de cair em pecado, ao cometer adultério. Ele chegou a ficar separado da mulher, Maria de Fátima, por alguns meses.
A esposa, aliás, coordena um grupo de oração às quartas-feiras em casa - um sobrado discreto. Já a sede da igreja fica em um bairro pobre de Maceió. O terreno foi doado nos anos 1990 por intermédio de um deputado estadual.
Enquanto o pai galgava degraus, Christiane não conseguia a aprovação no
vestibular para odontologia em Maceió.
Por intermédio de uma pastora amiga da família, ela decidiu ir para Brasília. Ingressou em um curso particular de direito. Passou a morar em uma quitinete e, para pagar as contas, arranjou um emprego.
Foi quando o pai resolveu usar sua influência para ajudar Christiane. Ela ganhou um cargo no gabinete do deputado João Caldas. Ele garante que, enquanto esteve lá, ela teve um comportamento adequado.
Por intermédio de uma pastora amiga da família, ela decidiu ir para Brasília. Ingressou em um curso particular de direito. Passou a morar em uma quitinete e, para pagar as contas, arranjou um emprego.
Foi quando o pai resolveu usar sua influência para ajudar Christiane. Ela ganhou um cargo no gabinete do deputado João Caldas. Ele garante que, enquanto esteve lá, ela teve um comportamento adequado.
Encarregado pelo pai de aproximar pastores evangélicos da campanha de
Dilma Rousseff à Presidência, Christiane acabou conseguindo um cargo na
equipe da petista. Mas não durou muito: perdeu o posto quando veio à
tona seu envolvimento com outra máfia, a das sanguessugas.
Tramas - Na capital federal, Christiane se aproximou
de Durval Barbosa, com quem, em 2007, passou a trabalhar no governo do
Distrito Federal. Tempos depois, ela se envolveria com o então chefe da
Advocacia-Geral da União, Antonio Dias Toffoli.
E tentou usar sua proximidade com o atual ministro do Supremo Tribunal Federal para influenciar as investigações que derrubariam o então governador José Roberto Arruda. A queda era do interesse de Durval.
E tentou usar sua proximidade com o atual ministro do Supremo Tribunal Federal para influenciar as investigações que derrubariam o então governador José Roberto Arruda. A queda era do interesse de Durval.
A advogada também usou o contato com o ministro Gilberto Carvalho para
defender que o então procurador-geral de Justiça do Distrito Federal,
Leonardo Bandarra, fosse reconduzido ao cargo.
Bandarra, descobriu-se depois, era um integrante da máfia que tomara conta do governo local.
Bandarra, descobriu-se depois, era um integrante da máfia que tomara conta do governo local.