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sábado, 11 de fevereiro de 2012

Pai pastor facilitou contatos de advogada



Submundo

Pai pastor facilitou contatos de advogada

Elói Ferreira ganhou fama como pregador e se aproximou de poderosos em Brasília - uma conexão que depois seria útil aos interesses da filha
Veja

Gabriel Castro e Gustavo Ribeiro
Elói de Araújo: fama de profeta e proximidade com políticos
       Elói de Araújo: fama de profeta e proximidade com políticos
                                             (Reprodução)

A advogada Christiane Araújo de Oliveira, protagonista da capa da nova edição de VEJA, teve acesso ao mundo dos poderosos por intermédio de seu pai, o pastor Elói de Oliveira. Líder do Tabernáculo do Deus Vivo, em Maceió, ele ganhou fama de profeta e hoje leva suas pregações em igrejas de todo o país - o cachê não sai por menos de 2 mil reais.
Em Brasília, Elói de Oliveira costuma pregar em um templo da Igreja Evangélica Bíblica da Graça. O pastor responsável pelo local, André Salles, ajudou Elói a se aproximar do atual secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho.

Na mesma época, o pregador alagoano conheceu Durval Barbosa, o operador do chamado Mensalão do DEM em Brasília. Os poderes do pregador atraíram políticos de várias matizes. Entre eles o ex-presidente Fernando Collor, o ex-ministro Adir Jatene, o governador de Alagoas, Teotônio Vilela e a ex-ministra Marina Silva.
O pastor tem enfrentado percalços recentemente. Nos últimos dois anos, problemas de fígado o afastaram do altar.

Antes disso, havia sofrido uma misteriosa paralisia da qual se livrou repentinamente. Os fiéis, que no passado lotavam o templo, agora somam cerca de 60 em cada culto.

A decadência, porém, teria outra explicação: fanáticos próximos ao pastor dizem que ele perdeu parte de seus poderes depois de cair em pecado, ao cometer adultério. Ele chegou a ficar separado da mulher, Maria de Fátima, por alguns meses.

A esposa, aliás, coordena um grupo de oração às quartas-feiras em casa - um sobrado discreto. Já a sede da igreja fica em um bairro pobre de Maceió. O terreno foi doado nos anos 1990 por intermédio de um deputado estadual.
Enquanto o pai galgava degraus, Christiane não conseguia a aprovação no vestibular para odontologia em Maceió.

Por intermédio de uma pastora amiga da família, ela decidiu ir para Brasília. Ingressou em um curso particular de direito. Passou a morar em uma quitinete e, para pagar as contas, arranjou um emprego.

Foi quando o pai resolveu usar sua influência para ajudar Christiane. Ela ganhou um cargo no gabinete do deputado João Caldas. Ele garante que, enquanto esteve lá, ela teve um comportamento adequado.
Encarregado pelo pai de aproximar pastores evangélicos da campanha de Dilma Rousseff à Presidência, Christiane acabou conseguindo um cargo na equipe da petista. Mas não durou muito: perdeu o posto quando veio à tona seu envolvimento com outra máfia, a das sanguessugas.
Tramas - Na capital federal, Christiane se aproximou de Durval Barbosa, com quem, em 2007, passou a trabalhar no governo do Distrito Federal. Tempos depois, ela se envolveria com o então chefe da Advocacia-Geral da União, Antonio Dias Toffoli.

E tentou usar sua proximidade com o atual ministro do Supremo Tribunal Federal para influenciar as investigações que derrubariam o então governador José Roberto Arruda. A queda era do interesse de Durval.
A advogada também usou o contato com o ministro Gilberto Carvalho para defender que o então procurador-geral de Justiça do Distrito Federal, Leonardo Bandarra, fosse reconduzido ao cargo.

Bandarra, descobriu-se depois, era um integrante da máfia que tomara conta do governo local.


Advogada liga Toffoli e Gilberto Carvalho a máfia do DF


Corrupção

Em oito horas de gravações em áudio e vídeo, Christiane Araújo de Oliveira revela que mantinha relações íntimas com políticos e figuras-chave da República e que o governo federal usou de sua proximidade com a quadrilha de Durval Barbosa para conseguir material contra adversários políticos
VEJA

Christiane Araújo de Oliveira
                                (Fernando Cavalcante)

Nascida em Maceió, em uma família humilde, Christiane Araújo de Oliveira mudou-se para Brasília há pouco mais de dez anos com o objetivo de se formar em Direito.

Em 2007, aceitou o convite para trabalhar no governo do Distrito Federal de um certo Durval Barbosa, delegado aposentado e corrupto contumaz que ficaria famoso, pouco depois, ao dar publicidade às cenas degradantes de recebimento de propina que levaram à cadeia o governador José Roberto Arruda e arrasaram com seu círculo de apoiadores. Sob as ordens de Durval, Christiane se transformou num instrumento de traficâncias políticas.

No ano passado, depois de VEJA mostrar a relação promíscua entre o petismo e o delegado, Christiane foi orientada a sumir da capital federal. Relatos detalhados de suas aventuras com poderosos, no entanto, já estavam em poder do Ministério Público e da Polícia Federal.

Na edição que chega às bancas neste sábado, VEJA revela o teor de dois depoimentos feitos pela jovem advogada no final de 2010.

 
Durval Barbosa
Durval Barbosa
Em oito horas de gravações em áudio e vídeo, Christiane revelou que mantinha relações íntimas com políticos e figuras-chave da República. Ela participava de festas de embalo, viajava em aviões oficiais, aproveitava-se dos amigos e amantes influentes para obter favores em benefício da quadrilha chefiada por Durval, que desviou mais de 1 bilhão de reais dos cofres públicos. Ela também contou como o governo federal usou de sua proximidade com essa máfia para conseguir material que incriminaria adversários políticos.
 

Christiane em imagem de vídeo do depoimento colhido pela PF

A advogada relatou que manteve um relacionamento com o hoje ministro do Supremo Tribunal Federal José Antonio Dias Toffoli, quando ele ocupava cargo de advogado-geral da União no governo Lula.

Os encontros, segundo ela, ocorriam em um apartamento onde Durval armazenava caixas de dinheiro usado para comprar políticos – e onde ele eventualmente registrava imagens dessas (e de outras) transações.

Christiane afirma que em um dos encontros entregou a Toffoli gravações do acervo de Durval Barbosa.

A amostra, que Durval queria fazer chegar ao governo do PT, era uma forma de demonstrar sua capacidade de deflagrar um escândalo capaz de varrer a oposição em Brasília nas eleições de 2010. Ela também teria voado a bordo de um jato oficial do governo, por cortesia do atual ministro do STF, que na época era chefe da Advocacia Geral da União (AGU).
Por escrito, Dias Toffoli negou todas as acusações. “Nunca recebi da Dra. Christiane Araújo fitas gravadas relativas ao escândalo ocorrido no governo do Distrito Federal.”

O ministro disse ainda que nunca frequentou o apartamento citado por ela ou solicitou avião oficial para servi-la.

Como chefe da AGU, só a teria recebido uma única vez em seu gabinete, em audiência formal.
 
Gilberto Carvalho, chefe de gabinete da Presidência
Gilberto Carvalho, chefe de gabinete da Presidência
Nas gravações, Christiane relatou ainda que tem uma amizade íntima com Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República. No governo passado, quando Carvalho ocupava o cargo de chefe de gabinete de Lula, ela pediu a interferência do ministro para nomear o procurador Leonardo Bandarra como chefe do Ministério Público do Distrito Federal. O pedido foi atendido. Bandarra, descobriu-se depois, era também um ativo membro da máfia brasiliense – e hoje responde a cinco ações na Justiça, depois de ter sido exonerado.
Gilberto Carvalho também teria tentado obter do grupo de Durval material para alvejar os adversários políticos do PT. Ele nega todas as acusações, e disse a VEJA: “Eu não estava nesse circuito do submundo. Estou impressionado com a criatividade dessa moça.”




Dilma Rousseff na bancada de evangélicos com Christiane Araújo de Oliveira

Há uma terceira ligação de Christiane com o petismo. Ela trabalhou no comitê central da campanha de Dilma Rousseff.

Foi encarregada da relação com as igrejas evangélicas – porque é, ela mesma, evangélica e filha de Elói Freire de Oliveira, fundador da igreja Tabernáculo do Deus Vivo e figura que circula com desenvoltura entre os políticos de Brasília, sendo chamado de “profeta”.

Com Dilma eleita, a advogada foi nomeada para integrar a equipe de transição. Mas foi exonerada quando veio à tona que ela teve participação na Máfia das Sanguessugas.
Segundo o procurador que tomou um dos depoimentos de Christiane, o material que ele coletou foi enviado à Polícia Federal para ser anexado aos autos da Operação Caixa de Pandora.

Um segundo depoimento foi tomado pela própria PF. Mas nenhuma das revelações da advogada faz parte oficial dos autos da investigação.

A reportagem de VEJA, que reproduz imagens das gravações em vídeo, conclui com uma indagação: “Por que será?”

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Presidente Dilma, levante e governe! Já passou da hora!




Ou: Incompetência e imprudência


A presidente Dilma Rousseff, a Cleópatra do Paranoá, ficou mal-acostumada com o jornalismo dos Crodoaldos Valérios, que a cobrem de elogios muito especialmente por sua enorme capacidade de não fazer nada, de manter tudo mais ou menos como está para ver como é que fica.



Não vai aqui juízo severo demais ou excessivamente generalista.
 

Dilma teve de demitir sete ministros de estado sob suspeita de corrupção.

Sim, aplausos a ela que os demitiu!

Mas, se for o caso, vaias a ela, que os nomeou!


Ou esse detalhe há de passar despercebido para que a vocação para o elogio não se deixe contaminar pela realidade?

Chamo a atenção para este fato porque Dilma no papel de ombudsman do governo Dilma, como tenho apontado, pode seduzir os mordomos subservientes e fiéis, mas tem lá seus limites, não?

Essa absurda mobilização de Polícias Militares, que lança na insegurança milhões de brasileiros, está dizendo com todas as letras: “Presidente Dilma, levante e governe! Já passou da hora”.

Volto a esse ponto depois de algumas outras considerações.

Dilma cresceu uma média de dez pontos na aceitação popular no curso das sete demissões — “Ah, essa resolve!” O jornalismo especializado em fazer perfis (ai, que preguicinha!) não cansa de exaltar a mulher austera, que dá broncas em público, que quer monitorar tudo online, que não aceita respostas enroladas…

Sei, Dilma não aceitaria como ministra a Dilma que cuidava dos aeroportos, que cuidava da transposição do São Francisco, que cuidava das estradas, que cuidava das obras da Copa…

A presidente, em suma, sempre foi craque em criar a fama de que era craque.

É o Dadá Maravilha da política, só quem sem o humor.

Então não vimos a soberana num canteiro de obras da transposição do São Francisco, em Pernambuco, a dar pitos nas empresas privadas e, se vocês perceberam bem, até no Exército?

Todo mundo parecia culpado pelo atraso, menos o dono da obra — e o dono da obra é o governo.

É o governo Dilma.

Antes dela, era o governo Lula, sob a supervisão de… Dilma!!!

Vejo, um tanto escandalizado, até o caso da Casa da Moeda se descolar da presidente.

Que há algo de muito errado por ali, não se duvide. Mais uma vez, Dilma está brava porque o ministro Guido Mantega não a teria informado o suficiente da real situação do tal senhor que tinha uma empresa no exterior que movimentava fortunas.

As casas do “Minha Casa Minha Vida” são muito engaçadas porque não têm teto, não têm nada, e não se pode fazer xixi ali…

Tudo empacado no trocadilho.

Das quase 1.700 creches prometidas para 2011, não houve uma só, uma miserável, que saísse do papel. Se a popularidade, no entanto, cresceu dez pontos porque “essa resolve”, então que tudo siga como está.

Um dia essa tática daria com os burros n’água. E deu! Deu porque, imprudente, essa gente decidiu se comportar como vivandeira, dando piscadelas na porta de quartel e insuflando os espíritos de homens armados.

Tudo começou com o Apedeuta lá no Distrito Federal, como já demonstrei aqui, teve seqüência com a PEC 300 e ganhou fôlego na campanha eleitoral de… Dilma Rousseff!

Sim, sua campanha sugeriu que, com ela, a tal proposta que iguala os salários dos policiais militares e bombeiros do Brasil ao que se paga no Distrito Federal seria aprovada.
 

PROCUREM NA INTERNET. UM DOS INTERLOCUTORES COM AS LIDERANÇAS DAS POLÍCIAS FOI NINGUÉM MENOS DO QUE MICHEL TEMER. E não duvidem: se a proposta for votada no Congresso, será aprovada.

Só que abriria um rombo brutal no caixa dos estados, que seria repassado para a União. E, então, SEGUINDO A TÁTICA DE NÃO GOVERNAR, DE EMPURRAR COM A BARRIGA, a Rigorosa do Chapadão mandou que a base aliada fosse empurrando a coisa com a barriga. A insatisfação dos quartéis foi crescendo, crescendo, crescendo…

E assumiu seu contorno mais dramático, até agora, na Bahia, justamente o estado governado pelo chefe das vivandeiras, Jaques Wagner, notório apoiador de greves policiais no passado.

A Horrorizada do Alvorada

Dilma agora se diz “horrorizada” com a forma que assumiu a greve.

Ora… A Horrorizada do Alvorada está estranhando o quê? Como diz o povo, quem muito brinca com fogo acaba chamuscado.

Como previu o Apedeuta no célebre discurso em que deitou falação pelos cotovelos, a reivindicação se espalharia pelo Brasil.

E se espalhou.

Onde esteve, nesse tempo, Gilberto Carvalho, o tal ministro dedicado à interlocução com “os movimentos sociais”, que comandou, no Planalto, a campanha de demonização do governo de São Paulo e da Polícia Militar em particular, uma das mais eficientes e disciplinadas do país?
O homem sumiu.

Dilma não tem de se “horrorizar”. Tem é de tomar providências. Em algum momento, vai ter de dizer que não há dinheiro para aprovar a PEC 300 — e terá de ser com todas as letras —, ou, então, vai ter de optar por um rombo de impacto difícil de imaginar e jogar nas costas da União o custo da equiparação.

E será uma operação complicadíssima.

Ainda que o governo federal decidisse repassar um “X per capita” para cada policial, haveria um debate infindável sobre o contingente de cada estado. Em suma: Lula abriu a Caixa de Pandora, um deputado da base aliada ficou estimulando os monstrinhos a sair de lá, e a campanha eleitoral de Dilma resolveu considerá-los bons espíritos…

Eis aí. Como no mito, Soberana, só a esperança ficou escondida lá no fundo…

Levante e governe, Rainha dos Canteiros de Obras Paradas!

Desta vez, não vai dar para levar no bico.

Coragem, Esplendorosa da Classe C!

Não! Eu absolutamente não endosso, Esplendorosa da Classe C, os métodos a que estão recorrendo os policiais militares. Como já escrevi aqui uma centena de vezes — aliás, meu primeiro texto contra greve de policiais é de 1991, justamente por causa de uma paralisação na Bahia (uma das que Jaques Wagner apoiou) —, gente armada não pode se meter nesse tipo de movimento.

Eu sou contra greve de funcionários públicos. Em março de 2010, os petistas da Apeoesp, associação de professores da rede estadual de ensino em São Paulo, promoveram uma greve com queima de livros em praça pública, depredação de patrimônio e confronto com a PM.

Dilma não só usou o evento para demonizar o seu adversário eleitoral, José Serra, como recebeu a presidente do sindicato que havia prometido “quebrar a espinha do ex-governador”, assegurando que ele não seria eleito presidente.

Foi tão escancarado o uso eleitoral da greve que o sindicato foi multado pelo Tribunal Superior Eleitoral. Dilma expressou o seu apoio e ainda acusou a PM de recorrer à violência contra os professores, o que era mentira.

Em 2008, como todos sabem, deputados petistas, PT e CUT apoiaram a GREVE ARMADA de uma minoria de policiais civis.


Um deles chegou a disparar um tiro, ferindo um oficial da PM.



Militantes da Apeoesp queimam livros em praça pública em março de 2010

A candidata Dilma recebeu a líder com pompa e ainda atacou o governo de SP


Por que o espanto, agora, da Horrorizada do Alvorada?

Não!

Eu não apóio as greves das PMs, não!

Ao contrário. Acredito que já é mais do que tempo de o país votar uma Lei Antiterrorismo que puna com severidade aqueles que, em nome de suas reivindicações, direitos ou o que supõem ser direitos, coloquem em risco a segurança coletiva.

Então veja, Soberana do Planalto, como sou duro e a convido a ser antipática, seguindo a Constituição e propondo uma lei.

É bem verdade que isso vai acabar ferindo susceptibilidades de alguns de seus caros aliados, não é?

Mas governar também tem lá seus ônus…

Serão assim tão hábeis?

A estréia do PT no mundo da severidade se dá de um modo um tanto estabanado. Qualquer pessoa razoavelmente prudente seria levada a considerar que a prisão do cabo bombeiro Benevoluto Daciolo, no Rio, corresponderia a apagar fogo com gasolina. Nas gravações entre o líder da greve na Bahia e um interlocutor, parece que fica clara a combinação de um ato de sabotagem.

No caso de Daciolo, convenham, é discutível. Afinal, ele é líder de uma categoria. Se a sua atuação sindical é permitida, por que não as articulações e conversas?
Atenção!

Eu acho que precisamos de leis mais claras para disciplinar tudo isso. Estou entre aqueles que não vêem ambigüidade nenhuma no que já há: greve de PMs é proibida. Mas há quem ache que as coisas estão sujeitas a interpretações e coisa e tal.

O governo federal, com a base que tem, vai ter de cuidar do assunto. Consegue aprovar o que quiser — inclusive a lei antiterror.

Dito isso, vamos ao que se tem hoje: diga-se o que se disser, o cabo Daciolo não foi além — a menos que haja falas que não vieram a público — do que dizem as lideranças de categoria em todos os estados em que há mobilização.

Dada a radicalização na Bahia, dados os ânimos exaltados, dada a sensação de humilhação que as lideranças dizem estar sentindo, quem vazou a conversa de Daciolo, criando as circunstâncias para a sua prisão, NÃO PASSA DE UM AMADOR.
Comentei aqui com Dona Reinalda: “Essa prisão é uma tolice. Agora é que a greve no Rio vai sair”.

E saiu. Espero que tenha desfecho menos trágico e que logo seja revogada. O fato é que faltou uma visão estratégica.


A Indignada da Praça dos Três Poderes e a anistia

Dilma fará melhor se governar mais e falar ainda menos. Também as suas considerações, em plena efervescência do movimento, contra a anistia a policiais que cometeram crimes são contraproducentes.

É a tal síndrome da ombudsman.

Basta que se diga favorável ao cumprimento da lei. Até porque não convém ficar cutucando esse negócio de que a anistia é inaceitável para criminosos, não é?

Posso apostar que essa não é uma boa vereda para os atuais donos do poder…

A ordem tem de ser restaurada. O problema que teve início com uma Medida Provisória do Apedeuta e que chegou a ser peça da campanha eleitoral de Dilma Rousseff — não adianta negar! — hoje se volta contra a população, que é quem está, de fato, arcando com as conseqüências.

Desta vez, Dilma não pode ser apenas a Indignada da Praça dos Três Poderes.


O governo Dilma colhe os frutos do rebolado na porta de quartel.

O que se tem como resultado?

Nunca antes na história destepaiz, depois da redemocratização, se viram tantos homens das Forças Armadas nas ruas.

Os “companheiros” fizeram a caca, e agora foi preciso chamar os homens de verde.

A sorte é que a cascata de esquerdistas durante a Constituinte não prosperou, e a Carta autoriza, sob certas condições, que as Forças Armadas também cuidem da ordem interna

. “Reacionários” como eu sempre defenderam esse princípio.

Os “progressistas” é que eram contra…


Coragem, Venturosa do Deitado em Berço Esplêndido!


Levante e governe!


10/02/2012

PM diz que há 59 presos e mais de 100 indiciados por greve no RJ



Chefe do Estado Maior Administrativo diz que 9 presos vão para Bangu 1

Outros cerca de 50 cumprem pena administrativa em seus quartéis
                                                                   Do G1 RJ



O chefe do Estado Maior Administrativo da Polícia Militar, coronel Robson Rodrigues da Silva, informou na tarde desta sexta-feira (10) que 59 policiais foram presos e mais de 100 foram indiciados por crime militar ou transgressão disciplinar de natureza grave.

Dentre os presos, estão nove dos 11 policiais considerados líderes do movimento que tiveram mandados de prisão expedidos peja Auditoria de Justiça Militar.

Além disso, outros cerca de 50 estão presos administrativamente, segundo ele.

Na noite de quinta-feira (9), bombeiros e policiais civis e militares decretaram a greve no estado do Rio de Janeiro durante uma assembleia na Cinelândia, no Centro.

Cerca de duas mil pessoas participaram da votação. Juntas, as três corporações somam 70 mil homens. Segundo os grevistas, 30% do efetivo do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil ficarão à disposição para casos de emergência.

Segundo o coronel Robson, entre os nove presos está o ex-corregedor da PM, o coronel reformado Paulo Ricardo Paúl que, assim como os demais policiais que tiveram a prisão pedida pela justiça, são considerados líderes da greve ou tiveram atitude relevante no movimento.

"O setor de inteligência da PM já vinha monitorando policiais que vinham cometendo algum tipo de ilícito. Juntamos provas suficientes para consubstanciar o pedido de prisão desses policiais, que tinham uma atitude contundente ou de liderança do movimento, o que de alguma forma caluniaram o comando da corporação", disse o coronel, informando que os nove presos estão sendo encaminhados ao presídio de Bangu 1, na Zona Oeste do Rio.

O oficial explicou que o comanddo da PM entrou num acordo com o governo do estado para que os presos fossem para Bangu1. Além de melhor acomodá-los, segundo o coronel, a intenção é evitar o risco de incitação de outros presos na Unidade Prisional da PM.

O coronel Robson informou ainda que os 50 policiais que se recusaram a trabalhar ou cometeram alguma transgressão disciplinar foram presos administrativamente em seus batalhões.

Além disso, mais de 100 policiais que cometeram "deslizes menos graves", segundo o coronel, que não comprometem o patrulhamento das unidades, foram indiciados e vão responder por seus delitos em liberdades. Eles foram indiciados por transgressão disciplinar ou crime militar, de acordo com o coronel Robson Rodrigues da Silva.

De acordo com o o porta-voz da PM, coronel Frederico Caldas, a situação na capital está controlada, mas houve problemas no interior. O Batalhão de Operações Especiais (Bope) segue para Campos, no Norte Fluminense, onde a adesão ao movimento é maior.

"A intervenção dos comandantes foi fundamental na medida em que havia uma determinação clara que os policiais fossem para a rua. É inaceitável que policiais cruzem os braços, um serviço essencial para a população. Há um pacto entre a polícia e o povo e ele não pode ser quebrado. Nesse momento os comandantes orientaram os policiais e aqueles que se recusaram a cumprir as normas foram presos por descumprimento, por crime de desobediência ", disse Caldas.


Bope segue para Campos

Caldas explica que a greve provocou apenas problemas isolados na cidade. Já no interior - Campos, Resende e Volta Redonda, a situação é um pouco mais tensa, com homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) seguindo para Campos.

"O Bope está indo para Campos. Houve um recusa inicial dos policiais no sentido de saírem nas viaturas, alegando que não havia uma documentação em dia. O Bope está indo para lá e o Detran está providenciando a documentação. Esses policiais foram para a rua a pé, aqueles que não se recusaram. Os que se recusarem serem presos", enfatizou o porta-voz.



Agências e carro atacados a tiros

Entre os casos isolados na capital, duas ocorrências chamaram a atenção. Duas agências bancárias foram atacadas a tiros durante a madrugada, em São Gonçalo, na Região Metropolitana.

Pela manhã, na Avenida Brasil, um carro da PM foi atacado, também a tiros, num ponto fixo de policiamento que fica na pista sentido Campo Grande da via. Segundo a polícia, ninguém ficou ferido.

A polícia não acredita que os ataques tenham relação com a greve, mas investiga os casos.

Ainda durante a manhã, um carro bateu num poste, na Zona Oeste. Uma pessoa morreu e outra ficou ferida. O socorro foi feito pelos bombeiros e uma patrulha da PM atendeu a ocorrência.

Caldas disse ainda que houve registro de um problema isolado no 4º BPM (São Cristóvão), mas não deu detalhes sobre o caso.



Policial atravessa a Avenida Maracanã,
na Tijuca
(Foto: Thamine Leta/G1)

O G1 percorreu alguns bairros do Rio nesta manhã e encontrou apenas dois policiais militares nas ruas, uma carro da corporação na Rua General Espírito Santo Cardoso, em frente a 19ª DP, e outro na Rua São Miguel, todos na Tijuca, na Zona Norte.

A equipe de reportagem percorreu os seguintes locais: Gávea, Humaitá, Copacabana, Laranjeiras, Catete, Catumbi, Rio Comprido, Praça da Bandeira, Tijuca, Alto da Boa Vista e Barra da Tijuca.

Os grevistas reivindicam a liberdade do cabo Benevenuto Daciolo e querem piso salarial de R$ 3.500, com R$ 350 de vale tranporte e R$ 350 de tíquete-refeição.


Alerj aprovou aumento


Na quinta-feira (9), a Alerj aprovou substitutivo do Executivo que aumenta os salários das categorias de segurança (polícias Militar e Civil, do Corpo de Bombeiros e de agentes penitenciários) em 39% até fevereiro de 2013. Ainda falta votar os destaques ao projeto aprovado, que podem modificar o texto final.

Exército enviará 14 mil homens
Ainda na quinta-feira (9), o secretário estadual de Defesa Civil e comandante do Corpo de Bombeiros do Rio, coronel Sérgio Simões, afirmou que o Exército disponibilizaria cerca de 14 mil homens e a Força Nacional atuaria com cerca de 300 homens para a segurança no estado, caso a greve fosse decretada.

Segundo ele, o plano prevê que os 14 mil homens do Exército façam o policiamento no estado, enquanto os 300 homens da Força Nacional auxiliem no trabalho dos bombeiros, em caso de paralisação dos servidores de segurança do estado.

10/02/2012 

A greve da PM tem tudo a ver com o modo petista de ser. Um atraso para o país!



Greve da PM, PT e ministérios


Lendo o jornal O Globo para decidir o tema deste comentário, passei por três matérias distintas, mas que podem muito bem ser interligadas. A primeira delas fala da greve da PM, das gravações que mostram políticos em busca de aproveitamento oportunista do caos para seus fins eleitoreiros. Uma deputada do PSOL incita a greve antes do carnaval, de olho das eleições. Um ato de terrorismo – colocar fogo em um ônibus – é ordenado pelo líder do motim na Bahia.


Não há muito mais o que falar sobre o assunto. A polícia não pode colocar a população como refém, e os líderes da greve devem ser punidos com rigor. E eis onde entra o PT na história.

Hoje no poder, a postura dos petistas, inclusive da presidente Dilma, mudou.


Quando era oposição, o PT adotava a postura que hoje pertence ao PSOL, de jogar lenha na fogueira, incitar o caos para colher os frutos eleitoreiros depois.

Ainda hoje, onde é oposição, como no município de São Paulo, o PT adota esta prática nefasta.


O mesmo vale para as privatizações. O PT sempre se colocou contrário à venda de estatais ou concessão de serviço público para o setor privado. Mas agora realiza uma enorme venda de aeroportos. A esquizofrenia não é aleatória. Como aponta Merval Pereira, ela tem método, é parte de uma estratégia de tomada do poder. Uma reportagem do jornal carioca lembra que o PT completa 32 anos, cheio de contradições. Contradição é a marca registrada deste partido, cujo único objetivo é ficar eternamente no poder, como seu ídolo cubano. A obsessão por controlar a imprensa ainda está bem viva dentro do PT.


Logo abaixo desta matéria, há outra mostrando que o PSDB enviou ao Planalto proposta para acabar com sete ministérios e cortar 20% dos comissionados (são mais de 20 mil atualmente).

Onde está a ligação?

Como já disse o empresário Jorge Gerdau, é impossível governar o país com quase 40 ministérios.

O governo gasta muito, e gasta muito mal.

Sem destinar tantos recursos para ONGs engajadas, invasores do MST, programas racialistas, e uma cambada de parasitas pendurados nas tetas estatais, sem dúvida sobraria muito mais para policiais e bombeiros.


Em outras palavras, se o governo não fosse um Leviatã que se mete em tudo e incha seu quadro de pessoal, ele teria melhores condições de focar em suas funções precípuas, tais como Justiça e segurança.

O problema é que reformar o estado desta maneira é tarefa hercúlea, pois existem inúmeros obstáculos, sendo o maior deles justamente esta postura demagógica que o PT, atualmente no governo, sempre soube explorar tão bem.
Eis a ligação: a greve da PM tem tudo a ver com o modo petista de ser.

Um atraso para o país!




            Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal

                                                   10.02.2012


Não há alternativa aos governos a não ser aplicar a lei com rigor. A insubordinação foi longe demais.




Não há alternativa
à aplicação da Lei

O Globo 

A presidente Dilma Rousseff se disse estarrecida com as gravações, feitas com autorização da Justiça, de conversas de líderes da greve de PMs baianos.

Divulgados pelo "Jornal Nacional" de quarta-feira, os diálogos são esclarecedores sobre os caminhos perigosos que este movimento de policiais e bombeiros, de alcance nacional, tem percorrido.



Em um dos trechos, o líder do motim na Bahia, Marco Prisco, preso na retomada da Assembleia Legislativa baiana pelo poder público, convoca mais policiais grevistas para Salvador, e estimula que a Rio-Bahia, estrada federal de ligação Nordeste-Sul, seja fechada por atos de vandalismo.

O interlocutor diz que irá "queimar duas carretas" na via, com a concordância de Prisco — "Fecha a BR aí, meu irmão". O nome disso é terrorismo.

Fica, então, mais sólida a suspeita de que assassinatos ocorridos em Salvador durante a paralisação possam ter sido cometidos por quem é pago para evitálos, um crime em si inominável.

E com implicações políticas sérias devido ao contexto em que podem ter sido praticados. Em tudo isso, e não apenas na Bahia, há uma inaceitável afronta ao Estado e à ordem jurídica, para muito além da questão do soldo dos PMs.

É mesmo de estarrecer, como afirmou a presidente.

E, com acerto, Dilma afirmou ser contra anistiar policiais grevistas baianos.

"Por reivindicações, as pessoas não podem ser presas nem condenadas. Agora, por atos ilícitos, por crimes contra a pessoa e a ordem pública, não podem ser anistiadas."


Mas foram, e mais de uma vez. Em janeiro de 2010, Lula sancionou lei de anistia de policiais e bombeiros insubordinados, punidos por infringir a legislação nos três anos anteriores.

O presidente, movido por conhecidos pendores ideológicos sindicalistas, passou por cima da legislação e assim estimulou novos movimentos ilegais. Não foi considerada sequer a Constituição, em que há proibição explícita a paralisações de forças militares, como a PM e corporações de bombeiros.

No ano seguinte, viria a inconcebível invasão do quartel geral dos Bombeiros no Rio, também com apoio de PMs. E mais uma vez o esquema político por trás desses motins conseguiu aprovar nova anistia no Congresso.

Sentindo-se protegido, o movimento passou a agir com táticas terroristas, aplicadas na Bahia.


Agrava o quadro a atuação na crise de políticos oportunistas. Uma das gravações ouvidas por Dilma registra a deputada estadual do PSOL Janira Rocha em contato com o cabo bombeiro Benevenuto Daciolo.

Este, em Salvador, aonde fora apoiar e manter contato com o comando grevista, é estimulado por Janira a fazer o possível para evitar qualquer acordo na Bahia, a fim de a greve ser mantida e, assim, potencializar uma paralisação no Rio de Janeiro.

Ao desembarcar no Galeão, Daciolo foi preso, como deveria.
Os amotinados têm, ainda, contatos no Congresso, conforme outra das gravações, em que Daciolo conversa com alguém "importantíssimo" sobre a PEC-300, a emenda constitucional para permitir a criação de um piso nacional de PMs e bombeiros, proposta inexequível.

Não há alternativa aos governos a não ser aplicar a lei com rigor.

A insubordinação foi longe demais.
 
 

PRESENTE BAIANO




                                                  Por Claudio Humberto
 
O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT) mandou ao colega Sergio Cabral as gravações de conversas de lideranças de PMs e bombeiros tramando o motim, com o objetivo de inviabilizar o carnaval do Rio.

Polícias Civil, Militar e bombeiros decretam greve no Rio de Janeiro



Decisão foi tomada por cerca de 2 mil pessoas em assembleia no Centro

Policiais e bombeiros reivindicam piso salarial de R$ 3.500


                                        Carolina Lauriano
                                        e Marcelo Ahmed
                                             Do G1 RJ



   Bombeiros e policiais decretam greve no Rio após assembleia realizada no Centro do Rio (Foto: Carolina Lauriano/ G1)

Após a assembleia realizada na noite de quinta-feira (9), os bombeiros e as polícias civil e militar decretaram a greve das categorias no estado do Rio de Janeiro.

Cerca de duas mil pessoas presentes na Cinelândia, no Centro, participaram da votação. Juntas, as três corporações somam 70 mil homens. Segundo os grevistas, 30% do efetivo do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil ficarão à disposição para casos de emergência.


"A partir de agora, a segurança é de responsabilidade da Guarda Nacional ou do Exército", disse o cabo da PM Wellington Machado, do 22º BPM (Maré) ao microfone, após perguntar quem estava a favor da paralisação e todos os presentes levantarem as mãos e gritarem "sim".

Os policiais militares informaram que ficarão em seus respectivos batalhões e não atenderão a nenhuma ocorrência. Já os bombeiros, também ficarão aquartelados e trabalharão com um efetivo de 30% em cada unidade.

Eles afirmam que vão atender somente os casos de emergência, assim como os policiais civis, que também afirmam que apenas 30% do efetivo ficarão à disposição para os casos de emergência, como ocorrências em flagrante e homicídios. Eles frisaram, no entanto, que não vão deixar "a população à deriva".


Segundo os manifestantes, a greve é por tempo indeterminado. Eles disseram que só voltarão à ativa quando o cabo Benevenuto Daciolo, que está preso.

              


Após a confirmação da greve, o PM deu instruções aos policiais e bombeiros presentes na Cinelândia.

"Todos devem seguir direto e estar aquartelados em seus respectivos batalhões", disse.

"Atenção, é importante, quem está de folga aquartela, de férias aquartela, quem está de licença aquartela. Todos juntos, não tem distinção, se puderem levar as esposas, levem junto. É importante", completou.


O decreto da greve foi antecipado, já que segundo as lideranças do grupo, se as reivindicações não fossem aceitas até a 0h desta sexta-feira (10), as categorias iniciariam a paralisação.

De acordo com os líderes do movimento, no entanto, a decisão pela greve já estava acertada. Eles explicam que a antecipação do anúncio da paralisação ocorreu porque os manifestantes estavam cansados. A assembleia teve início por volta das 18h.


   Exército enviará 14 mil homens

Mais cedo, o secretário estadual de Defesa Civil e comandante do Corpo de Bombeiros do Rio, coronel Sérgio Simões, afirmou que o Exército disponibilizaria cerca de 14 mil homens e a Força Nacional atuaria com cerca de 300 homens para a segurança no estado, caso a greve fosse decretada.

Segundo ele, o plano prevê que os 14 mil homens do Exército façam o policiamento no estado, enquanto os 300 homens da Força Nacional auxiliem no trabalho dos bombeiros, em caso de paralisação dos servidores de segurança do estado.

 
Manifestantes se acorrentam a bonecos vestidos com fardas da polícia e dos bombeiros (Foto: Carolina Lauriano/ G1)



A juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros da Auditoria da Justiça Militar do Rio decretou, na noite desta quinta-feira (9), a prisão preventiva do cabo Benevenuto Daciolo, do Corpo de Bombeiros. Ele é acusado de praticar os crimes de incitamento e aliciamento a motim. As informações foram confirmadas pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).


A liberdade do bombeiro era uma das reivindicações de policiais civis, militares, bombeiros e agentes penitenciários. Além disso, as categorias reivindicam piso salarial de R$ 3.500, com R$ 350 de vale tranporte e R$ 350 de tíquete-refeição.

O cabo Benevenuto Daciolo está preso administrativamente, em Bangu, devido aos crimes de incitamento à greve e aliciamento a motim, segundo o secretário de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões.

Escutas mostram conversa de Daciolo com a deputada Janira Rocha (PSOL) sobre estratégias de greve.


Em relação à segurança da população, Nascimento garante que os serviços de segurança da sociedade que tenham "caso de morte" serão prestados. "Em casos como grandes incêndios, colisões, atropelamentos, acidentes graves, os serviços serão prestados", garantiu.
        Cabral critica 'balbúrdia e agitação'


O governador do Rio, Sérgio Cabral, defendeu a atual política de segurança estadual. “O governo, nesses anos todos, fez um esforço priorizando a segurança pública. Hoje, a segurança pública tem um orçamento que chega a níveis de itens essenciais, como a saúde, apesar de não ser obrigatório. O orçamento da Polícia Militar subiu de R$ 900 milhões para R$ 2 bilhões”, afirmou durante o lançamento do Programa Renda Melhor e Renda Melhor Jovem, em Niterói, no fim desta manhã.

Cabral afirmou que existe uma “articulação nacional para tentar criar um clima de insegurança” e criticou aqueles a quem chamou de “ditos líderes” do movimento por melhores salários para bombeiros e policiais.

                       10/02/2012

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A era do oportunismo




As últimas semanas trazem acontecimentos reveladores de um aspecto peculiar da “luta política” no Brasil, como a entendem o PT e o governo que ele lidera

Poderia ser resumido em dois conceitos: o relativismo como ideologia e a tática de recolher dividendos políticos sem se envolver diretamente, tirando, como se diz, a castanha do fogo com a mão do gato.

Por José Serra
Estadão

A moral da fábula do macaco esperto, que, faminto, mandava o bichano recolher as castanhas das brasas, esteve visível nos sucessivos movimentos na USP.

A chamada extrema esquerda desencadeou ações violentas, e o petismo saiu a criticar a “falta de diálogo” e a “falta de democracia”, que supostamente estariam na raiz dos distúrbios.

De olho no voto moderado, o PT não quer para si os ônus do radicalismo ultraminoritário, mas pretende sempre recolher os bônus de apresentar-se como a solução ideal para evitar essa modalidade de movimento político.

Como se, em algum lugar do mundo ou momento da história, o extremismo, de direita ou de esquerda, tivesse sido contido apenas com diálogo e negociação.

É um discurso conveniente, pois se apresenta como alternativa “racional” de poder.

Uma vez lá, os tais movimentos serão cooptados na base da fisiologia e, se necessário, da repressão. Os críticos exigirão “coerência”, e o partido fará ouvidos moucos.


Mas a vida é mais complicada do que esses esquemas espertos.

À medida que vai acumulando força, o PT precisa lidar com desafios concretos, e aí surge a utilidade do relativismo.

Querem um exemplo?

Quando um governante adversário cuida de garantir o cumprimento da lei e de manter a ordem pública, o aparato de comunicação sustentado com verbas públicas sai a campo para denunciá-lo, atacá-lo, desgastá-lo a qualquer custo.
Quando, no entanto, esse governante é do PT ou aliado próximo, a posição inverte-se.


Se o adversário cumpre a lei, é acusado de “criminalizar os movimentos sociais”; quando um deles cumpre a mesma lei, então são eles a criminalizar.

Assim, os PMs em greve na Bahia governada pelo PT são chamados de “bandidos”.

Cadê o exercício do entendimento, a tolerância?

Em São Paulo, em 2008, o PT ajudou na organização de uma marcha de policiais civis grevistas em direção ao Palácio dos Bandeirantes — marcha que, felizmente, não atingiu os objetivos sangrentos almejados.

Em estados governados pelo petismo e aliados, são rotineiras as reintegrações de posse, mas quando precisa acontecer em São Paulo, por exemplo, a mando da Justiça e sempre sob a sua supervisão, o PT – e eis de novo a história das castanhas – cavalga o extremismo alheio para denunciar inexistentes violações sistemáticas dos direitos humanos.

Nunca ofereceu uma possível solução ao problema social específico, mas apresenta-se incontinenti quando sente a possibilidade de sangue humano ser vertido e transformado em ativo político.

Vivemos uma era em que o oportunismo político do PT acabou ganhando o status de virtude.

Perde-se qualquer referência universal ou moral de certo e errado, e essa separação é substituída por outra.

Se é o partido quem faz, tudo será sempre correto — os fins justificam os meios, seja lá quais forem esses fins.

Se é o adversário, tudo estará sempre errado, pois suas intenções sempre seriam viciosas.

A política torna-se definitivamente amoral.
É uma lógica que acaba derivando para o cômico em algumas situações.

No atual governo, os ministros foram divididos em duas classes.

Alguns são blindados, podem dar de ombros quando são alvos de acusações; outros são lançados ao mar sem muita cerimônia.

Quando é do PT, especialmente se for do grupo próximo, a proteção é altíssima.

Mas, se tiver a sorte menor de ser apenas um “aliado” — conceito que embute a possibilidade de se tornar futuramente um adversário —, logo aparecem os vazamentos dando conta de que “o Palácio” mandou o infeliz explicar-se no Congresso, a senha para informar aos leões que há carne fresca na arena.

Essa amoralidade essencial estende-se às políticas públicas.

Em 2007, quando governador de São Paulo, aflito com o congestionamento aeroportuário, propus ao presidente Lula e sua equipe a concessão à iniciativa privada de Viracopos, cujo potencial de expansão é imenso.

Nada aconteceu.

Na campanha eleitoral de 2010, a proposta de concessões foi satanizada.

Pois o novo governo petista adotou-a em seguida!

Perdemos cinco anos!

E adotou-a privatizando também o capital estatal: o governo torna-se sócio minoritário (49% das ações) e oferece crédito subsidiado (pelos contribuintes, é lógico) do BNDES.

Tudo o que era pra lá de execrado passou a ser “pragmatismo”, “privatização de esquerda”.

O ridículo comparece também à internet, onde a tropa de choque remunerada, direta ou indiretamente, com dinheiro público e treinada para atacar a reputação alheia desperta ou se recolhe em ordem unida, não conforme o tema, mas segundo os atores.
São os indignados profissionais e seletivos.

Como aquelas antigas claques de auditório, seguindo disciplinadamente as placas que alternam “aplaudir”, “silenciar” e “vaiar”.

Vivemos tempos complicados, um tanto obscuros, algo assim como “se Deus está morto tudo é permitido” — e chamam de “pragmatismo” o oportunismo deslavado.

A oposição, a despeito de notáveis destaques individuais, confunde-se no jogo, dado o seu modesto tamanho, mas também porque alguns são sensíveis aos eventuais salamaleques e piscadelas dos donos do poder.

Um adesismo travestido de “sabedoria”.

A política real vai se reduzindo a expedientes necessários à manutenção do poder e à mitigação do apetite dos aliados.
 

A conservação do statu quo supõe uma oposição não mais do que administrativa e burocrática.

Parece que a nova clivagem da vida pública é esta: estar ou não na base aliada, de sorte que a política se definiria entre os que são governo e os que um dia serão.

Não sou o único que pensa assim, mas sou um deles: política também se faz com princípios, programa e coerência.

E disso não se pode abrir mão, no poder ou fora dele.


09/02/2012

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Suplicy declama versos de Wando no Senado



A morte do cantor Wando não passou despercebida no Senado Federal


(Gabriel Castro, de Brasília)

VEJA

Eduardo Suplicy (PT-SP) – sempre ele – usou a tribuna da Casa nesta quarta-feira para lamentar a perda do ídolo brega.

O parlamentar listou a discografia do músico (que inclui álbuns como “Obsceno” e “O ponto g da história”) e chegou a declamar um trecho da música mais famosa do artista: “… quando tão louca / me beija na boca / me ama no chão”.

Álvaro Dias (PSDB-PR) ainda fez um aparte ao discurso de Suplicy para lembrar a participação de Wando na campanha das Diretas Já.

Para alívio dos colegas, que temiam pelo pior, o petista preferiu não cantar desta vez.

08/02/2012


Vejam como Lula e Dilma estão na origem da radicalização dos movimentos das PMs Brasil afora


Não é uma opinião, é um fato

COM VÍDEO E TUDO

 Vocês já ouviram falar da Proposta de Emenda Constitucional nº 300,
a PEC 300?

Ela iguala o salário das Polícias Militares de todos os Estados ao que se paga no Distrito Federal, que tem a PM mais bem-paga do país.

É uma espécie de fomentadora continuada de revoltas das polícias Brasil afora.

Como isso começou?



Ora, com uma formidável parceria entre Luiz Inácio Lula Apedeuta da Silva e José Roberto Arruda, então governador do Distrito Federal, que já estava nas teias do petismo, bem perto de ser destruído

Por Reinaldo Azevedo

Não que não merecesse, como se sabe. A população do DF é que merecia saber quem era o petista Agnelo Queiroz… Mas esse é outro assunto.

Vamos lá.

Ah, sim: depois Dilma deu os braços ao desastre.

Vamos ao que é história.
No dia 8 de maio de 2008, o Apedeuta assinou a Medida Provisória 426, que concedia reajuste de 14,2% aos 28 mil policiais militares e bombeiros do Distrito Federal, extensivo aos que já estavam na reserva. O aumento era retroativo a fevereiro, e o atrasado, pago numa vez só. O piso dos coronéis da PM do DF passou para R$ 15.224, e o dos soldados, R$ 4.117. Hoje, deve ser maior.

Pesquisem aí.

Por que por MP?

Porque os gastos com segurança, saúde e educação do Distrito Federal são bancados por um Fundo Constitucional.

Vale dizer: saem dos cofres da União!

Fez-se uma grande festa em Brasília.

Adivinhem quem foi a estrela.

Então é chegada a hora de ver o filme, com Lula no melhor da sua forma. 



 
 
Na prática, como se nota, Lula é o pai da matéria. E vejam como ele gosta de fazer proselitismo em porta de quartel. Ele próprio previu, sindicalista que foi, o óbvio: a reivindicação se estenderia país afora.  Tudo no maior ufanismo.
O deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) não teve dúvida: apresentou a PEC 300, nacionalizando, então, o piso. Voltem ali ao discurso de Lula. Em 2008, ele ainda não tinha tanta certeza de que Dilma seria eleita. Parecia ter certa desconfiança. E já se via, fora da Presidência, associado aos sindicatos, pressionando o governo federal a fazer o que ele próprio não teria conseguido. E, vocês viram, o Brasil nunca foi tão bom, tão bacana, tão justo, com tanta auto-estima…
Era evidente que os estados quebrariam caso os salários se igualassem. Faria de Sá deu um jeitinho e pôs no texto um penduricalho interessante: ficou estabelecido que a União arcaria com aquilo que os estados não puderem pagar. Mais precisamente: seria criado um fundo de compensação, e o governo federal repassaria aos estados o que excedesse o valor atualmente gasto com salários.

O governo Dilma agora enrola os policiais.

Foi sempre assim?

Ah, não foi, não!

 
Dilma usou a PEC 300 contra Serra na campanha de 2010

Há um deputado estadual em São Paulo chamado Major Olimpio, do PDT. Ele chegou a ser cotado para vice de Aloizio Mercadante (PT) na disputa pelo governo de São Paulo em 2010. Foi um ativo colaborador da campanha da Dilma. Policiais do Brasil inteiro receberam correspondência afirmando que o tucano José Serra era contra a PEC 300 — logo, entendia-se que Dilma era favorável! Michel Temer (PMDB), hoje vice-presidente, comprometeu-se com os policiais. Nota: Serra nem havia tocado no assunto.
Agora o governo federal tenta se virar com o espeto.


E quem arca com o custo político das mobilizações das Polícias Militares? 

Ora, os governos dos Estados, inclusive os da base aliada. Na prática, especialmente depois daquele discurso tão eloqüente, Lula é o pai da PEC 300, certo? Os policiais devem cobrar o apoio do companheiro, que ajudou a eleger a companheira. A proposta é pagar aos policiais do Brasil inteiro o que se paga no DF e mandar a conta para o governo  federal.  Lula avaliou que a 300, assim como a 51, também era uma boa idéia!

Encerro

Este texto, com alterações ditadas pela conjuntura, foi escrito aqui no dia
11 de novembro de 2010, como vocês poderão constatar se quiserem. Não preciso que as pessoas morram nas ruas como moscas para perceber o desenho de um desastre, meticulosamente planejado. Como o próprio Apedeuta deixa claro no vídeo, aquela solenidade poderia ter sido feita no gabinete. Mas ele preferiu as multidões, insuflando policiais do país inteiro.

Quem pode ser contra a que policiais ganhem salários maiores?

Mas é preciso ver o que cabe no Orçamento dos Estados. Como não cabia, o deputado que fez a proposta decidiu mandar a conta para a União.

Vá lá, Dilma, pague tudo!

Afinal, o  governo federal nem mesmo está obrigado a cumprir o rigor de uma Lei de Responsabilidade Fiscal.

É claro que as contas públicas sofrerão um rombo.

Conseqüência de uma lei perversa que os petistas costumam seguir à risca: a Lei da Irresponsabilidade Eleitoral!



07/02/2012

Insatisfação na PM



EDITORIAL

O Estado de S.Paulo


  

Tendo apoiado manifestações, protestos e até motins de policiais quando foi de sua conveniência política e eleitoral no tempo em que se opunha a "tudo que está aí", o PT, agora com responsabilidades de governo, tem visíveis dificuldades para enfrentar a greve dos policiais militares (PMs) da Bahia e suas dramáticas consequências para a população.


Mais do que isso, começa a temer que, diante de sua incapacidade para resolver com rapidez o conflito na Bahia, o movimento se estenda para outros Estados, forçando-o a colher, no governo, o que tanto plantou quando na oposição sem responsabilidades.

Ao explicar ao jornal Valor (7/2) as razões pelas quais, mesmo organizado por uma associação sem expressão nem tradição, o movimento dos PMs baianos obteve tanto apoio, o diretor de relações institucionais da Federação Nacional de Entidades de Oficiais Militares Estaduais (Feneme), coronel Elias Miller, apontou o que pode ser o estopim para que policiais de outros Estados tentem repetir o que está acontecendo na Bahia.

"A tropa aderiu porque está insatisfeita com um governo que não a ouve, que não trata os policiais como trabalhadores que querem um salário melhor para sustentar suas famílias", disse Miller.

Não é apenas o governo da Bahia, chefiado pelo petista Jaques Wagner - apoiador da greve da PM há dez anos, quando fazia oposição ao governo César Borges -, que não ouve a tropa.

Há insatisfação entre policiais militares de outros Estados.

Em pelo menos oito deles associações de cabos e soldados da PM já discutem a paralisação de seus trabalhos, como mostrou o Estado (7/2).

A situação não é nova.

Só no governo Dilma, já houve greves de PMs em quatro Estados.

Para o governo Dilma, o descontentamento dos policiais de diversos Estados tem sido estimulado pela suspensão da tramitação, no Congresso Nacional, da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) n.º 300, de 2008, que estabelece o piso nacional para policiais militares e bombeiros militares.

Hoje, o piso seria de aproximadamente R$ 4,5 mil, valor que o governo federal, com o apoio da maioria dos estaduais, considera impossível pagar sem ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal. A tramitação da PEC está suspensa justamente porque a maioria dos governadores é contra a medida.

Mas a PEC apenas acendeu o que estava latente.

À questão do piso nacional, somam-se problemas locais, muitos agravados pela dificuldade de diálogo dos policiais com os governos, como mostrou reportagem do Valor.

A Associação Pernambucana de Cabos e Soldados pode, "a qualquer momento", convocar assembleia-geral para discutir questões como "escalas de trabalho escravizantes", a falta de promoções e outras reivindicações não atendidas, segundo um comunicado da entidade.

Dirigentes de associações de PMs criticam o governador Eduardo Campos (PSB), que consideram autoritário, sobretudo depois que o governo cancelou o desconto automático em folha da contribuição dos policiais para suas entidades representativas.

Também a PM de Alagoas está perto de um motim, por considerar que o governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) não cumpriu um acordo negociado no ano passado.

Até o fim desta semana, associações de PMs e bombeiros do Espírito Santo, Acre e Rio de Janeiro realizarão assembleias em que se discutirá a proposta de greve.

Há tensão também no Rio Grande do Sul, governado pelo petista Tarso Genro.


O forte apoio federal ao governo da Bahia - com o envio de 2,8 mil militares e 450 policiais da Força Nacional, mais helicópteros, blindados e aviões para transporte de tropas - indica que o governo Dilma identificou o risco de o movimento dos PMs baianos se estender pelo País, com graves prejuízos para a segurança dos cidadãos e para a imagem da presidente e de seu partido.

Afinal, a greve da PM baiana já mostrou o quanto uma greve de profissionais autorizados a trabalhar armados - portanto, um motim - prejudica um Estado que costuma receber grande número de turistas nesta época.

Muitos deles, em razão da violência que se espalhou pelas principais cidades do Estado, estão cancelando a viagem planejada. 


08 de fevereiro de 2012