Por Diego Amorim
O Antagonista
Como antecipamos, um grupo de senadores insatisfeitos com Davi Alcolumbre decidiu sair da toca.
Hoje, na reunião de líderes de logo mais, eles vão cobrar do presidente do Senado, por exemplo, a instalação da CPI da Lava Toga e a análise de pedidos de impeachment de ministros do STF.
“Acabou o treino. O Senado precisa de uma chacoalhada”, disse a O Antagonista o senador Eduardo Girão (Podemos), referindo-se ao fato de o grupo ser formado por uma maioria de parlamentares em seu primeiro mandato.
“No primeiro semestre, digamos, estávamos em um treino. Mas agora o jogo começa, o jogo republicano. Hoje, a reunião desse grupo teve 12 senadores, mas o número vai aumentar, é só o início. Estamos indignados, incomodados. Pautas importantes para a sociedade não estão recebendo a atenção devida no Senado, as coisas não estão acontecendo na velocidade que se esperava e que o país precisa”, acrescentou.
06.08.19
terça-feira, 6 de agosto de 2019
“Acabou o treino. O Senado precisa de uma chacoalhada”
Lava Jato ronda governador do PT que beneficiou Grupo Petrópolis após doação de 1,9 milhão de reais
Wellington Dias (PT)
Por Diego Amorim
O Antagonista
Na semana passada, quando a Polícia Federal deflagou a Operação Rock City, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), ficou apreensivo. O alvo da 62ª fase da Lava Jato era o Grupo Petrópolis.
No primeiro mês de seu terceiro mandato como chefe do Executivo local, em 2015, Dias — considerado por Lula um “gênio político” — concedeu isenção fiscal ao fabricante da cerveja Itaipava por generosos 15 anos. Não foi um benefício qualquer: tratava-se da isenção de 90% do ICMS
(clique aqui para ver a íntegra do decreto).
O grupo de Walter Faria — empresário que se entregou ontem à PF para cumprir mandado de prisão preventiva (veja aqui) — tinha sido um dos principais doares da campanha do petista: 1,9 milhão de reais (veja imagem abaixo). Na época, o Grupo Petrópolis já era investigado por denúncias de favorecimento em empréstimos junto ao Banco do Nordeste.
Quando questionado sobre as doações de Walter Faria, o governador sempre se esquiva e nega a possibilidade de ter sido beneficiado pelo esquema da Odebrecht, que, segundo apontou a Lava Jato, usava o Grupo Petrópolis para pagar propina a candidatos e partidos políticos em forma doação eleitoral.
Naquele mesmo ano de 2015, Marden Meneses, um deputado estadual do PSDB, apresentou um requerimento pedindo explicações sobre a concessão de benefícios ao Grupo Petrópolis. Outro deputado, Robert Rios (PDT), tentou abrir uma CPI sobre o caso. As duas tentativas acabaram sendo barradas na Assembleia Legislativa, onde Dias tinha ampla maioria.
Em setembro do ano passado, às vésperas da reeleição — em primeiro turno — do governador do Piauí, Walter Faria esteve em Teresina para uma reunião com ele. A conversa foi intermediada por Ciro Nogueira, presidente do PP e senador piauiense, que também foi reeleito. No encontro, que não constou na agenda oficial dos políticos em plena campanha, o trio tratou da instalação de uma fábrica da Itaipava no estado.
A Lava Jato ronda o governador do Piauí.
06.08.19
segunda-feira, 5 de agosto de 2019
Controlador do Grupo Petrópolis e alvo da 62.ª fase da Lava Jato se entrega à PF
Foto: Facebook/Grupo PetrópolisVinicius Cordeiro
Paraná Portal
O controlador do Grupo Petrópolis, Walter Faria, se entregou nesta segunda-feira (5), por volta das 12h, em Curitiba. O empresário estava foragido desde quarta-feira (31), quando foi deflagrada a 62.ª fase da Operação Lava Jato e foi ouvido pela Polícia Federal (PF) hoje.
Nomeada de ‘Rock City’, a ação aponta que o Grupo Petrópolis é suspeito pela lavagem de R$ 329 milhões entre 2006 e 2014. De acordo com a apuração dos fatos, a empresa estaria diretamente envolvida em pagamento de propinas disfarçadas de doações eleitorais e operações de lavagem de dinheiro.O QUE FARIA FALOU
Faria foi declarado foragido e chegou a ter seu nome encaminhado para a lista da Interpol. Agora, o empresário deve permanecer na PF por tempo indeterminado.
Em seu depoimento, ele disse que já prestou cerca de 12 depoimentos sobre o mesmo assunto inquérito, só que no Ministério Público do Rio de Janeiro e na PF de São Paulo e Brasília. Além disso, disse que está à disposição para juntar as respectivas cópias dos antigos esclarecimentos.
Vale ressaltar que o dono do grupo Petrópolis já era investigado em outras ações. Ele também reconheceu isso, dizendo que responde processo na Justiça Federal de Santos e na Justiça Estadual do Rio de Janeiro.
Segundo o MPF, Walter Faria atuou em larga escala na lavagem de centenas de milhões de reais em contas fora do Brasil e desempenhou substancial papel como grande operador de propina. Ele é suspeito, por exemplo, de usar conta na Suíça para intermediar o repasse de mais de US$ 3 milhões de propina relacionadas aos contratos dos navios-sonda da Petrobras.
Lava Jato encontra R$ 250 mil em espécie na casa de um dos executivos da PetrópolisPRESOS
Além de Faria, a juíza Gabriela Hardt, da 13.ª Vara Federal de Curitiba, expediu outros cinco mandados de prisão temporária para executivos da Petrópolis. Três detenções foram efetuadas: Vanuê Faria, sobrinho de Valter, Silvio Antunes Pelegrini e Maria Elena de Sousa, Todos poderão deixar a cadeia amanhã, caso a prisão não seja convertida em preventiva.
Já o último, Naede de Almeida, também é considerado foragido.5 de agosto de 2019
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