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sábado, 2 de fevereiro de 2019

Davi Alcolumbre é eleito presidente do Senado

Após sessão tumultuada em que o favorito Renan Calheiros deixou disputa, Alcolumbre saiu vencedor com 42 votos


Amanda Almeida, André de Souza,
Eduardo Bresciani e Jussara Soares
O Globo
O senador Davi Alcolumbre, durante a votação no Senado
Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo
 
BRASÍLIA — Após uma sessão tumultuada, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) foi eleito presidente do Senado neste sábado. Ele obteve 42 votos. Para sair vencedor já no primeiro turno era preciso conseguir o apoio de no mínimo 41 dos 81 senadores.

O principal adversário de Alcolumbre na disputa era o senador Renan Calheiros, que tentava chegar à presidência do Senado pela quinta vez. Mas Renan atacou Alcolumbre, criticou o processo de votação e anunciou a retirada de sua candidatura, deixando o caminho livre para o adversário.

Além de Alcolumbre, também foram candidatos Esperidião Amin (PP-SC), com 13 votos, Angelo Coronel (PSD-BA), com 8, Reguffe (sem partido-DF), com 6 , e Fernando Collor (PROS-AL), com 3. Renan ainda recebeu 5 votos. Quatro senadores, incluindo Renan, não votaram. Foram necessárias duas votações neste sábado para escolher o novo presidente. A primeira foi anulada porque havia 82 votos, quando há apenas 81 senadores.

Renan era o favorito, mas viu sua candidatura ser ameaçada pelas articulações em torno do nome de Alcolumbre, apoiado pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, desafeto do senador alagoano. Logo após a vitória, Onyx comemorou em uma rede social.

Outros três postulantes ao cargo que se opunham a Renan — Simone Tebet (MDB-MS), Alvaro Dias (Podemos-PR) e Major Olímpio (PSL-SP) — já tinham desistido de concorrer, favorecendo Alcolumbre. O objetivo foi reduzir o número de candidaturas de oposição a Renan para concentrar os votos contrários num nome que fosse capaz de derrotá-lo.
 
O processo de escolha do novo presidente do Senado começou na sexta-feira. Com Davi Alcolumbre (DEM-AP) à frente da sessão, o plenário decidiu, por 50 votos a dois, que, embora o regimento interno determine o voto secreto para a eleição do presidente do Senado, a eleição seria aberta.

A decisão foi questionada por Renan e aliados. Eles argumentaram que Alcolumbre, também candidato, não poderia conduzir o processo eleitoral. Sem acordo, a sessão foi suspensa e remarcada para às 11h deste sábado.

O MDB e o Solidariedade recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a votação aberta. Na madrugada, o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli suspendeu a sessão e determinou a votação aberta. Neste sábado, vários senadores criticaram Toffoli, mas a decisão foi respeitada e o pleito foi secreto. Vários deles, porém, revelaram seu voto.

Neste sábado, durante a segunda votação, ao retirar sua candidatura, Renan disse que o processo em curso no Senado é antidemocrático. Ele também mencionou o voto do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que, na segunda votação, anunciou apoio a Alcolumbre. Na primeira, ele tinha ficado em silêncio.

— Flávio Boslonaro, diferentemente da votação anterior, abriu o voto. Abriu o voto. Abriu o voto. Abriu o voto. Este processo não é democrático — disse Renan, sendo vaiado.

 — Para demonstrar que esse processo não é democrático, eu queria lhe dizer que o Davi (Alcolumbre) não é Davi. O Davi é o Golias. Ele é o novo presidente do Senado e eu retiro a minha candidatura, porque não vou me submeter a isso — acrescentou, sendo aplaudido.

Depois, Renan ainda afirmou:

— Eles querem ganhar de todo o jeito. Isso não pode acontecer. Eu não sou um Jean Wyllys (deputado que renunciou ao mandato após receber ameaças). Eu não vou renunciar meu mandato. Eu vou ficar aqui no Senado Federal. Mas o Brasil é testemunha do que desde ontem está acontecendo no Senado.


02/02/2019

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Notícias falsas atrapalham buscas, alerta Corpo de Bombeiros de Minas

IstoÉ

Em entrevista coletiva sobre a atualização das buscas e atividades em Brumadinho, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais alertou para os problemas decorrentes da disseminação de notícias falsas, conhecidas também como fake news, sobre a tragédia e a atuação das autoridades na região. Mensagens vêm sendo divulgadas em redes sociais apontando um conjunto de fatos e problemas que não condizem com a realidade, segundo o porta-voz da corporação, tenente Pedro Aihara.


“O serviço das forças de segurança tem sido bastante prejudicado com fake news, notícias falsas.

Toda a veiculação desse tipo de notícia, quando é falsa, ela prejudica, e muito, e atrasa o importante trabalho que a gente está fazendo em relação à recuperação desses corpos”, destacou o porta-voz em entrevistas a jornalistas.

O tenente do CBMG citou como exemplo conteúdos indicando a existência de sobreviventes que estariam em algum lugar da região. Quando são acionados por questionamentos ou pistas desse tipo, continuou, os bombeiros têm de ir atrás e conferir se no determinado local sugerido haveria ou não alguma pessoa que resistiu à tragédia.

Outro caso foi a divulgação de notícias segundos as quais os militares nas buscas estariam “intoxicados com a lama”. Aihara registrou que o Corpo de Bombeiros se baseia em laudos atestando o caráter não tóxico da lama, mas que ainda assim há procedimentos para evitar eventuais doenças nos oficiais.

“Como nossos militares ficam durante longos períodos expostos a essa água, a gente ministra um antibiótico, principalmente para prevenir o contágio de leptospirose, mas específico para a atuação de bombeiro. A população em geral não precisa se preocupar com isso. Esse antibiótico só deve ser administrado na população em geral se ela apresentar sintomas”, explicou.

Além disso, o porta-voz informou que estão sendo coletadas amostras de lama em diversos pontos da região para análises próprias, de modo a confirmar se há ou não riscos a quem está trabalhando na área.


30/01/19


segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Chevron compra refinaria de Pasadena da Petrobras, dizem fontes


Processo de venda da unidade, cuja aquisição teria causado prejuízo bilionário para a estatal brasileira, foi iniciado em fevereiro de 2018

Reuters
A refinaria de Pasadena, no Texas: compra pela Chevron
Foto: Divulgação


HOUSTON - A Chevron aceitou comprar a refinaria de petróleo de Pasadena da Petrobras, no Texas, unidade com espaço para lidar com o fluxo de "shale oil" (petróleo de xisto) de suas operações no Oeste do estado americano, disseram à agência Reuters duas fontes familiarizadas com as negociações nesta segunda-feira.

A companhia americana deve divulgar o acordo para adquirir a refinaria com capacidade para 112 mil barris por dia (bpd), em Pasadena, neste trimestre, disseram as fontes. 

O processo de venda da refinaria de Pasadena — cuja compra pela Petrobras teria causado prejuízo para a estatal de mais de meio bilhão de dólares, segundo relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) — foi iniciado em fevereiro do ano passado.

O porta-voz da Chevron, Braden Reddall, não quis comentar o assunto. A Petrobras afirmou que qualquer informação sobre um acordo será divulgada ao mercado.

Se conseguir concretizar a venda da refinaria de Pasadena, a Petrobras encerrará mais um polêmico projeto envolvendo irregularidades investigadas pela Operação Lava-Jato. A companhia comprou em 2006 uma participação de 50% na refinaria por US$ 360 milhões. Na época esse valor já tinha sido questionado por ser bem inferiorao valor pago, um ano antes pela belga Astra Oil pela refinaria inteira: US$ 42,5 milhões.

Os gastos com a refinaria aumentariam anos depois quando a Petrobras se se desentendeu com a sua sócia no negócio, a Astra Oil, e uma decisão judicial a obrigou a comprar a participação da empresa belga. A compra de Pasadena acabou custando em um valor total de US$ 1,18 bilhão à Petrobras.
 
O negócio foi alvo da Operação Lava-Jato, entre outros motivos, porque a compra foi realizada quando a ex-presidente da República, Dilma Rousseff, era presidente do conselho da Petrobras. Ela atribuiu o aval do colegiado ao negócio a informações falhas apresentadas pelo então diretor internacional da estatal, Nestor Cerveró, um dos primeiros executivos da estatal presos na investigação.

A refinaria de Pasadena é antiga e tem capacidade para processar 100 mil barris diários de petróleo e capacidade de armazenamento de 5,1 milhões de barris de petróleo e derivados. O ativo inclui ainda terminal marítimo e logística, os estoques existentes além de um terreno localizado no canal marítimo de acesso a Houston. Na época de sua compra a Petrobras alegava que a refinaria seria um primeiro passo para a entrada da estatal no refino nos Estados Unidos.
(Colaborou Ramona Ordoñez)



28/01/2019