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quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Palocci diz que Lula acompanhava o repasse de propina da Odebrecht para o PT


Segundo ex-ministro, havia um ‘pacto de sangue’ firmado entre a empresa e o partido

Por O GLOBO
O ex-ministro Antonio Palocci foi condenado na Lava-Jato por intermediar pagamentos de US$ 10 milhões da Odebrecht
Reprodução

SÃO PAULO - Em depoimento ao juiz Sergio Moro, o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci afirmou, na tarde desta quarta-feira, que havia um ‘pacto de sangue’ firmado entre Odebrecht e PT que resultou num pacote de propina de R$ 300 milhões. A informação foi antecipada em coletiva à imprensa pelo criminalista Adriano Bretas, que defende o ex-ministro. Bretas disse que parte das vantagens indevidas foram utilizadas para a compra de um terreno para a construção da nova sede do Instituto Lula.

- O Emílio (Odebrecht) abordou (Lula) no final de 2010, não foi pra oferecer alguma coisa, doutor, foi pra fazer um pacto, que eu chamei de pacto de sangue. Que envolvia um presente pessoal que era um sítio, envolvia o prédio de um museu pago pela empresa, envolvia palestras pagas a R$ 200 mil, fora impostos, combinadas com a Odebrecht. Combinada para o próximo ano (2011) e envolvia uma reserva de R$ 300 milhões — afirmou Palocci, no interrogatório para Moro.

— Eu ficaria surpreso também. Eu não estranhei a surpresa do presidente, mas ele não me mandou brigar com a Odebrecht. Ele mandou eu recolher os valores - afirmou.

Palocci também disse que havia uma divregência entre Emílio e Marcelo Odebrecht sobre o valor em dinheiro destinado. Segundo ele, Marcelo, no dia seguinte a uma reunião

- Não é R$ 300 milhões, meu pai se enganou. R$ 300 é a soma daquilo que foi daddo comk o quye auinda tem disponível. E o pai, Emílio disse ao ex-presidenrte lula que R$ 300 milhões era o que estava disponível. Então havia entre eles uma divergência e eu conversei algumas vezes com o Marcelo sobre isso - recordou o ex-ministro petista.

— Ele (Palocci) disse que havia um pacto de sangue no pacote de propinas que se desdobraria na compra do terreno para o Instituto Lula e num pacote de R$ 300 milhões em propina que seriam disponibilizados em planilha — disse o advogado do ex-ministro.

Bretas afirmou ainda que Palocci admitiu a Moro que Lula acompanhou cada passo do andamento das operações de repasses ilícitos que culminaram com a compra do imóvel para o Instituto Lula.

— Ficou claro que esse assunto do Instituto Lula foi deliberado por Paulo Okamoto, por José Carlos Bumlais e por Palocci - disse Bretas.

O depoimento de Palocci foi prestado no âmbito da segunda ação que Lula é réu em Curitba no caso da compra do terreno em São Paulo e a de um imóvel vizinho ao apartamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Bernardo do Campo.



06/09/2017

Palocci incrimina Lula em ação sobre propinas da Odebrecht


Ex-ministro prestou depoimento nesta quarta-feira, 6, perante o juiz federal Sérgio Moro


Ricardo Brandt, Fausto Macedo, Julia Affonso e Luiz Vassallo
Estadão
Ex-presidente Lula.
FOTO: GABRIELA BILÓ/ESTADÃO

O ex-ministro Antonio Palocci (fazenda/Casa Civil – Governos Lula e Dilma) incriminou o ex-presidente Lula em ação sobre propinas da Odebrecht. Palocci prestou depoimento nesta quarta-feira, 6, perante o juiz federal Sérgio Moro, em Curtiba, base da Operação Lava Jato.


Nesta ação, Lula é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro sobre contratos entre a Odebrecht e a Petrobrás.

Antonio Palocci confessou ter praticados crimes na Petrobrás. Ouvido como réu em um processo criminal da Operação Lava Jato, o petista citou R$ 300 milhões da Odebrecht para o esquema do partido.

Durante duas horas, Palocci afirmou que está negociando um acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato, mas que colaboraria com a Justiça de forma espontânea.

O Ministério Público Federal aponta que propinas pagas pela empreiteira chegaram a R$ 75 milhões em oito contratos com a estatal. Este montante, segundo a força-tarefa da Lava Jato, inclui um terreno de R$ 12,5 milhões para Instituto Lula e cobertura vizinha à residência de Lula em São Bernardo de R$ 504 mil.

Além do ex-presidente, também respondem ao processo o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma), seu ex-assessor Branislav Kontic, o advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula, o empreiteiro Marcelo Odebrecht e outros três investigados.


06 Setembro 2017



terça-feira, 5 de setembro de 2017

JANOT: “LULA FOI O GRANDE IDEALIZADOR DA ORCRIM”




Na denúncia, Rodrigo Janot diz que Lula “foi o grande idealizador da constituição da presente organização criminosa”.

“Na medida em que negociou diretamente com empresas privadas o recebimento de valores para viabilizar sua campanha eleitoral à presidência da República em 2002 mediante o compromisso de usar a máquina pública em favor dos interesses privados deste grupo de empresários.

E ainda: “Durante sua gestão, não apenas cumpriu com os compromissos assumidos junto a estes, como atuou negociações ilícitas fossem entabiladas como forma de gerar maior arrecadação de propina.”

Lula também estruturou, com Dilma, a manutenção do esquema corrupto.

“Foi o grande responsável pela coesão do núcleo político da organização criminosa e pela indicação de Dilma como candidata do PT à presidência da República em 2010.”





05.09.17

Cármem Lúcia quer "apuração clara e profunda" sobre os áudios de Joesley








Janot denuncia Lula, Dilma e mais seis por organização criminosa

Inquérito tem origem na Operação Lava-Jato

O ex-presidente Lula (Foto:  Nacho Doce/REUTERS)
Por André de Souza
O Globo

BRASÍLIA - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou nesta terça-feira os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff pelo crime de organização criminosa. Trata-se de um dos inquéritos abertos no Supremo Tribunal Federal (STF) em decorrência da Operação Lava-Jato. Também foram denunciados: a senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT; os ex-ministros Antonio Palocci, Guido Mantega e Paulo Bernardo, além de Edinho Silva, atual prefeito de Araraquara (SP); e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Em comum, eles são todos do PT.

"Pelo menos desde meados de 2002 até 12 de maio de 2016, os denunciados, integraram e estruturaram uma organização criminosa com atuação durante o período em que Lula e Dilma Rousseff sucessivamente titularizaram a Presidência da República, para cometimento de uma miríade de delitos, em especial contra a administração pública em geral", escreveu Janot.

Este é um dos quatro inquéritos abertos no STF para investigar quadrilhas que supostamente se beneficiaram do esquema de corrupção montado na Petrobras. Além dos políticos do PT, há uma investigação voltada a integrantes do PP, uma focada no PMDB da Câmara e outra no PMDB do Senado.

05/09/2017


PF acha tesouro perdido em bunker ligado a Geddel

Operação Tesouro Perdido fez buscas em um imóvel em Salvador que seria utilizado pelo ex-ministro de Temer para guardar valores em espécie; veja imagens do dinheiro encontrado


Fabio Serapião
Estadão
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira, 5, mais uma fase da operação Cui Bonno? para fazer buscas em um imóvel em Salvador. Autorizada pela 10ª Vara Federal de Brasília, a ação da PF mirou o local onde seria o “bunker” do ex-ministro Geddel Vieira Lima utilizado para armazenagem de dinheiro em espécie.
A ação foi batizada de Tesouro Perdido.


Ao autorizar a operação, o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira afirmou que Geddel ‘estava fazendo uso velado do aludido apartamento, que não lhe pertence, mas a terceiros, para guardar objetos/documentos (fumus boni iuris), o que, em face das circunstâncias que envolvem os fatos investigados (vultosos valores, delitos de lavagem de dinheiro, corrupção, organização criminosa e participação de agentes públicos influentes e poderosos), precisa ser apurado com urgência’.

Geddel está em prisão domiciliar sem tornozeleira eletrônica. O ex-ministro foi preso em 3 de julho e mandado para casa em 12 de julho.

A investigação é conduzida pelo delegado Marlon Oliveira Cajado que nas últimas semanas ouviu, entre outras pessoas, o corretor Lúcio Bolonha Funaro. Um outro depoimento de Funaro já havia resultado na prisão de Geddel.

De acordo com nota da PF, “após investigações decorrentes de dados coletados nas últimas fases da Operação Cui Bono, a PF chegou a um endereço em Salvador/BA, que seria, supostamente, utilizado por Geddel Vieira Lima como “bunker” para armazenagem de dinheiro em espécie.”

Em depoimento à Procuradoria da República em Brasília, Funaro disse ter entregue ‘malas ou sacolas de dinheiro’ ao ex-ministro. O corretor declarou ter feito ‘várias viagens em seu avião ou em voos fretados, para entregar malas de dinheiro para Geddel Vieira Lima’.

“Essas entregas eram feitas na sala VIP do hangar Aerostar, localizada no aeroporto de Salvador/BA, diretamente nas mãos de Geddel”, declarou Funaro.

Em agosto, Geddel se tornou réu por obstrução de Justiça. O ex-ministro teria atuado para evitar a delação premiada do corretor Lúcio Funaro, que poderia implicá-lo em crimes de corrupção na Caixa Econômica Federal.


05 Setembro 2017




segunda-feira, 4 de setembro de 2017

PGR abre investigação que pode cancelar delação premiada da JBS PGR abre investigação que pode cancelar delação premiada da JBS


Segundo Janot, gravações inéditas de conteúdos gravíssimos apontam prática de crime

Por Carolina Brígido
O Globo
O procurador-geral da República,
Rodrigo Janot

28/08/2017 - Agência O Globo

 
BRASÍLIA — O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, abriu investigação interna para rever a delação premiada de três dos sete executivos do Grupo J&F. Os executivos teriam sido ajudados pelo ex-procurador Marcello Miller na elaboração da proposta de delação fechada com a Procuradoria-Geral da República. Miller atuava na PGR e, depois, passou a atuar como advogado da JBS. Segundo Janot, a gravação envolve ainda um ministro do Supremo e um parlamentar.

A suspeita surgiu a partir de um áudio com conversa entre dois delatores, que chegou à PGR na última quinta-feira. Segundo Janot, a gravação de cerca de quatro horas foi entregue, aparentemente por engano, nos anexos da delação da JBS.

Se a delação for anulada, os colaboradores podem perder os benefícios. Janot ressaltou, no entanto, que as provas obtidas até agora não devem ser anuladas. Ele considerou o fato "gravíssimo".

— Determinei hoje a a bertura de investigação para apurar indícios de omissão de informações sobre práticas de crime no processo de negociação para acordo de colaboração premiada no caso JBS. Áudios de conteúdo grave, eu diria gravíssimo, foram obtidos pelo Ministério Público Federal na semanda passada, precisamente na quinta-feira, às 19h. A análise de tal gravação revelou diálogo entre dois colaboradores com referências indevidas à Procuradoria-Geral da República e ao Supremo Tribunal Federal. Tais áudios também contêm indícios segundo esses dois colaboradores de conduta em tese criminosa atribuída ao ex-procurador Marcelo Miller — declarou Janot.

O procurador-geral disse ainda que eventuais irregularidades no acordo de colaboração não vão atrapalhar novas denúncias até o fim de seu mandato na PGR. Janot deixa o cargo no dia 17 de setembro. Ele prepara uma segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, já denunciado uma vez a partir de informações obtidas na delação da JBS.

— Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Temos um cronograma de trabalho rigorosamente definido. Volto a repetir: não deixarei de praticar ato de ofício — afirmou o procurador-geral.

Em seu pronunciamento, Janot fez uma defesa da delação premiada como instrumento para apuração de crimes de corrupção. O procurador disse que eventuais irregularidades na colaboração da JBS não invalidam provas já apresentadas em denúncias nem o próprio instrumento da delação.

— Quando o acordo (com a JBS) foi firmado, a prova apresentada era e é consistente, envolvia altas autoridades em crimes gravíssimos. Naquele contexto, que permanence até hoje, os benefícios eram perfeitamente adequados. O instituto da colaboração premiada é importante. É preciso preservar esse modelo, e não retroceder. Se os executivos da JBS eventualmente erraram, pagarão por isso, mas nem por isso deve pagar o instituto, que deve ser preservado. Assistimos hoje forças que se levantam contra o instituto da delação premiada.

04/09/2017


Janot manda investigar omissão na delação da JBS


"Se ficar provada qualquer ilicitude, o acordo de colaboração premiada será rescindido", afirmou o procurador-geral da República

Estadão
Rodrigo Janot.
FOTO: Adriano Machado/REUTERS


O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, mandou investigar ‘omissão’ de informações em delação da JBS. Janot faz um pronunciamento nesta segunda-feira, 4.


“Determinei hoje a abertura de investigação para apurar indícios de omissão de informações sobre prática de crimes no processo de negociação para assinatura do acordo de colaboração premiada no caso JBS”, afirmou.


“Áudios com conteúdo grave, eu diria gravíssimo, foram obtidos pelo Ministério Público Federal na semana passada, precisamente quinta-feira, às 19h. A análise de tal gravação revelou diálogo entre dois colaboradores com referências indevidas a Procuradoria-Geral da República e ao Supremo Tribunal Federal. Tais áudios também contêm indícios, segundo esses dois colaboradores, de conduta em tese criminosa atribuída ao ex-procurador Marcelo Miller.”

Janot prosseguiu. “Ao longo de três anos, Marcelo Miller foi auxiliar do gabinete do procurador-geral, convocado por suas qualidades técnicas. Se descumpriu a lei no exercício de sua função, deverá pagar por isso. Não só ele e, repito, qualquer pessoa que tenha descumprido a lei deverá pagar sobre isso. Não há ninguém, ninguém que republicanamente esteja a salvo da aplicação da lei.

O Ministério Público tem uma mãe que é a Constituição e a lei e sobre esse manto atuamos independentemente de quem tenha agido. O MPF atuou na mais absoluta boa fé para a celebração desse acordo. Se ficar provada qualquer ilicitude, o acordo de colaboração premiada será rescindido.”

04 Setembro 2017