B) OS DESVIOS DA PUBLICIDADE DOS GOVERNOS!
A.1) O valerioduto, chamado desta forma no caso "mensalão", foi um sistema sofisticado de aplicação de recursos em campanha eleitoral, que pretendia eliminar os riscos de identificação do caixa 2 das campanhas. A experiência da agência de publicidade SMP&B, em Minas, fascinou o principal deputado do PT do Estado, que levou o gestor e a metodologia para o PT nacional e o governo federal. De um esquema de crime "perfeito" em financiamento de campanhas, passou a ter abrangência maior, servindo para financiamento do partido e de seus parceiros. Foi pego pela imprevisão do fechamento na ponta final, do ciclo contábil.
A.2) Funcionava assim: Uma empresa queria repassar dinheiro a uma campanha (e depois ao partido). Ela contratava a SMP&B para prestar serviços de publicidade. A demonstração era simples, através de simples -e artificiais- expedientes de computação gráfica. A SMP&B retirava a sua comissão de agência. E disponibilizava os recursos legalmente, na boca do caixa de um banco, ao receptor. Este recebia com sua assinatura e documento. Tudo parecia perfeito. Mas faltava o elemento final, da simples demonstração de ativo e passivo, haver e dever, débito e crédito.
A.3) Os beneficiários -ingenuamente- não registravam o dinheiro recebido como despesa de campanha com origem, que até poderiam provar para seu partido, com os documentos bancários. Simplesmente gastavam os recursos. Para as empresas foi um achado, pois patrocinavam a política sem nenhuma relação com seu nome. Em toda a CPI dos Correios, nem por uma vez as empresas patrocinadoras foram identificadas, o que seria simples através de uma auditoria contábil de valores e tempos nas receitas da SMP&B. Sem registro contábil final ruiu o castelo de cartas e o crime deixou de ser perfeito.
B.1) O esquema na área de publicidade governamental é velho conhecido do mercado, e de auditorias e/ou CPIs estaduais. É comum que agências que trabalham em campanhas eleitorais venham a ser as agências do governo que ajudaram a eleger. Para disfarçar, os governos inventaram o pool de agências, onde a "preferida" aparece discreta no meio das outras. As agências beneficiadas fazem um plano de mídia técnica para os governos. Esses acertam uma sobremídia de forma a que a comissão da agência possa pagar seus serviços ao governo e anotar no rascunho, um crédito para a próxima campanha eleitoral.
B.2) Mas não basta, pois há que "reservar" recursos para a produção de materiais gráficos ou audiovisuais. Para tanto, a agência, além da criação faz a produção, não só de material para a mídia, mas para a comunicação direta por folders, tabloides, placas e cartazes. Além disso, como forma de orientar a publicidade, contratam pesquisas. Todo este conjunto é superfaturado e com isso se constitui uma "reserva técnica" para a próxima campanha eleitoral.
B.3) No caso dos ministérios e estatais federais até os patrocínios de eventos -esportivos, culturais, recreativos- são intermediados por agências de publicidade, que nada mais fazem que receber a sua comissão legal.
B.4) O contribuinte paga três vezes. Paga por excessos sobre a mídia técnica. Paga por campanhas inócuas para constituir fundos. Paga por superfaturamento nas produções. Tudo muito difícil de controlar, de identificar e demonstrar. Um crime quase perfeito. Quando identificado o foi pela fiscalização legislativa e não pelos controles externos e com isso colocaram-se panos quentes.
* * *
FESTIVAL DE POLÍTICA QUE ASSOLA O PAÍS!
1. Coincidência infeliz. No mesmo dia que o PSDB apresenta seu programa de 10 minutos o PT apresenta seus 10 comerciais de 5 minutos. Vantagem para o PT, cujos comerciais vem antes e depois do Jornal Nacional. Desvantagem para o PSDB que colocou o programa no meio do Jornal Nacional, recheado dos últimos casos.
2. Matérias em blocos do Jornal Nacional:
a) PMDB pode estar envolvido no mensalão do DEM. A conversa gravada entre o homem que denunciou o esquema e o dono de um jornal incluiu nomes da cúpula do PMDB entre os beneficiários do pagamento de propina.
b) STF aceita denúncia contra SENADOR Azeredo do PSDB, por Valerioduto.
c) Delator do DEM tem passado comprometedor. Durval Barbosa já se envolveu em vários escândalos: denúncias de desvio de dinheiro público, corrupção, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e fraude em licitações.
d) Arruda já tem 7 pedidos de impeachment.
3. Programa do PSDB dividido entre os dois pré-candidatos. De uma suavidade higiênica o que o torna menos realista.
Comerciais do PT. Tecnicamente muito bons. Quem estraga é a Dilma lendo o teleprompter, quase soletrando e não sabendo como suavizar a expressão, apesar das inúmeras tentativas do diretor de estúdio (certamente, pois não poderia ser tão ruim se este não desistisse depois de 18 tentativas).
3. Programa do PSDB dividido entre os dois pré-candidatos. De uma suavidade higiênica o que o torna menos realista.
Comerciais do PT. Tecnicamente muito bons. Quem estraga é a Dilma lendo o teleprompter, quase soletrando e não sabendo como suavizar a expressão, apesar das inúmeras tentativas do diretor de estúdio (certamente, pois não poderia ser tão ruim se este não desistisse depois de 18 tentativas).
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