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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Carta de Obama para Lula repercute no 'NYT'




O "New York Times" desta quarta-feira estampa a notícia, divulgada ontem pelo assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, de que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, enviou uma carta para Luiz Inácio Lula da Silva reiterando a posição de seu país sobre o programa nuclear do Irã, um dia antes de o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, fazer sua primeira visita oficial ao Brasil .


Na carta de três páginas, Obama não critica explicitamente Lula por hospedar o líder iraniano, mas afirma que esperava que Lula usasse a ocasião para expressar apoio aos esforços internacionais para forjar um compromisso sobre as ambições nucleares do Irã.

No documento, Obama também reitera seu apoio a uma proposta da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que tem como objetivo forçar o Irã a desenvolver energia nuclear para fins pacíficos e civis.

O acordo propõe que o Irã exporte a maior parte de seu urânio enriquecido para processamento fora do país.

Leia também: Brasil expressa frustração com política de Obama para a AL


O Irã até agora se recusou a aceitar a proposta. Lula reiterou na segunda-feira seu apoio ao direito do Irã de desenvolver sua tecnologia nuclear para uso na produção de energia, assim como o Brasil vem fazendo. Potências preparam resolução para pressionar Irã na AIEA

Ahmadinejad, o primeiro líder iraniano a visitar o Brasil em 44 anos, chegou em Brasília na segunda-feira. Lula promoveu a visita como parte de um esforço diplomático para ajudar a mediar as tensões entre Israel e os palestinos. O presidente de Israel, Shimon Peres, e Mahmoud Abbas, o presidente da Autoridade Palestina, realizaram visitas separadas ao Brasil este mês.

Para analistas, visita pode afetar influência de Lula

Obama conversou com Lula sobre o Irã anteriormente, durante reunião do G20 em abril, manifestando esperança que o brasileiro pudesse envolver Mahmoud Ahmadinejad em um diálogo sobre a questão nuclear, de acordo com diplomatas e funcionários do governo dos EUA e do Brasil.



Mas, mesmo antes da visita de Ahmadinejad, houve tensão entre os Estados Unidos e o Brasil sobre a iniciativa americana de ocupar militarmente bases na Colômbia e sobre o modo como os Estados Unidos lidaram com a crise política em Honduras.

A carta de Obama também menciona as negociações sobre o acordo climático em Copenhague e a Rodada de Doha de negociações comerciais, assim como a crise política em Tegucigalpa.

Obama manifesta no documento o apoio americano à eleição presidencial após a destituição do presidente Manuel Zelaya, em junho deste ano. O americano acredita que a situação deverá começar do zero "após a eleição" prevista para o dia 29.




O Brasil se opõe à realização do pleito. Segundo o governo brasileiro, as eleições são "inadequadas", tendo em vista a queda de Zelaya, que o Brasil e grande parte do mundo consideram um golpe de Estado.

Um porta-voz do governo brasileiro disse, na terça-feira, que Lula ainda não respondeu à carta de Obama. Ele estaria cogitando telefonar para o colega americano, ao invés de responder por meio de outra carta.

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