Por Augusto Nunes
O Brasil que pensa entendeu que terá de escolher entre a democracia representativa e o stalinismo farofeiro, entre a liberdade e o autoritarismo , entre o mundo civilizado e as cavernas onde conspiram os pastores do atraso.
A reportagem de capa da edição de VEJA, outra reafirmação do mergulho sem volta do PT no pântano, é a prova definitiva de que o desejo de Lula (”Gostaria que fosse nós contra eles, olho no olho”) será atendido.
O governador José Serra é um homem sem prontuário. Basta que vire ostensivamente as costas aos pecadores do PSDB e do DEM ─ uma tribo diminuta se confrontada com a imensidão de companheiros fora-da-lei ─ para que os eleitores entendam que estarão escolhendo entre a honestidade e a roubalheira, entre a honradez e a corrupção.
Serra vencerá se compreender que a oposição brasileira é muito maior, mais tenaz, mais corajosa e mais combativa que a oposição formal.
Ele precisa ser mais que o candidato de uma aliança partidária assustadiça, excessivamente cautelosa.
Tem de transformar-se no porta-voz do Brasil decente, que não teme porque não deve, que respeita a lei e exige que todos sejam obrigados a respeitá-la, que lutou pela restauração do regime democrático e dele não admite abrir mão.
“A oposição não tem programa, a Dilma tem”, vangloriou-se em Cuba o ministro Franklin Martins, ainda com o olhar de quem viu o homem que quer ser quando crescer.
“Qual é programa do Serra?”
O candidato do PSDB acha que ainda é cedo para apresentar um plano de governo. Mas já passou da hora de apanhar a luva atirada por Lula, aceitar o repto lançado por Franklin e desfraldar o quanto antes as duas bandeiras que o PT jogou no lixo.
O partido que reivindicava o monopólio da ética caiu na vida.
O partido que se fingia de libertário ama Fidel Castro e flerta com Hugo Chávez.
Serra, ex-militante da Ação Popular, converteu-se num genuíno democrata.
Dilma jamais renegou o script de coadjuvante da Polop e Var-Palmares, organizações comunistas que recorreram à luta armada para substituir a ditadura militar pela ditadura do proletariado.
Serra não tem contas a acertar com a Justiça.
Dilma foi escolhida por um presidente que acoberta todos os delinquentes de estimação, é candidata pelo partido do mensalão e entregou a coordenação da campanha a José Dirceu.
A reportagem de VEJA mostrou que não falta mais nada: João Vaccari, o novo tesoureiro da direção nacional do PT, é um Delúbio piorado.
A sucessão presidencial de 2010 não passará ao largo de critérios políticos e morais.
Eleger Dilma Rousseff é entregar o poder aos carrascos da liberdade.
É entregar a chave do cofre à bandidagem que, por ter perdido de vez o medo do xerife, já nem usa lenço para esconder o rosto.
6 de março de 2010
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