Por Augusto Nunes
O presidente Lula foi formalmente convidado, no dia 11, para um debate com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
A resposta acaba de ser transmitida ao repórter Otávio Cabral, da sucursal de VEJA em Brasília, pelo ministro Franklin Martins, chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
É a seguinte:
“O presidente Lula, quando deixar a Presidência e se tornar um ex-presidente, aceitará debater com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso”.
Se Lula estivesse apenas presidindo o processo sucessório, como costumam fazer em países civilizados chefes de governo em fim de mandato, o convite nem teria existido.
Se tivesse apenas optado por uma candidatura, sem se envolver ostensivamente na disputa, a recusa até seria aceitável.
Como os fatos informam que o presidente se enfiou até o pescoço na campanha que antecipou ilegalmente, a rejeição do convite deixa de fazer sentido.
Sem que ninguém lhe pedisse, Lula decidiu que a candidata seria Dilma Rousseff, nomeou-se Primeiro Cabo Eleitoral, não desce do palanque há seis meses, ataca o antecessor em todos os comícios e repete diariamente que os brasileiros terão de escolher entre o governo FHC e o atual.
Garante que recebeu uma “herança maldita”.
FHC garante que a afirmação é falsa.
Um debate entre ambos seria o caminho mais curto para chegar-se à verdade.
Fernando Henrique topou.
Lula só quer debater em 2011.
A opção pelo monólogo ─ recomendada, aliás, por 10 em 10 militantes governistas que se manifestaram nesta coluna ─ confirma a suspeita de que foi descoberta a kriptonita do SuperLula.
Chama-se FHC.
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