Ministra explica em livro editado pelo PT o que chama de bem-estar social à moda brasileira
"O grande desafio é ainda superar o peso dos 25 anos de estagnação da economia e das políticas sociais", diz a pré-candidata na entrevista
MARTA SALOMON
SUCURSAL DE BRASÍLIA
SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em entrevista editada em livro que será lançado no congresso petista, de quinta a sábado, a pré-candidata ao Planalto Dilma Rousseff defendeu a presença mais forte do Estado na economia, não só para induzir investimentos mas também para tocar obras.
"O Estado terá, inexoravelmente, de reforçar seu segmento executor", disse a ministra ao apresentar proposta que chamou de "bem-estar social à moda brasileira".
A presença mais forte do Estado na economia será necessária, defende Dilma, para universalizar serviços de saneamento, melhorar a segurança pública, ampliar o número de unidades de atendimento na saúde e a oferta de habitação a partir de 2011.
Mais de quarta parte da população (26,6%) ainda não dispõe de serviços de esgoto, de acordo com os dados oficiais mais recentes.
"Muitos diziam que só havia um jeito de as pessoas melhorarem a sua situação, era através do mercado. E que, se acreditássemos nisso, todos seríamos salvos", observou a ministra da Casa Civil, defendendo a concessão de incentivos à atividade econômica nos últimos anos.
"O grande desafio é ainda superar o peso dos 25 anos de estagnação da economia e das políticas sociais. Nós vamos fazer, sabemos como fazer, aprendemos o caminho no governo Lula", diz a pré-candidata.
Lula e a ministra já tinham defendido, em eventos públicos, um Estado mais forte. No início do mês, durante inauguração da primeira fábrica de chips da América Latina, o presidente disse que "o fracasso do sistema financeiro internacional fez ressurgir o Estado como único capaz de salvar a economia da crise".
Dilma seguiu o raciocínio:
"Achamos que o Estado tem de ter uma presença clara na economia".
Entre o Passado e o Futuro", organizado pelo cientista político Emir Sader e por Marco Aurélio Garcia, assessor especial de Lula.
Jorge Mattoso, ex-presidente da Caixa Econômica Federal, afastado após a quebra do sigilo do caseiro Francenildo Costa, participou da entrevista.
Estatização
Se a Rousseff ganhar iremos mais rápido rumo à Cuba e à Venezuela.
Será o Socialismo do século 19 do PT.
Para trás, Brasil!
Maria Lucia Victor Barbosa
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