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quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Abin gasta R$ 71 mil com academia de ginástica

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) empenhou (reservou em orçamento) R$ 71,1 mil para a compra de diversos equipamentos e acessórios de educação física.

Na lista das aquisições tem de tudo: esteiras, bicicletas ergométricas, luvas de box, pesos, caneleiras, colchonetes, aparelhos para malhar glúteo, cama elástica, etc.

As notas de empenho, emitidas na última semana, trazem informações da empresa que vende e fornece os produtos (são nove entidades diferentes), a modalidade de licitação (todos foram realizados por pregão), a descrição dos equipamentos, etc.

Confira a lista dos aparelhos de musculação e acessórios abaixo:


20 bastões de ginástica em PVC

2 hacks de 456 graus

15 pares de luva de boxe

15 camas elásticas para hidroginástica

15 steps para hidroginástica

30 pares de caneleira

8 bolas medicinais e 20 de alongamento

8 apadores de chutes

2 estantes para guardar halteres

32 haltes enborrachados

2 suportes para colchonetes

20 presilhas

5 barras reta

30 rubber band de pernas

5 barrilhas reta

58 anilhas emborrachadas

4 bicicletas ergométricas

2 leg press

4 esteiras elétricas

2 aparelhos para glúteo

6 bancos para supino

2 suportes para caneleiras

2 máquinas adutoras e abdutoras

30 colchonetes


Em uma rápida pesquisa em sites na Internet especializados em venda de equipamentos de educação física, percebe-se que alguns itens da lista podem ser encontrados por preços mais baratos. No entanto, é importante ressaltar que o valor dos recursos empenhados para a aquisição dos equipamentos pode não ser o mesmo das quantias efetivamente pagas.

Entre a quantia reservada em orçamento e o pagamento (momento em que a administração pública realmente paga o contratado), o montante pode variar, tanto para mais quanto para menos (normalmente para menos).


Para o cientista político Antônio Flávio Testa, é comum que organizações públicas montem academias e as equipem para que seus servidores possam praticar exercícios.

Segundo ele, no caso específico da Abin, o custo das aquisições não é alto, o que justifica o gasto, desde que previsto no orçamento e desde que faça parte de uma política de gestão de pessoas focada na qualidade de vida e no bem estar da comunidade.


Testa acredita que esse tipo de compra não interferi no processo de gestão do governo federal diante da crise financeira mundial enfrentada.

"Quanto ao momento de comprar os equipamentos, é uma decisão administrativa, que não tem, a meu ver, nenhum vínculo ético. Os órgãos públicos devem investir na qualidade de vida dos funcionários com profissionalismo", afirma.

Segundo ele, estrategicamente esses investimentos são vantajosos, pois no longo prazo as pessoas economizarão custos com tratamentos de saúde e as organizações poderão aproveitar melhor o trabalho dos servidores.


O Contas Abertas entrou em contato com a assessoria de comunicação da Abin para saber se a agência estaria montando uma academia para funcionários. A assessoria informou que o órgão já possui uma estrutura de educação física disponibilizada para os servidores.

Segundo a assessoria, a atividade física é incentivada entre os funcionários para o aumento de qualidade de vida. Em alguns casos, até pela atividade desenvolvida, alguns agentes também têm de praticar os exercícios.


Ainda de acordo com a Abin, alunos da escola de inteligência freqüentam a academia, localizada na sede do órgão em Brasília.

No grupo, há funcionários de outras instituições públicas e até pessoas estrangeiras em certas ocasiões.

“Os exercícios normalmente são praticados nos intervalos do horário de expediente – antes, no meio e depois. Integrantes do quadro da Abin, professores de educação física, são os responsáveis por instruir as pessoas a praticarem”
, conclui.

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