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sábado, 6 de setembro de 2008

A temporada de controvérsias será longeva.

Em tempos de recesso branco, a TV Justiça pode ser uma boa alternativa para os que gostam de acompanhar os arranca-rabos oferecidos pelas emissoras do Congresso.

Nos dias que correm, entre um ‘data venia’ e outro, já é possível testemunhar discussões acesas também no plenário do STF.

São debates que, por vezes, escorregam das páginas dos autos para a seara pessoal.

Deve-se a eletrificação da atmosfera à presença de Joaquim Barbosa. É dono de um código de etiqueta peculiar, baseado na fricção verbal.

Convive com dez colegas.

Desentendeu-se com três: Gilmar Mendes, Eros Grau e Marco Aurélio Mello.

Em 25 de agosto, numa entrevista ao repórter Frederico Vasconcelos, Joaquim explicara:

“Enganaram-se os que pensavam que o STF iria ter um negro submisso."

Ao esmiuçar suas diferenças com Marco Aurélio, dissera:

"Sem aquela briga, o caso Anaconda não teria condenação e cumprimento de penas pelos réus."

Na sessão desta quinta (4), foi a julgamento um processo relatado por Joaquim. Marcou Aurélio abriu divergência.
O desafeto Joaquim pediu a palavra. Seguiu-se um trançar de línguas:

Marco Aurélio:

"Eu sei que Vossa Excelência é um guardião maior, talvez suplantando até nossas posições, da Constituição. Pelo menos Vossa Excelência assim se diz. Mas vamos aguardar um pouquinho eu terminar o meu raciocínio."

Joaquim pede, de novo, a palavra.

Marco Aurélio: "O senhor vai me permitir uma observação.
Eu esperava que Vossa Excelência consertasse algo que saiu em uma entrevista.

Que, se não fosse a nossa desavença, o pessoal da Anaconda não teria sido condenado. Penso que a nossa desavença ficou em uma questão estritamente instrumental."

Joaquim: "Ministro, não misturemos as coisas, estamos discutindo outra questão".

Marco Aurélio: "Não quero que Vossa Excelência tome o que veiculei em termos de ser censor ou não ser censor, ser defensor maior ou menor da Constituição como uma agressão. Não é não, todos somos defensores da Constituição".

Joaquim: "Voltemos ao exame da Adin 3501, é disso que se cuida aqui".

Marco Aurélio: "Excelência, se cuida aqui de STF." Joaquim: "Vossa Excelência não precisa me ensinar. Eu sei muito bem o que é o STF."

Marco Aurélio: "Eu vou repetir o que eu já disse. Enquanto eu tiver assento nesta casa, com a toga sobre os ombros, ninguém virá a me emudecer.”

Joaquim: Ninguém me emudecerá também, ministro Marco Aurélio. Ninguém.

Marco Aurélio: Vossa Excelência mesmo apontou algo que, sob a minha ótica, surgiu praticamente como complexo, que Vossa Excelência não deve ter."

Joaquim: "Na entrevista eu discuti fatos. Aqui eu estou discutindo direito.”
Mais aqui.
por Josias de Souza


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