Como dificilmente o chefe da Casa Civil, Antônio Palocci, sai da enrascada em que está metido provando a sua absoluta inocência – porque isso é improbabilíssimo - deverá caber à presidente Dilma Rousseff pedir-lhe a cadeira e despejá-lo do Palácio do Planalto.
Foi assim com Lula que, mesmo o tendo como amigo, procedeu quando ele foi ministro da Fazenda.
No cargo, cometeu o ato infame de quebrar o sigilo bancário do humilde caseiro Francenildo, apenas porque ele o vira - e testemunhou - freqüentando uma casa de pura alegria e prazer, aonde se reuniam seus amigos e garotas de programa.
A casa viria a ser batizada pela imprensa como “República de Ribeirão Preto”.
Pelo seu passado prepotente regado a mentiras além da improbidade da quebra de sigilo da conta bancária de Francenildo, Palocci não merece fé no que diz, nem, sequer, desperta piedade cristã dos mais generosos.
Dilma até aqui tem sido.
Mas, até quando?
Nas três semanas do escândalo a presidente perdeu muitos pontos e terá que recomeçar a governar para provar que merece estar no cargo de presidente, onde foi posta por Lula e digerida pelos partidos aliados, que não foram consultados sobre a candidatura, e pelos brasileiros.
Se permanecer com Palocci, desacreditado, ele só se reabilita se sobre ele desça alguma benção de um anjo perdido. De qualquer maneira, será ruim para Dilma e ruim para Lula, seu avalista, que talvez sonhe retornar em 2014, embora tenha, até aqui, dito o contrário.
A presidente não gostou, e não poderia gostar mesmo, da pífia entrevista que seu auxiliar gravou para a Rede Globo, divulgada na noite de sexta-feira.
Ela, como todos, desejava conhecer a relação dos clientes do “consultor” na sua empresa Projeta.
Ele nada disse.
Falou apenas o que já era do conhecimento e frustrou não somente a presidente, mas, também, os partidos da base aliada do governo, principalmente o PMDB e o próprio PT, principais apoiadores do Planalto, portanto na berlinda política aguardando uma solução.
Supõe-se que o chefe da Casa Civil nem a ela, em privado, revelou a relação dos clientes, ou as empresas que contrataram consultoria a peso de ouro.
Se isso foi, a suposição é de que não é bem assim como Palocci diz, ou seja, que tais empresas não tinham negócios com o governo.
Aliás, esta é uma afirmativa que não dá para digerir. Como consultor privado, Palocci deve ser tão bom como o é como médico, profissão que não exerce.
Ele não é nenhum expoente em economia e em mercado financeiro, que exigem além de vasto conhecimento, muita experiência.
Qual a experiência que ele acumulou?
O período que passou no ministério da Fazenda acontecia justamente o inverso, na medida em que ele consultava nomes de relevância na área.
É possível que a sua carreira de assessor privilegiado da República, de ministro, tenha um ponto final definitivo nesta semana, lá para quinta feira.
As apostas são de que ele não fechará a semana.
Mesmo que haja benevolência, se permanecer desgasta a presidente Dilma Rousseff e a sua base de apoio. A questão agora não é mais exclusivamente as razões da crise envolvendo os negócios fantásticos do ministro. O problema é político, ou seja, não dá mais para ele ficar.
Será melhor para ele e melhor para a República.
Houve a total perda de confiança para quem ocupa o principal cargo do governo. Além da falta de confiança, Antônio Palocci perdeu o respeito do País como um todo e, creio, já não dá para Dilma Rousseff olhar nos seus olhos diariamente e tê-lo ao lado como conselheiro.
Ora, ora, detendo os segredos e informações privilegiadas do que se passa no principal gabinete da República, até Hermenegildo, o Idiota, criação do jornalista Mino Carta, tem condições de abrir um escritório de consultoria e ficar rico.
Assim, a presidente Dilma Rousseff já não tem saída a não ser pedir o cargo ou oferecer ao ministro o privilégio da renúncia, porque a essa altura trata-se mesmo de um privilégio.
O governo está parado, as atividades políticas estão prejudicadas esperando um desfecho porque a crise, que negam mentirosamente a existência, sitiou o Palácio do Planalto e manieta a presidente que não tem nem chefe da Casa Civil nem interlocutor político para facilitar os entendimentos com o Congresso Nacional.
Enfim, tudo o que está a acontecer confirma a sina e a neo-marca do PT: escândalo.
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