Entre um soco nas regras diplomáticas, um pontapé na sensatez política e outra pancada na verdade histórica, o presidente Lula abriu espaço na discurseira sobre o Oriente Médio para ampliar, em Israel, a coletânea de frases absurdas sobre a América Latina.
Nesta segunda-feira, convidado a justificar o tratamento especialmente fraternal dispensado ao companheiro Evo Morales, o rei do improviso precisou de apenas 23 palavras para liquidar a questão.
“Índio votar em índio é normal. É uma anormalidade uma pessoa loira de olhos azuis, que quase não fala espanhol, governar a Bolívia”, decretou.
Escorado em meia dúzia de informações transmitidas por assessores levianos, Lula pretendia declarar inelegível o ex-presidente Gonzalo Sanchez de Lozada, que tem sotaque de turista americano, cabelos louros e olhos verdes (para o presidente, toda iris clara que não é castanha é azul).
Deveria ter identificado o inimigo com nitidez. Ao esconder o nome do alvo, conseguiu erguer com 23 palavras mais um monumento à ignorância.
A primeira frase fundou uma ramificação da Ku Klux Klan deformada pelo daltonismo. Agora se sabe que, para Lula, discriminações baseadas em critérios étnicos nada têm a ver com racismo desde que as vítimas sejam brancas e tenham cabelos e olhos claros.
A segunda frase informou que, para o exterminador do plural, falar espanhol com sotaque é muito mais grave que assassinar o português de meia em meia hora.
16 de março de 2010
1 comentários:
quando a gente pensa que o Lula não pode vomitar mais tantas besteiras, não é que ele ainda consegue nos surpreender com mais uma...??
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