Muita pompa, pouca substância
Em seu balanço anual, Obama tenta recuperar a sintonia com
a opinião pública e promete criar empregos. Sobre conquistas,
ele não tinha muito que falar
a opinião pública e promete criar empregos. Sobre conquistas,
ele não tinha muito que falar
Diogo Schelp
Tim Sloan/Reuters
SURPRESA, SURPRESA
Obama em seu discurso no Congresso:
"O que frustra o povo americano é que em Washington
todo dia é dia de eleição"
todo dia é dia de eleição"
Notável por sua capacidade oratória, o presidente americano Barack Obama falou bonito, como sempre, em seu discurso sobre o Estado da União, na semana passada.
Em matéria de substância, foi uma espécie de discurso bufê: um prato cheio de conteúdos diferentes.
Para a plateia mais à esquerda, prometeu levar adiante a reforma do sistema de saúde e acenou com mudanças na política de não permitir o homossexualismo publicamente assumido nas Forças Armadas.
Para a direita, falou em congelamento de gastos.
Para todos, focou na preocupação número 1 dos americanos: empregos, empregos e mais empregos. Agradar a todo mundo é, obviamente, impossível.
Mas o déficit de realizações de Obama está virando um problema sério. No Estado da União, que marca o início de um novo ano legislativo, o presidente americano é recebido no Congresso pelos parlamentares, membros do gabinete e juízes da Suprema Corte, em uma cerimônia pomposa em que todos pulam da cadeira em excessiva quantidade de vezes para celebrar o ri-tual democrático e aplaudir o grande chefe.
No discurso, espera-se que o presidente faça um balanço do mandato e aponte as políticas a ser adotadas dali para a frente. O da semana passada marcou um ano de gestão Obama.
Nesse período, ele fez uma espécie de manobra Lula em proporções gigantescas – não mexeu no fundamental, a defesa e o pacote para enfrentar a crise econômica, mantidos essencialmente como eram no governo Bush – e apostou no social.
Promoveu incansavelmente a criação do sistema universal de saúde e usou centenas de bilhões de dólares dos contribuintes para reenergizar a economia.
Houve sinais positivos, dos quais o mais animador foi o resultado do último trimestre de 2009, com crescimento econômico de 5,7%.
Mas os especialistas se indagavam se o crescimento seria sustentável (ah, quando falavam essas coisas do Brasil...) e os não especialistas só tinham uma pergunta: cadê os empregos? Aqui.
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